Karina Matos 14/02/2015
Resenha do blog Vida aos Vinte
Se essa é a primeira resenha que você lê aqui no blog, deve estar achando que as notas que dou são de 1 a 5. Infelizmente não, as notas são de 1 a 10… E daqui a pouco vou explicar o motivo de ter dado uma nota baixa pra um livro pelo qual eu estava tão ansiosa.
Brooke é uma mulher de 24 anos, que durante a vida toda quis ser medalhista olímpica, mas teve seu sonho destruído após romper o ligamento do joelho e, desde então, passou a se dedicar à reabilitação de atletas. Remington é um lutador profissional de 26 anos, todo gostosão, presunçoso e rico, que se interessa por ela assim que a vê, durante uma luta, no começo do livro. Remy vê na profissão de Brooke uma boa desculpa pra mantê-la por perto e resolve contratá-la pra integrar a equipe de pessoas que contribuem pra manter a máquina que é o seu corpo funcionando da melhor maneira possível. E aí tudo começa a desandar.
Eu encontrei Real por acaso enquanto navegava no app de leitura do Kobo. A edição era em inglês e a capa me atraiu instantaneamente (é um pouco diferente da edição brasileira). Já tratei de baixar a amostra que estava disponível e só fiquei com mais vontade de ler ainda, pois ela acabou antes de finalizar o primeiro capítulo. Queria continuar lendo em inglês, mas se comprasse na Amazon ia demorar pra chegar, então comprei em português mesmo e comecei a ler assim que terminei O Mundo Pós-Aniversário.
O começo estava ótimo, eu tava superempolgada e achei que seria uma leitura maravilhosa, bem ao estilo que estou gostando de ler ultimamente. Mas de repente algumas coisas começaram a me incomodar. A primeira, sem dúvida, é a descrição extremamente exagerada que a Brooke faz do corpo do Remy e tudo o que ele provoca nela e etczzzzzzz. Seria até legal se ela não forçasse tanto e não repetisse tanto e não “”se molhasse”” tanto e tudo o mais. É muito irreal! Você poderia argumentar que é um livro de ficção, uma história fabricada e não tem necessariamente que corresponder à verdade e, tudo bem, você estaria certo. Mas não é um livro de fantasia. É uma história sobre uma garota e um cara. E eu não conheço nenhuma garota que tem a capacidade de sentir as “emoções” da Brooke só de olhar pra um cara. TODA VEZ.
Deixando de lado toda essa empolgação da protagonista, temos os termos usados na tradução. Coisas como “pimentinha”, “tigresa” (??????) e os adjetivos usados pra descrever o inimigo número 1 do Remington me deixaram com uma sensação de vergonha alheia que há tempos eu não sentia. E esse tipo de coisa rola praticamente o livro inteiro. Fora algumas falhas que não foram corrigidas pela edição e que, poderiam passar despercebidas, se não tivessem ocorrido com tanta frequência. Muitas palavras repetidas no mesmo parágrafo, alguns termos escritos de maneira errada, deixando a frase meio sem sentido… Fiquei em dúvida se isso se deve apenas à tradução e revisão da edição brasileira ou se a Katy Evans escreveu desse jeito. Por isso passei a leitura inteira tentando decidir se ainda quero ler o livro em inglês ou não.
Além do meu problema com a forma como o livro foi escrito, achei a história raza e um pouco sem sentido. Raza porque em nenhum momento a Katy Evans se deu ao trabalho de se aprofundar nos personagens, ela apenas dá uma descrição básica de como é cada um mas não entra em detalhes sobre ninguém. Sabemos apenas o básico sobre o pessoal que trabalha com Remy e temos uma ideia superficial de como são a irmã e a melhor amiga da Brooke, por exemplo. Eu, que geralmente tenho problemas com o começo dos livros, só me senti realmente conectada a ele nos primeiros capítulos. Em nenhum momento após isso consegui sentir que poderia “entrar” na história, ser parte daquilo… E acredito que muito disso se deve à personalidade mal construída de praticamente todos os personagens. Eles me pareceram caricatos demais.
E achei sem sentido à medida que fui lendo porque tudo acontece rápido demais. Não me entenda mal, eu não gosto de enrolação. Mas acho que alguns detalhes são importantes pra compreensão da história e eu não consegui entender o porquê de vários acontecimentos do livro. Quando vi já tinha acontecido e pronto. Inclusive o “amor” de Remy e Brooke. Brotou do nada. Ele simplesmente olhou pra ela, beijou, contratou e se declarou com a música Iris, do Goo Goo Dolls (que por sinal, é uma música que eu adoro). Sem motivo aparente, pois tinham acabado de se conhecer. E ela passou o livro inteiro forçando a ideia de como ele é gostoso e musculoso e um tesão e etc. Ao invés de prático, achei cansativo. Assim como achei cansativa a fórmula “protagonista + melhor amiga assanhada” que tenho encontrado em tantos livros e achado normal, mas que nesse me irritou um pouco. Eu acho que a Melanie não conseguiu me convencer.
O final teve algo pelo qual eu não estava esperando e que achei bastante criativo. Mas não o suficiente pra fazer valer a pena o restante, além de que, depois da surpresa tudo voltou a ser como antes e o casal principal retornou à cafonice…
Eu ainda estou tentando decidir se vou ler a edição em inglês porque tô curiosa pra saber o jeito como a Katy Evans realmente escreveu o livro. Já comprei os outros 2 volumes da coleção em português e vou me obrigar a lê-los em algum momento, mas não agora. Talvez eu até leia o quarto e o quinto livros, que ainda não foram publicados no Brasil. Rogue e Ripped falam sobre outros casais, e não mais sobre Remington “Riptide” (traduzido como “Arrebentador”) Tate e Brooke Dumas. O que me lembra mais uma deixa que não foi aproveitada em Real. Um casal que “quase” se formou, mas do qual só se falou uma vez, deixando várias pontas soltas que podiam se tornar uma história legal.
Como me interessei pela sinopse e pelo começo, fiquei com a impressão de que o enredo é bom, mas foi mal aproveitado; além de a tradução ter deixado a desejar, é claro. Fiquei decepcionada porque achei que fosse adorar o livro e na verdade não gostei dele. A autora é uma fofa e eu meio que estava torcendo pra leitura ser boa, sabe? Em todo caso, se você tiver vontade, leia. Talvez tenha uma opinião diferente da minha.
Resenha publicada no blog Vida aos Vinte
site: http://vidaaosvinte.com.br