Brina.nm 18/01/2018COMO ASSIM AINDA NÃO TINHA RESENHADO ESSE LACRE? A fenda branca vem nos contar a história de Elliot, que vive no reino de Cello, e Madeleine, que vive em Cambridge, Inglaterra.
Elliot, com 15 anos, passa seus dias em jornadas para procurar seu pai, que foi levado por um ataque roxo, o qual também matou seu tio. Sim, você leu direito, as cores no reino de Cello possuem ‘vida própria’, e atacam geralmente em bando pelo ar, caso você não esteja vestindo seu colete de proteção, pode se machucar gravemente, ou até morrer.
Madeleine é uma menina colorida em uma cidade preto e branco. Depois de ter fugido de casa junto de sua mãe, ela não é mais a mesma. Antes era uma garota que vivia voando de cidade em cidade, alegre, se divertindo com os amigos, hoje passa os dias estudando com Jack e Belle, e refletindo o porque de elas terem fugido de uma vida luxuosa, para viver em um apartamento mofado, comendo feijão enlatado todos os dias enquanto sua mãe costura para manter a casa.
Através de uma fenda, os dois mundos se conectam, e Madeleine começa a se corresponder com Elliot, aprendendo muito sobre os mundos, e principalmente sobre eles mesmos: suas dúvidas com relação aos pais, os amigos e o amor.
A medida que cartas vão sendo trocadas, eles conseguem solucionar vários problemas pelos quais estão passando, e assim vão amadurecendo, muitas vezes deixando de enxergar aquele mundo colorido e fantasioso, para perceber a realidade que os cercavam o tempo todo.
Madeleine é uma personagem muito inteligente, para ajudar a mãe nos programas de quiz que ela insiste em tentar participar, ela absorveu muito conhecimento, então todas as reflexões e cartas dela são regadas de informações científicas, curiosidades sobre tudo e todos, enriquecendo mais o mundo criado pela autora. Ela é a que mais amadurece no livro, já que no fim entende o motivo de estar ali, e passa a dar mais valor nos momentos que estava deixando passar.
Os capítulos do livro são intercalados entre o Reino de Cello e Cambridge, e narrado não só pelos personagens principais (em primeira e terceira pessoa), mas como também pelos secundários, como o xerife, Belle, Jack, entre outros tantos. Todos eles contribuem para a história, nos contando vários pontos de vista do que está acontecendo, e deixando tudo muito mais misterioso.
E o que dizer sobre esse lugar mágico que é Cello? Posso falar que é lá que estão os maiores mistérios, é lá que nossos olhos ficam presos por várias e várias páginas, querendo ajudar o pessoal das Fazendas a solucionarem seus problemas, afinal, nada pode ser mais fantástico que um mundo onde Cores tem vida própria, estações tem personalidade e podem durar tanto um dia quanto uma semana, e depois seguem para outro reino, e onde você pode pescar feitiços nos lagos.
A autora consegue nos surpreender cada vez mais, quando você acha que está seguindo a linha de raciocínio do mistério, e está quase o solucionando, ela coloca uma reviravolta no livro, aquele BUM gigante, e devoramos as páginas novamente, e quando acaba, você precisa ler o próximo, pra saber o que vai acontecer.
E essa edição linda?! A editora não manteve a capa original, mas essa ficou bem melhor, já que trás muito a essência do nome da série, As cores de Madeleine. A diagramação está perfeita e não achei erros nela. Também há no rodapé do livro Madeleine ‘pedalando’ em sua bicicleta enquanto mudamos de página.
Jaclyn com elementos simples, consegue criar uma história fantástica, inspiradora e cheia de mistérios. Os amantes de literatura fantástica vão devorar esse livro e se apaixonar pelo reino de Cello, e mais ainda por Madeleine.
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http://www.stalker-literaria.com/2015/09/a-fenda-branca-jaclyn-moriarty-1.html