Nat 07/02/2019Pamela Lyndon Travers foi uma australiana que foi para Londres em 1924 para trabalhar como jornalista, que travou contato com alguns dos nomes mais marcantes no circuito literário da época, e que se tornou discípula do guru espiritual Gurdjjedd. Ao lançar seu livro sobre Mary Poppins, uma babá rígida e vaidosa, experimentou muito sucesso, encantou a filha de Walt Disney e chamou sua atenção, que se interessou em uma adaptação. As negociações não foram fáceis e levaram 10 anos até o resultado que vemos em dvd hoje em dia e que resultou em um Oscar para Julie Andrews, a babá (cativante, mudança feita para a adaptação) cujo talento com as crianças virou um clássico e exemplo.
"Ela chamava aquilo de “casamento desconfortável”. Walt Disney e Pamela Travers dançaram juntos – ele o grande sedutor, ela a noiva relutante – então, depois de um longo namoro, aconteceu a rápida consumação e o arrefecimento duradouro da relação. O resultado destes cinco anos de estranha união foi o maior filme da Disney da década de 1960 [...]"
Desde que me entendo por gente, conhecia Mary Poppins, não pelos livros, mas pelo filme que passava todo fim de ano, durante a ceia de Natal. Nunca tive curiosidade em ler nada, eu nem sabia quantos livros tinham sobre ela. Só fui descobrir com a leitura desse livro, que eu indico por vários motivos, o principal dele: mostra o relacionamento conturbado entre a Disney e a escritora, e a posição dela sobre adaptações de sua história. Nós vemos a Disney adaptar tantas histórias, de autores variados, que sempre achamos que é uma negociação fácil. Esse livro vem mostrar que nem sempre é assim. Foi interessante ver como esse relacionamento se desenvolveu, o tempo que levou para sair o filme, as modificações feitas. Mais interessante ainda foi ver a vida de Pamela, no que ela acredita e como ela deixou tais crenças definirem sua vida. Uma biografia excelente, que mostra muito além das variadas nuances da vida de uma das escritoras mais famosas dos últimos tempos.
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