Resenhas - O fardo

Paula 17/02/2020

O livro, O fardo, Agatha Christie, foi meu primeiro contato com a autora e já me conquistou no primeiro capítulo, o enrendo prende do inicio ao fim!
Em O fardo, encontramos o lado obsessivo do amor, que pode ultrapassar o limite e fazer mal ao amado, mesmo que seja com boas intenções. Na história, Laura Franklin, apresenta essa forma de amar com relação a irmã, a quem odiava quando ainda era uma criança.
Com mais de um ponto de vista, a história de Laura ganha forma, se entrelaça entre amor e ódio, e levanta o questionamento, "o amor é um fardo para o ser amado?".

Aninha | @pactoliterario 18/05/2019

"Uma irmãzinha? Sim, isso seria mais fácil do que um irmão. Uma irmã seria apenas uma outra Laura, uma Laura inferior. Uma Laura sem dentes, sem cabelo e sem graça."

Laura sempre foi ressentida por seus pais não darem atenção a ela e gostarem mais de seu irmão, Charles, do que dela. Só que depois que seu irmão vem a falecer, ela quer de todo jeito tomar o posto dele e ser amada igualmente.

Só que quando ela está dando o melhor de si para isso tudo acontecer, vem a tona a notícia de que sua mãe está grávida. Ela já toma ódio por essa criança só de imaginar se vai ser um menino. Mas acaba sendo uma menina, Shirley. Seus pais voltam total a atenção para essa criança e Laura toma um ódio profundo dela.

O sr. Bradook é amigo dos pais de Laura, e depois de algumas visitas a casa dela, ambos acabam se tornando amigos. Ela está sempre indo a casa dele para dividir seus segredos, até os mais obscuros. E acaba contando que deseja que sua irmã morra.

Mas todos esses sentimentos mudam quando a babá de Shirley tem uma convulsão e acaba colocando fogo na casa. Ela conseguiu sair de dentro da casa, mas sua irmã ficou lá dentro e depois de ouvir o choro dela, ela retorna à casa e salva sua irmã.

Depois desse dia os únicos sentimentos que Laura tem por Shirley é de amor e proteção, ainda mais depois que seus pais morrem e a responsabilidade da garota fica por conta dela.

Agatha escreveu O Fardo sob seu pseudônimo Mary Westmacott. Nesse livro nós temos uma Agatha totalmente diferente do que estamos acostumados. Aqui não tem nada envolvendo suspense, policiais, detetives, é uma história de amor, perda e superação. Fiquei bem impressionada com o que vi neste livro, e apesar da narrativa da Agatha ter sido maravilhosa, acho que ela nasceu com o dom para escreve livros do gênero suspense policial.

Não que a história seja ruim, pelo contrário, mas em alguns momentos durante a leitura senti que a autora estava esticando demais a história, e isso tornou em alguns momentos a leitura cansativa.

Fiquei bem feliz em conhecer esse outro lado da escrita da Agatha e espero ler outros livros da autora deste gênero. O Fardo não foi uma total decepção, mas eu esperava mais.

O livro é divido em três partes, narrado por três pessoas diferentes. Recomendo para quem quer conhecer um outro lado da autora e quem gosta de finais felizes!

Resenha postada originalmente no blog Pacto Literário.

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Thiago Barbosa Santos 29/01/2021

O fardo
Agatha Christie escreveu O FARDO sob pseudônimo de Mary Westmacott. É mais um livro da autora com estrutura um tanto diferente, sem a presença dos seus detetives consagrados (Poirot e Miss Marple) e sem aquele crime logo no princípio que será incansavelmente investigado até que se encontre o verdadeiro culpado.

O livro é basicamente sobre a densa relação entre duas irmãs e como essa relação pode variar do ódio ao amor e zelo em cada fase da vida e sob diferentes circunstâncias.

Laura Franklin está bastante enciumada com a chegada da irmã mais nova, Shirley, um lindo bebê, amado pela família. Chegou ao ponto de desejar a morte da própria irmã, de imaginar inclusive como seria. Isso tudo ainda no tempo de infância.

Quando um incêndio atinge a residência da família, esse sentimento muda drasticamente, e Laura passa a proteger a irmã pelo resto da vida. Porém, é um amor que também vira uma espécie de obsessão.

Antes de Shirley nascer, Laura tinha um irmão, Franklin, que morreu de uma doença rara. Durante o enterro, a mãe chegou a pensar, sem nenhum pudor, que o melhor teria sido Laura morrer no lugar do irmão. A irmã mais nova trouxe um alento para a família, mas foi mais um trauma para a menina Laura.

Laura se sentiu culpada por desejar a morte da irmã, e esse remorso fez com que ela passasse a ter um cuidado exagerado pela irmã, fosse controladora, mas não conseguiu evitar que a irmã tivesse uma vida infeliz e um fim trágico. E ironicamente, foi depois da morte da irmã que Laura encontrou um pouco de felicidade na vida, não necessariamente por causa da morte da irmã, mas porque as coisas naturalmente passaram a fluir melhor, inclusive o amor. É um romance muito mais psicológico e muito bom da autora.

Renata Fraga 10/02/2019

Uma obra que leva à reflexão de o quão podemos interferir na vida de uma pessoa. Quando opinamos, quando tomamos decisões em prol do outro sem o consentimento do mesmo, será que não estamos cometendo um grave erro? Pequenas escolhas podem levar a tristes destinos e não podemos deixar que o futuro do outro seja estragado por nós. Se temos a possibilidade de evitar isso, que evitamos.

delicadas.leituras 29/07/2016

Seria o amor um fardo?
Há muitos anos sou leitora de Agatha e de suas tramas policiais, leio e releio várias delas, mas foi há pouco tempo que tive acesso às suas obras com o viés mais romântico assinadas com o pseudônimo de Mary. O livro em questão retrata uma história intrigante sobre uma irmã mais velha (Laura) que se sente, a partir de determinado episódio de suas vidas, na obrigação de cuidar da irmã mais nova (Shirley). Assim, ela passa a viver em função de cuidar da irmã e de vez ou outra conversar com seu único amigo (Baldy), e logo mais um trágico acidente na família deixará essas irmãs ainda mais unidas. Os anos se passam e Laura continua a interferir nas escolhas de Shirley seja nas instâncias relacionadas aos estudos, à profissão e vida afetiva, não se dando conta que cada pessoa é responsável única e exclusiva por suas escolhas, mas segundo acredita seu objetivo é de que sua irmã seja feliz. Ambas se tornam adultas, e enquanto Shirley procura viver a própria vida mesmo que desafortunadamente, Laura vai esperando o momento exato de agir equivocadamente em prol da felicidade de sua irmã, e não da sua própria. Ainda com toda essa pressão Shirley faz suas próprias e equivocadas escolhas, e oculta de sua irmã os vários fatos infelizes de seu casamento e finanças. Até que uma tragédia relacionada ao seu marido levará o distanciamento de ambas e à tragédia final que será justamente a que poderá, com a ajuda de um novo personagem que se soma à trama, trazer à Laura finalmente a percepção de si mesma e da carência de amar e ser amada.

Mr. Jonas 12/02/2018

O fardo
Agatha Christie, sob o pseudônimo de Mary Westmacott

Laura Franklin está ressentida com a chegada de sua irmã mais nova, Shirley, um bebê encantador e amado por toda a família. O ciúme de Laura chega ao ponto de ela desejar a morte da própria irmã.
Mas quando um incêndio acomete a residência da família, esses sentimentos mudam drasticamente, e Laura promete a si mesma proteger Shirley por toda a vida. Uma história de consequências surpreendentes quando o amor se transforma em obsessão.

"Às vezes você não tem a moeda certa. Então alguém tem de pagar a conta..." Agatha Christie

Ste Oliver 09/07/2021

Interessante
Logo nas primeiras páginas me senti interessada na história e como ela iria se desenrolar por ser um tema geralmente frequente em famílias com mais de um filho.

O livro conta a história de Laura que sempre foi uma criança quieta e que sofria indiferença de seus familiares, após uma tragédia seus pais tiveram outra filha, a qual Laura não recebeu de braços abertos por ser mais alguém que a impedia de ser favorita de seus pais. Mas após um acidente o ciúme e o rancor foram a destroçados, fazendo com que Laura visse a irmã de outra forma e com mais afeto...

Nidy 25/10/2021

Fardo por amar demais
Um livro diferente do que estamos acostumados para Ágatha Christie, mas tem assassinato ?
Um romance que conta a história trágica de Laura Franklin e sua irmã Shirley e ao mesmo tempo nos traz reflexões importantes sobre a nossa vida, mesmo nos dias de hoje.
Não é o gênero que aprecio, mas gostei da leitura e dos aprendizados que a história me trouxe.