flaflozano 18/05/2018
A little taste
O quanto de sexo tem nesse livro : 3/5
Quão explícito é :3/5
Drama: 4/5
Coerência : 4/5
Romance : 3/5
A bruxa ferveu de poder. Encantamentos e feitiços se formaram redemoinhos a seu redor. Bowen podia senti-los e percebê-los enredando-se a seu redor, atando-o a ela, porque o estava atraindo para que a beijasse...
Não. Não podia deixar se distrair de seu objetivo! Não deixaria. Naquela competição havia muito em jogo. Seu passado, seu futuro. Sabia — sabia por que estava lutando— então, por que não podia afastar os olhos do rosto da bruxa?
Quando elevou a face para ele, seus traços pareceram mudar. Por um instante sua íris trocou com rapidez do azul normal a um intenso e tormentoso cinza. Lambeu os lábios, e justo ali diante dele, trocaram do rosa a um vermelho profundo do mais tentador. Seu membro palpitou mais duramente, pressionando contra suas calças.
Sim, tinha que prová-la. Saber o que aqueles brilhantes lábios prometiam...? Impossível. Não até que desse uma olhada no corpo que encobria aquela capa. Ela era exuberante, surpreendentemente curvilínea e com uns altos e cheios seios. E naquele túnel, quando a tinha visto engatinhar na frente dele, o encanto de suas generosas coxas e trazeiro tinha sido tão forte como o canto de uma sereia para ele. A teria seguido durante milhas, duro como uma pedra, com o coração bramando em antecipação.
E depois ver-se pressionado contra ela naquela posição? Demônios, tinha tido que conter-se para não empurrar-se incontrolavelmente contra ela...
—Bowen... —sussurrou ela, com um toque de necessidade na voz.
A bruxa queria; ele se sentia indefeso para não dar.
Seu primeiro beijo em quase dois séculos.
Atraindo-a mais perto com a mão em sua nuca, inclinou-se e tomou sua boca com a dele. O simples contato o sacudiu. Do primeiro toque, sentiu a entrega de seus lábios, abrindo-se em boa-vinda. Soltou um gritou contra ele, e suas palmas riscaram seu peito até descansar em seu pescoço, os dedos se uniram em seu cabelo.
Ele deslizou a língua em sua boca, e deu a boa-vinda com a sua, com suaves e pícaras lambidas que o fizeram inalar bruscamente até grunhir contra ela. Sua mão livre a agarrou com força da cintura para sustentá-la enquanto aprofundava o beijo, e ela gemeu em aprovação, relaxando-se contra ele.
Ela era que o estava cativando, então, por que parecia que era ela que estava como uma louca? Parecia... Perdida por ele. Quando se retiraria? Certamente não esperaria que o fizesse ele. Diria que parasse, e de algum jeito ele se arrumaria para renunciar ao que desejava, como o tinha feita centenas de vezes antes.
Mas isso não foi o que disse. Entre lambidas, sussurrou:
—Sim, Bowen, sim.
Em vez de controlar sua luxúria, urgia a ela, como se desejasse que ele, um Lykae, perdesse o controle.
Segurou-a com mais força por seu pescoço. Durante centenas de anos, tinha desprezado totalmente às bruxas. Entretanto, agora estava saboreando o lascivo e aditivo beijo de uma delas — uma bruxa suave, de lábios vermelhos como o rubi quem, temia, poderia transformar em realidade todos seus desejos sexuais. Ao ter estado tanto tempo sem sexo, Bowen sonhava com ele constantemente.
Deixar-se levar depois de tanto tempo... Segui-la para o esquecimento. Segui-la naquela queda.
Por fim Mari o sentiu deixar-se ir, ficando mais agressivo, tão feroz como tinha esperado.
Seu beijo foi duro e quente quando reivindicou sua boca. E ela estava mais que pronta para igualar sua necessidade. Se descobriu ficando de joelhos, pressionando descaradamente seu corpo contra o dele, sentindo sua inflexível ereção contra o ventre.
Logo se converteria em uma imortal, podia-o sentir, e todos haviam dito que o rio de sensações que experimentaria guiando-a à mudança seria forte. Tanto que tinha achado arrasador. O que acontecia com ela? Estava desfrutando do primeiro esboço de luxúria entre dois imortais?
Ele era o beijador mais pecaminoso que nunca tinha tido, e sabia que não voltaria a ter outra oportunidade com ele. Assim segurou sua cabeça, e o beijou como se sua vida dependesse disso.
No passado, quando fazia amor, Mari havia sentido que faltava algo vital, algo sem o qual temia não poder estar muito mais. Agora sabia que era o que tinha sentido falta. Intensidade. Aquela frenética paixão tão forte que fazia que o sentido comum — e o mesmo pensamento— desaparecesse em um nada e deixassem unicamente sentimento. Ele podia lhe dar aquilo.
Com uma mão segura a sua cintura, ele esfregou um polegar acima e abaixo pelo torso. Quando tocou com o pequeno anel o umbigo, ele deixou escapar um rápido e surpreso fôlego contra seus lábios.
Sua tremula mão finalmente viajou mais abaixo...
Desejando também o tocar, Mari fez correr seus dedos por seu amplo peito. Justo quando alcançou a cintura das calças, ele começou a abrir espaço entre seus shortes. Seu beijo ficou mais desesperado.
Quando ela imaginou tocando-a daquela forma, dando prazer, não pôde evitar que seus quadris se balançassem contra a mão dele. Mas quando seus curiosos dedos se afundaram mais abaixo, e roçou a longa e escorregadia cabeça de sua ereção, ele se sacudiu como surpreso pelo toque, como se o tivesse queimado.
Segurou-a pela mão, aparentemente decidindo se deveria afastar a mão ou pressioná-la contra ele.
—Preciso de você — ele disse por fim com voz rouca, colocando sua mão dentro do calor de seus jeans para que segurasse seu grosso membro—. O necessito tanto.
—Sim! —gritou ela, sentindo-o acariciar a borda de suas calcinhas.
Ele grunhiu e moveu a mão mais abaixo. Quando por fim embalou a úmida carne entre suas pernas, estremeceu, empurrando contra o punho dela.
Quando Mari não tinha dúvidas de que estavam a ponto de satisfazer o um ao outro, ele parou. Inclusive embora sua ereção palpitasse em seu agarre, e sua respiração era irregular, retirou a mão dela e sacudiu com dureza a cabeça.
—Mas não posso fazê-lo.
De repente, tirou a mão de Mari dele, retorcendo com tanta força a mão, que a magia começou a nascer em sua palma em um ato refletivo. Seus fantasmais olhos azuis piscaram diante a luz. Depois, como se recordasse o que ela era, pareceu aborrecido. Disse com uma voz baixa:
—Deixa o Hie, bruxa.
Ela moveu lentamente a cabeça.
—Nunca, MacRieve. —Não depois de tudo o que tinha feito para chegar até ali. E não quando o próximo Hie não seria em outros duzentos e cinqüenta anos.
Os lábios dele se retraíram sutilmente até mostrar suas longas presas.
—Promete que o deixará, ou juro que farei o que seja para que não volte a me distrair.
—Eu não estava tentando te distrair...
—Panaquices! —Puxou para um lado a tampa do sarcófago sobre a que ela se apoiava, sobressaltando-a. Baixou a mão, e tirou o adorno, uma incrível peça feita de ouro e jade—. Quase consegue me fazer esquecer o que de verdade queria. —Apertando os dedos ao redor da peça, lançou-lhe um ameaçador sorriso. Ambos sabiam que tudo o que tinha que fazer era colocar o prêmio sobre sua cabeça, e viajaria até a Riora, a deusa do Hie. Elevou-o, e o adorno desapareceu; um segundo mais tarde, Mari sentiu a magia, clara e verdadeira, e cheirou o templo do bosque da deusa no meio do mundo.
Mari tinha perdido os pontos assim de fácil — ou bem os tinham arrebatado.
—De verdade pensa que pode me derrotar? —perguntou ele—. E a não ser a mim, então a Valquíria ou ao vampiro?
—Uma vidente predisse que Kaderin perderia o Hie por uma vez. Qualquer um pode ganhar.
Ele a observou.
—Sabe que ganharei eu. O que é o que busca?
Demonstrar a todos! Em vez disso disse:
—É pessoal. Olhe, poderíamos formar uma equipe. A chave funciona duas vezes.
—Formar uma equipe com você? O que poderia me oferecer você? —a expressão que lhe dirigiu dizia que s divertia o que havia dito. Mari entrecerrou os olhos. Não deveria divertir-se tanto.
—Não é que não tenha habilidade, MacRieve. Ganhei as duas primeiras tarefas que decidi empreender. —Mari podia ser surpreendentemente efetiva para alguém que raramente se colocava em situações perigosas. Quando de verdade decidia conseguir algo, trabalhava duro. No Hie, tinha que trabalhar ainda mais duro simplesmente porque era uma mortal—. E acredito que te derrotei aqui.
—Tem idéia do muito que odeio às bruxas?
Muitos do Lorekind o faziam. Temia e desconfiava das bruxas, e só eram usadas para adquirir seus feitiços. E aquele desdém nunca tinha a incomodado tanto como nesse momento.
—Não, esse fato me escapou quando estava colocando a língua na minha boca.
A lembrança pareceu enfurecê-lo.
—Não se retirará da busca? Então eu o farei por você. —girou afastando-se dela, depois partiu para o túnel.
Suspeitando o que planejava fazer, sentiu pânico —e à magia— elevar-se em seu interior. Depois de uma cortante sacudida de cabeça, apressou-se atrás dele.
—Espera, MacRieve! —Quando chegou ao túnel, ele já estava deslizando pelo outro lado. Uma concentração de magia cresceu em sua mão, e atirou um raio dela. Não sabia o que esperava...
Embora saiu disparado em linha reta como um laser, apenas o roçou. Uma vez que o túnel ficou limpo de tudo exceto dos restos das chamas de poder, ele se inclinou para dirigir um olhar de desaprovação e então desapareceu.
Sustentando em alto a lanterna, Mari engatinhou através do terrível espaço, respirando rápida e cortantemente, com a magia envolvendo-a como uma nuvem. Uma vez livre do túnel, cruzou correndo o corredor até por fim chegar à primeira sala de espera.
A entrada à tumba se encontrava ao menos a doze pés por cima do chão daquela sala. Chegou a tempo de vê-lo saltar aquela distância limpamente de um salto.
Quando ele a olhou da abertura, seus olhos pareciam enlouquecidos, e Mari viu que estava se transformando mais completamente. Uma imagem de uma besta furiosa passou com rapidez sobre ele. Ele se agachou, colocando-se sob o restelo. Quando elevou as mãos sobre ele para agarrá-lo, Mari disse:
—Não o faça, MacRieve.
Ele levantou o peso — com dificuldade, mas sem ajuda. Dois demônios se encarregaram daquela proeza. E a colossal pedra que os três arqueiros tinham lutado por empurrar debaixo? MacRieve simplesmente a separou de uma patada, puxando-a da saliente até o espaço perto de Mari.
Como se seus pensamentos atraíram aos outros competidores, os arqueiros entraram na sala exterior, seus relaxados sorrisos brilhando à luz de suas lanternas. Quando a viram, pareceram surpreendidos de que não levasse seu manto. Seus olhares se dirigiram a suas bicudas orelhas.
—Mariketa, é fey, como nós? —perguntou Tera, a fêmea—. Se murmurava na assembléia...
As palavras de Tera desapareceram quando Mari nervosa, levantou o queixo em direção a MacRieve. Os arqueiros entraram. Em um segundo, dirigiram três arcos para ele, ainda sabendo que se disparavam, ele deixaria cair a carga, e os deixaria presos.
Mas ele vai fazer de qualquer forma.
Nesse momento chegaram os demônios, compreendendo com rapidez a situação. Suas presas se alargaram quando começaram a converter-se a sua furiosa forma demoníaca.
Seus olhos se obscureceram e sua pele ficou mais escura até ser de uma cor vermelha profunda. Seus elegantemente curvos chifres, que normalmente se curvavam para fora depois das têmporas até os lados de suas cabeças, agora se endireitaram e se afiaram até converter-se em mortais pontas, sua usual cor parecida ao de uma concha ficou negro.
Rydstrom, o demônio mais velho disse chiando os dentes:
—Bowen, pensa o que pretende fazer. —Obviamente, aqueles dois se conheciam.
Tera murmurou a Mari:
—Pode pedir ajuda, Mariketa?
Mari elevou a mão direita com a intenção de enviar uma mensagem psíquica a seu aquelarre. Nada ocorreu. Voltou a elevar a mão outra vez.
Quando falhou de novo, MacRieve riu dela. Sua voz soava como a de uma besta, disse chiando os dentes:
—Não é tão poderosa, bruxa.
Suficiente. A fúria se agitou nela como nunca tinha imaginado possível. Queria machucá-lo , necessitava-o, e de repente um estranho foco de atenção chegou a sua ira, controlando seu poder.
Colocou a mão direita depois das costas, e dela surgiu uma coluna de vermelha luz, tomando a forma de uma adaga. Tera devia ter visto o que fazia, sendo que se aproximou furtivamente dela e elevou a lanterna para camuflar o mágico brilho.
Que crescia... E crescia...
Com um rápido movimento, Mari atirou a adaga de luz sobre a cabeça. MacRieve pareceu surpreso diante a velocidade e se retorceu para se esquivar mas explodiu em indolores fragmentos sobre seu coração.
No alvo. Sutilmente.
Com um olhar para baixo, MacRieve sorriu satisfeito, acreditando-se a salvo.
—Guarde suas adagas, bruxa, até que ganhem um pouco de força.
Tranqüilamente, deu um passo atrás... Então deixou cair a pedra. Quando caiu de repente com um ensurdecedor golpe, uma salva de flechas se afundou nela, muito tarde. Ar, rocha e areia se precipitaram sobre o rosto de Mari, metendo-se o nos olhos. Ouviu os gritar elfos machos com raiva enquanto se precipitavam para frente e golpeavam a parede.
Quando Mari limpou a areia dos olhos, piscou, sem poder acreditar no que via. Os elfos recuaram em silêncio. Em algum momento do passado, algo tinha saltado para lá, procurando desesperadamente ser liberado daquele lugar.
Umas profundas marcas de garras marcavam a parte traseira do restelo com frenéticas linhas.