Hanns & Rudolf

Hanns & Rudolf Thomas Harding




Resenhas - Hanns & Rudolf


6 encontrados | exibindo 1 a 6


Tuninho 14/02/2024

Hanns e Rudolf é a história de um judeu e um nazista. O nazista o Comandante do campo de concentração de Auschiwitz e o judeu o seu algoz. Um excelente trabalho de pesquisa em um livro histórico. É sempre muito triste ler sobre os horrores da segunda guerra, o sofrimento das pessoas e a desumanidade daqueles que cometeram os crimes. Um livro essencial para qualquer ser humano.
comentários(0)comente



Christiane 24/07/2021

Thomas Harding comparece ao velório de seu tio-avô Hanns e durante a leitura do elogio fúnebre, uma retrospectiva da vida do falecido, ouve pela primeira vez que Hanns foi o responsável pela busca e prisão de Rudolf Hoss, o Kommandant de Auschwitz. Surpreendido pela revelação decide empreender a busca desta história, documentos, relatos, para poder reconstruir esta fato da história de sua família.

O livro começa nos falando da infância de Hanns que tinha um irmão gêmeo Paul em Berlim e de sua predileção por pregar peças nos outros nos termos de um Pimentinha ou Max und Moritz. Viviam uma vida feliz, uma família judia que respeitava sua religião mas também eram seculares. O pai Alfred era médico e tinha uma excelente posição na sociedade. Já a infância de Rudolf foi triste e solitária, sua mãe vivia ocupada com seus afazeres e o pai era fanático e intolerante em termos religiosos. Ele não tinha com quem brincar, uma vez foi sequestrado por ciganos, mas graças a um fazendeiro que o reconheceu foi salvo. Após ter se confessado a um padre que contou o segredo confessional ao seu pai e sendo castigado por isto perdeu a vontade de seguir a vocação de ser padre.

A juventude deles é relatada, sendo que Hanns teve que fugir para Londres com sua família, uma vez que o nacional-socialismo estava crescendo na Alemanha e quando o nome de seu pai apareceu na lista dos próximos a serem presos a decisão foi tomada. Alfred que estava em Londres neste momento não mais retornou, e todos foram uma após outro conseguindo chegar à Inglaterra. Já Rudolf se alistará e participará da Primeira Guerra Mundial. Ao retornar encontrou tudo mudado, sua mãe havia falecido, seu tio e tutor havia enviado suas irmãs para um convento e vendido a casa da família e dado fim a todos os pertences pessoais de Rudolf. Ele então se juntou ao Freikorps que eram unidade paramilitares independentes do controle do governo de homens armados que seguiam doutrinas de nacionalismo e disciplina. Foi neste grupo que ele teve um contato real com a violência e brutalidade, muito maior do que durante a guerra, e onde se jurava lealdade incondicional a uma causa e principalmente a um líder. Quando Martin Bormann assassinou um considerado traidor Rudolf assumiu a autoria para proteger seu amigo e ao contrário de sua expectativa acabou preso e ficou 04 anos na cadeia. Quando saiu ele quis voltar para o campo, seguir seu sonho, cuidar de terras e animais. Através da Liga dos Artamanen foi para a Pomerânia trabalhar numa fazenda onde conheceu Hedwig e com quem se casou. Seu supervisor sugeriu a SS que mantivessem um estábulo para cavalos na Pomerânia, e Rudolf amava os cavalos e poderia cuidar disto, só que teria que se filiar à SS e assim foi. Começa seu caminho que irá trilhar dentro do nazismo até chegar a comandante do campo de Auschwitz.

O que chama a atenção no livro, além do relato biográfico de Hanns e Rudolf que nos conta paralelamente a história de tudo que ocorreu naqueles anos, são duas coisas: a primeira é a versão de um líder nazista que foi responsável pela morte de mais de três milhões de pessoas, de como ele não tinha emoções em relação à isto, era uma ordem e tinha que ser cumprida da melhor forma, com eficácia, este era seu papel. A ideia de que o responsável é apenas aquele que dá a ordem, no caso Himmler. A necessidade de agradar ao líder, de obedecer, de não discutir uma ordem. Percebe-se que a maioria dos que se envolveram nisto tudo seguia este padrão, a obediência cega. E sequer era por medo de represálias ou ser morto, eles eram cegos, literalmente, tinham que obedecer por que era assim. E ao mesmo tempo vemos um pai carinhoso, que ama seus filhos, que se preocupa com seus filhos, que tem um coração, é humano. Um psicólogo e um psiquiatra avaliram Rudolf após sua prisão, e ambos chegaram ao quadro de apático.

De outro lado, a segunda questão relevante do livro que raramente é falada é sobre o legado dos descendentes destes criminosos, seus filhos, netos. Eles precisaram apagar tudo que houve antes de durante a guerra, desaparecer literalmente, não podiam falar de sua infância, de seus pais, de nada. Uma das filhas de Rudolf mudou até o nome, seus filhos nada sabem de seu passado. Seu neto decidiu ir atrás da história, e ficou horrorizado, chegando a dizer que se soubesse onde estava enterrado iria até o túmulo do avô para urinar em cima. Os que sobreviveram carregam um fardo pesado e precisaram aprender a se calar, esquecer o que foram, de onde vêm e isto é algo terrível também. Que culpa pode ter uma criança que vivia com seus pais numa villa ao lado de Auschwitz? Ter que negar seu nome, o nome do pai.

A questão da obediência cega, imposta muitas vezes desde a infância aos filhos, não permitir que questionem algo, ou exponham seu desejo. A hiper valorização da disciplina e lealdada ao líder. O livro nos leva muito além da guerra e do holocausto, levanta questões psicológicas e atuais. A negação, a falta de remorso, a crença absoluta de ter feito o correto, de ser necessário tudo aquilo. E admitir apenas que o erro foi admitir a morte nos campos, que isto atraiu o ódio do mundo para a Alemanha.

Não se pode esquecer tudo isto, não apenas o horror que foi, mas principalmente é necessário compreender o lado psico-social que leva à isto, somente assim será possível evitar que isto continue se repetindo, como ocorre.
E uma coisa que chama muito a atenção é o fato de que a maioria deles precisava de um pai, e Hitler ou o chefe ao qual respondiam ocupava este lugar.
denis.caldas 12/05/2023minha estante
Gostei demais da sua resenha, Chris, lembrei do Pijama Listrado, onde retrata um pouco disso.




Prof. Angélica Zanin 29/04/2017

Pelo amor ou pela dor
Thomas Harding conta a história de dois seres humanos que fizeram suas escolhas e participaram como antagonistas do maior genocídio da história.
Rudolf Höss, alemão nazista - o kommandant do complexo de Auschwitz, que obedecendo ordens do Fürer, por meio de um de seus braços direitos Heinrich Himmler, foi capaz de executar, nas câmaras de gás, mais 3 milhões e meio de pessoas ( judeus, comunistas, ciganos).
Hanns Alexander, judeu-alemão, que fugiu de Berlim com pais e irmãos, tornou-se soldado da força britânica e, como investigador do exército, procurou e prendeu criminosos de guerra.
A leitura leva-nos à reflexão de que o fato de fazermos parte da raça humana não no exime de tomarmos decisões para o bem ou para o mal. Serve de alerta para que horrores como esse não se repitam. Rudolf não foi um monstro, foi um homem capaz de monstruosidades. Hanns não foi um anjo, foi um homem de caráter e bondade que lutou por justiça.
"Dentro de mim, existem dois lobos:
O lobo do ódio e o lobo do amor.
Ambos disputam o poder sobre mim.
E quando me perguntam qual lobo é vencedor, respondo:
O que eu alimento".
Provérbio Indígena
comentários(0)comente



Silvio 14/11/2019

Uma excelente e muito interessante aula de História, principalmente para quem gosta da 2ª guerra mundial. Mostra o horror dos horrores, até onde a mente humana pode chegar, mostra os horrores que a tecnologia, que deveria contribuir para um mundo cada vez melhor, pode contribuir para a satisfação terrível de alguns poucos preconceituosos e de mente baixa, e suas terríveis consequências
comentários(0)comente



Alexandre.Sattler 12/12/2021

História Extraordinária quase desconhecida sobre a 2a Guerra
Excelente trabalho de pesquisa revela desde a infância a história dos dois personagens principais: o Comandante de Awschivts e seu caçador!
comentários(0)comente



Elisabete Bastos @betebooks 08/03/2021

O Contraponto
O Comandante chefe desde o início de Auscwitz é Rodol Hoss e ele o estruturador do campo e aplicou eficiência nas mortes dos judeus e inimigos dos nazistas envenenados e incinerados.Uma fábrica de morte e castigos. De outro lado, Hans Harding um jovem alemão que teve que se refugiar com a sua família na Inglaterra e depois com o ingresso da Inglaterra contra Alemanha Nazista ingressou nas fileiras das forças Armadas e após a guerra se transformou em detetive para caçar importantes nazistas como Rudolf.
Vamos entender um pouco da vida deles e até a prisão, julgamento e fuzilamento de Rodulf.
Excelente livro.
comentários(0)comente



6 encontrados | exibindo 1 a 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR