Beatriz 26/08/2019DecepcionadaO primeiro livro que li da Quinn foi incrível, um mocinho bom uma mocinha rebelde ( uma dama fora dos padrões) diálogos inteligentes, ácidos e muito engraçados
A segunda vez que li me diverti muito também com O visconde que me amava, o mocinho foi mais bruto (teve um chute que nao consegui entender) mas ele foi muito amável.
Então nesse livro confirmei uma mudança na forma do mocinho. Ao contrário do primeiro livro que li, aqui os mocinhos são muito mais violentos e temperamentais.
E nesse livro eu me decepcionei muito quando vi o Colin, um mocinho que eu tinha me afeiçoado começar a agir de forma absurda, quase humilhando a mocinha e beirando o abusivo.
Eu não esperava encontrar esse tipo de homem lixo em um romance gostosinho. Todos os outros de época que li, em especial da Sarah MacLean os mocinhos apesar de serem patriarcais, não agiam de forma violenta em momento algum.
Aqui a mocinha por outro lado foi maravilhosa, toda a garra e os feitos dela, como ela evoluiu e descobriu sua voz. Começou a se sentir confortável na própria pele foi lindo.
E por isso ver esse merda do Colin humilhar ela eu quase joguei meu kindle na parede.
Primeiro que ela teve que IMPLORAR pra ser beijada, o que o faz um pouco merda, depois do beijo ele SAI CORRENDO. Totalmente sem consideração pela menina.
Ele não conseguia sentir empatia e ver o mundo como era sofrido pra ela ser uma solteirona de 28 anos.
Mas o ponto auge foi quando ele a seguiu, e Não respeitou a privacidade dela abrindo uma correspondência pessoal que não era dele e ainda humilhando ela sob falso pretexto de proteção quando ele tava com INVEJA DA MENINA.
Eu entendo a profundidade da história que a quinn criou, esse enredo baseado na fragilidade masculina, mas ele não pediu desculpa de uma forma convincente no final.
Acho inclusive que esse problema de enredo muito importante que deveria ser problematizado e estrinchado para ilustrar como o machismo afeta negativamente os homens que agem de forma violenta com as mulheres. Principalmente quando, num meio totalmente masculinos elas vencem barreiras e realizam feitos notáveis e os homens sentem inveja delas.
Mas aqui o mocinho além de deixa rum HEMATOMA no braço dela no baile de MOIVADO passou o livro ignorando as vontades dela e ainda ( independente se for certo ou errado) revelou o segredo que não era dele no final.
Eu entendo que na época os homens eram assim etc. mas como um romance escrito no século 21 eu esperava um trabalho mais explicativo expondo mais que o comportamento dele era absurdo.
Tudo acabou feliz e bem, o mocinho se redimiu e deixou de ser um bosta depois de enfrentar suas fragilidades e medos, mas novamente eu esperava um pouco mais de esclarecimento do perdão e arrependimento.
E o mais triste foi que depois disso eu perdi um pouco à vontade de ler mais livros dessa série. Ainda mais quando me contaram que tem abuso sexual romantizado de uma esposa para com seu marido bebado no primeiro livro da série.
Recomendo lerem Pequenas Grandes Mentiras para compreenderem um romance abusivo que foi contado de uma forma mais profunda e complexa. Onde o homem pode amar sua mulher, e ainda sim humilha-la, seduzindo no final das brigas. Mas nesse livro as coisas são bem mais violentas.