Pâmela Sampaio 10/04/2019EXCELENTE EM CONCEITO. APENAS BOM NA PRÁTICA.NOTA | 3.5
É sempre bom ver que continuamos empenhados em não esquecer, jamais, as atrocidades cometidas ao longo da Segunda Guerra Mundial. É importantíssimo que livros como este sejam escritos, dando voz á aqueles que tiveram que se manter calados por tanto tempo, e relembrando a minha geração o quê foi o genocídio sistemático de toda uma população.
O livro nos conta as histórias das meninas do quarto 28, do Abrigo para Meninas, do gueto de Theresienstadt. A narrativa salta entre anotações dos diários destas meninas, entrevistas com a sobreviventes, e notas da propria autora. O conceito do livro é excelente -, dar voz a outras vivencias e experiências, manter a memoria viva, e o lembrete de que não devemos permitir que isso ocorra novamente. Entretanto, na prática, é apenas bom. O livro, com suas 416 páginas, é maçante. E a edição não ajudou muito... Há muita repetição de informações e erros ortográficos gritantes.
A autora foca DEMAIS nas peças e óperas apresentadas pelas meninas. Agora, não levem a mal. É incrível como a arte sempre nos acode em momentos de desespero, e é interessante saber que mesmo naquelas situações, as pessoas nunca esqueceram do seu lado artístico. Entretanto, é cansativo ler tanto sobre a mesma coisa; ensaios de peça, poemas, mudança de personagem, mais ensaios, apresentações, poemas, mais ensaio, entrevista com as sobreviventes sobre as apresentações, mais ensaios, e etc. Muito do que foi dito sobre tais apresentações culturais poderia ter sido condensado em apenas um capitulo ou dois. Como eu disse, informações repetidas.
As Meninas do Quarto 28 tinha tudo para ser um livro excelente, mas não foi. Ainda assim, vale a leitura, pois nos conta experiências nunca antes ouvidas de mais vitimas do Holocausto.