LUA 24/11/2014Eu sou algodão doce.Se você não leu a Redenção do Cafajeste, deixa eu te atualizar um pouquinho e prometo, sem muito spoiler:
Redenção do Cafajeste conta história de Arthur e Maiana, Arthur um cara rico, playboy, que gosta de ir para festas de rock para se libertar, que gosta de uma boa suruba e se aproveitar de disvirginar mocinhas inocentes mulheres. (sorry, eu assisti Faroeste Caboclo ontem, mas isso é um outro assunto). Posso dizer que Arthur é um "mocinho" a lá Diana Palmer. Se você lê romance de banca, já entendeu o quero dizer, aquele tipo machista-egoista-bruto-sexy que nós amamos odiar. Já Maiana é um doce de candura, uma menina pobre, esforçada que pega o trem Japeri (para quem não é do Rio de Janeiro, Japeri é um lugar pobre na Baixada Fluminense) as seis da manhã. Um dia o destino (vou dizer que é o destino para não dar spoiler) une Arthur e Maiana. Já viram né? Mocinha pobre encontra mocinho rico. Tudo vai bem até que algo acontece e tchan-tchan-tchan eles se separam.
Porque eu contei tudo isso?
Porque é aí que entra o Matheus Sá de Mello, o nosso Matt para os mais íntimos. Coadjuvante na história, Matt é amigo de infância de Arthur e ao conhecer Maiana, logo se apaixona pela "namorada" do amigo,mas para não se envolver entre os dois, ele se contém. Quando Arthur e Maiana se separam, Matt entra em cena novamente, fazendo o papel de bom moço e ajudando Maiana em uma difícil questão que a une a Arthur.
O happy end acontece e só resta a Matt recolher seu coração despedaçado e se afastar do casal.
Gente, isso causou uma comoção generalizada no grupo da autora e nos grupos literários. Teve quase manifestação. Todas queriam que a autora contasse a história do Matt. Porque ele é a personificação do homem dos sonhos: lindo, loiro e com pegada.
Assim, a Nana não teve jeito e escreveu um livro para o Matt.
Vamos ao livro:
Uma palavrinha define esse livro para mim: UAU!
Desde a Redenção do Cafajeste eu me apaixonei pelo Matt. Ele como diz a sinopse é um anjo de olhar doce e temperamento forte. Matt é um Dom. Mas diferente do que estamos acostumados Matt não curte BDSM porque é traumatizado ou sofreu algum abuso, ele é assim porque quer, porque realmente gosta. Submeter é o que dá prazer a ele. Não tem mimimi, mas ao mesmo tempo ele é doce, carinhoso e romântico. Pode isso, Arnaldo? Pode. Nana mostra para seus leitores que ninguém é cem por cento de um modo, as pessoas podem ser "cruéis" e doces ao mesmo tempo.
Já Sophia Marinho é uma moça descolada, que morou fora por muito tempo e volta ao Brasil a trabalho e que também é uma Dominatrix.
Eles se encontram pela primeira vez em Clube de BDSM e Sophia fica encantada com o "anjo" que vê. Determinada do jeito que é, ela acredita que fará de Matt seu submisso.
Ao longo do livro, Matt vai tentando criar uma relação com Sophia, mas com problemas no passado, Sophia vai tentando não ceder aos encantos de Matt.. De um lado temos um Matt, um romântico à moda antiga mas ao mesmo tempo mestre em Shibari ( não sabe o que é Shibari? Eu também não sabia, mas perguntei ao Google) e chicotes longos. Do outro Sophia, uma mulher forte, centrada e que não quer se apaixonar. Isso gera cenas altamente fortes, e impactantes que eu aconselho a ler com o ventilador ligado.
O livro já seria muito bom se fosse somente erótico, mas não é. Tem romance dos bons, de fazer quase chorar.
Além disso tudo, tem questões relativas a preconceito, tem aceitação de suas vontades e de seus desejos e tem consequências do uso de drogas. Aos poucos, a autora vai pincelando dentro da sua histórias questões realmente importantes e que levarão seus leitores a refletir.
Fora isso, um passeio lindo pelo Rio de Janeiro, que vai de Madureira ao Leblon e pela cidade do Porto, em Portugal.
Para encerrar, claro com chave de ouro, o livro mostra que para se construir uma relação, não é necessário a submissão mas a admissão de que muitas das vezes, só se é feliz quando fazemos o outro feliz. Mesmo que algo não nos agrade, é necessário ceder e dar ao outro a chance de também satisfazer seus desejos. Lindo.
Depois desse livro, eu virei, como diria as meninas da página da Nana no Facebook, uma Nanete. E já estou de olho no livro que encerra a trilogia sobre um terceiro amigo do Matt, Sr Antônio Sarangoça, que também aparece nos livros anteriores.
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