Lina DC 30/05/2014"A Queda" é um dos livros da grande série que tem como protagonista o detetive Harry Bosch. Bosch está trabalhando na divisão de casos Abertos/Não Resolvidos, uma espécie de cold cases, onde de tempos em tempos os casos são revistos na tentativa de solucioná-los.
O parceiro de Bosch é David Chu, um detetive um pouco afobado demais em alguns momentos e que gosta muito de falar. Os dois são a equipe "coringa" do departamento. Quando os outros detetives já estão em um determinado caso, eles assumem o próximo.
O caso que eles irão investigar ocorreu no ano de 1989, onde a vítima, Lily Price, de 19 anos, sofreu violência sexual. O problema é que o DNA encontrado bate com um suspeito que já possuí ficha criminal, mas que no ano do crime, teria apenas 8 anos de idade. Como é possível ele ser o assassino?
Em paralelo a esse caso Bosch foi convocado a investigar o suposto suicídio do filho de Irvin Irving, que é quase como um arqui-inimigo do Bosch. George Thomas Irvin, era um advogado lobista, casado e com um filho. Tinha uma carreira de sucesso, dinheiro, um casamento estável. Será que ele realmente se suicidou? E o mais importante, porque Irvin Irving faz questão que Bosch seja o detetive líder na investigação?
"Você disse uma vez que todo mundo importa ou que ninguém importa. Lembro disso. Agora é hora de pôr isso a prova. O filho do seu inimigo importa? Você vai se empenhar ao máximo por ele? Vai até o fim por ele?" (p. 30)
Trabalhando em paralelo nas duas investigações Bosch irá se deparar com duas situações muito diferentes mas ao mesmo tempo igualmente horrendas.
Mas a história não fala apenas de coisas ruins. O leitor acompanha o relacionamento de Bosch com a filha de 15 anos, a Maddie. Maddie é uma jovem inteligente e muito observadora e algumas conversas entre pai e filha são hilárias graças a esse poder de observação da garota (ela consegue descobrir o que o pai tenta esconder). Fica claro que caso Maddie realmente queira seguir os passos do pai, ela fará muito sucesso e será muito focada.
Bosch não é um detetive amargurado, ele gosta do que faz, mas sente-se desiludido com a politicagem que existe na polícia. Conforme o protagonista se aproxima da sua aposentadoria, ele percebe que às vezes não é possível se livrar da trama que teceram em sua volta.
A cada nova descoberta nos casos, o leitor percebe as inúmeras camadas que os envolvem. Até mesmo o final do livro têm um clima pesado e ao mesmo tempo viciante.
Um livro com uma trama bem desenvolvida, com casos bem escritos e personagens convincentes.
Em relação à revisão, diagramação e layout a editora realizou um ótimo trabalho. A capa combina com a figura de "homem solitário" que o Bosch representa.
site:
http://www.viajenaleitura.com.br/