spoiler visualizarntayar 02/05/2014
Suspense policial e experiência de quase morte
Sobre o autor: A. J. Kazinski é o pseudônimo de dois escritores dinamarqueses - Anders RønnowKlarlund e Jacob Weinreich.
Gênero: literatura estrangeira, suspense, policial.
O livro anterior da dupla, “O Último Homem Bom”, lançado em 2010 na Dinamarca, transformou-se em best-seller e teve os direitos vendidos para mais de 20 países.
Em O Sono e a Morte, o negociador da polícia Niels Bentzon e sua mulher Hanna estão de volta.
Ele é a pessoa que enviam primeiro quando uma pessoa desesperada está prestes a cometer alguma loucura. No início do livro, Niels recebe uma ligação de seu chefe, convocando-o a convencer uma mulher nua, supostamente drogada a não atirar-se da ponte Dybbolsbro sobre os trilhos dos trens.
Ao chegar ao local, Niels recebeu as poucas informações sobre a situação: a moça foi vista correndo nua pela rua Skelbaekgade, nada mais.
De onde ele estava, podia ver claramente a jovem, que se mantinha equilibrada no alto da ponte, como uma estátua. Tinha um aspecto frágil, um corpo de menina com rosto de adulta.
Pelo fone de ouvido, Niels ouviu a voz do chefe Leon: “Vai dar certo. Até hoje você não perdeu nenhum caso. Não há razão para que nesta noite seja diferente.”
Mas este parecia diferente: a mulher não respondia, apenas olhava para os trilhos e para a multidão de curiosos. Niels teve a impressão de que ela procurava por alguém em particular. Como não respondia, nem olhava para ele, Niels imaginou que a mulher poderia ser estrangeira, então tentou se comunicar em inglês, sem sucesso.
Enquanto isso, Niels observava a mulher: parecia ter uns 30 anos, traços delicados, suas pálpebras lutando contra o sono, na mão esquerda uma tatuagem, os calcanhares ultrapassando a beirada da plataforma, como um mergulhador prestes a saltar.
Nada deu certo. Ela disse uma palavra que foi encoberta pelos gritos dos curiosos e saltou.
Niels estava certo de que a pessoa que levou a mulher a se suicidar estava ali, entre as pessoas que observavam. A moça o viu e com certeza estava sendo perseguida. Ela estava com medo de dormir, de perder a consciência.
Duas coisas eram importantíssimas: uma autópsia e a gravação de sua conversa com a moça, para tentar entender a palavra que ela disse, a única palavra antes de pular.
A autópsia revela que a vítima era dinamarquesa. A tatuagem era, na verdade, uma anotação feita a mão, com caneta: Ligar banco – NMSB. Seg.16.
Entre a sobrancelha e a têmpora, uma cicatriz, talvez provocada por algum acidente na infância.
E o mais curioso: marcas deixadas por um desfibrilador.
Pouco depois, a identificação: Dicte van Hauen. Ela era uma bailarina, uma estrela do Balé Real.
A transcrição da gravação da tentativa de resgate de Dicte, revela a palavra dita antes do salto para a morte: Echelon.
Echelo é um sistema de interceptação de conversas particulares e públicas desenvolvido em colaboração pelos americanos e ingleses. Ela estava sendo perseguida? Não tinha escolha além do suicídio?
As investigações revelaram que Dicte não tinha celular, nem TV a cabo, nem provedor de internet.
Enquanto Niels procura insistentemente resolver o mistério que envolve essa morte, que todos consideravam um caso fechado de suicídio, outras histórias correm paralelamente: sua esposa que sofre de uma insônia e a imensa tristeza pela morte do filho suicida; um hospital psiquiátrico onde uma jovem se isola do mundo após ter presenciado o assassinato de sua mãe; uma família de aristocratas com um segredo terrível; os dramas pessoais de uma equipe de dançarinos.
Esse livro agradará aos leitores que apreciam a literatura de suspense policial e aos que se interessam pelo tema da experiência de quase morte.