O Horror da Guerra

O Horror da Guerra Niall Ferguson




Resenhas - O Horror da Guerra


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Romeu Felix 24/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
O livro "O Horror da Guerra" de Niall Ferguson é uma análise provocativa da Primeira Guerra Mundial, que busca ir além da mera narrativa dos eventos e oferecer uma compreensão mais profunda das causas, consequências e significado da guerra. Abaixo, segue um fichamento completo do livro:

Introdução

O autor propõe uma análise dos aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais que levaram à guerra e que dela decorreram.
A Primeira Guerra Mundial foi um evento de proporções gigantescas que mudou a face do mundo e marcou o século XX.
O livro é organizado em quatro partes que abordam os temas centrais da guerra: as causas, a estratégia, as consequências e o legado.
Parte I - Causas

O capítulo introdutório apresenta a ideia de que a guerra foi resultado de uma "crise da globalização", marcada por uma competição econômica e imperialista entre as grandes potências.
As outras causas principais incluem a crise dos impérios multinacionais, a tensão nacionalista, a corrida armamentista e a cultura da guerra.
Parte II - Estratégia

Os capítulos desta parte exploram a estratégia militar adotada pelos países envolvidos na guerra e seus efeitos.
Ferguson argumenta que a guerra foi uma guerra total, que mobilizou todos os recursos dos países envolvidos e levou a uma transformação na natureza da guerra.
A estratégia adotada pelos países foi influenciada por fatores como a geografia, a tecnologia militar e a cultura militar.
Parte III - Consequências

Os capítulos desta parte analisam as consequências imediatas da guerra, incluindo as mudanças no equilíbrio de poder na Europa, a emergência dos Estados Unidos como uma potência mundial e a crise do colonialismo europeu.
Também são discutidos os efeitos sociais e culturais da guerra, como o aumento do nacionalismo e do pacifismo.
Parte IV - Legado

Os capítulos finais exploram o legado duradouro da Primeira Guerra Mundial, incluindo a forma como a guerra moldou a política e a cultura do século XX.
Entre os legados destacados estão a emergência dos Estados Unidos como uma superpotência, o surgimento do totalitarismo e a cultura da guerra que persistiu após o fim do conflito.
Conclusão

O autor conclui que a Primeira Guerra Mundial foi um evento crucial na história mundial que moldou o século XX e que continua a influenciar o mundo contemporâneo.
Ferguson argumenta que a guerra foi resultado de uma série de fatores inter-relacionados e que não pode ser compreendida em termos simplistas.
O livro propõe uma análise multidimensional da guerra que busca oferecer uma compreensão mais profunda de suas causas, consequências e significado.
Por: Romeu Felix Menin Junior.
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Daniel Rolim 24/01/2019

Niall Ferguson segue destruindo lugares comuns em mais um livro para lá de provocativo, desdenhando da esquerda e da direita, colocando o próprio Keynes pra escanteio e demonstrando como a Primeira Guerra Mundial acabou com todo um primeiro ciclo de globalização da nossa história, em que a livre circulação de bens, capital, pessoas e ideias foi substituída por uma era de fechamento do comércio internacional, fascismo e comunismo.
Ainda, para fugir do clichê, o autor nos mostra que a Inglaterra e a França saíram tão derrotadas quanto a Alemanha, e que uma guerra européia somente poderia beneficiar, como de fato beneficiou, os países que estavam na esteira da Europa, como os EUA e o Japão.
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Ronan 23/12/2018

Sem dúvida uma análise provocativa

No início, a ideia de uma História contrafactual como ele propõe fazer assusta um pouco, mas se revela profícua embora não ortodoxa para os historiadores.
O autor despreza teorias marxistas sobre a origem econômica do conflito (imperialismo) , o que é questionável.
As questões que ele defende sobre a participação e papel da imprensa na guerra são importantes, a influência da imprensa sobre o conflito foi inversamente proporcional à distância do Front segundo ele.
Creio que ele superestima o papel da Grã Bretanha no conflito.
Seu estudo detido sobre as causas da derrota dos impérios centrais e do papel da moral dos soldados nisso são interessantes e relevantes.
O Estudo sobre o papel das indenizações do Tratado de Versalhes sobre a economia alemã é muito inovador ao defender que a hiperinflação foi causada de propósito e internamente pelo políticos de Weimar, e que o peso das indenizações não foi tão grande a ponto de colapsar o país. Em outras palavras, a Alemanha quebrou economicamente por si só segundo ele.
Fica muito claro no último capítulo que o autor tem um posicionamento político conservador (politicamente) e liberal (economicamente) ao colocar lado a lado Hitler e Lênin e os respectivos regimes que originaram em termos de mortandade, algo complicado.
Ele tenta, o tempo todo, ao longo do livro, entender os motivos do fim da hegemonia global que seu país, a Grã Bretanha, exerceu até a I Guerra, parece mesmo que esse entendimento foi o principal motivo para que ele escrevesse o livro, chega a incomodar a onipresença do tema. Para ele a I guerra foi o maior erro da História (talvez por ter acabado com essa hegemonia?).
No geral, o livro levanta questões e interpretações novas sobre o tema da I Guerra , é no mínimo provocador como sugere o título e vale a leitura.
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Marco 05/10/2016

Excelente análise
Niall Ferguson logo de início se compromete a não escrever um "manual" didático sobre a guerra, alegando a abundância de materiais assim já escritos (não tão abundantes aqui no Brasil, infelizmente). Em conseqüência, temos aqui uma análise do conflito e seus desdobramentos via história "econômica e social" e "diplomática e militar", essa última não descrevendo as situações táticas utilizadas em cada combate, mas sim ao aspecto estratégico sob quais os generais e governantes tiveram de trabalhar para fins diplomáticos e belicosos.
"O Horror da Guerra" é de fato (como quase tudo escrito pelo autor) polêmico e provocativo, diferenciando em muito do que já encontramos pelas prateleiras livrarias a fora. E com intuito de embasar essa obra fora da tangente, Ferguson se propõe a responder dez perguntas em 14 capítulos via abordagem analítica. São elas:
1 - A guerra era inevitável, seja por causa do militarismo, do imperialismo, da diplomacia secreta ou da corrida armamentista?
2 - Por que os líderes alemães apostaram a guerra em 1914?
3 - Por que os líderes britânicos decidiram intervir quando a guerra eclodiu no continente?
4 - A guerra foi realmente concebida com entusiasmo popular como realmente se acredita?
5 - A propaganda, e especialmente a imprensa, mantiveram a guerra em curso, como acreditava Karl Kraus?
6 - Por que a enorme superioridade econômica do Império Britânico não foi suficiente para derrotar os Impérios Centrais mais rapidamente e sem intervenção norte-americana?
7 - Por que a superioridade do exército alemão não foi capaz de derrotar os exércitos britânico e francês na Frente Ocidental, como fez com a Sérvia, a Romênia e a Rússia?
8 - Por que os homens continuavam lutando quando as condições no campo de batalha eram, como contam os poetas de guerra, tão deploráveis?
9 - Por que os homens deixaram de lutar?
10 - Quem ganhou a paz - para ser preciso, quem acabou pagando pela guerra?

Todas essas perguntas serão respondidas pelo método já descrito e ainda corroborado por impressionantes tabelas e gráficos econômicos. No entanto, a obra possui alguns defeitos.
Por exemplo, a pergunta 1, na minha opinião, não foi respondida convincentemente por algumas análises contraditórias, colocando em destaque a afirmação de que a guerra se iniciou por temores defensivos alemães. Oras, intrinsecamente a essa conclusão, descreve o livro que esse temor se inicia pela fomentação e crescimento de exércitos rivais, o que infelizmente enquadra a análise no senso comum já carimbado dos historiadores.
Além do mais, apesar da brilhante argumentação acerca da eficiência dos Impérios Centrais em "matar ao menor custo" os soldados dos exércitos adversários (pergunta 7), não houve uma complementação ao exposto com uma explicação nos termos econômicos, estratégicos e militares para a vitória da Alemanha e da Áustria-Hungria sobre a Sérvia e a Romênia. Algo que não desmente a conclusão do autor, mas que muito elucidaria a eficiência da análise empregada.
Por fim a obra é altamente recomendada COM UM “PORÉM”. Aquele que se aventurar nas mais de 600 páginas de "O Horror da Guerra" deve ter conhecimento prévio sobre o conflito (como o livro de Lawrence Sondhaus ou a enciclopédia da Editora Abril "História do Século 20 - 1914/1919") assim como conhecimento prévio de noções básicas de Economia.
Por isso, apesar de achar injusta a média de avaliações feitas à obra, consigo perfeitamente entender o motivo de assim estar. Sem essas precauções, “O Horror da Guerra” se tornará uma leitura extremamente enfadonha e confusa.
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