Dudu Menezes 18/01/2023
Bom começo
Quinta leitura do ano; primeiro livro concluído nas minhas férias, Entre Amigos vai ficar marcado como a minha porta de entrada para a obra de Amós Oz.
Digo que é "a porta de entrada", porque, daqui por diante, fica impossível não ler mais nada do autor.
Neste livro temos oito histórias, que se cruzam, já que todas se passam em um kibutz, trazendo questões universais sobre a vida e as relações humanas, em um ambiente em que seus personagens vivem dramas pessoais que são comuns a todos nós, mesmo muitas décadas depois.
Embora não se aprofunde sobre a origem e a forma de organização dos kibutzim, o livro nos situa no dia a dia destas comunidades coletivas e agrárias (estilo cooperativa), que surgiram na passagem do século XIX para o século XX, antecedendo a criação do Estado Judeu.
Os textos, narrados em terceira pessoa, trazem um aspecto biográfico para as histórias, uma vez que o próprio autor viveu por décadas em um kibutz, fazendo da história de vida de cada personagem uma oportunidade para se pensar questões históricas, políticas e filosóficas.
A verve pacifista do autor fica bastante evidente ao narrar as experiências de cada um desses personagens e o quanto o contexto bélico, movido por contradições e incertezas, influenciou nas relações mais pessoais, entre os membros dessas comunas, que, originalmente, se propunham a uma espécie de sionismo trabalhista (ou socialista).
Fiquei curioso para ter mais informações sobre a situação atual destas comunidades agrícolas, considerando a questão Palestina e Israel, nos tempos atuais, mas encontrei pouca coisa confiável - e relevante - sobre o tema.
A indicação do livro foi da minha amiga Aritana, a quem agradeço muito por ter me apresentado esse autor.
#amosoz #entreamigos