Nath 12/02/2024Resenha Pobre LeitoraConheci a autora pelo livro "No Escuro", que foi uma das minhas leituras preferidas na época e achei que Restos Humanos seria tão bom quanto. Me enganei. Não que seja um livro totalmente ruim, mas é maçante, arrastado, me deixou com um sentimento de cansaço, como se a leitura tivesse sido pesada. De fato, não é uma leitura fácil graças ao tema, mas não foi isso que me deixou com tal sensação.
Annabel é uma analista de informações que trabalha para a polícia e acha sua vizinha em avançado estado de decomposição em sua própria casa, esquecida por todos. Após esse choque inicial e fazendo buscas nos dados de sua cidade, Annabel descobre que diversos corpos estão sendo encontrados em diferentes estados de decomposição, esquecidos por parentes e vizinhos, aparentemente morrendo de causas naturais ou fome. Mesmo que ninguém dê importância para o assunto, Annabel sabe que encontrou algo relevante e que pode fazer parte de um crime horrível.
Esse thriller basicamente nos traz um novo modus operandi para um serial killer, mesmo que o vilão da história não se considere como tal. O livro alterna entre a visão de Annabel e de Colin, com algumas passagens com breves relatos sobre a vida das pessoas que foram encontradas mortas e o motivo que as levou ao esquecimento. Podemos tirar uma reflexão bem lá no fundo de Restos Humanos, sobre prestar mais atenção nas pessoas à nossa volta, lidar melhor com pessoas com depressão e tendências suicidas, mas talvez eu esteja forçando um pouco nessa análise, querendo espremer alguma lição.
As partes narradas por Colin são asquerosas, o cara é realmente doentio e me peguei fazendo caretas de desgosto conforme lia. Ponto positivo para a autora, conseguindo criar um vilão que atinge o leitor. As partes de Annabel são interessantes com todo o trabalho policial, mas também são arrastadas e ela não é exatamente uma personagem cativante, mas digna de dó. O desfecho do livro foi muito rápido após toda a enrolação, e para mim, foi totalmente insatisfatório. Inclusive, Annabel não teve a evolução que a personagem precisava.
Apesar de todas as críticas, não considero que tenha sido uma leitura completamente ruim, a autora fez uma história que eu acho que tira até o leitor mais ávido do gênero da zona de conforto, mas faltou certa emoção.