Half Way Home

Half Way Home Hugh Howey




Resenhas - Half Way Home


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LAPLACE 26/05/2016

Half Way Home - Hugh Howey
Há apenas duas escolhas, como quando se joga uma moeda. Dentro ou fora. Um ou zero. Viável ou abortar. Porter abriu os olhos, contudo, as condições não pareciam favoráveis. Eles foram despertados 15 anos antes do previsto, o treinamento não fora concluído, eram apenas adolescentes e os módulos estavam em chamas. A Colônia pareceu ter optado por abortar. Todos deveriam estar mortos.

Mas não estavam, não ainda. Desnorteados, os poucos sobreviventes dos quinhentos que foram enviados para colonizarem aquele planeta iniciaram sua luta pela vida, fugindo das chamas. Após se reagruparem, Porter, assim como os demais, foi realocado para um grupo enquanto planejavam quais seriam seus próprios passos.

Eles perderam muitos, estavam em um mundo desconhecido, despreparados, porém não se deixariam levar pelo desespero. Sobreviveriam. Ou ao menos tentariam, a nova vida seria mais difícil que o imaginado, principalmente quando perceberam que não estavam seguros até mesmo uns dos outros.

Quer saber o que acontece? Então corre para ler o livro!

***

Hugh Howey é o autor do meu livro favorito, Silo, e me tornei seu fã não só por isso, mas também porque ele iniciou a carreira como escritor independente, mostrando que você pode sim chegar longe como escritor se lutar por isso. Desde que li Silo fiquei curioso para conhecer outros trabalhos seus, infelizmente não temos nenhuma outra obra sua publicada no Brasil — ainda, pelo menos — além da trilogia da Juliette, então fui atrás de suas publicações em inglês mesmo e me deparei com Half Way Home.

Foi amor à primeira vista, porque, fala sério, a capa desse livro é maravilhosa. Quando vi a sinopse então fiquei mais ansioso ainda por lê-lo, e eu não esperaria descobrir se a Intrínseca ou alguma outra editora iria publicá-lo no Brasil, resolvi ler em inglês mesmo.

A trama começa de tirar o fôlego e segue com reviravoltas ao longo dos capítulos, como é de se esperar de um livro escrito pelo Hugh, no entanto, não consegui sentir a mesma emoção de quando li Silo. Na verdade, não passou nem perto disso. O que foi decepcionante, contudo, tive o bom senso de frear minhas impressões a tempo.

Quando nós gostamos de um livro e de um autor nossas expectativas ficam muito³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³³ altas com seus trabalhos seguintes que lemos, e isso é algo com a qual devemos tomar muito cuidado antes de ler um livro. Não considero justo pesarmos todos os trabalhos de um autor por igual. Claro que a qualidade da escrita esperada deve ser a mesma, mas a trama nunca é, a complexidade do universo de dois livros é diferente, e nós temos que nos recordar disso. E o universo de Half Way Home é muito menos complexo que o de Silo, tem bem menos personagens e conflitos, então procurei manter isso em mente para fazer um julgamento imparcial da obra.

Outro ponto que tenho certeza que influenciou em minha experiência foi a linguagem. Li o livro em inglês, e até aí tudo bem, eu tenho uma boa compreensão do inglês, contudo é uma obra de ficção científica. E ficção científica tem muitos termos técnicos, ainda mais quando escrita por Hugh, que adora se aprofundar em suas explicações. Então estou certo que isso atrapalhou para que eu não compreendesse em alguns casos o impacto que o autor quis passar em determinadas cenas, porque tinham palavras que, mesmo pelo contexto, eu não consegui decifrar o significado e tive que recorrer ao dicionário.

A história é narrada em primeira pessoa por Porter, um psicólogo de 15 anos — não, você não leu errado — que é um dos poucos sobreviventes de uma nave que foi enviada para colonizar um novo planeta. Como diz a sinopse algo dá errado e os colonizadores precisam aprender a sobreviver sem o devido preparo. Aqui foi algo que me frustrou um pouco também. Eu esperava algo como The 100 — a série — com emoção constantemente, e, de fato, recebi algo como The 100 — só que parecido com livro. E sim, o livro da Kass Morgan é bom, mas eu prefiro a série, quem viu os dois sabe que o programa televisivo é muito mais eletrizante e caminhou 1000 passos apenas no 1º episódio da 1ª temporada, enquanto a obra nem tinha chegado ao centésimo no último capítulo do 1º volume.

Half Way Home é bastante estático, com muitos debates e os personagens presos a um local sem fazerem muita coisa. Quando a história finalmente andou me senti meio que em um livro infantil, devido ao cenário, personagens, diálogos e atitudes com as quais me deparei. Todos os personagens têm 15 anos, então você pode estar dizendo que estou sendo exigente demais por querer uma trama mais madura, e talvez eu esteja mesmo, contudo, como nos é dito no próprio texto, aquelas pessoas estavam sendo preparadas para aquilo. O treinamento foi interrompido, eles foram enviados antes do programado, beleza, mas desde o princípio eles vinham sendo capacitados para a missão que os aguardava, para serem adultos desde o princípio. E o cenário que o Hugh nos apresentou não contribuiu, foi algo bem alienígena, ele acertou nesse ponto, mas também imagino que fantasiou demais.

Ainda assim o Hugh continua sendo meu autor favorito, e não hesitarei em conhecer outros trabalhos seus. Se você quiser dar uma chance a Half Way Home se lembre que ele — assim como todos os demais títulos do Hogh que não compõem a trilogia Silo — só está disponível na versão em inglês. Quem sabe a Intrínseca o publica no Brasil quando terminar a história da Juliette, apesar de tudo, eu adoraria ter essa bela capa em minha estante.
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