Diário do Farol

Diário do Farol João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - Diário do Farol


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Ana Clara 18/03/2024

Um livro de escrita impecável, mas isso não me deixou de sentir grande agonia ao ler. Um personagem totalmente mal humorado, sádico, cínico e torturador. Acredito que essa foi realmente a intenção do autor, pois, então, reforça sua boa escrita. Mas, sendo sincera, não lerei novamente. A aflição que senti lendo pela primeira vez não quero de novo.
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Tuninho 22/08/2023

Nunca tinha lido nada de João Ubaldo e com imensa alegria terminei esse livro que é fantástico. Diário do Farol é um livro empolgante. Vou ler outros livros do autor, que é um dos grandes autores nacionais e que só agora descobri.
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Angela594 10/07/2023

Espelho terrível
Ler esse livro, apesar da experiência ser, muitas vezes, espinhosa, é como ouvir uma pessoa verborragica e ininterrupta, daquelas que dão dor de cabeça, falando sem parar sobre si mesma, colocando em si uma descrição de infalibilidade que só pode nos causar desconfiança. O protagonista tenta nos convencer que é um ser horrível, sem empatia ou piedade, sempre mais inteligente e manipulador que todos à sua volta, cujos planos sempre são vitoriosos. No entanto, é possível que nada do descrito tenha de fato acontecido. Mas ele faz questão de nos apresentar suas atitudes e seus princípios como um espelho para todos nós, enquanto seres humanos, seres horríveis e sem escrúpulos. E por isso é perturbador... livro incrível!
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Rafa.Dulce 15/07/2021

Show de livro
"Daí, o farol, que mata como quando atrai a mariposa e aparente salvar, quando avisa o barco de que há escolhos... (...) O farol, porém, existe para cada um."
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Elane.Medeiross 19/03/2021

O Príncipe
Minha primeira experiência com José Ubaldo tive um enorme prazer em sua escrita, o autor contruiu um personagem que com certeza existe aos monte no meio da nossa sociedade. Acredito que o Príncipe de Maquiavel teve muita influência sobre essa narrativa, que discorre sobre várias situações que indignam o leitor, e também o deixa enojado.
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Alê | @alexandrejjr 04/01/2021

O mal shakespeariano veste o hábito

O que esperar de um João Ubaldo inspirado - estímulo este no qual ele não acreditava - querendo dialogar com Shakespeare em um novo projeto? Um bom livro, claro. Mas “Diário do farol” é mais do que isso: é uma tragicomédia sobre o desencanto.

O quê? Palavras bonitas jogadas em um texto não dizem absolutamente nada - uma afirmação que João Ubaldo gostaria de ouvir. Eu explico: os leitores que optarem por esse livro vão se deparar com uma personagem desprezível. Nosso narrador, um padre depravado e sem escrúpulos, é o condutor da sua própria (versão da) história. Acompanhamos pontos chaves sobre suas memórias, escolhidas a dedo, numa tentativa de entender (ou não) o seu lado. Assim como o “Enclausurado” de Ian McEwan, “Diário do farol” de Ubaldo pega emprestado elementos do “Hamlet” de Shakespeare e faz uma história (original?) cercada por vinganças, violência e, é claro, um fantasma.

Nosso narrador não tem nome, adora nos xingar - e nesses momentos é impossível não lembrar do Brás Cubas de Machado, que de certa maneira é homenageado nessas linhas - manipula, pelo menos em sua cabeça, Deus e o mundo e ainda foi colaborador da nossa ditadura militar, esse período sombrio que todos os latinos conheceram em algum momento. E tudo isso é narrado com a elegante prosa de Ubaldo, que escolhe e organiza as palavras com um esmero quase desumano, característica que este leitor que vos digita só percebeu até agora, pelo menos em língua portuguesa, no já citado Bruxo do Cosme Velho e naquele simpático senhor português chamado José Saramago.

É triste, mas é meu dever dizer a vocês que nem tudo são flores. Ainda não consegui repetir a mesma imersão que tive com esse baiano que, nas palavras dele, “não tem cara de escritor” quando li o sublime “Viva o povo brasileiro”. Foi meu terceiro livro do Ubaldo e em 2021 parto para o quarto, buscando ingenuamente o mesmo prazer que já tive e que somente a ficção pode proporcionar. Ah, e não deixe de conferir esse livro aqui se ele aparecer no seu caminho, combinado?!
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Maristela 02/08/2020

Excelente
Muito bem escrito , esse livro . O João Ubaldo Ribeiro é um excelente escritor . E com esse narrador , ele faz com que tenhamos os mais diversos sentimentos. O personagem é , ao mesmo tempo frio e apaixonado. Tem uma paixão por vingança e uma frieza em relação a tudo que na seja ele mesmo . Vive para satisfazer seus desejos de psicopata , em minha opinião . Sua vida é formada e vivida , de acordo com o que sua ente doentia lhe mostra . O final é horrivelmente bom . Um narrativa crua , direta , sem preâmbulos e nada de homeopatia .
Recomendo fortemente.
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Pedro.Paulo 15/04/2020

Leitura inquietante e provocativa
João Ubaldo demonstra, mais uma vez, a sua genialidade nesta inquietante leitura.

Ao longo da narrativa, o personagem principal - cujo nome não é propositadamente revelado - relata, sem quaisquer escrúpulos, os acontecimentos mais relevantes da sua vida neste "Diario do Farol".

Os traços inescrupulosos e psicóticos do personagem são apresentados logo nas primeiras folhas, e evidenciados, nas páginas seguintes, por uma perturbadora ausência de empatia, suas constantes alucinações e uma Vaidade irritante ao leitor.

Livro indispensável a quem gosta de uma provocação.
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Guilherme.Silva 19/01/2020

- O protagonista narrador, sem nome, decide ser mal ao ver que seu pai matou sua mãe para ficar com sua tia.
- No seminário torna-se influente, usando de chantagem e favores sexuais com os padres.
- Ao se tornar padre, infiltra-se no regime militar com o único objetivo, se vingar da mulher que o recusou.
- Torna-se um torturador temido.

- Queria ler algo de João Ubaldo Ribeiro, confesso que o preambulo me deu a sensação de ser um livro chato, mas logo após este início, tudo passa a ser magistral. O tom neutro que descreve suas monstruosidades, a quantidade de vezes que o personagem nos insulta e nos desafia a continuar, a insistência em dizer que o relato é verdadeiro, tudo isso e mais um pouco só me motiva a conhecer mais obras de João Ubaldo Ribeiro.
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Mimi 17/10/2019

Amei
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Beca 14/06/2019

Sensacional
Que leitura maravilhosa! Para uma estudante de psicanálise cujo TCC é sobre Perversão, esse livro foi mais que bem vindo. Conheci João Ubaldo Ribeiro através da indicação de um amigo depois de algumas conversas sobre Perversão. Falávamos em como atoa perversos é mais comum do que imaginamos e ao final da conversa ele se levanta e volta com O Diário do Farol em mãos. Devolvi cinco dias depois estupefata, afetada com a última frase. Esse personagem sem nome é o resultado de tudo que venho estudando acerca da violência infantil. História que apesar de ser fictícia é extremamente coerente.

Levou 5 estrelas.
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Jora.Fernandes 02/01/2018

Uma sensação indefinida
Ao contrário do que vi muitos comentarem, achei primorosa a escolha de um personagem cínico, com delírios de grandeza e paranoico. A maneira como o narrador personagem se dirige ao leitor ficou assim bem interessante, até engraçado, conferiu uma certa leveza que pelos temas abordados eu até achava impossível de ter. Acho que se não fosse isso, não conseguiria terminar de ler o livro.
As acões do personagem desprovidas do filtro de bem ou mal causaram em alguns momentos bastante asco, no entanto não foram surpresas porque não são absurdas, são coisas que a gente pode esperar de qualquer pessoa, porque nunca conhecemos realmente alguém. Os sádicos, os monstros da vida real, assim como o personagem principal, aparentam ser pessoas normais. Como o narrador fala no fim do livro: "... alguém como eu sempre poderá estar perto de você."
A parte que abordou a participação dele na ditadura foi a mais difícil de ler, em alguns momentos precisei dar uma pausa para me recuperar.
Enfim, me surpreendi com essa obra de João Ubaldo tendo em vista que já li alguns livros dele com temáticas diferentes. Não acho que seria de novo, mas digo que cumpriu seu papel de livro pra mim, mexeu comigo, me modificou.
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Wags 17/03/2017

Aquele que traz a Luz
A etimologia de Lúcifer serve como metáfora para o farol do título, que por sua vez dá luz a esta narrativa, não podendo escolher uma palavra melhor,espetacular. Toda vez que leio João Ubaldo tenho a sensação de estar lendo o autor pela primeira vez, pois as narrativas são tão singulares a seu modo que para mim é quase impossível achar um delimitador para escritos tão únicos.
Este então foi um verdadeiro soco no estômago, um misto de emoção, nojo, calafrios e sofreguidão que me fizeram terminar a leitura com os olhos arregalados. O diário do sociopata que conta impiedosamente como matou, incitou, riu da desgraça todas as suas insanas peripécias fez com que meu olhar sob as psicopatologias humanas ficasse mais aguçado. Acho incrível a destreza de João Ubaldo ao descrever todos os fatos descritos, o que até me pegou pensando se seria ele o tal sociopata, ou se o sociopata teria contado isso a ele, enfim.
As críticas sociais diretas e rascantes dessa vez se voltam a Igreja Católica, onde o autor denuncia com todos os detalhes a vida em um seminário, tanto dos seminaristas como dos padres, além de mostrar a homossexualidade e a corrupção entranhada neste recinto aparentemente bom e imaculado.
Não poderia deixar de falar do intenso jogo da narrativa contada ao leitor, o autor enaltece toda vez o fato de sua história ser verídica, mas o número de inverossimilhanças que aparece ao longo do livro, monta além de um enredo bem feito, um grande quebra-cabeça para os que leem, como o assassinato dos irmãos bastardos, o assassinato do pai e sobretudo o final, onde não sabemos se o assassinato da amada Maria Helena nas salas de tortura da ditadura corrobora essa honestidade que o autor afirma que há em seu relato. Pois verdade ou não, a avaliação é do leitor.
Talvez esse livro seja meu top 2 do João, não batendo apenas o épico Viva o Povo Brasileiro, de resto a execução da narrativa foi impecável tal qual os romances que já havia lido. Talvez esteja pensando em trabalhar com seu João mais a frente, seu material está quase me engolindo rsrsrsrsr
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CultEcléticos 11/01/2017

oão Ubaldo Ribeiro (23/01/1943 – 18/07/2014) membro imortal da Academia Brasileira de Letras. As obras de João Ubaldo Ribeiro são marcadas pela ironia e contexto social.
DIÁRIO DO FAROL traz como marca uma narrativa em primeira pessoa, ou seja, temos um narrador-personagem e não somente, mas também é o protagonista. O narrador conta-nos a história no tempo presente e de forma ousada, pois conta com a memória (que pode o trair) e ainda afirma de forma categórica que “o conteúdo desta narrativa é honesto e escrupulosamente verdadeiro, com exceção dos nomes próprios citados, mas seu final poderá ser falso” (p.9).

O leitor pode esperar de tudo quando se trata de um protagonista sociopata/psicopata − ou seria apenas um homem ensandecido (?!) − que, sob o senso moral ditado e aceito pela sociedade, mostra o quanto é possível obter facilmente sucesso…

É de responsabilidade do leitor ler o DIÁRIO e também é de responsabilidade do leitor o julgamento que fará do narrador e de todas as tragédias e crueldades por ele executadas e vividas ao longo da narrativa.



Sem dúvida, a narrativa é marcante e prende o leitor dada a forma como tais acontecimentos são tratados a ponto de serem justificáveis (?!) ou simplesmente execráveis; mas, jamais o leitor ficará indiferente a eles. Como o protagonista deixa claro que não há uma verdade apenas e afirma antes mesmo de iniciar sua narrativa: “Não se deve confiar em ninguém”.

Dessa maneira, o leitor deve esperar que, mesmo sob a afirmação contundente de que se trata de uma história contada em compromisso com a honestidade, o contador da história (também) não é confiável, quem lê a história (inclusive) não é confiável! Quem escreve essa resenha… não é confiável!!!

Por isso, se eu fosse você, não confiaria no que escrevi e leria essa intrigante obra para chegar às suas próprias conclusões (se é que é possível chegar a alguma…. confiável!)

(Liz Frizzine)
Resenha publicada no site CultEcléticos.

site: http://www.cultecleticos.com.br/resenha-literaria-diario-do-farol/
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