Maria - Blog Pétalas de Liberdade 05/12/2015O livro conta a história de Daniel Conrad. Ele era um solitário garoto de nove anos, solitário não porque quisesse, mas porque seus pais não queriam que ele se misturasse com outras crianças. O senhor e a senhora Conrad eram pessoas que só se importavam com o dinheiro e com as aparências, não davam amor ou atenção para o único filho e achavam que coisas como livros, sonhos e amigos eram perda de tempo.
"Pois, como é sabido, o sonho só pode se tornar real para quem acredita nele. Por isso alguns adultos que não sonham mais chamam a magia do sonho de 'ilusão descabida'." (página 8)
Foi nessa família sem amor que Daniel cresceu. Na tentativa de agradar seus pais que só o desprezavam e o tratavam de forma cruel, ele se afastava das outras pessoas.
Até que a família passou por uma reviravolta e eles tiveram que mudar para um outro bairro, bem mais simples. Nesse bairro novo, Daniel pôde experimentar uma vida diferente, onde amizade, fantasia e sonhos eram valorizados. De um lado, ele tinha essa vida nova e cheia de magia, do outro, sua família passando por dificuldades financeiras, qual lado da balança pesaria mais? Qual o impacto disso tudo na vida do garoto?
O menino que perdeu a magia é um livro para crianças e também para adultos, que entretém e critica um estilo de vida que só pensa nos bens materiais e se esquece de aproveitar as fases da vida. Serve como um alerta para o risco de uma criança viver sem direito de sonhar.
Foi meu primeiro contato com a escrita da Celly, que também escreve livros "para adultos", mais voltados para o terror. Achei interessante como a autora costurou a trama, fazendo com que ideias e conceitos do começo do livro fossem retomados no decorrer da história, tornando mais clara e forte a mensagem que ela queria passar. É uma leitura rápida, mas que certamente cativará o leitor.
"Enquanto ninguém dissesse 'não' havia possibilidades, pelo menos em sonho." (página 33)
O livro é em edição de bolso, super caprichada, com folhas amareladas e ótima diagramação: letras, margens e espaçamento de bom tamanho. Há algumas ilustrações muito bonitas em alguns capítulos.
"Quer dizer, mesmo se acreditarmos nos sonhos, um dia nos tornamos adultos, é natural, mas o que nos diferencia é que quem acredita e tem sonhos vive feliz, vendo o fantástico acontecer diante dos seus olhos e acha aquilo normal, mas nunca deixa de perceber essa beleza. Já quem não acredita nunca vê nada além do concreto - e não falo somente das construções feias, que invadem a Natureza, mas de qualquer bem material que a pessoa se veja presa a ele e nunca consiga deixá-lo por um tempo para fazer algo agradável, como ver o pôr do sol numa bela praia." (página 101)
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