Resenhas - Chéri à Paris

Leila de Carvalho e Gonçalves 12/07/2018

Será Que Este Tal De Daniel É Bom Mesmo?
Comprei esse livro por R$5,99 numa promoção da Amazon. Jamais havia ouvido falar do autor, mas os comentários positivos avalizaram minha decisão. Afinal, parecia ter encontrado uma boa companhia para enfrentar nove horas espremida na classe econômica de um avião.

E não é que acertei no alvo. O único problema é que errei o dia... Embarco sábado e hoje, quinta-feira, bateu aquela dúvida:

"-- Será que esse tal de Daniel é bom mesmo? Que mal há em conferir, dar uma olhada no livro..."

Duas horas depois, cá estou eu, fazendo minha avaliação. Li inteirinho, de cabo a rabo, sem pausa sequer para um cafezinho "com croissant"... Suas crônicas destilam sensibilidade, humor e amor pela vida. Paris desabrocha a cada página, saudando quem não a conhece e deixando saudades para quem já esteve lá. Os episódios ultrapassam fronteiras, qualquer pessoa que já morou ou até mesmo tenha viajado para o exterior, vai se identificar com muitos casos.

Portanto, absolutamente recomendado para pessoas de mal com a vida ou com Paris. Daniel sabe deliciosamente apresentar a cidade com suas qualidades e defeitos, inclusive, mostrando como encarar alguns ultrapassados preconceitos como o famoso mal humor ou a rabugice dos franceses.

Concluindo, toca encontrar outra obra e pena que o destino de minha viagem não me leve a andar sem pressa pelas margens do Sena...

Vê 02/07/2014

Raramente compro e-books que não sejam títulos que eu previamente desejava e que estão em uma boa promoção, mas eu tive que abrir uma exceção para Chéri à Paris quando ele apareceu na oferta do dia na Amazon e o mais legal é que não me arrependi nem um pouco do investimento.
Escrito por um jornalista que passou 5 anos morando na França, esta é uma coletânea de contos e crônicas que retratam com muito bom humor as confusões e peculiaridades do povo francês observadas (e vividas!) por um brasileiro.
Passando por temas como futebol, gastronomia, moradia, vizinhos e, acreditem só, até a velha questão do pão francês, Chéri à Paris é a desmistificação e confirmação de muitas crenças que temos sobre os estrangeiros e, principalmente, sobre os franceses.
Com uma narrativa leve e muito engraçada, Daniel divide conosco pequenos fatos de seu cotidiano que, de tão hilários, chegam a ser surreais. Desde a ida até a feira de rua que conta com muitos alimentos fresquinhos, até ir a museus, lidar com seus vizinhos e o fato de encontrar com uma moradora de seu prédio constantemente, como se a mulher simplesmente surgisse do nada e estivesse em todos os lugares.
Ele também escreve sobre as constantes manifestações dos franceses, a dificuldade em resolver problemas simples de vazamento e outras loucuras que me levaram às gargalhadas. Sem medo de clichês, as crônicas são bem variadas e o ritmo de leitura é muito rápido. Dá até para adaptar algumas coisas brasileiras e afrancesá-las como o típico "toca Raul" que transforma-se em um debate quando se tenta explicar o significado dessa expressão a um francês.
Tudo o que posso dizer para resumir essa leitura é que morar na França pode ser tudo, menos entediante.
Chéri à Paris é uma leitura indicada para todos, principalmente porque traz consigo não só o lado cômico de se viver fora do Brasil e as peculiaridades de uma cultura diferente, como também é repleto da magia que se pode ter quando se está em um país que não é o seu. Embora na França tudo possa parecer passível de uma manifestação e não haja pão francês (pô!), Daniel ressalta em diversos momentos que não importa o quanto ele ande pelas mesmas ruas todos os dias, ainda existem coisas a serem descobertas em Paris.
Desde lojas de instrumentos musicais com um toque aconchegante, diferente e extraordinário, até feiras ao ar livre e museus que podem ser descobertos a qualquer momento. Além disso, a variedade dos temas abordados serve para que a leitura não fique estagnada em apenas essa ou aquela característica e acabe tornando-se maçante.
Nada disso, vamos de uma ponta a outra, passando por diversas histórias e situações, algumas extremamente engraçadas, mas existem também aquelas mais sérias, que só dão um toque ainda mais especial ao livro. Sem contar que a capa é uma graça e cada conto tem uma pequena ilustração no início, que dá todo um charme.
Em suma, este e-book vale demais o investimento, pois é uma leitura deliciosa indicada para aqueles momentos em que você simplesmente quer se distrair, mas sem fugir muito do cotidiano. É uma ótima oportunidade para comprovar suas ideias a respeito dos franceses e, claro, dar muitas risadas com as trapalhadas e aventuras do Daniel por lá.
Até fiquei com vontade de visitar Paris, pois eu sei que jamais poderia ficar entediada. Essa leitura só aumentou meu fascínio pela cidade e, claro, pelos franceses também. Altamente indicada e escrita com habilidade para ser breve, porém precisa e muito, muito completa!

site: http://onlythestrong-survive.blogspot.com.br/2014/06/resenha-cheri-paris-daniel-cariello.html

fabioabu 10/03/2014

Bom!
Por ser o primeiro livro do Daniel, achei-o muito interessante, leve e engraçado. Ele tem uma escrita descontraída, com o talento de transformar simples fatos corriqueiros em uma experiência agradável de se ler. Alguns contos são dispensáveis e fracos, mas o livro vale a pena pelo todo.

Perfeito como um e-book para se ter no cel e ler nos contratempos para tornar o dia mais agradável.

Flávia 28/07/2017

fraco feito água de queijo ricota
perdi tempo lendo e mais um pouco comentando. mas vai que ajude alguém a passar de largo desse livro besta que poderia, na verdade, ser só uma crônica no jornal de domingo.

Henrique Fendrich 04/09/2019

Daniel Cariello na terra do fromage
As diferenças culturais que um brasileiro encontra no exterior costumam render histórias engraçadas – especialmente se este brasileiro for um cronista. Basta lembrar o que João Ubaldo Ribeiro fez com Berlim e o que Campos de Carvalho fez com Paris e Londres. Daniel Cariello, cronista da RUBEM, é um desses casos: depois de morar em Paris entre os anos de 2007 e 2012, reuniu vários textos sobre essa experiência e fez o divertido livro “Chéri à Paris – Um brasileiro na terra do fromage (Selo Longe, 2013).

Entre as muitas descobertas que Cariello fez em Paris está a de que lá não existe pão francês. Também não há porteiros e é um bocado difícil explicar para um francês o que vem a ser o “Toca Raul”. Já essa história de que para falar francês é preciso fazer biquinho rendeu um dos melhores diálogos do livro.

O cronista se coloca em situações inusitadas, como quando acompanha sem saber uma passeata gay ou quando vê uma operação de guerra ser montada apenas para consertar uma infiltração vinda do apartamento de cima. Há ainda as dificuldades com os garçons e alguns personagens curiosos que garantem algumas boas risadas ao longo da leitura.

Muitas vezes a crônica é escrita em forma de tópicos, e não em uma narrativa convencional, como é o caso das criativas “Como falar francês (sem falar francês)”, “Protesto” (com sugestão de motivos para as manifestações francesas), “Recortes de classificados” e “Marchinhas para um carnaval francês”, entre outras. Aqui e ali há algumas referências às políticas de Sarkozy e até mesmo a algumas peladas que o cronista participou contra o time parisiense de Chico Buarque.

Sobretudo na primeira parte, é um livro engraçado, com bons diálogos como o de “Paris para crianças” e com a beleza de “Paris para crianças II”. Já na parte final estão a triste mas bonita “Framboesas” e as melancólicas “O encontro marcado” e “A caixinha de música de André Bissonet”.

Vale a leitura e está incluído entre os bons lançamentos que o ano de 2013 proporcionou ao gênero da crônica.

site: http://rubem.wordpress.com