Ruan Ricardo Bernardo Teodoro 13/12/2023
No livro Comunicação Não Violenta (CNV), o psicólogo Marshall Rosenberg apresenta um conjunto de habilidades de linguagem e comunicação que aumentam a nossa empatia e os nossos vínculos com o próximo.
A CNV inclui 4 etapas principais, quais sejam: observação; sentimentos; necessidades; pedidos. Assim, com a CNV, a pessoa é convidada a observar o outro e a si mesma a fim de identificar seus sentimentos e quais são as suas necessidades, para, então, realizar um pedido que enriqueça sua vida.
Desse modo, conforme Rosenberg, toda manifestação de alguém, verbal, gestual ou até no silêncio, busca suprir uma necessidade. Logo, um grito de raiva, sob a lente da CNV, pode significar uma pessoa com um sentimento de frustração causado pela sua necessidade de ser compreendida por alguém.
Seja no ambiente laboral, familiar, seja em conflitos raciais e nacionais, a CNV pode ser empregada para aumentar a compreensão das próprias necessidades e das necessidades do outro, a fim de que todos se sintam satisfeitos com a resolução do conflito. No âmbito da mediação, por sua vez, a CNV pode ser empregada pelo mediador com o objetivo de primeiro permitir que um lado entenda os sentimentos e necessidades do outro lado antes de apresentar os sentimentos e necessidades do próprio lado e realizar um pedido.
Aponta-se também que os pedidos não podem soar como exigências, pois se assim forem, as pessoas terão menos solicitude em acolher nosso pedido livremente e, se acolherem, o farão por medo, culpa ou vergonha. Além disso, a CNV instrui que podem haver 4 reações às negativas que recebemos de nossos pedidos, que seriam: criticar o outro pela sua negativa - chamar de egoísta; culpar o outro pela sua negativa - a sua negativa me entristeceu; buscar compreender as necessidades próprias ou do outro que levaram à negativa dele.
Destaca-se que, segundo o autor, o oposto da CNV é a Comunicação Alienante da Vida, a qual transfere a responsabilidade pelos próprios sentimentos aos outros ao fazer comparações, deslocar responsabilidades e criticar a conduta do outro, afastando a possibilidade de empatia e compreensão.
Por fim, a CNV se mostra como uma técnica de comunicação que auxilia a aumentar nossa empatia com os outros e construir uma sociedade em que as pessoas estejam menos alheias aos sentimentos e necessidades das outras.