O que fazer quando um livro que traz uma das ideias mais loucas que você já viu e sempre imaginou surge entre os lançamentos recentes? Solicitá-lo. A história do autor David Carlyle chamou minha atenção desde que a conheci. Um mundo onde um grande colapso da natureza levou o planeta a uma desintegração que vai contra as leis da física e que levou o ser humano a um novo modo de vida. Uma mescla inteligente e audaciosa de distopia, ficção-científica e thriller que vai conquistar e intrigar o leitor.
Flutuando pela atmosfera encontra-se Skyland, um conjunto de minúsculas a gigantescas ilhas que outrora formavam o globo do planeta Terra. O ano é 2251 e a Esfera controla todo o monopólio de água. A cada ano que passa as reservas começam a sumir e é nesse cenário que conhecemos Lorenzo e seu pai. O pai de Lorenzo estava devendo uma quantia absurda de água e se não pagassem perderia a nave. O único meio de ganhar dinheiro da família. Às vésperas do prazo da dívida vencer os dois estão em uma busca desesperada quando dão de encontro com um estranho velho na Negra Floresta, que protege uma espécie de computador antigo. Lorenzo está acostumado a mexer em antiguidades e a palavra "water" chama sua atenção. Aquilo poderia ser o segredo de onde encontrar água. Mal sabe ele que a Esfera está atrás daquele aparelho e matará para consegui-lo se for necessário. Enquanto isso Valery, uma seijins, a versão humana melhorada geneticamente, com poderes especiais, acaba de ser transferida da academia para Kyoto, a ilha secreta do governo onde pesquisas sobre a água são desenvolvidas. Valery, como seijin, acha absurdo um humano comum cabeludo, jinsei, estar no comando do centro, Tibald, mas pouco a pouco ela percebe a cortina de mentiras e segredos ocultas por trás de toda cultura de superioridade dos seijins e da Esfera. Leonie, uma jinsei, acaba mostrando a Valery coisas que ela jamais sonhou e através de sua amizade vista como não natural pelos outros tanto com Leonie quanto com Tibald, Valery descobrirá a sombria motivação da Esfera em encontrar uma forma de restabelecer o ciclo da água nas ilhas flutuantes...
A partir daí a história se desenvolve alternando não só alternando o ponto de Valery e Lorenzo como também trazendo o passado ao leitor. No ano 2078, a cientista Lilly Carlyle e os acontecimentos que antecederam o surgimento de Skyland. O autor é bastante cuidadoso ao aliar o passado ao futuro sempre casando as descobertas de Valery e Lorenzo a narrativa de Lilly, deixando o leitor extremamente curioso para saber como o planeta se desintegrou e se isso está ligado de alguma forma ao poder dos seijins.
As descrições são parte fundamental do livro e junto com as imagens no final do livro formam algo impressionante. É deslumbrante e vívido, gostei muito e fiquei curiosa para ter mais detalhes do resto do mundo. Imagina viver em ilhas flutuantes, pedaços imensos do que formavam os continentes e pedaços menores, fragmentos ligados às vezes por pontes às vezes por nada formando cidades inteiras. Assustadora e bela a ambientação é vívida e imersiva. Carlyle fez um ótimo trabalho e também apresentou personagens ótimos. Valery cresce à medida que a história passa, com todos seus defeitos e qualidades ela cativa o leitor. O fim foi ótimo, me deixou curiosíssima para o próximo volume. Afinal como o planeta Terra se tornou Skyland? E o que está no dossiê?
Leitura fluida e muito agradável, uma daquelas histórias que você nem percebe que está chegando ao fim tanto pela trama e mundo interessante quanto pela escrita do autor. O universo de Skyland é fascinante. Uma distopia com desdobramentos muito bem encaixados, que fogem do comum do gênero e que vai surpreender o leitor. A edição da (...)
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