João Pedro 27/11/2023"I am no mother, I am no bride, I am king"Li todo esse livro ao som do álbum "Dance Fever", de Florence + the Machine, e acho curioso como a primeira faixa, "King", se relaciona tanto com o que suponho que Virginia quis dizer. Florence canta que não é uma mãe, não é uma noiva, ela é um rei, numa clara subversão da linguagem, um golpe antipatriarcal.
Virginia Woolf foi muito mais do que uma grande escritora. Ela foi uma grande mulher, um acontecimento na história da humanidade. Se eu já havia adorado "Mrs. Dalloway", após assistir ao monólogo "Virginia", estrelado por Cláudia Abreu, precisei urgentemente ler o ensaio “Um teto todo seu”, que já estava em minha estante.
Essa foi uma das melhores leituras do ano (que tem sido tão poucas). Daqueles livros que grifei quase todo. Um livro de não-ficção que, por vezes, parece ficção. É um mergulho no universo consciente de Virginia Woolf. Ela escreve sobre a condição das mulheres na escrita, sobre como "uma mulher, para escrever ficção, precisa ter dinheiro e um quarto só seu", como "é incrível a mudança de humor que traz um rendimento fixo" e que a vida "requer uma coragem e uma força gigantescas", porque "sem autoconfiança, somos como bebês no berço".
Uma leitura fácil e muitíssimo prazerosa. Recomendo até mesmo para quem nunca leu nada da autora.
P.S.: ela te deixa com muita vontade de ler as irmãs Brontë e Jane Austen.