Nath 13/01/2016Resenha para o blog Pobre LeitoraVívian mora com seu pai e seu filhinho, Lucas. Ela leva uma vida monótona, sem graça. É uma mulher cansada e um pouco amargurada, o que a deixa parecendo mais velha do que realmente é. Um dia, ao voltar do serviço, se depara com a cena de um acidente envolvendo um carro e uma moto. É chocante, mas ela não dá a devida atenção. Chegando em casa ela começa a ver coisas no espelho, um homem. Achando que é coisa da sua mente que está muito cansada ela vai dormir. No dia seguinte, no shopping com seu filho ela vê esse homem de novo e ele começa a persegui-los. Vívian não podia estar mais amedrontada afinal, aquele homem era Gabriel, o pai de seu filho, que os abandonou assim que Lucas nasceu e antes mesmo da gravidez, machucou Vívian de uma forma que ela ficou marcada pra sempre.
É a partir daí que tudo começa a dar errado, Vívian não consegue mais viver em paz, não consegue nem dormir de tanto medo que sente. Gabriel está furioso, ele quer vingança, e vai conseguir...
Você acredita em vida após a morte? Você acredita que nós temos uma missão, um dever aqui na Terra e que vivemos diversas vidas até conseguirmos concertar todos os nossos erros, reparar todo o mal que fizemos a alguém? Bom, se não acredita, depois desse livro você vai pelo menos pensar sobre isso. Eu não acreditava nesse tipo de coisa mas me peguei refletindo muito e desejando que realmente fosse assim.
Num primeiro momento não imaginei que o livro fosse tratar disso, de estar vivo depois de se morrer mas não se preocupe caro leitor, Alameda não é um livro espirita ou coisa do tipo. A autora apenas usou desse artifício para tratar de uma coisa mais importante: a redenção pelos seus erros, o assumir a sua culpa, a busca pelo perdão e por segundas chances, por um recomeço.
Vívian é uma mulher com feridas, amargurada. Ela perdeu o amor de sua vida para a morte, depois se envolveu com um cara problemático que a abandonou, a machucou. Ela só queria ter paz, só esperava que Gabriel nunca mais aparecesse, mas ele retornou e atrapalhou a vida dela novamente. Ela é forte mas será que vai aguentar tudo isso de novo?
Não vou contar como a vida após a morte entra na história porque em minha opinião, estaria estragando a surpresa da história. Mas posso dizer que esse plot foi muito bem abordado. A Karen trabalhou com tortura psicológica, medo, raiva e confusão de uma maneira incrível. Ela colocou sentimentos conflitantes em seus personagens, ações inesperadas e outras coisitas mais, que nos deixam sem saber se devemos odiar ou não tal pessoa. Eu mesma disse pra ela que estava pronta pra detonar o Gabriel aqui nessa resenha e quando chegou no final, puff, acabou a raiva e eu só sentia pena dele. Todo o mal causado na história tem um sentido, tem um porquê e basicamente, a mágoa é o motivo. Achei isso muito bom afinal, quantas vezes nós já não guardamos sentimentos ruins como esse dentro da gente, quantas vezes já não quisemos vingança contra uma pessoa que nos fez mal? Pode não ser vingança no sentido mais pesado da palavra, pode não ser aquela vingança de filme, mas já guardamos muitas mágoas com certeza. E quando essa mágoa é contra uma pessoa que se ama? Tudo piora, o sentimento é mais forte ainda.
Toda a coisa de ter um recomeço, poder se redimir pelos seus erros, concertar tudo de mal que você fez pra alguém é bem forte na história. Nós, muitas vezes, somos que nem a Vívian: estamos feridos e achamos que só nós passamos por maus momentos mas não paramos pra pensar e perceber que a gente pode ter feito o mal também, que a gente pode ter acabado com a vida de alguém de alguma maneira. A Vívian aprendeu isso do modo mas difícil, infelizmente.
Os personagens foram muito bem trabalhados, desde o pequeno Lucas em toda sua doçura de criança até a Rainha que é a própria personificação do mal. A narrativa é outro ponto forte, é rápida e gostosa de se ler. A história é contada em 1° pessoa pelo ponto de Vívian e foi perfeito assim, pois ela é a personagem que busca entender o que está acontecendo, que precisa descobrir como se redimir e tendo sua visão podemos sentir que realmente ela aprendeu, se arrependeu e buscou uma nova chance.
A diagramação do livro é bem simples, com folhas amareladas e letra em bom tamanho. Encontrei um erro aqui e outro ali mas nada que atrapalhasse, nem lembro mais o que era.
Adorei o final desse livro, ele não poderia terminar de maneira melhor. Ai Karen, vemk dá um abraço ♥
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http://pobreleitora.blogspot.com.br/2015/04/resenha-alameda-dos-pesadelos-karen.html