F. Pierantoni 20/09/2010Catching FireDepois de terminar Jogos Vorazes (Hunger Games, em inglês), fui correndo me apoderar da sequência da história, intitulada Catching Fire (ainda não há previsão de lançamento no Brasil). Aparte de minha ansiedade por descobrir o que aconteceria com os personagens que tanto me cativaram, fui movido também por uma profunda curiosidade: teria a autora, Suzanne Collins, capacidade de superar a qualidade do primeiro livro, considerado perfeito por mim? Ou o reflexo impecável de Jogos Vorazes acabaria por ressaltar as possíveis falhas de Catching Fire?
O volume dois começa de onde parou o primeiro. Nas últimas páginas de Jogos Vorazes, Katniss percebera que o fim dos Jogos não significa sua segurança. Nem de longe. Sua batalha para sobreviver não está para terminar e as perspectivas não são nada boas. Seu desempenho no reality show gerou efeitos incalculáveis em Panem e há pressões por todos os lados. Rumores de uma rebelião começam a se espalhar como fogo e Katniss parece ser a única capaz de findá-los – ou aumentá-los.
A princípio, não sabia como esse livro funcionaria. Os Jogos foram parte tão importante do livro um que, com o término da edição envolvendo Katniss, tinha receio de que a trama fraquejasse sem sua espinha dorsal. Esse temor, porém, mostrou-se completamente infundado. Mais uma vez, a história flui de forma poderosa, ágil e profundamente emotiva. Os Jogos Vorazes revelam ser apenas a ponta do iceberg e Katniss, mesmo fora da arena, é desejada morta pela Capital. Ao mesmo tempo, ela precisa cuidar não só de si mesma, mas também de seus entes queridos, lutando debilmente para filtrá-los de todos os perigos trazidos por sua posição de símbolo de uma rebelião.
Suzanne Collins segue genial e sua trama é tão imersiva quanto antes. As surpresas continuam a nos atingir como flechas e, uma delas, é absolutamente inesperada. Num primeiro instante, cheguei a sentir-me traído e enganado pela autora, mas, logo, essa mágoa se transformou em admiração. Ao fim da obra, depois de aturdir-me com seu impactante gancho final – que gancho! –, meu desejo persiste: espero, algum dia, ser capaz de escrever tão bem quanto Collins.
Tal qual Jogos Vorazes, Catching Fire é uma obra-prima. Minha identificação com o volume um ainda me faz preferi-lo, mas este segundo título é certamente do mesmo nível do primeiro. Ou seja: maravilhoso.
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