Os Arquivos Snowden

Os Arquivos Snowden Luke Harding




Resenhas - Os Arquivos Snowden


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Gabriel 08/03/2014

Um símbolo contemporâneo
Há histórias que são símbolos. Não porque inventadas ou inverossímeis (tanto faz serem ficcionais ou não), mas por suas tramas e seus personagens exemplificarem perfeitamente o contexto histórico no qual estão inseridos, e as ações e reflexões deles se revelarem fundamentais às discussões essenciais da época. São mitos instantâneos, não importa se estampados nas capas de jornais, projetados em películas cinematográficas, propagados por satélites de TV ou rascunhados nas páginas de um livro.

Essa história é um símbolo. Não apenas abstrato, por tratar de conceitos essenciais à nossa contemporaneidade (como a liberdade de expressão e o direito à privacidade), mas também concreto, ao revelar as operações secretas de vigilância civil por parte de governos democraticamente eleitos, através de instituições que, embora teoricamente regulamentadas pelos parlamentares de seus respectivos países, não se reportavam a ninguém.

Um homem com alguns pen-drives, um jornalista estadunidense autoexilado no Brasil, e um jornal britânico em sua recém-inaugurada filial novaiorquina eis a trindade central do mito em questão. Ou, em nomes próprios: Edward Snowden, ex-administrador de sistemas da Agência Nacional de Segurança dos EUA (a NSA); Glenn Greenwald, jornalista e colunista político conhecido por criticar duramente as mais obscuras práticas do governo pós-11/9; e o The Guardian, um dos maiores jornais britânicos, nesse caso operando principalmente através de seu braço nos EUA.

A interação desses três vértices revelou, através da publicação de arquivos confidenciais da NSA e de suas parceiras, um esquema além-orwelliano de vigilância e espionagem governamental, que inclui grampear cabos submarinos de fibra ótica, hackear os servidores de grandes empresas de comunicação (Google, Yahoo, Apple, etc) e até mesmo interceptar imagens das webcams de notebooks particulares. Seus alvos, embora incluíssem diversos chefes de Estado (como a premier alemã Angela Merkel e a presidente brasileira Dilma Rousseff), não eram necessariamente pessoas de eminência política. Nós, insuspeitos cidadãos de diversos países, tínhamos (e temos) nosso tráfego de dados constantemente interceptado pelas agências de segurança anglofônicas, em prol de sua guerra ao terrorismo.

Oscilando entre a narrativa romanceada dos melhores livros de espionagem e a reportagem jornalística de fatos de indisputável interesse público, Os Arquivos Snowden mostra que o jornalismo ainda cumpre uma função essencial à sociedade, quando realizado com critério, ética e coragem. Na atual era da informação, onde grande parte de nossas comunicações se faz através da internet, talvez não seja outro o poder que se proclame resposta à retumbante pergunta de Juvenal: Quis custodiet ipsos custodes? (Quem vigia os vigias?).

Rio, 28 de fevereiro de 2014

site: http://www.omundoqualquer.blogspot.com.br/2014/02/livro-os-arquivos-snowden-de-luke.html
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AndrA374 02/02/2021

Sensacional
Uma história tão extraordinária que parece ficção. Em tempos atuais, o tema privacidade e proteção de dados nunca foi tão comentado quanto agora. Acredito que muito se deva as revelações de Edward Snowden e do WikiLeaks (Julian Assange).
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RNA 18/07/2023

Bom
Bom livro, me surpreendeu positivamente, interessante a vida do Snowden antes e depois de entrar na CIA e NSA, e saber como as agências de inteligência agem.
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Ricardo Silas 19/05/2015

Der Shitstorm! (Tempestade de Merda)
Em meados do ano de 2013, o mundo cravou seus olhos no episódio mais constrangedor, hipócrita e, sobretudo, revelador, envolvendo o Reino Unido e os Estados Unidos. Edward Snowden, homem aparentemente simples, mas cuja coragem moral comove e convence qualquer suspeita de muitas pessoas, foi o portal de escapamento para a maior fuga de dados altamente secretos da história da humanidade. Não consegui pensar numa analogia melhor para enquadrar o governo norte-americano, além da distópica obra de George Orwell, “1984”, como sua principal equivalente, do que o pujante Tio Sam de calças arreadas, desengonçado e cheio de desespero ao suspendê-las às pressas de não ser visto. Simplesmente a NSA (National Security Agency) e sua cria igualmente hedionda, a GCHQ (Government Communications Headquarters), maiores organizações de inteligência secreta do planeta, foram desnudadas em público, ao violarem escandalosamente os regulamentos internacionais de privacidade civil e governamental. "Os Arquivos Snowden" oferece uma análise clara e detalhada de todos os fatores que trouxeram ao público o aglomerado de documentos e dados protegidos desde o governo Bush, até a administração Obama dos EUA. Parte dessa polêmica estarrecedora tem origem no atentado terrorista às Torres Gêmeas, presumivelmente praticado pela Al-Qaeda no notório 11 de Setembro de 2001. Após esses ataques, George W. Bush decidiu ampliar o aparato tecnológico e cibernético das redes de inteligência norte-americana, formada pela CIA e NSA. O discurso político do então presidente e seus apoiadores republicanos incutiu no povo as mais fabulosas ameaças de terror haviam sido impostas à segurança interna dos EUA. O que se seguiu depois do atentado foi um contra-ataque belicoso de soldados americanos enviados ao Oriente Médio, para restaurar o ego soberano do governo Bush que se encolhera quando os aviões esmigalharam os prédios mais famosos de Nova York. Depois do 11 de Setembro, a NSA se fortaleceu com um projeto confidencial de vigilância em massa, alcunhado de STELLAR WIND (Vento Estelar), desenvolvido por Bush a partir de 2001, que ganhou proporções inimagináveis. A pauta do projeto incluía a efetivação de varreduras e colhimento de metadados ilegalmente obtidos da população dos EUA, desde telefonemas, e-mails, conversas on-line e até informações pessoais, sem nenhuma prerrogativa justa que amparasse tais causas. O STERLLAR WIND se estendeu, sem restrições ou suspeitas concretas, a todos os que utilizavam serviços de telecomunicações prestados por grandes empresas nacionais. Snowden, ao se deparar com tamanho descalabro e evidente violação da Constituição dos EUA por parte do próprio governo, não conseguiu consentir ou ser mais um agente passivo da NSA. Após ingressar na NSA como um analista de sistemas terceirizado pela DELL, Snowden cuidadosamente reuniu os mais importantes documentos que serviriam como provas cabais contra os EUA e o Reino Unido, pelo crime de vigiar clandestinamente coletando todo tipo de registro de mais de 30 líderes mundiais, incluindo Dilma Roussef, bem como aliados como a chanceler Angela Merkel, até grandes empresas como Facebook, Google, Skype e, pasmem, a PETROBRAS. Quais interesses políticos e econômicos de Obama estão atrelados a essas medidas de espionagem? A narrativa do autor, Luke Harding, sem nenhuma incerteza consegue traduzir os momentos mais intensos da jornada de Snowden, desde a divulgação feita ao jornal The Guardian, até seu bem-sucedido asilo provisório na Rússia, sob as asas do Kremilin e de Vladimir Putin, inimigo atroz de Barack Obama. Isso suscitou debates inadiáveis, por exemplo: Snowden é um traidor ou um informante? Quais os limites do monitoramento do governo diante da liberdade de expressão e direito à privacidade? O fato de possuirmos poder logístico e político para realizar uma ação desnecessária deve superar a sensatez de limitarmos esse poder e dirigi-lo somente aos problemas realmente necessários? Com uma leitura deliciosamente atraente, este livro nos encoraja a refletir sobre outras nuances relacionadas ao ato de coragem de um homem que desafiou o poder político mais imponente e cínico do mundo e, de bônus, o sofisticado trabalho de Harding apresenta-se como um acesso direto às entranhas aleivosas desse mesmo poder indiscreto, indevidamente concentrados nos Estados Unidos da América.
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Mopi 25/10/2016

O homem mais Procurado do Mundo
Livro excepcional, muito bem redigido, com fácil e empolgante leitura. No final das contas, entre ideias de traição ou heroísmo, independentemente do real motivo que o levou à sua bombástica delação, Edward Snowden é um homem muito corajoso, a despeito de muito jovem, demonstrando em suas ações muito bem arquitetadas e planejadas características de patriotismo, hombridade e desprendimento.

site: https://www.youtube.com/watch?v=k3Sxp3yIeGQ
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Igor13 25/07/2018

Tentei bravamente não largar, mas...
Outro livro escrito por jornalista que largo. Neste caso resisti até uns 20% do livro. Aí não deu mais. Há tantos livros interessantes e não dá pra perder tempo com divagações.

Uma pena, pois o assunto me interessa.
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Gilnário 24/03/2019

Um jornalismo sério garante a democracia.
Podemos acreditar que Snowden é um traidor, podemos acreditar que ele é um herói, mas o marcante do livro na minha opinião, é o trabalho duro do the Guardian. Vale muito a pena ler para compreender nosso contemporâneo.
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Biblioteca Álvaro Guerra 16/10/2019

O que levou Snowden a sacrificar sua vida pessoal? Luke Harding, jornalista premiado do jornal The Guardian, responde a essa pergunta que serve de alerta a todos que acreditam que seus segredos estão bem guardados na internet.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788580449167
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anisios 22/01/2021

Os bastidores de jornais e repórteres sobre o caso Snowden
É importante que tenha lido : No place to hide, de Glenn Greenwald ; Permanent record, de Edward Snowden . Livro complementar que conta os bastidores dos jornais no EUA, Reino Unido e Alemanha, assim como o desenrolar político e jurídico desses países sobre a NSA e CGHQ. Excelente livro.
Carolina 25/04/2023minha estante
A indicação é a de ler os livros em qual ordem?

- Edward Snowden, Eterna Vigilância
- Glenn Greenwald, Sem Lugar Para Se Esconder
- Luke Harding, Os Arquivos Snowden
- e ainda os livros do - ou sobre o - Assange?




Fernando 09/07/2022

Baita livro, bem escrito, fluido. Dá prazer ler tudo logo em um dia. Conta todos aqueles bastidores envolvendo o Verdevaldo, esclarecedor.
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Ricardo.Barroso 23/07/2023

Relato detalhado sobre o maior vazamento de dados dos EUA
A política de todo o mundo foi sacudida após 2013 pelas revelações de Edward Snowden, um ex-oficial da agência de inteligência estadunidense NSA e seus efeitos continuam até hoje. Ele mostrou que a nação que se autointitula "xerife do mundo", defensora da democracia e da liberdade", que condena regimes autoritários, também espiona secretamente seus aliados e até seus próprios cidadãos, por meio legais e ilegais, com apoio das grandes empresas de tecnologia. Até mesmo a presidenta brasileira Dilma e a chanceler alemã Angela Merkel foram vítimas. No entantoo, observando a biografia de Snowden, descobrimos que ele não é pacifista ou mesmo de esquerda. Sua motivação para entrar no serviço secreto é por uma ideologia libertária e que tem os EUA como centro, só se indignado quando percebe que os próprios cidadãos eram alvos. O livro vai à fundo em aspectos técnicos de como os vazamentos de dados foram obtidos, os desdobramentos legais e econômicos e o funcionamento das agências de inteligência nos EUA e na Europa (o que alguns podem achar cansativo). Por ser publicado pelo jornal britânico The Guardian, que divulgou os dados primeiro, foca bastante na legislação e ambiente jornalístico da Inglaterra.
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