Aventuras na História Nº 127 (Fevereiro de 2014)

Aventuras na História Nº 127 (Fevereiro de 2014) Vários Autores



Resenhas - Aventuras na História 127


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z..... 15/11/2021

Fevereiro de 2014
"Igreja e ditadura"
Trouxe a história de engajamento político da igreja contra a opressão que se estabelecera na ditadura, especialmente a partir do AI-5, quando os anos de chumbo foram acirrados.
O golpe de 1964 contara com o apoio da igreja, teoricamente no protecionismo à pátria, à família e à fé contra o comunismo, como aliada e instrumento do Estado que era desde a colonização. Casos de perseguição, opressão e "desaparecimentos" tornaram-se explícitos o que levou padres progressivas a se opor, especialmente no trabalho junto as comunidades.
Fato, mas acredito que a história não se resume nessas motivações.
Apesar de haverem padres conservadores no período, é reconhecível que a igreja católica defendeu mazelas marginalizadas diante dos interesses governamentais, como na causa indígena, reforma agrária, direitos humanos e "comunidades da floresta". Muito disso, segundo o que lera em outros momentos, porque o Estado se fazia ausente e assim a igreja redirecionou seus posicionamentos.
O texto não citou mas acredito (como leigo) que o engajamento teve também inspiração na vinda de vários padres estrangeiros progressistas, como os do PIME na região Norte na metade do século 20. Estes atuaram em comunidades fora do eixo conhecido das grandes cidades, contando com financiamentos para hospitais, escolas, creches, asilos o que os aproximou intimamente das necessidades e realidades políticas das massas, no que a igreja foi assim condicionada ao engajamento político.
O texto citou que os religiosos foram a principal fonte de denúncia no exterior dos crimes praticados pela ditadura.
Curioso e valoroso o posicionamento do rabino Sobel, em 1975, na osasião da morte do jornalista Herzog. Para os judeus os suicidas são sepultados em lugar à parte, mas sua decisão foi de que o sepultamento ocorresse nos trâmites normais - reconhecimento público de que o jornalista fora vítima de crime (não a história de suicídio contada pelos militares).
Mais ou menos o teor da reportagem, com um pouco de exercício imaginativo de minha parte, talvez nem todo errado...

"O surreal mundo medieval"
Sobre o bestiário que existia na percepção do mundo conhecido. E toma-te verdadeiros kaijus.. Acho legal o assunto e é interessante que muitos tem rosto humano, mas por que já? Quem sabe como projeção das monstruosidades praticadas por nós mesmos... É o homem explicitanto monstruosidade...
Pena que não mostraram o ipupiara...Ah, também nem poderia, pois é do bestiário moderno, do Novo Mundo... do Brasil.
Na cultura moderna, no olhar sobre esse bestiário, existe associação agora com protetores...
Devaneio que tenho em exemplo é sobre o boto... Na descoberta do Brasil, e antes, o imaginário supunha os rios com um monstro (o ipupiara); depois, com o advento da sem-vergonhice na colonização o imaginário materializou o boto (verdadeiro bode expiatório) como sedutor das moças; e na atualidade tem mística de protetor dos rios, da ecologia. Caminho parecido a alguns dos monstros do bestiário medieval citado, que o cinema transformou em protetores da natureza, kaijus... Inda sabe, não!
Mano! Comecei a viajar nas bobagens!

"Sangue, suor e estupidez"
Ah, agora sim, a estupidez sem dúvida nenhuma.
A reportagem abordou sobre guerras em algumas das motivações e disposições resultantes da estupidez. Pena que foram em ilustrações fora do Brasil
Guerra estúpida, é?! Então toma... A batalha em Acosta Nu, na Guerra do Paraguai, foi mais estúpida que todas as citadas na reportagem. Quero só ver se essa noveleta sobre Dom Pedro II (falo assim, mas assisto e gosto de acompanhar) vai mostrá-la. Se quiser saber como foi, pesquise... Uma dica: o Dia das Crianças no Paraguai faz alusão à ela...
Guerras, no final, tudo estupidez... "Sine qua non", é certo que nunca deveriam ocorrer (gastando o latim em expressão que aprendi nessa reportagem, acho que escrevi esses devaneios só para usá-la).

E falando no Pedroca II, vale conferida no artigo de Mary Del Priori - "Pedro III, o imperador que não foi"
Ih, mano, babado do império! Eu, hein! A história é desconhecida e interessante. Ok! Ok! Veeeeja.....
O primogênito da princesa Leopoldina foi cogitado para sucessor no trono, em face da falta de carisma com o povo da Princesa Isabel (com fama de carola e envolvida mais com assuntos domésticos e religiosos, além do pensamento machista que havia contra as mulheres no poder), impopularidade do marido e nascimento de filho cerca de 10 anos pós casamento. O artigo conta que o príncipe, orfão aos 5 anos, veio para morar junto dos avós, despertando empatia com D. Pedro II, que até mesmo tinha feições parecidas as dele. O príncipe conspirou para assumir o trono, mas tudo deu em nada com a proclamação da República. Vem então a parte mais curiosa... Pedro Augusto (o príncipe) surtou e em 1891 foi internado em manicômio, de onde saiu 41 anos depois... morto.

Ainda sobre o período imperial, legal o olhar em detalhes na obra de Pedro Américo - "A Batalha do Avaí".
Foi desdobramento na Guerra do Paraguai e a pintura, iconográfica na percepção dos brasileiros sobre a guerra, reproduz aspectos curiosos: os paraguaios são retratados em sua maioria com torso nu e descalços (numa alusão à estereótipo de selvagens) e mostra soldados negros lado a lado com os soldados brancos (a guerra valorizou os ideais abolicionistas, despertando a visão de união de brasileiros).
Ah, o Duque de Caxias é mostrado em destaque na batalha... Porém teria ficado invocado com o pintor por retratá-lo com a camisa aberta (algo que para ele era inadmissível e assim teria reclamado com o imperador).
Na minha infância, na vila em que morava (Serra do Navio), o clube tinha uma reprodução enorme do quadro que chamava atenção não só minha mas de todos que topavam com ela. Bom ver agora o significado de certos detalhes...

Gancho para iconografia e dica de leitura: "A história do mundo em 100 objetos", de Neil Macgregor.
Sou fascinado por esse tipo de abordagem, tá anotado a sugestão para conferida.

"O abraço da concórdia"
Foto com abraço cordial e troca de camisas entre Pelé e Bobby Moore no final do jogaço Brasil e Inglaterra na copa de 70. A geração da atualidade precisa aprender e resgatar a essência do futebol romântico e respeitoso de outros tempos. Viram o que fizeram semana passada com o menino Bruininho, santista que ao final do jogo pedira a camisa do goleiro adversário (do Palmeiras)?
Futebol não é selvageria como muitos tem transformado. Essa realidade ridícula e mortal tem que acabar. Ora bolas se não.... "Sine qua non".
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Wander Blaesing 22/03/2014

Polêmica acerca de Juscelino Kubitschek - pág.8.
Mudanças no cérebro humano devido à internet - pág.13.
A Batalha do Avaí (Guerra do Paraguai) - pág.14.
A evolção dos computadores - pág.20.
Radiação como remédio - pág.22.
Igreja e Ditadura - pág.28.
Monstros Medievais - pág.38.
Canal de Suez - pág.44.
Guerras Estúpidas - pág.50.
Invenções de Heron de Alexandria - pág.56.
Príncipe Maldito (Pedro III) - pág. 64.
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