Rotina Agridoce 15/01/2018No condado Hertfordshire, em Longbourn, Sarah é uma empregada da família Bennet desde que seus pais faleceram, embora seja dedicada ao seu trabalho que a toma o dia inteiro não deixa de sonhar em conhecer o mundo, especialmente Londres. Após a chegada de um novo empregado em uma casa vizinha, ela passa a nutrir mais do que sonhos, assim desejos e atitudes sobre o que ela deve fazer para ir além dos muros da casa começam a nascer dentro de sua alma.
Inspirado diretamente na obra Orgulho e Preconceito ocorre ao mesmo tempo que a mesma, entretanto acompanhamos os acontecimentos sob a perspectiva dos empregados da família Bennet. Este dado porém não chegou ao meu conhecimento antes que eu começasse o livro, logo eu acredito que não ter lido Orgulho e Preconceito faz com que eu perca uma parte da beleza da estória. Sim eu assisti ao filme, mas honestamente fazem muitos anos e me lembro pouco. Acredito que quem tenha lido o livro deva aproveitar o livro muito mais.
Sarah é uma jovem muito inocente que sonha com lugares melhores porque sofre na casa em que está, não por maus tratos como era comum na época, porque tanto a família Bennet como os demais empregados a tratam bem, mas pela dureza de seu trabalho que maltrata o corpo e cansa seu espírito. Logo ela sempre sonha em conhecer outras cidades, entretanto com o passar do tempo ela começa a questionar se seu sonho é algo belo apenas em sua mente.
O casal Hill são os empregados mais velhos, a Sra. Hill é a governanta, e tenta ter controle completo de tudo que acontece na casa, e com Sarah e Polly. Ela as tem como filhas, e tenta sempre transmitir o melhor para ambas. O Sr. Hill já está velho e doente, por conta disto acaba sendo substituído em algumas funções por um novo funcionário, James, um jovem misterioso que se mostra muito prestativo mas que desperta sentimentos estranhos em Sarah.
James tem segredos em seu passado, mas os guarda fundo, tentando ser o mais discreto e calado possível. Este comportamento desperta em Sarah desconfiança e ao mesmo tempo mais atenção do que o normal dela por ele. Este casal até desperta alguma torcida, mas em geral é um pouco passivo demais.
A família Bennet aparece como coadjuvantes, são muito citados e tudo orbita ao redor deles, mas pouco sabemos do que realmente está acontecendo com eles, isto porque já está detalhado em Orgulho e Preconceito, e tudo sobre eles é como espiar pela fresta de uma porta. Mesmo assim conseguimos perceber que a família trata bem os empregados e tem consideração pelos mesmos.
A narrativa em terceira pessoa de Baker é muito similar a de Austen, embora não tenha lido Orgulho li no mês passado Razão e Sensibilidade. Ambos tem ritmo lento, focados no dia a dia dos personagens, sem grandes ações ou eventos. Ambos livros não fluem, sua leitura é demorada e as vezes um pouco cansativa, pois ela detalha bastante o trabalho dos empregados, e bom trabalho doméstico não é um tema muito interessante de ler não é? Mas Baker é um pouco mais descritiva do que Austen, o que nos possibilita uma melhor perspectiva do ambiente.
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