Miranda 07/09/2015ó-t-i-m-o.~ Sinopse 1 em 140 caracteres ~
Garota que gosta de garoto punk vê fadas. Garoto-Rei-Fada amaldiçoado busca Rainha. Ex-namorada do G-R F faz papel de ex. Muita realeza aí.
~ Sinopse 2 em 140 caracteres ~
Garota 1 vê fadas. Fada-rei 1 almadiçoado procura rainha. Ex faz papel de ex. Fada-rainha2 é do mal. Parece triangulo amoroso. Não é.
~ Comentários que precisam ser dito em voz alta. Ou em caixa alta. Mas que por motivos de (1) vizinhos, (2) dor na vista, foram publicados para Le Internet em caixa baixa. ~
Esse livro é deliciosamente ótimo, principalmente porque te surpreendente.
Você está três capítulos adentro do livro e vê todos os possíveis desenvolvimentos da história e seu primeiro pensamento: “não, por favor, isso não, não, não, por favor.” Isso porque todos os sinais e alertas que podem haver indicando que algo não vai dar certo na história (e te deixar, depois de cinco horas, frustrada ao cubo) estão lá. Mas você continua lendo. E continua mandando inúteis mensagens telepáticas à autora: “Por favorzinho, não segue esse caminho sem volta. Tá escrito ‘rua sem saída’ ali no cantinho, olha!”.
Você agora já está na metade do livro e os alguns personagens já te cativaram (Oi Donia, Oi Seth) e você precisa dar a eles um final de feliz. É claro que isso só vai acontecer quando você terminar de ler. Se você quiser o tal final feliz, ou simplesmente um final, ou saber o que vai acontecer de fato (e não só nas suas previsões mentais), seguindo esse raciocínio infalível, tenho uma informação valiosa: todas as emoções e gritos telepáticos que podem ocorrer ao longo da leitura são totalmente válidos.
Aquele sentimento de frustração quando alguma história caminha para um inevitável clichê e você só quer sacudir aquelas pessoas ficcionais e enfiar algum senso em suas cabeças de tinta (ou e-ink)? Ou aquele sentimento de defenestrar o livro ou e-reader (que é substituído por culpa dois segundos depois que o pensamento surge)? Nada disso acontece aqui. Todos aqueles sinais são avisos falsos. Ignorem a faixa amarela e LEIAM, porque não há espaço para arrependimentos.
Esses quatro primeiros parágrafos poderiam ser intitulados: “Como falar sobre a história (tentando muito mesmo) sem dar spoiler”. Ou talvez alguma outra coisa um pouco mais curta. Um último comentário sobre esse mesmo tópico: a leitura me lembrou demais o livro “The darkest part of the forrest” de Holly Black. Diferente do que pode ser a primeira impressão ao ler isso, a motivação não foi apenas o tema, mas o fato de ambas história serem bem construídas e grande parte dos personagens estarem um nível acima do “tolerável” - o que costuma ser o status padrão de qualquer pessoa personagem para mim.
Esse é outro tópico que merece comentário. Os personagens são acreditáveis, pois são irritantes e interessantes e cheios de histórias próprias, o que é fundamental para que gostemos e acreditemos neles, pelo menos um pouco, enquanto leitores.
Além disso, a forma como a autora conta a história é boa, mas eu não destacaria essa entre uma das qualidades marcantes do livro. Como ela mesma diz, nos Extras, ao final do livro, essa é uma habilidade que requer prática. E eu acredito que há bastante potencial ali. Ainda mais considerando que os dois outros itens (história e personagens) estão muito bem encaminhados.
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