O Coração das Trevas

O Coração das Trevas Joseph Conrad




Resenhas - O Coração das Trevas


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Jeane 01/09/2009

Comprei o livro pela capa....
Demorei para ler!Achei que era um livro de aventuras por causa do elefante que aparece na capa, mas me enganei (a presença do animal é subtendida durante toda a estória). O romance é totalmente descritivo, sem capítulos, onde a ação é somente sugerida, cabendo ao leitor imaginar o que o autor quis dizer...A estória gira em torno das lembranças do capitão Marlow sobre seu encontro com o sr. Kurtz, explorador de marfim na África.Kurtz é o centro da história, todos falam dele e cria-se grande expectativa sobre o tal encontro, mas quando isso acontece, que decepção!

Com uma narrativa entediante e arrastada, deu pelo menos para pinçar esta pérola do livro:

“A conquista da Terra, o que na maior parte significa tirá-la daqueles que têm uma fisionomia diferente ou narizes mais achatados do que os nossos, não é uma coisa bonita quando você olha demais para ela.”

Joseph Conrad considera a floresta o coração das trevas, mas em minha opinião, quem deve levar esse título é a consciência dos exploradores da África, que agiram como senhores das riquezas e do povo nativo, considerando-se deuses brancos....
cid 30/04/2010minha estante
Concordo com você Jeane, o coração das trevas é o proprio explorador acreditar que pode tudo , que não existe limite para a sua ambição. Todos a fim de fazer fortuna as custas dos africanos.


Rosa Santana 01/02/2011minha estante
Jeane, gostei da sua leitura que coincide mais ou menos com a minha. Além do que vc diz, acrescento: o quanto Conrad, via Marlow, mostra preconceito contra nós, as mulheres...


Jeane 02/02/2011minha estante
Concordo com você Rosa Santana. Percebi o quanto Conrad é preconceituoso logo no início do livro. Olha só o que escrevi no meu histórico de leitura:

21% (32 de 152)

A descrição do rio é cheia de poesia. As poucas páginas que li trazem muitas reflexões sobre a visão de mundo da época, tem uma que achei bem machista: "É estranho como as mulheres não têm contato com a verdade. Vivem num mundo próprio, que nunca existiu, nem nunca existirá". Eis um ponto de vista de 1902, que absurdo! Tirando isso, até o momento achei o livro interessante. A história ainda não esquentou..." Nota: 2


El Cisco 09/03/2011minha estante
Eu nao espero nada de alguém que compra um livro pela capa, mas vamos lá.

Antes de tudo, você nao compreendeu nada sobre o que este livro trata, e ainda fez acusaçoes injustas de preconceito por pura ignorância.

Para começar, este livro não tem capítulos POIS É UMA NOVELA, e nao um romance descritivo. Aprenda a diferença.

A ação é sugerida pois não existe necessidade dela, Conrad apenas lida com o psicológico. Este é um livro onde o principal é a análise moral das personagens; a dualidade da natureza humana, e as trevas da humanidade. Se você achou a narrativa "entediante e arrastada", e ainda por cima ficou decepcionada com o encontro final, acho que você é incapaz de apreciar, absorver ou captar tudo isso.

A situação histórica dos exploradores de marfim e o uso da África Negra como "O Coração das Trevas" É APENAS UMA PARÁBOLA SINTÉTICA COMPATÍVEL AOS LEITORES DA ÉPOCA.
Tanto que o livro foi base para o filme "Apocalypse Now!", de Francis Ford Coppola. A viagem de Marlow se passou no Congo, mas foi facilmente adaptada no cinema para a Guerra do Vietnam, assim como poderia ser adaptada para qualquer outro cenário onde uma cultura que se julga civilizada está se chocando com outra dita menos civilizada. Poderiam ser os portugueses subindo o Rio Amazonas, poderiam ser romanos subindo o Rio Spree, poderiam ser Sturmtroopers subindo um rio no planeta dos Wookiees, poderiam ser elfos em direção a Mordor pelo Rio Anduin.

Você fica ofendida com a comparação da floresta pois falha em perceber como ele trabalha com os valores. A mais óbvia é o simbolismo das cores em situaçoes comuns da narrativa. Mulheres brancas usando roupas pretas e mulheres negras usando roupas brancas, os invasores brancos possuem almas negras e os negros oprimidos possuem puras almas brancas. A mais magistral é quando ele compara a cor de Londres com a cor de um túmulo.
Apesar de todo esse jogo símbolico que Conrad jogou na sua cara, você continuou a adotar as "trevas" como algo mau. PARA CONRAD, O ALINHAMENTO MORAL É EXTREMAMENTE RELATIVO.
A floresta é o "coração das trevas" pois ali os homens ditos civilizados se mostram até mais selvagens do que os ditos não-civilizados. Ali, longe da civilização, eles demonstram a verdadeira natureza humana. As "trevas" não são nada mais do que o nosso âmago.

Quanto ao SUPOSTO preconceito direcionado as mulheres; para Conrad, apenas é possível entrar em contato com as "trevas", a verdadeira natureza humana, se você estiver longe do que se julga civilização. As mulheres da civilização europeia, especialmente em 1902, jamais iriam experenciar isso. Elas ficavam na terra natal. Isso é inclusive reforçado no trecho em que Marlow visita a mulher de Kurtz após voltar de viagem.

Para concluir, o trecho mais celebrado deste livro sao os últimos momentos de Kurtz: "Gritou num sussurro, para alguma imagem, alguma visão ? gritou duas vezes, um grito que não era mais que um arquejo: ? O horror! O horror!".
Agora eu gostaria que vocês parassem para pensar no que será que Kurtz viu.


Jeane 10/03/2011minha estante
Bem, El Cisco, quando eu compro um livro levo em consideração vários fatores, mas especialmente: a história, a minha disposição no dia, indicação de outros leitores e algumas vezes, a capa (sua textura, cor, cheiro!). Sim, eu compro livro pela capa e tive a sorte de me arrepender poucas vezes! Mas voltando para O Coração das Trevas, eu realmente não gostei da história, mas dizer que eu não entendi o que eu li, realmente é ofensivo! Não importa que o autor tenha intenção X ou Y no momento da criação da história, nas mãos do leitor o livro ganha mil outras interpretações, a depender da experiência de vida no momento da leitura! Outra coisa, antes de você declarar que eu não entendi o que eu li, faça o favor de postar sua própria resenha para que outros tenham a oportunidade de concordar ou discordar de sua opinião.


robertablo 26/05/2011minha estante
Jane, claro que cada leitor possui a sua interpretação, mas como você publicou a sua, deve acatar críticas e sugestões.
Eu não escrevi nenhuma resenha para o livro, e espero que isso não me impeça de colocar minha opinião aqui, mas me sinto obrigada a concordar com tudo que o El Cisco se deu ao trabalho de escrever.

A medida que ia lendo o livro, fui me apaixonando a cada página. Achei o livro belíssimo e muito bem escrito. Fiquei com vontade de decorar ele todo, pois possui cada reflexão de tirar o fôlego.

Confesso que me surpreendi ao ler sua resenha, pois o livro me ganhou completamente. Mas tudo bem, cada um é cada um. Só queria deixar uma sugestão: quarde o livro. Por dias, anos ou décadas, mas tente denovo, com outros olhos.


João Souto 13/07/2012minha estante
De fato, El Cisco mandou bem.

O livro é um contato com um lado nosso que renegamos, mas que está ali e, diante um cenário como apresentado no livro ou no filme Apocalypse Now ele pode surgir e tomar conta de nós. O horror para mim é o próprio homem e tudo de ruim que ele pode construir.


Amadeu.Paes 08/07/2013minha estante
Discordo completamente, dessa opinião. O livro é um exemplo de como se deve escrever, com frases curtas e precisas, impossível ser uma leitura entediante e arrastada.

Concordo com El Cisco, me parece claro que o autor está o tempo todo se referindo ao aspecto psicológico humano, usando como simbolismo a escuridão da selva africana.

A acrescentar: o livro mostra como o ser humano é capaz de qualquer coisa para se tornar rico, nem que para isso tenha que matar, escravizar outro ser humano. O ser humano não tem pudor de levar sua alma ao mais profundo escuro de sua alma para atingir seus objetivos.

É disso que este livro trata.

Até+


Ivy 20/10/2016minha estante
As pessoas podem expressar suas opiniões, mas deveriam, pelo menos, ser menos arrogantes. A moça tem todo o direito de não gostar do livro. Se quer mostrar que o livro é interessante e que ela poderia ver com outros olhos, faça isso com gentileza e não menosprezando a capacidade alheia.


Otavio.Tadeu 19/08/2017minha estante
Não li. Pretendo ler. O coração das trevas serviu como base ao filme Apocalipse Now, estrelado por Marlon Brandon. O livro é bastante citado no romance de Mario Vargas O sonho do Celta.


Li 10/10/2020minha estante
Ok, meus olhos queimaram com essa resenha...
Esse livros é uma novela, e conta a história que Conrad viveu na África, como o Marlow, o livro é baseado em fatos reais e conta as atrocidades que Conrad viu, porém ele não foca em dizer como foi errado e o racismo, na vdd é a visão europeia a África, até pq ele foca bastante no Kurtz


Ivy 03/01/2021minha estante
Esse pessoal cult é muito chato. E acha que todos devem ter a mesma opinião senão significa que não entenderam o livro. Preguiça dessa mesmice e arrogância.


Rosa Santana 06/01/2021minha estante
Preguiça de quem acha que todos devem gostar de Joseph Conrad!


Daniel.Tschiedel 17/02/2021minha estante
Eu só acho que dá pra rebater uma crítica sem ser um completo babaca.


Estefany 18/07/2022minha estante
Jeane, por que tu não mostrastes o resto dessa citação?
"É estranho como as mulheres têm sua própria verdade. Elas vivem em um mundo à parte, onde nada é igual e nunca será. É um mundo lindo e, caso tentassem trazê-lo para a realidade, se desfaria em cacos antes de o sol se pôr. Qualquer dos fatos com que nós, homens, já lidamos desde a criação do mundo seria suficiente para demolir a coisa toda."
Por que isso é absurdo se é a verdade? As mulheres sofreram muito? Sofreram! Mas que o mundo delas era - é - melhor do que o dos homens é fato! Exemplo:
Um escravo no Egito Antigo e uma escrava no Egito Antigo. O escravo geralmente trabalhava fora, debaixo de um Sol escaldante e carregando coisas pesadíssimas. A escrava por via de regra trabalhava com atividades que de alguma forma tinham alguma relação com o lar; seja como serva de uma egípcia, seja preparando alimentos em alguma cozinha comunitária.
Não tem como negar que a situação da mulher - embora ruim - era melhor do que a do homem.

Além disso, há outro trecho no livro que demonstra uma visão de proteção em relação às mulheres (isso não pode ser chamado de machista). Aqui está o trecho: "Jovem? Quê? Eu disse uma jovem? Não! Ela não faz parte da história, absolutamente. Elas, quero dizer, as mulheres, ficam fora disso. Ou pelo menos deveriam. Devemos ajudá-las a se manterem naquele lindo mundo que é só delas, mesmo que o nosso piore exatamente por essa razão."


Ramon 28/03/2023minha estante
Nossa, não entendeu ABSOLUTAMENTE NADA do livro.


Flavio.Vinicius 19/04/2023minha estante
Adorei a resenha e os comentários

Agora estou decidido a ler o livro.


Flavio.Vinicius 19/04/2023minha estante
Jeane, eu tb costumo comprar livros pela capa. Muitas vezes dá certo. Livros com fotos na capa eu evito. Se a ilustração da capa for mal feita eu tb evito.




Regis 25/07/2023

A criminosa empreitada "civilizatória" na África
O autor Joseph Conrad era de origem polonesa, após tentar suicídio em Marcelha, na França com um tiro no peito, foi convencido por seu tio a mudar de ares e trabalhar na marinha mercante britânica. Após isso, foi contratado por uma companhia belga como capitão do barco a vapor Roi des Belges; onde presenciou atrocidades extremas e criou uma profunda aversão aos mercadores europeus e ao degradante regime de trabalho imposto aos africanos. Apesar de acreditar (assim como a grande maioria dos europeus em sua época) que era obrigação do homem branco levar a civilização e a religião para os povos nativos do continente africano, Conrad não concordava com os métodos de colonização empregados pelos belgas no Congo, todo o horror que presenciou por esse curto período de 1890 o fez escrever em 1899, Coração das Trevas: que narra ?a criminosa ineficiência e o puro egoísmo da empreitada civilizatória na África?, conseguindo com sua obra explorar a profundezas do horror e do desespero humano com uma clareza aterrorizante.

Marlow, o personagem principal e também um dos narradores do livro, acredita, assim como o autor, que a missão civilizatória na "África selvagem" é o "fardo" do homem branco. Entretanto, o impacto da visão do que a missão dos agentes do rei Leopoldo II se transformou o deixou estarrecido e aterrorizado... enquanto seguia para o barco que comandaria; viu pelo caminho como os nativos eram acorrentados e obrigados a trabalhar na estrada de ferro, carregar nas costas cargas imensas de marfim do centro do Congo Belga por milhares de quilômetros até o litoral, alguns trabalhavam até a exaustão e jaziam encostados em árvores, haviam corpos de nativos mortos a tiros largados na estrada se decompondo... e a compreensão do que Marlow presenciava, mostrava a brutalidade arbitrária do tratamento dado aos nativos da África Equatorial escravizados para a extração do marfim.
E enquanto subia o rio indo cada vez mais fundo no coração das trevas para resgatar kurtz, Marlow não tinha a menor noção de que estava dirigindo-se ao encontro do maior horror de todos.

O autor traz uma narrativa simbólica, com uma história dentro da outra, sintetizando todo o mal, devastação e morte em um único personagem: o agente Kurtz... e com isso consegue demonstrar o retorno ao primitivismo, a crueldade e a ganância que o ser humano pode atingir, a ponto de dizimar significativamente uma população em nome da cobiça desmedida de um colonizador inescrupuloso que supostamente promovia expedições humanitárias e científicas para "civilizar os selvagens".

A partir do momento que Marlow encontra o "Arlequim", o jovem russo com suas vestes completamente preenchidas por remendos perfeitos e coloridos, a narrativa segue descortinando a história hedionda da passagem de Kurtz por aquele território. E então conseguimos visualizar todo "O horror! O horror!" em suas mais variadas facetas.

Coração das Trevas é um livro que revela parte do impacto que o autor sentiu em sua estadia na África e também é um retrato dos desmandos do imperialismo europeu que usava de métodos bárbaros enquanto afirmava estar levando a "civilização" para o continente africano.

Esse é um clássico que foi e continua sendo muito discutido, possui uma leitura que demanda um pouco de esforço para uma completa compreensão; principalmente para quem não tem nenhum conhecimento dos acontecimentos vivenciados pelo autor e de tudo que se passava no continente africano quando Joseph Conrad decidiu escrever o livro.

Existem dois filmes que são adaptações da história do livro de Conrad: A Maldição da Selva de 1993, do diretor Nicolas Roeg e Apocalipse Now de 1979 do diretor Francis Ford Coppola. Eu assisti aos dois e são maravilhosos.

Esse é um livro marcante que recomendo para todos que apreciam os grandes clássicos.
Mike27 25/07/2023minha estante
Eu sabia que você não ia me decepcionar! Suas resenhas sempre me deixam embasbacado! Parabéns! ???


Aryana 25/07/2023minha estante
Esse livro é incrível!


Léo 25/07/2023minha estante
Resenha perfeita, Régis. ?


Dona Erica 25/07/2023minha estante
A resenha faz a gente querer ler o livro!


Henrique Sanches 25/07/2023minha estante
5 estrelas!!! Parabéns pela resenha...


Regis 26/07/2023minha estante
Obrigada, Mike! ?


Regis 26/07/2023minha estante
Valeu, Henrique! ?


Regis 26/07/2023minha estante
Obrigada, Léo! ?


Regis 26/07/2023minha estante
Também achei o livro incrível, Ariana. ?


Regis 26/07/2023minha estante
Leia, Erica, é uma história cheia de nuances, você vai gostar. ?


Alex 28/07/2023minha estante
Mais um pra lista.


HenryClerval 04/09/2023minha estante
Resenha incrível, Régis. ???


Regis 04/09/2023minha estante
Obrigada, Leandro. Foi ótimo ver o documentário contigo. ?


HenryClerval 06/09/2023minha estante
Também achei, Régis.?


Jefferson 26/11/2023minha estante
Tem toda uma discussão, levantada por intelectuais, que consideram esta obra racista, pela descrição feita dos africanos. Uma discussão longa, mas interessante q vem já desde a década de 1970 e tal. Não sei se vc lê em inglês, mas tem um artigo da New Yorker, super legal e bem fácil de achar no Google, chamado The trouble with heart of darkness q talvez vc se interesse. Abs.




Jamile.Almeida 01/06/2022

Romance autobiográfico
Uma novela curta, mas certeira!
Joseph Conrad traz nesse seu romance autobiográfico todo o horror e atrocidade que a hierarquização de culturas pode trazer!
O Congo era um país que tinha um homem como dono - o rei Leopoldo da Belgica!
Quando se é dono de um país, também se é dono de um povo? De sua liberdade? De sua cultura?
Assim o era! O colonialismo da região extraiu marfim e a sanidade humana em um dos maiores genocídios já cometidos.
Joseph não traz muitos detalhes específicos desta história do Leopoldo, mas mostra como os verdadeiros donos do congo eram renegados a abjetos descartáveis, mão de obra desprezível? e como atrocidades atrás de atrocidades podem levar o homem à loucura.
Por alguns momentos, sentia que não compreendia o que estava lendo, que estava desconcentrada, como se a leitura estivesse nublada, relia, relia e isso não mudava? só depois compreendi o recurso do narrador? que era essa a ideia? a insanidade e incredulidade são tamanhas que o narrador não acredita no que está vendo e você no que está lendo.
Nunca assisti Apocalipse Now que é um filme baseado nessa obra mas alocada no Vietnã? e confesso que me arrepio em pensar em assistir quando lembro da sensação ruim e o gosto amargo que ficou na boca com essa leitura.
Que escritor! ????????
Joseanny 02/06/2022minha estante
Comprei o ebook e nunca li ?


Jamile.Almeida 02/06/2022minha estante
Hehehehe. Recomendo primeiro ir atras da história do congo e leopoldo. Tem documentario, so depois ler, pq ai vc entende tufo o q ele quer dizer.


Joseanny 02/06/2022minha estante
Valeu pela dica ?


Alan kleber 02/06/2022minha estante
Tem um documentário no youtube sobre esse livro. O nome é Grandes Livros Discovery. Fala também de Apocalipse Now.


Jamile.Almeida 02/06/2022minha estante
Ja queroooooo!


GiSB 11/07/2022minha estante
Li o livro e vi mais de uma vez o filme Apocalipse now. Posso dizer sem medo de errar Que um não tem a ver nada com o outro. O filme é esparsamente baseado no livro. Tem muita "licença poética". O livro tem como pano de fundo o colonialismo. O filme tem como pano de fundo a guerra do vietnam. O que ambos têm em comum é a insanidade autoreportada por seu narrador. Pode ver o filme sem maiores preocupações.




Tecio Ricardo 26/09/2021

Infelizmente nessa primeira leitura não consegui pegar a essência desse livro, já que foi muito chata e arrastada, só não abandonei porque é um livro curto.

Quem sabe numa futura leitura que eu venha a fazer, consigo perceber o que esse livro tem a dizer e oferecer.

Ou então o problema está comigo, já que costumo ir com muita sede ao pote quando leio críticas bastante elogiosas, muitas vezes, acabo sempre me decepcionando. Preciso deixar de lado essa empolgação.

Lógico que as críticas são importantes, mas devemos ter sempre um olhar crítico pra elas, justamente pra evitar a decepção ou não de uma leitura de qualquer livro, seja ele clássico ou comercial.
jordanaverissimo 31/10/2021minha estante
Oie! Vc leu os posfácios do livro?


jordanaverissimo 31/10/2021minha estante
Pergunto pq eles esclarecem bastante as visões do livro


Tecio Ricardo 31/10/2021minha estante
Eu li, mas é como eu disse, acredito que na primeira vez não consegui captar, talvez em uma leitura futura com calma, possa entender mais


jordanaverissimo 31/10/2021minha estante
com ctz! adoro reler alguns volumes




Carolina.Gomes 01/04/2024

O horror de Conrad
Navegando sob o rio Tâmisa, o experiente marinheiro Marlow narra aos seus companheiros suas experiências como capitão de uma barcaça, percorrendo o rio Congo, a principal via fluvial da então colônia.

Pelo que pesquisei, as experiências de Marlow foram vividas pelo próprio Conrad.

A narrativa é densa e requer bastante atenção.

Os parágrafos descrevendo os horrores vividos por Marlow, me deixaram sem fôlego.

Contudo, a história dentro da história favoreceu a minha dispersão e acho que não aproveitei bem a leitura.

Como um clássico que inspirou TS Eliot e Virgínia Wolf, foi uma leitura importante que eu vinha adiando faz tempo.

Essa edição conta com excelentes textos de apoio e vale muito a pena.

Não amei, mas valeu!
Brenda.Podanosqui 17/04/2024minha estante
Também não amei, mas lendo a fortuna crítica do Christian Dunker me fez entender melhor e gostar mais do livro!!


ranester 18/04/2024minha estante
Li esse ano também. Gostei de imaginar o cenário do rio, mas de longe será meu livro favorito. Talvez eu precise de um texto de apoio porque me perdi em alguns pontos.


Carolina.Gomes 18/04/2024minha estante
Essa ed da Antofagica tem bons textos, Ranester




Gustavo Kamenach 27/06/2021

"A mata o tinha encontrado logo e assumira nele...
...uma terrível vingança pela invasão fantástica. Acho que devia ter lhe sussurrado coisas que ele não sabia a respeito de si próprio, coisas que concebia até se aconselhar com aquela grande solidão, e o sussurro tinha se mostrado irresistivelmente fascinante."

Esse trecho sintetiza bem a obra de Conrad; um lirismo sombrio e vago para dizer que alguém foi levado a loucura por presenciar e até mesmo fazer atos de selvageria em nome de um "bem" etnocêntrico e cruel. Um dos primeiros textos que denunciava o horror do Neocolonialismo europeu, dado que reitera a importância desse livro. A narrativa propositalmente confusa cria um clima de constante perigo e rumo descendente aos confins da mente daqueles que se atrevem a aventurar-se no Coração das Trevas! Destaque para os textos de apoio da edição da Antofágica que foram imprescindíveis para a contextualização temporal histórica em que a obra se insere.
Marcos 27/06/2021minha estante
Tô em dúvida se adquiro a versão da antofagica ou da Darkside


Gustavo Kamenach 27/06/2021minha estante
Eu só não comprei a da Darkside porque já tinha comprado a da Antofágica há mais tempo. Quanto aos textos de apoio da Antofágica estão ótimos
A da Darkside é linda demais mesmo


Marcos 27/06/2021minha estante
Eu só compraria o da Antofagica mais pelos textos de apoio mesmo. Pq em questão estética prefiro o da Darkside




Eduardo 20/07/2020

O horror! O horror!
Minhas expectativas para esse livro eram diferentes do que acabei encontrando, mas nem por isso deixei de me envolver com a história que foi contada. Certos trechos fincam sentimentos adversos na gente. Esperava que os horrores da colonização adquirissem um aspecto central na obra, não que eles não estejam bem distribuídos ou sejam ausentes, mas a notória indiferença do personagem em muitos momentos, e a obsessão pelo Sr. Kurtz, que conduz a narrativa, acabam por deixar o tipo de horror que eu esperava em outro plano. Considero que tenha sido uma leitura essencial para mim, não como uma das melhores do ano, mas como uma que definitivamente mexeu com minha vida de leitor.
michelle, paul mccartney 22/07/2020minha estante
Tuas expectativas afetaram a leitura mais mais do que ela em si?


Victor 25/07/2020minha estante
Perfeito! Já viu Apocalypse Now? É a adaptação pro cinema, é BRILHANTE. É uma adaptação, eles pegam a espinha dorsal da história e adaptam pro contexto da guerra do Vietnã com maestria, se não viu, recomendo.


Eduardo 05/10/2020minha estante
Ainda não vi, Victor!! Quando soube disso fiquei com bastante vontade de assistir, mas já se passaram dois meses e ainda não tomei a vergonha na cara para ir assistir esse clássico kkkk




Marco118 30/03/2022

Coração das Trevas – Joseph Conrad
Que livro sensacional!
Sabe mais com o que parece? Com uma grande vertigem – ao longo do livro, o tempo todo, parecemos sofrer de uma grande vertigem...
Não vou tentar agora contextualizar o livro, não pretendo fazer altas análises sobre ele, mas passo aqui para somente lhes dizer isso: que sensacional! Percebam a capacidade do Conrad ao "juntar palavras"! Que poder de expressão! E vejam só a profundidade do discurso de Marlow – poesia pura! Compreendam, pois, a personalidade de Kurtz!

"Parece que estou tentando lhes contar um sonho – tentando em vão, pois nenhum relato de sonho poderia transmitir a sensação onírica, essa mescla de absurdo, surpresa e perplexidade num tremor de luta revoltosa, essa sensação de ser capturado pelo inacreditável que é a própria essência dos sonhos... [...] Não, é impossível. É impossível transmitir a sensação vital de qualquer época da existência de alguém – isso que dá sua verdade, seu significado – sua essência sutil e penetrante. É impossível. Vivemos assim como sonhamos – sozinhos..."

"Mas a selva o descobrira cedo e realizara nele uma terrível vingança pela fantástica invasão. Imagino que lhe sussurrou coisas sobre si mesmo que ele desconhecia, coisas das quais ele não tinha nenhuma noção até se aconselhar com essa solidão profunda – e o sussurro se provou irreversivelmente fascinante. Ecoou de modo ruidoso dentro dele, porque no âmago ele estava oco…"

"Destino. Meu destino! Como é engraçada a vida, esse misterioso arranjo de lógica impiedosa para um propósito fútil. O máximo que se pode esperar dela é algum conhecimento de si mesmo – que chega tarde demais – uma colheita de arrependimentos inextinguíveis. Lutei com a morte. É a disputa mais desinteressante que se pode imaginar. Ela ocorre num cinza impalpável, sem nada sob os pés, sem nada em volta, sem espectadores, sem clamor, sem glória, sem o grandioso desejo de vitória, sem o grandioso medo da derrota, numa doentia atmosfera de ceticismo tépido, sem muita crença em nosso próprio direito, e ainda menos no do adversário. Se tal é a forma da sabedoria definitiva, então a vida é um enigma maior que aquilo que alguns de nós pensamos que seja. Eu estava por um fio da última oportunidade de pronunciamento; e descobri, para minha humilhação, que provavelmente não teria nada a dizer. Eis a razão pela qual afirmo que Kurtz era um homem notável. Ele tinha algo a dizer. Ele o disse. Como eu mesmo tinha visto o abismo, entendia melhor o significado de seu olhar, incapaz de ver a chama da vela, mas amplo o suficiente para abraçar o universo inteiro, perfurante o suficiente para penetrar todos os corações que batem nas trevas. Ele havia evocado, ele havia julgado. 'O Horror!'. Era um homem notável".

" 'Quem não se tornava seu amigo após ouvi-lo falar uma vez?' dizia ela. 'Ele aproximava os homens pelo que havia de melhor neles'. E olhou para mim com intensidade. 'É o dom dos grandes', prosseguiu, e o som de sua voz baixa parecia ser acompanhado por todos os outros sons, cheio de mistério, desolação e pesar – como jamais ouvi – a ondulação do rio, o farfalhar das árvores agitadas pelo vento, o murmúrio das multidões selvagens, o fraco clamor de palavras incompreensíveis gritadas ao longe, o sussurro de uma voz falando de depois do limiar das trevas eternas".

Não tenho nada que dizer. Está tudo aí, no Coração das Trevas.
Leiam também o ensaio da Virginia Woolf sobre a obra.
Marlow – "um homem deveras discreto e compreensivo". Kurtz – "o gênio universal".
@voulerdenovo 31/03/2022minha estante
Não sabia que tinha um ensaio de Virgínia sobre esse livro! ??
Recomendo assistir Apocalypse Now, filme de Coppola baseado no livro! ??


Marco118 31/03/2022minha estante
Ouvi mesmo falar sobre esse filme! Assim que puder vou assisti-lo.




John 17/07/2023

Lembrar pra jamais esquecer
Eis aqui uma obra muito importante a qual trata de um tema muito relevante para a história da nossa sociedade. Por mais que nossa civilização queira negar, é impossível apagar a relação exploratória que as nações europeias tiveram com as nações africanas.

Nessa obra vamos embarcar em uma viagem ao congo passando por situações incrivelmente desumanas. Não há romantismo, não há passagem de pano, não há desvio de interpretação. Há apenas a gritante diferença de padrões e qualidade de vida existente entre as nações e o claro aproveitamento da fragilidade de alguns sendo vendida como "processo de se civilizar as pessoas".

Não há muito mais o que falar aqui, apenas que se trata de uma leitura pesada (até enfadonha eu diria, por ser muito contemplativa por parte do autor) porém os extras dessa edição são sensacionais e gostei mais dessas partes do que da história em si.

No mais é uma história sobre nós mesmos, nossa (des)humanidade e como tratamos os outros.
Uma leitura importante, principalmente porque o termo raça ainda é usado para nos diferenciar uns dos outros.

Leitura mais do que recomendada. E para aqueles que, como eu, gostam de leituras mais dinâmicas leiam os extras! são muito bons.
Mattenna 17/07/2023minha estante
Fiquei com vontade de ler!


John 17/07/2023minha estante
É um texto bastante pesado Anna, mas certamente muito importante. Vale a pena meu que seja pelos extras




Michela Wakami 17/11/2022

O horror! O horror!
Um livro profundo e marcante, que com certeza ficará cravado em sua mente.

Uma leitura densa, mas que vale muito a pena ser feita.
Baseada em fatos vividos pelo autor.

Não deixe de fazer uma boa pesquisa sobre esse livro, após sua leitura, te ajudará a entender melhor a história.
Alan kleber 18/11/2022minha estante
Veja depois o documentário Grandes livros Discovery: Coração das trevas. É excelente.
Tem no youtube.


Michela Wakami 19/11/2022minha estante
Alan, obrigada pela dica.




Wania Cris 30/04/2023

O horror... da narrativa arrastada.
Coração das Trevas é o relato em tom de desabafo de um capitão de navio sobre uma viagem ao coração das trevas do interior do Congo.

A narrativa é lenta, arrastada, detalhada e corrida, cheia de influência do narrador, de seus preconceitos e desconhecimento, ignorância e arrogância.

Um livro escrito em 1902 dificilmente teria um olhar crítico para a escravidão e extração de riquezas de terras invadidas e esse não foge à regras. Negros são descritos como seres indignos de atenção, menos ainda de respeito. Quanto à estória em si, nem me conectei, liguei a mínima pro Sr. Kurtz, quem ele era e o que representava. Defequei mesmo.

A edição da Antofágica é toda perfeitinha, a tradução de José Rubens Siqueira é agradável, mas não foi o suficiente para me cativar...
Helder 11/11/2023minha estante
Que bom encontrar alguém que leu o mesmo livro que eu. A Wikipedia deste livro deve ser mais interessante do que ele.


Wania Cris 13/11/2023minha estante
Huashuashuas Helder!! Eu achava que "o horror, o horror!" seria algo visto ou vivido pelo narrador, mas é sobre o livro em si mesmo... ?




Ricardo Rocha 01/12/2010

Nesse mundo de polêmica interminável que é o de livros no cinema, O coração das trevas, transportado para o Vietnã em Apocalipse Now é um caso único. O filme é um clássico por razões ligadas a cinema. O livro um clássico também, sem em nada ser beneficiado ou prejudicado pela adaptação. Lembro que quando o li, trabalhava numa biblioteca, recolocando os livros na estante, e costumava folheá-los antes de minha tarefa. Um leitor rasurou a página. Escreveu: Livro chatíssimo. Um outro porém, embaixo, respondeu: Amigo, é Conrad. Porque os clássicos passaram pelo veredito do tempo, o único crítico relevante. A algumas obras você tem se render, apesar de seu gosto, porque o autor ultrapassou esse nível, onde nosso gosto pessoal importa. É preciso ler Conrad, entendi, ainda que seja para depois achá-lo chatíssimo. Ou, como eu, amá-lo.

A "subida do rio" de que trata o romance é naturalmente comparável a nosso percurso na terra. O que encontraremos, ou melhor, e como vamos lidar com o que encontrarmos, determinará o que iremos ser.

Há dois mundos. Entre a aventura e a filosofia, Conrad fica com os dois os dois domina. No colonizador dorme o instinto selvagem; o selvagem abriga não raro a parte mais generosa da civilização. A morte, todavia, espera no final, seja lá onde estivermos e o que formos. Esse encontro não há como evitar e é preciso estar preparado para ele. A questão não é a treva da selva, mas a treva da alma.

Fragmento: Deu um grito sussurrado a uma imagem qualquer, a uma visão qualquer - gritou duas vezes, um grito que de sopro não passava: O horror! O horror!.
GregoGregoGrego 28/09/2016minha estante
Vou ler esse ano ainda


Eloiza Cirne 09/11/2016minha estante
Bela resenha! Dá vontade de "conseguir" amar o livro comi você ama...




Ellen 03/07/2022

Curto, mas denso. Na mesma hora que achei que entendi, não entendia mais kkk com certeza quero reler, vi resumos e resenhas e passa uma mensagem bacana sobre o congo daquela época
Emily 03/07/2022minha estante
tô lendo agora, Ellen! realmente o monólogo passa uma ideia de não entendimento muito forte. estou em 70% e devo terminar essa semana ainda


Luiz 28/07/2023minha estante
Um pouco confuso... Mas interessante, pois mostra o cenário de terror criado por Leopoldo ll rei da Bélgica, " ser humano maléfico e desprezível".




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