Bruna 24/06/2014
Diário de Uma Treinadora de Pais
Diário de uma treinadora de pais, de Jenny Smith, foi lançado no Brasil pela Galera e me fisgou desde a primeira batida de olho, não apenas pelo título criativíssimo e bem humorado, mas também por essa capa para lá de fofa que tem tudo a ver com a história.
O livro realmente possui o formato de um diário escrito por Katie Sutton, uma garota de 13 anos que se considera uma das maiores autoridades mundiais sobre o comportamento dos adultos. A medida que narra o início de sua adolescência, ela dá instruções sobre eles, provando suas teorias usando os seus "próprios adultos" como exemplo. Inclusive já demonstra toda essa sua prática quando revela que o diário está encapado com com as palavras escritas "Equações matemática de nível superior", para ninguém sentir vontade de se aventurar nele. Genial.
O pai de Katie morreu faz um certo tempo e agora ela vive apenas com a mãe, a irmã mais velha, Mandy - uma adolescente de 15 anos - e o irmão mais novo, Jack - de 8.
Apesar desse contratempo, tirando os pequenos desafios na vida de quem está entrando na adolescência, tudo parecia estar sobre controle, afinal ela sabia como controlar os adultos que a cercavam.
Porém certo dia Katie começa perceber que já não tem mais no controle dos comportamentos de sua mãe como antes. Isso porque, ela arrumou um namorado que agora vive enfiado na sua casa e tem influenciado a sua mãe a agir de maneira diferente. O namoro a incomoda a ponto de fazer com que ela se una aos irmãos para acabar com ele.
Essa é a história central do livro, mas outras questões da vida da Katie, como amizade e relacionamentos amorosos também são abordados.
A princípio a idade da Katie me incomodou um pouco, porque para mim, 13 anos não é compatível com a idade uma garota que alega ser especialista sobre adultos e escreve um diário sobre isso. Sinceramente, quando li a sinopse, eu achei que a protagonista era bem mais nova. Talvez fosse mais compatível com a idade do irmão dela, no máximo uns 10 anos. Mas com 13 ela já é meio grandinha para essa mentalidade, e muitos dos seus pensamentos e ações são infantis.
Apesar desse fato, o livro é extremamente divertido e a medida que conhecemos a rotina da garota, ela vai soando menos como criança e mais como adolescente. Provavelmente pelo próprio amadurecimento dela, proporcionado pelas experiências que começa a viver, afinal, 13 anos é a idade onde você está precisamente com um pé em cada canoa e coisas como um machucado no queixo tornam-se as piores do mundo, capazes de arruinar completamente a sua vida social.
É muito difícil não se identificar com os comportamentos que ela aponta nos adultos. Muitas das situações que ela descreve, são situações que qualquer adolescente já passou. Desde do adulto que fica contando coisas sobre você ou fazendo perguntas constrangedoras na frente dos outros, até quando você espera o seu adulto sair do "Modo Ranzinza" se você quiser pedir alguma coisa para ele, porque você sabe que se ele estiver bravo com alguma coisa, a chance dele dizer "não" é grande.
O livro pertence ao selo Galera Junior, voltado mais para o público infanto-juvenil do que jovem adulto, e ele cumpre o seu papel como um incentivador de leitura. A narrativa é bem fluída, a protagonista é carismática e a autora realmente prender a sua atenção, não é a toa que a Jenny Smith organiza oficinas de escrita criativa.
A edição está bonita. A ilustração da capa tem vários detalhezinhos, as cores combinaram muito bem, e todo essa conjunto acabou resultando em algo muito fofo.Nas interferências da Katie na sua própria narrativa, quando ela vai dar alguma explicação sobre o funcionamento dos adultos, o texto é destacado com outro tipo de letra, colocado dentro de balões, ou seja, ele tem uma diagramação diferente.
Vestindo a Bruna de 13 anos de idade (o que não é lá muito difícil rs), dou 4 estrelinhas para o livro e super recomendo para pré-adolescentes/adolescentes que estão começando a entrar nesse universo literário. Recomendo também, para quem como eu não perde a oportunidade de viver a nostalgia de ler um livro infanto-juvenil.
site: http://www.papodeestante.com/2014/06/diario-de-uma-treinadora-de-pais-jenny.html