Leitora Viciada 11/06/2014A capa possui as letras com o nome da autora diferentes, mais vivas: Em relevo e de uma cor metálica que lembra sangue. Uma jovem mulher misteriosa e bem maquiada é exposta dividindo sombra e luz. O título lembra uma caligrafia rebuscada.
A princípio parece somente uma capa atraente ao público, porém esses elementos combinam com a história. É Deanna, a protagonista, preparada para enfrentar os holofotes da vida na televisão, mas assombrada por uma tragédia do passado e rodeada do lado obscuro do mundo das celebridades.
No entanto, o que me atraiu é o nome da autora: Nora Roberts. Uma das poucas autoras no Brasil que tem seu nome em destaque, mais importante que o título ou a imagem da capa. E não é para menos. Nora possui inúmeros prêmios, com quase duas centenas de livros, milhares de fãs e a marca de 650 milhões de exemplares vendidos, traduzidos em mais de quarenta idiomas!
A grossura do exemplar também chama a atenção, pois são quase 600 páginas. Porém a leitura é tão equilibrada e agradável que o leitor não percebe as páginas passando.
Talvez um dos segredos da Nora seja a combinação irresistível: Suspense e romance. Aliado a isso temos personagens realistas, intensas e bastante carismáticas, com virtudes e defeitos. A pegada policial que move o andamento do enredo é tão importante quanto os conflitos humanos vigorosos e as cenas românticas e sensuais arrebatadoras.
Há um tempo considerável eu não lia Nora Roberts e mesmo assim, logo no início, me apeguei à leitura e foi como se eu fosse novamente íntima dela, porque possui estilo.
A escrita de Nora é brilhante, pois com simplicidade e organização, em um texto criado com muito cuidado e planejamento, o leitor não se perde em meio a uma quantidade considerável de personagens. É uma das poucas autoras que pode colocar tantas pessoas em um livro como ocorre em novelas e seriados de televisão e ainda assim, fazer com que o público se identifique e jamais confunda nada.
A narrativa é homogênea, clara, elegante e, principalmente, cativante. Em terceira pessoa o leitor vai tendo acesso, devagar, aos mais diversos pontos de vista. É uma viagem pelas mentes e sentimentos das personagens, sem perder o clima de suspense por um minuto.
O livro é dividido em três partes, talvez um trabalho da autora que não chegou a formar material suficiente para uma trilogia, pois Nora parece gostar de publicar séries em três volumes. Ou talvez tenha sido a forma utilizada para a autora organizar as ideias e no final, a estrutura ficou bem coordenada.
Originalmente publicado em língua inglesa em 1993, Escândalos Privados (Private Scandals) chega ao Brasil em maio de 2014 pela Bertrand Brasil.
A história se inicia de modo chocante. A autora é ousada e joga o leitor no que parece o ápice da história! Uma degustação da movimentação energética da trama. Você já começa a leitura a mil.
O ano é 1994 e o cenário é Chicago, nos Estados Unidos. Após o impacto muito bem efetuado, viajamos para o passado, para 1990. Com exceção da introdução e do primeiro capítulo, todos os demais das duas primeiras partes contam a trajetória de Deanna Reynolds, jornalista nascida no Kansas que almeja o sucesso na televisão. O desenvolvimento do enredo é focado na trajetória da jovem durante esses quatro anos (1990-1994).
A terceira parte alcança exatamente o clímax lá do primeiro capítulo, o susto inicial. Pronto, o leitor agora compreende o significado da primeira cena e o melhor: Sente enorme curiosidade (e ansiedade) a respeito. Nora Roberts consegue causar efeito fantástico.
O final não deixa nenhuma questão sem solução e o enredo não possui falhas.
Para ler toda a resenha acesse o Leitora Viciada.
Faço isso para me proteger de plágios, pois lá o texto não pode ser copiado devido a proteção no script. Obrigada pela compreensão.
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http://www.leitoraviciada.com/2014/06/escandalos-privados-nora-roberts.html