Leilane 26/12/2014
É, não tem sido nada fácil para a Garota Relâmpago.
Santuário é o quarto livro da série Desaparecidos de Meg Cabot. Nos livros anteriores, a personagem principal, Jess Mastriani, foi atingida por um raio, começou a saber exatamente onde pessoas desaparecidas estão apenas tendo o mais leves dos contatos com qualquer uma delas – o meio mais eficaz são fotos –, a impressa ficou em cima dela que nem louca para saber tudo sobre esse seu poder único, os agentes do FBI ficaram loucos para tê-la em sua equipe, e seus métodos de persuasão não deixaram Jess nem um pouco animada, muito pelo contrário, o que a levou a decidir que a melhor opção era fingir que não tinha mais poderes e continuar com suas ligações anônimas para o Disque-Desaparecidos. É, não tem sido nada fácil para a Garota Relâmpago.
Claro que não posso deixar de descrever as relações interpessoais de Jess que são do tipo que faz com que rapidamente nos conectemos aos personagens que é sempre num estilo marca registrada da autora: sua melhor amiga chama-se Ruth e é o tipo de amizade que dá para confiar até o segredo de que Jess ainda tem seus poderes; ama e faz de tudo para proteger seus irmãos principalmente Douglas que é esquizofrênico e passa a maior parte do tempo em seu quarto com seus HQ’s – e quem falar mal dele pode ter uma conversinha com os punhos de Jess –; seus pais são do tipo que amam e desejam sucesso aos filhos na mesma intensidade, então são pais comuns que querem o melhor para os filhos e acaba sendo difícil encarar o fato que cada um está seguindo o próprio caminho; e, mas não menos importante, Rob, o bad boy que prefere manter a distância de Jess por ela ser chave de cadeia e por serem de origens diferentes, ele um caipira e ela da cidade, mas que simplesmente não consegue ficar longe dela, principalmente quando ela se coloca em perigo o que acontece com muita frequência considerando seus poderes, então se fosse para classificá-los como no facebook seria: “em um relacionamento complicado”.
O que mais gosto na Jess é seu humor sarcástico e essa vontade de ajudar, mas sempre nos seus próprios termos, pois não quer prejudicar ninguém a sua volta. Durona e decidida, ela não mede consequências quando se trata em salvar alguém em perigo e, neste livro, ela é obrigada a enfrentar fanáticos pela supremacia americana e pureza racial e religiosa que estão dispostos a exterminar pessoas em nome de suas crenças.
Meg Cabot como sempre sabe dosar todos os elementos de seus livros, ela é o tipo de autora que escreve de tudo: chick lit, romance de época, sobrenatural, policial e até um pouco de fantasia e releitura de contos de fadas; e na série Desaparecidos não é diferente, a base é o sobrenatural e o policial, com uma personagem estilo chick lit, com muitas questões pessoais para resolver, mas sempre com muita determinação e humor sarcástico tão característico das heroínas desse tipo de história, e lógico, com um romance divertido e incerto-certo, que faz com que torçamos do começo ao fim pela Jess e pelo Rob – sim, eles são um dos meus casais favoritos da Meg.
Assim como todos os livros da Meg, recomendo muito a série Desaparecidos, essa série foi concluída pela autora em 2006, a Galera só começou a lançá-la depois disso e como os cronogramas para a autora são de espaço anuais – aliás, esse é o padrão da editora para séries, as continuações são lançadas com espaço de um ano, mas lógico que há variações tanto para menos como para mais –, o último livro da série só será lançado em 2015, provavelmente no segundo semestre. E, pelo que vi no site oficial da Meg Cabot, essa série para mesmo no quinto, mas considerando que as séries Diário da Princesa e A Mediadora vão continuar, sem contar a série Heather Whells que tinha três e agora encerrou no quinto, acho que podemos considerar que as séries da Meg podem sempre ter uma continuação, afinal a autora é jovem e vai escrever muito ainda nessa vida.
site: http://lerimaginar.com.br/blog/2014/10/08/santuario-meg-cabot/