Cartas para você

Cartas para você Duda Razzera




Resenhas - Cartas para você


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Zilda Peixoto 16/06/2014

Cartas para você
Estou aqui mais uma vez para falar e destacar a literatura nacional. Recebo todos os dias vários e mails no qual autores nacionais apresentam suas obras convidando-me a resenhar seus livros, mas nem sempre é possível aceitar todos os convites. Um dos critérios para a escolha dos livros é encontrar alguma identificação com o gênero proposto já que não vale a pena resenhar algo que eu não me identifique, não é mesmo? E foi por esse motivo, e outro um tanto óbvio que decidi aceitar o convite da autora Duda Razzera.

Um dos fatores predominantes foi a belíssima ilustração da capa do livro. Gostei da sua delicadeza, da escolha dos traços que compõem a ilustração, ou seja, tudo me fazia crer que seria um livro sensível, delicado. E claro, a premissa do livro deixava implícito que possivelmente seria uma comovente história de amor e devoção.

Vejamos: a premissa do livro é bem interessante. A protagonista Georgia assim como a autora perdeu o pai aos vinte poucos anos de idade. Provavelmente muito das emoções sentidas pela própria autora estão contidas em sua personagem. Aqui realidade e ficção se esbarram e caminham lado a lado. E é por isso que a história de Duda é tão peculiar, particularmente única no ponto de vista literário. A sinopse já nos dá uma boa noção do que está por vir, por esse motivo não acho válido entrar em maiores detalhes.

Para conter um pouco do sofrimento Georgia passa a escrever cartas para expressar seus sentimentos na tentativa de aliviar a ausência do pai. A princípio Georgia não compreendia muito bem o sentido de escrever sobre o que sentia, já que assim ela só passaria a relembrar ainda mais a falta do pai, porém Georgia estava disposta a seguir as instruções de sua psicóloga.

Sabe aquele velho ditado: “Fulano comeu o pão que o diabo amassou”, então, isso é fichinha no caso de Georgia. Nossa mãe! Georgia passou por tudo de desgraça que vocês possam imaginar até a perda do pai. Apesar de tudo Georgia, os pais e a irmã conseguiram superar os contratempos da vida. E olha que não foram poucos. Porém, o pai de Georgia era sua base, sua sustentação. Era ele que a compreendia, que a mantinha segura diante suas falhas e inseguranças e, por esse motivo sua perda tenha sido irremediavelmente tão profunda.

Ao longo das páginas vamos acompanhando um diálogo incessante de revolta e questionamento sobre suas dores com aquela que no entendimento de Georgia devia ser questionada desde o início: a querida Aceitação. Georgia se refere à Aceitação com um tanto de revolta e desprezo, porém ao longo das cartas ela consegue encontrar um meio termo para dialogar com sua própria consciência.

O livro possui inúmeros trechos emocionantes que descrevem o convívio que Georgia vivenciou com o pai, mas um dos mais marcantes, sem sombras de dúvidas, é o discurso preparado por Georgia para sua formatura.

Apesar da mensagem do livro ser digna de muito respeito e admiração confesso que a sua linguagem me incomodou bastante ao longo da leitura. Ainda que sua linguagem seja intencional, já que a história é direcionada por cartas eu não me senti confortável durante a leitura. A linguagem é simplória, ora repetitiva demais tornando alguns momentos da leitura um tanto cansativa. A minha estratégia foi a seguinte: tentei separar as duas coisas ainda que isso pareça impossível. Consegui encontrar uma maneira de apreciar a leitura respeitando e captando toda sua essência tentando me conectar apenas a ela. Consegui curtir a leitura de um modo geral ainda que a linguagem utilizada pela autora não tenha me agradado entre um capítulo e outro.

Cartas para Você é um livro tocante e que emociona o leitor com sua linda mensagem de superação. Georgia é a prova de que conseguimos sobreviver a tudo se tivermos fé, determinação e, principalmente o apoio dos nossos entes queridos. A aproximação com a mãe e a irmã também foi um ponto da narrativa que merece destaque.
A autora ainda apresenta diversas referências ao longo da narrativa que contribuem para a sua fluidez e que todo leitor poderá facilmente encontrar alguma identificação.

Entre tantas referências o capítulo 51 traz citações da autora Bruna Vieira que assim como Georgia, todos os leitores irão se identificar em algum momento. Foi de extrema valia a inserção de tais reflexões para que todos nós saibamos distinguir a diferença entre aquilo que realmente somos e a realidade inventada e velada exposta na internet através das redes sociais.

Bem, pelo que vocês podem notar Cartas para Você não é um livro que irá focar o sofrimento em si como algo irremediável. Duda nos demonstra sabedoria em cada palavra e vai conduzindo sua narrativa com muita delicadeza, tirando o recadinho um tanto "revoltado" direcionado ao seu ex-namorado, que diga-se de passagem foi "demais"!

Felizmente a editora Novo Século fez um excelente trabalho. A edição e revisão do livro não deixaram a desejar, Nossa! Pensei que nunca viria um livro editado pela editora através do selo direcionado a literatura nacional sendo publicado como os demais títulos do selo principal. Respeito aos autores nacionais é o que todos desejamos!

Em suma gostaria de recomendá-los a leitura e dizer, que apesar da premissa simples o livro poderá surpreendê-los. Cartas para Você é um livro que possuí uma linda história de amizade, amor e cumplicidade. A autora mantém um blog onde posta dicas para escritores, resenhas, além de textos que contam um pouco da sua história.

site: http://www.cacholaliteraria.com.br/2014/06/resenha-cartas-para-voce-duda-razzera.html
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Andrea 16/06/2014

Perder alguém não é fácil. O processo de luto é comprido: tem a negação, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. Geórgia Castro perdeu o pai, que era seu melhor amigo e seu mentor, e já passou por todas essas etapas... Só a aceitação que se recusa a aparecer.

Para fazer com que ela venha logo, Georgia, aceitando uma sugestão de sua psicóloga, resolve escrever cartas para a Aceitação. Somente quando esta chegasse ela poderia viver com o fato de que seu pai nunca irá voltar. E não só isso. A vida dela nunca foi fácil. A morte de seu pai parece fazer com que tudo desmorone mais uma vez, mas ela e sua família devem se unir para conseguir superar essa fase.

Com referências à filmes, citações e séries (seu ex-namorado, por exemplo, é chamado de Voldemort), as cartas mostram a evolução da protagonista ao longo do tempo, mostrando seu dia-a-dia, suas emoções, seus conflitos internos e como é possível continuar a viver mesmo sem seu melhor amigo ao seu lado.

Para mostrar um pouquinho melhor a essência do livro, resolvi separar alguns quotes que achei interessantes:

"Será que é algo que as pessoas em luto fazem? Agir de um jeito completamente diferente do que você agiria em condições normais? Fugir da realidade? Talvez."

"Meu pai sempre roube rir da própria desgraça e, em sua memória, devemos fazer isso também"

"Meu pai ainda morre todos os dias para mim. Em qualquer lugar e a qualquer hora eu sinto uma enorme vontade de chorar. Sou praticamente uma bomba-relógio"

"Minha cama é meu refúgio. Quando eu durmo me transporto para um mundo melhor, um mundo em que eu e meu pai estamos juntos. Sonho com ele todo dia. Sonho que estamos em casa tomando café, ou então ele está andando comigo na rua ou fazendo um cruzeiro... Mas sempre um pouco antes de acordar do sonho, descubro que ele está para morrer."

"Todo dia acordo com aquele desânimo no corpo e tento mentalizar: "Hoje vai ser um dia bom. Eu não vou surtar. Vou ter coisas para fazer no trabalho. Vou sobreviver mais um dia". Eu me sinto como uma alcoólatra: um dia de casa vez."

As palavras de Duda conseguem nos passar como é difícil lidar com a perda de alguém que nos é importante. Ela mostra que mesmo com o passar do tempo, a dor não vai embora: você deve aprender a lidar com ela. Eu tenho certeza que o livro vai ajudar muita gente que está passando por essa situação, mostrando a todos que eles não estão sozinhos - e que não é necessário se mostrar o tempo todo forte, mesmo estando em cacos por dentro. Ao longo da leitura, conseguimos sentir a emoção da personagem, sentir seus altos e baixos, e ela consegue transparecer claramente a dor que está sentindo, sem mesmo entendê-la.

Eu gostei bastante do livro. A única coisa que senti falta foi a data em cada carta. O livro se passa dentro de um ano, mas eu não tinha muita ideia quanto tempo havia passado entre uma carta e outra. Mesmo assim, deu para perceber uma evolução da personagem - que de início não queria nem sair de casa, e aos poucos começou a trabalhar, sair com os amigos e ter alguns bons momentos, mesmo com um grande buraco em seu coração. Recomendo a todos, principalmente àqueles que estão passando por esse momento de dificuldade. Com certeza o livro será um ótimo ombro amigo para ficar a seu lado nessa fase tão difícil que é perder alguém.

site: http://www.ownmine.com.br/2014/06/cartas-para-voce.html
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Carlinha 21/07/2014

"Só o tempo pode curar uma perda"
O livro é todo em “cartas”, ao qual a personagem inicia chamando-as de Aceitação (logo o leitor vai entender o porquê de suas cartas levarem esse nome). As cartas são compostas de momentos da sua vida, onde a personagem divide com o leitor cada pequeno sentimento e percepção sobre como é viver sem um pai, sem estimulo, insegura, e como superar ou pelo menos tentar superar uma perda dolorosa como essa.

"Não quero viver em uma realidade em que a sensação de ausência preenche todos os meus dias." Página 35

Vamos conhecer Georgia, uma jovem de 22 anos. Inteligente, bonita (como ela diz: uma princesa),meiga,vaidosa, bem humorada, viciada em livros e series de tv, é relativamente feliz e carente, tem tudo que se pode chamar de “uma boa vida”, até que o destino lhe reserva algumas surpresas. Primeiro: ela teve que aprender a lidar com o término de um relacionamento de um ano e meio, nada fácil. Logo encontrou consolo no colo do seu pai e melhor amigo que logo aconselhou a filha dizendo que esse tipo de sofrimento ( “perda”), só parece interminável, mas uma hora essa dor passa e a vida segue seu curso.

“Quando meu pai me dava um conselho, eu nem pensava, só fazia. Porque meu pai sempre estava certo. Ele sempre quis meu bem. Sempre fez de tudo para me ver crescer para eu atingir meu potencial máximo. E agora eu tenho medo.”

Georgia sempre teve uma ótima relação com seu pai, ao qual ela se refere como melhor amigo. E a sua história começa a partir daí, quando ela começa a escrever cartas para tentar aliviar a dor quando seu pai vem a falecer. Ela não só “perde o sentido da vida”, mas começa a desconfiar dos planos de Deus para sua vida, sente que Deus não foi justo ao levar seu pai de uma forma inesperada, afinal ele era o alicerce dela e de seu lar. Não foi fácil aceitar que seu pai já não estava mais ali, e que nunca mais olharia em seus olhos novamente, por isso ela achava que Deus havia lhe esquecido. Mas talvez, Georgia não estivesse preparada naquele momento para entender que Deus tinha grandes planos para sua vida.

“Eu não me entreguei. Fui entregue. Deus me entregou me deixou á mercê da vida. E me pergunto, por que me abandonaste?” Página 21

Eu confesso, me vi na Georgia por diversos momentos, e logo nas primeiras paginas rolaram algumas lágrimas, eu sabia que o livro iria falar comigo, só não esperava que fosse tanto assim.

Pensei nas pessoas que amo, e de como seria a minha vida sem elas, pensei no tempo que dedico a elas e como posso me esforçar para estar mais presente na vida delas curtindo cada momento como se fosse o ultimo. O livro faz a gente pensar a respeito do amor incondicional, na família, amigos, e sobre o valor que damos a essas pessoas.

“Tem tantas emoções conflitantes dentro de mim, e acho que ninguém realmente sabe. Ninguém consegue enxergar ao olhar para mim. Ninguém sabe que por dentro estou gritando a plenos pulmões. Ninguém escuta.” Página 76

Georgia é uma jovem que foi se tornando mais forte, mais confiante a cada página virada, a cada obstáculo que parecia insuperável. Uma história de amor, força e superação.
Talvez o destino nos reserve planos inimagináveis, perdas aparentemente irreparáveis, mas na história de Georgia pude sentir que tudo que aconteceu em sua vida não foi em vão, ela precisava enxergar além da relação com seu pai, era preciso enxergar sua mãe e sua irmã, era preciso conectar os pontos de sua vida novamente. De uma jovem, ela vai se tornando uma mulher forte que supera a cada dia seus medos, conflitos e se redescobre a cada nova etapa de sua vida.

“Não quero viver no passado ou no futuro. Quero ficar bem aqui onde eu estou, porque pela primeira vez em muito tempo eu me sinto segura.” Página 151

No final, se você estiver passando por alguma tristeza ou depressão profunda, vai facilmente se identificar com a história, e o melhor, perceberá que não está só, e que nada é impossível, desde que se tenha força de vontade e persistência, a Aceitação pode até demorar, mas com certeza uma hora ela vai bater a sua porta, basta se permitir, se deixar reviver, se reamar, e quando você menos esperar elas chegará.

A lição maior que fica dessa história, é de que nada é eternamente doloroso e nada é continuamente feliz, sempre teremos momentos de oscilação, e no final das contas isso não é nenhum bicho de sete cabeças, porque se você parar pra observar todo mundo passa por momentos assim (só que cada um acha um jeito de superar sua dor), mas todos superam de um jeito ou de outro.

O livro também trás muitas citações de pessoas famosas e emotivas, como Clarice Lispector, Cai F. Abreu, Renato Russo, entre outros. As citações se encaixam com os momentos que a personagem está passando.


Adorei a experiência de ler um livro intenso e tão verdadeiro, já que a própria autora nos revela logo no prefácio que esse é um livro autobiográfico. A leitura bem, pois os capítulos se resumem geralmente em duas a três paginas, e a escrita da autora é de fácil compreensão.

site: www.depoisqueeumudei.com
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Bia 12/08/2014

Resenha: Cartas para Você
Quando recebi esse livro para ler, senti muito medo. Eu sou uma pessoa que simplesmente temo profundamente a perda de alguém. Só de imaginar meu mundo desmorona. Então senti medo em me pegar imaginando perder alguém durante a leitura, e ficar depressiva.
Outro ponto que me fez temer a leitura, foi porque o ente que Georgia perdeu foi o pai, e, eu não tenho uma relação tão boa com o meu. Na verdade, minha relação com o meu pai é péssima. Então também senti medo em não conseguir entender o elo entre eles.
Mas claro que um dia eu teria que me render à leitura. E posso dizer que fui completamente surpreendida.
Logo nas primeiras páginas consegui entender "a coisa toda" por trás do relacionamento de Georgia e seu pai. Eles eram confidentes, amigos, muito além de simplesmente pai e filha.
Então, imaginem a perturbação e o sofrimento que adentraram a vida de Georgia?
E para ajudar, juntamente com a irmã e a mãe, Georgia passa por dificuldades financeiras quando seu tio (um fdp) "toma" a empresa da família.
No livro, podemos mergulhar de cabeça e sentir exatamente o que Georgia está sentindo. De leitor, viramos um amigo confidente, que conhece tanto a personagem, que acaba sentindo quando a mesma está bem, está triste, está ansiosa, está chata... Enfim, é uma leitura comum e diferente ao mesmo tempo.
Foi o livro que mais me fez chorar até hoje. Chorei mais com "Cartas para Você" do que com "A Culpa é das Estrelas". Só de contar para a Taty algumas passagens do livro, ela já se emocionou.
Mas o livro não é somente lágrimas. Conhecemos a "Georgia triste", mas também podemos conhecer a Georgia divertida. Ri muito com sua normalidade, me diverti com os casos amorosos, fiquei com raiva das pessoas que a magoaram... também me perguntava durante a leitura: Por que as pessoas morrem? E por que é tão difícil aceitar?
Senti inveja, a princípio, do relacionamento tão perfeito de pai e filha. Me peguei pecando me perguntando "Por que Deus leva os pais bons primeiro?"
"Não consigo compreender por que são sempre as pessoas boas que sofrem tanto, que morrem mais cedo, que são injustiçadas."
Como lia um capítulo todos os dias, já que o livro é super emocionante, terminei a leitura e fiquei meio sem saber o que fazer. Georgia se tornou uma amiga que "me contava tudo". Então fiquei com uma ressaca literária enorme.
Super recomendo, é um livro que como eu já disse é emocionante, porém te fará pensar muito nas pessoas que o cercam e em como você leva sua vida. Longe de ser um livro de auto-ajuda, é um drama carregado de sentimentalismo e busca pela aceitação.
Termino essa resenha pedindo para que todos vocês que estão lendo, abracem e beijem muito seus pais, não só hoje, mas todos os dias. Não tenho um pai biológico digamos perfeito, mas a "perda" dele me fez ganhar dois pais completamente perfeitos: meu avô, que é meu príncipe encantado, minha vida, que eu amo profundamente, e meu padrasto, que consegue ser a pessoa mais doce que já conheci na vida. Eles enchem meu coração de amor, e hoje só posso mandar um abraço virtual ou pelo telefone para eles.
As vezes não temos o melhor pai do mundo, ou as vezes nem o conhecemos, mas Deus trata de colocar "substitutos" perfeitos em nossas vidas.
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CrisGomes 11/09/2015

Cartas Para Você
Quem já perdeu alguém próximo, alguém que ama, sabe o significado do luto. A dor, a saudade, a eterna falta que aquela pessoa nos faz. Algumas pessoas superam rapidamente, passam pelas fases do luto (negação, raiva, negociação, depressão e aceitação) e conseguem seguir seu caminho, sempre com a saudade como companheira. Mas, para algumas pessoas, superar a perda daquele que ama é mais difícil. Para Georgia Castro, foi um processo longo e doloroso.

“Stephen Chbosky, autor de um dos meus livros preferidos, o que deu origem a toda essa onda de cartas para você, escreveu: “Eu não sei se você já se sentiu assim. Querendo dormir por mil anos?”

Depois da morte do pai, Georgia se vê completamente perdida. Ele não era apenas seu pai, era seu melhor amigo, seu conselheiro, seu parceiro, e a morte dele deixou a vida de Georgia completamente fora dos eixos. Sua psicóloga a aconselha a escrever cartas para seu pai, ou manter um diário, como uma forma de lidar com o luto. Ela então começa a escrever cartas para a Aceitação, o estágio final do luto que ela ainda não alcançou.

“Não quero viver em uma realidade em que a sensação de ausência preenche todos os meus dias.”

O livro, escrito em forma de cartas, tem 68 capítulos, todos curtinhos, nos quais Georgia conta como foi lidar com essa perda. Ela conta à Aceitação um pouco da vida dos pais, sobre sua família, seus problemas de saúde, sua falta de vontade de viver, a depressão que a faz querer ficar vegetando no sofá, a perda da empresa da família por um tio fdp … mas nem tudo é só tristeza. Georgia passa por bons momentos como a formatura, um novo emprego, uma nova empresa, paqueras, baladas…

“Tem tantas emoções conflitantes dentro de mim, e acho que ninguém realmente sabe. Ninguém consegue enxergar ao olhar para mim. Ninguém sabe que por dentro estou gritando a plenos pulmões. Ninguém escuta.”

Assim como todos que perdem alguém que ama, Georgia tem seus dias bons, nos quais acredita que vai conseguir seguir em frente, que a dor vai diminuir, que a saudade vai deixar de ser um grande buraco no peito para ser só… saudade. Mas a maioria dos seus dias é pontuado por um imenso vazio, uma solidão e uma necessidade que não podem ser preenchidos.

“Quando meu pai me dava um conselho, eu nem pensava, só fazia. Porque meu pai sempre estava certo. Ele sempre quis meu bem. Sempre fez de tudo para me ver crescer para eu atingir meu potencial máximo. E agora eu tenho medo.”

O livro tem partes bem tocantes. Quem já perdeu alguém (pai, mãe, irmão, filho) sabe que não é fácil aceitar que nunca veremos aquela pessoa novamente, que dali pra frente nada será igual; passamos por momentos em que não queremos mesmo fazer nada, só ficar vegetando e deixar a vida passar; é difícil esvaziar o guarda-roupa e deixar ir os pertences daquela pessoa tão amada; é difícil enfrentar as datas importantes: aniversários, formatura, casamento…

Ao longo do livros vemos Georgia passar por todo tipo de sofrimento, mas ela vai aos poucos fazendo as pazes com a Querida Aceitação, mesmo que esta insista em não visita-la. Ela vai encontrando de novo seu lugar no mundo: um novo emprego, amigos, sua irmã e sua mãe, com quem passa a ter um relacionamento diferente depois da morte do pai. Aos poucos, ela vai reencontrando a alegria de viver e vai aprendendo a seguir seu próprio caminho, em busca da tal Aceitação.

Ao final dessa resenha só posso dizer que tenho muita sorte de ainda ter meu pai comigo. Então, se você também tem a sorte de ter seu pai, sua mãe, seus irmãos, seus filhos ao seu lado, lembre-se de sempre dizer o quanto os ama e o quanto eles são importantes para você.

Xero grande e até a próxima!
Cris Gomes


site: www.portal.julund.com.br
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Simeia Silva 20/10/2015



" Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém, que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la."


Georgia perdeu o pai aos 21 anos, e desde então vive em um luto ininterrupto. Seu pai era o seu companheiro, seu amigo, alguém para dar risadas, para ver TV, para pedir conselhos, para contar como foi o dia, para discordar, para ouvir. Era o seu porto seguro. Não se enganem, ela não vivia apenas com o pai, ela também tinha a sua mãe e a sua irmã, mas o ponto fraco dela, o seu amor maior era o pai.

Desde a morte do pai, Georgia entrou em um mundo só dela, não fazia mais nada, seu ânimo a muito havia sumido. Passou a frequentar novamente a psicóloga e se distanciou dos amigos, da família e de todo o resto do mundo lá fora.

Em curtos capítulos, Georgia/Autora vai contando o seu dia a dia depois da perda do pai, a sua não aceitação, o seu namoro desastroso com um crápula que acabou quando o pai faleceu, a sua vida que virou de cabeça para baixo, o seu tio cretino sócio do pai dela que lhes tirou tudo assim que o irmão morreu. E por aí vai.

Acompanhamos Georgia nos últimos meses após a morte do pai, acompanhamos sua luta para reerguer a empresa do pai, para reerguer a família que a muito se perdeu, e a sua própria luta para se reerguer, para se aceitar e para aceitar a sua vida sem seu pai, para aceitar que ele nunca mais voltaria, e que estaria apenas em seu coração e nas suas lembranças.

É um livro bem bacana, que conta uma história de não ficção, um tanto quanto emocionante, que te coloca para pensar o que você faria no lugar dela. Eu sei que também demoraria a aceitar uma perda assim, ou talvez nunca aceitasse. Meu pai e minha mãe são meu tudo, e meus filhos nem se fala.

RESENHA COMPLETA NO BLOG
http://www.adorkable.com.br/2015/10/resenha-escrita-cartas-para-voce-duda.html


site: www.adorkable.com.br
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Mari Siqueira 27/10/2015

Angustiante, intenso e verdadeiro. Cartas Para Você não é uma leitura fácil, pelo contrário, a força narrativa da autora nos envolve e faz com que nos compadeçamos da dor que carrega a protagonista. É dito que um bom autor consegue transmitir sentimentos ao invés de palavras e se me permitem dizer, Duda Razzera acabou comigo.

Escrito em forma de diário, parte da narrativa foi inspirada na história da própria autora. A protagonista enfrenta momentos difíceis de luto, dor e solidão e, por conta disso, entra numa depressão sem fim. Com repetição excessiva de lamentações, o diário de Georgia é um pedido de socorro, um pedido que muitos já devem ter se feito em algum momento. A jovem não consegue ver as coisas boas, apenas o sofrimento, a infelicidade e a tristeza.

Após perder o pai, Georgia fica completamente sem rumo. Perder alguém é difícil, mas perder a pessoa a quem mais se ama é devastador. A dor excruciante, que parece nunca passar, dilacera cada pedaço do seu coração, a cada minuto do dia. O livro relata detalhadamente todo o processo do luto e as tentativas da protagonista para seguir em frente com sua vida ou com o que restou dela. Seguir em frente significa aceitar a perda e a Aceitação é alguém que Georgia se recusa a ver.

O caminho é árduo e toda a pressão sob uma jovem garota despreparada e extremamente dependente do pai culmina em transtornos de ansiedade, insegurança e depressão. Georgia é aconselhada a escrever cartas endereçadas à Aceitação e esse exercício vai, aos poucos, ajudando sua percepção da morte do pai. A saudade não diminui, mas passa a doer um pouco menos com o tempo. Frases e citações de personalidades famosas abrilhantam o livro e dão ênfase aos sentimentos da garota, intensos e profundos.

Georgia enfrenta todos os dramas adolescentes e as crises que marcam o início da fase adulta, como o primeiro emprego, faculdade, namorado e as brigas familiares, tudo isso em sua pior fase. Seu humor, assim como a narrativa, sofre diversas alterações, em especial, após o uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos (quem já tomou sabe o quanto isso nos deixa confusos). Em alguns momentos algumas atitudes da protagonista são contraditórias e isso se deve ao fato de seu estado de espírito também o ser.

É um livro bonito sobre como uma pessoa pode lidar com toda a dor que contém dentro de si. Escrever cartas, um diário, um blog, o que seja, pode te ajudar a lidar com os maus momentos, mas você também deve procurar ajuda, como Georgia fez. A depressão é uma doença séria e com ajuda adequada pode ser tratada. Não se esqueça, nem toda a dor do mundo merece que você se deixe vencer. Se a vida parecer difícil demais e você sentir saudades de alguém que se foi, lembre-se que você a carrega em seu coração e memória. E isso nunca vai embora.

"Quando eu tinha dezenove anos e estava sentada na minha cama como uma alucinada chorando por causa do fim do meu namoro de um ano e meio achando que eu nunca mais conseguiria ser feliz meu pai disse pra mim: “Filha, vai passar. A dor de terminar um namoro é como quando a gente perde alguém. Sofremos por um tempo e depois nos acostumamos."
E eu concordei com meu pai. Porque ele sempre estava certo.
Quase três anos depois descobri, do jeito mais difícil, que meu pai se enganou: levar um pé na bunda nem se compara a perder alguém." (p. 11)

site: http://loveloversblog.blogspot.com
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Driely Meira 28/10/2015

Querida Aceitação
Após perder o pai, Georgia passou a escrever cartas para Aceitação, que, de acordo com os psicólogos e etc, é a última fase do luto. Acontece que Georgia ainda não chegou nessa parte. Ela simplesmente não consegue entender porque seu pai fora tirado dela, quando tantas pessoas ruins no mundo ainda viviam. Por que justamente ele, seu porto seguro?

Seguir a vida não era tão fácil como as pessoas diziam que seria, então ela passa a escrever sobre seus dias e seus sentimentos, contando, além do que acontece em sua vida, as saudades que sente do pai, e os turbilhões de pensamentos que passam por sua cabeça todos os dias, além de sua luta diária para tocar a vida, quando o que ela mais queria era fechar os olhos e sonhar que o pai estava de volta.

Eu não sei existir em um mundo onde meu pai não exista. Não é real. – página 20


Georgia não é uma pessoa fácil de se lidar, e não digo isso somente por ela ser ansiosa ou um pouco exigente, mas por ter prendido a si mesma dentro de um mundo onde ninguém mais conseguia entrar. Todos que acabavam se aproximando, de alguma forma, eram obrigados a se afastar. Sem seu pai, Georgia sentiu que não podia fazer mais nada sozinha, e demorou para que ela percebesse que não era exatamente assim.

Com a ajuda de sua psicóloga, seus amigos, sua mãe e sua irmã (que, muitas vezes, faziam com que a protagonista surtasse um pouquinho), Georgia vai, aos poucos, percebendo que sua vida ainda não acabou e que, a falta que sente de seu pai pode nunca desaparecer, mas vai ser algo suportável com o que viver.

Hoje, com certeza, é um dia cinzento. – página 18

No início achei que Georgia era um pouco dramática e repetitiva demais (e até ela concorda com isso), por mais que perder alguém seja um choque muito grande, mas logo fui me acostumando com seu jeito de ser, e aprendi a gostar dela. Realmente, passar por tudo o que ela passou não deve ter sido nem um pouco fácil (percebemos isso quando passamos a conhece-la melhor), mas ver que ainda assim Georgia conseguia sorrir fez dela minha heroína.

Georgia tem lá seus dias bons e ruins (os ruins parecem mais constantes), e, em cada um desses dias, ela se mostra um pouquinho mais madura, mais independente e mais decidida. Comparando a mulher da primeira página com a da última, percebe-se uma diferença muito grande, e posso dizer que me senti orgulhosa por ter presenciado isso.

E nada nunca mais vai ser como antes. Diga para mim que isso é só um sonho ruim e eu vou acordar! – página 26

Gostei muito de ler Cartas para você, é um livro cheio de sentimentos que nos pegam de jeito, e muitas vezes quis chorar lendo a trajetória de Georgia na superação não só da perda de seu pai, mas de todo o resto também. Ver o quanto ela se sentia desamparada e sozinha foi de partir o coração, no entanto, ver como Georgia foi se reerguendo aos poucos foi incrível.

E, sinceramente, Aceitação, eu nem sei em que fase estou. Você sabe? – página 171

Adorei o desfecho do livro, por mais que quisesse mais algumas cartas até superar que o livro havia acabado. Cartas para você é um livro pequeno, então pode ser lido rapidinho, mas é melhor tomar cuidado com a rapidez, pois os sentimentos de Georgia são um pouco pesados, então é bem possível que você acabe chorando um pouquinho...haha’

O que eu quero dizer, Aceitação, é que acredito que finalmente entendi: o tempo não cura tudo. Na verdade, o empo não cura nada. Não existirão cicatrizes enquanto eu não quiser ser curada. – página 156


site: http://shakedepalavras.blogspot.com.br
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Telma 15/11/2015

Da negação à aceitação (e seus muitos tons)
Duda Razzera me fez chorar.... Georgia me fez chorar.

Li que esta é parte da história dela, recheada com sua criatividade, portanto, não é uma obra 100% ficção, assim como não é 100% autobiográfico.

No começo, fiquei tentando separar o que era sentimento real do que era ficção (eu e minha mente analítica) mas, esse processo durou pouco. Me envolvi tanto na história que acho que Duda misturou a história dela com a minha. Cheguei a conclusão de que é tudo real, inclusive o ficcional (porque o ficcional, esteja onde estiver é meu!


Antes de continuar, senti necessidade de rápida visão (para quem ainda não conhece), das fases do luto e nisso há a explicação para todas as cartas da Georgia (nossa personagem principal), terem sido escritas para a Aceitação


O luto/perda normalmente passa por 5 fases:

A negação- Surge a primeira fase do luto, é no momento que nos parece impossível a perda, em que não somos capazes de acreditar. A dor da perda seria tão grande, que não pode ser possível, não poderia ser real.

A raiva – A raiva surge depois da negação. Mas mesmo assim, apesar da perda já consumada negamo-nos a acreditar. Pensamento de “ porque a mim?” surgem nesta fase, como também sentimentos de inveja e raiva. Nesta fase, qualquer palavra de conforto, parece-nos falsa, custando acreditar na sua veracidade

A negociação- A negociação, surge quando o individuo começa a por a hipótese da perda, e perante isso tenta negociar, a maioria das vezes com Deus, para que esta não seja verdade. As negociações com Deus, são sempre sob forma de promessas ou sacrifícios.

A depressão – A depressão surge quando o individuo toma consciência que a perda é inevitável e incontornável. Não há como escapar à perda, este sente o “espaço” vazio da pessoa (ou coisa) que perdeu. Toma consciência que nunca mais irá ver aquela pessoa (ou coisa), e com o desaparecimento dele, vão com ela todos os sonhos, projetos e todas as lembranças associadas a essa pessoa ganham um novo valor.

A aceitação – Última fase do luto. Esta fase é quando a pessoa aceita a perda com paz e serenidade, sem desespero nem negação. Nesta fase o espaço vazio deixado pela perda é preenchido. Esta fase depende muito da capacidade da pessoa mudar a perspetiva e preencher o vazio.

Parte do relato me pareceu o de tantos outros, que sentam na minha frente, numa sessão de terapia e falam de si. Temos tanto em comum! Duda traduziu bem isso em suas cartas à Aceitação (última fase do luto), que nunca chegava.





Outra parte, pareceu mais uma de minhas melhores amigas, articuladas, tentando colocar o que sente em palavras (arte difícil) e o resultado foram lágrimas mútuas.

Uma terceira parte, era a srta. Razzera traduzindo meus pensamentos. Falando por mim. Sendo minha terapeuta. Chorei ao relembrar a morte do meu irmão e o pedaço de mim que foi com ele (e não tem volta). Sorri ao perceber que, nada foi tirado de mim. Ele está aqui comigo mas, a ausência física sempre vai doer. Só aprendemos, cada um a sua maneira, a lidar com ela.





Gargalhei quando ela deu nome de Valdemort ao namorado (vontade de socar Valdemor). Pra quem não sabe, Vademort é o nom do principal vilão de Harry Porter e vi a ironia de tentar passar pelas etapas do luto, como se elas não tivessem muitas sub etapas (Duda fala disso muito bem, de maneira naturalíssima e tão real, que mais uma vez ela falava de nós duas).




Dizer mais é falar do que já está na sinopse... então resolvi deixar esses trechos do livro para você sentir a escrita de Duda, que vem recheada de sensibilidade, inteligência e "dark humor".

Olha um exemplo do senso de humor delicioso da srta. Razzera, mesmo em meio a tantas dificuldades:




Quando fechei o livro, senti vontade de abraçar a Duda. De acalentar a Georgia e de dizer que estou com ambas... e talvez ambas estejam em mim.




Se você está ou não em situação parecida, esse livro é 100% indicado! A leveza e profundidade (paradoxal) com que é escrito me faz endossar muitas vezes minha recomendação. Leia, identifique-se e saiba como ajudar-se e a outros.





PS.: Possíveis erros gramaticais ou ortográficos serão corrigidos em minha releitura
CASO QUEIRA VER AS IMAGENS, VÁ AO LINK ABAIXO:

site: http://surtosliterarios.blogspot.com.br/2015/11/resenha-cartas-para-voce.html
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Neyla 29/12/2015

Fico cada vez mais feliz quando leio livros nacionais que, de alguma forma, me tocam e surpreendem. Esse ano tem se mostrado extremamente gratificante em relação a autores nacionais. Tive a sorte de conhecer novos talentos e me encantar com suas diferentes histórias. Algumas alegres, outras tristes, algumas um tanto clichê, mas todas, de certa forma, arrebatadoras.
Cartas Para Você é aquele tipo de livro que você não sabe bem o que esperar. Não porque a sinopse não deixe isso explicado, mas sim por que vamos lidar com um assunto delicado como a perda de alguém que amamos e a forma como cada pessoa encara isso é um verdadeiro mistério. Neste livro conhecemos Georgia, uma jovem de 22 anos que acabou de passar pela maior perda de sua vida. Seu pai, que era um herói para ela, faleceu e levou com ele toda sua alegria e vontade de viver.
Apesar de ter um bom relacionamento com a mãe e a irmã, era o pai seu verdadeiro porto seguro. Ele sempre foi mais que um pai: era amigo, companheiro, conselheiro, a única pessoa com quem ela conseguia se abrir totalmente. E agora restou a ela somente a solidão e uma sensação de vazio enorme que não cabe em seu peito.
Como se não bastasse essa perda, sua vida amorosa está uma bagunça e desde que ela terminou com o Voldemort (aquela que não deve ser mencionado), nunca mais conseguiu se envolver de forma intensa com alguém. Ela até tentou dar uma chance a alguns, mas em todos faltava algo, nenhum deles era o suficiente.
Já um tanto cansada de perceber que por mais que todos digam que "o tempo cura todas as feridas" e nada acontecer para que ela consiga enfim aceitar a perda do pai, decide escrever cartas para ninguém menos que a Aceitação. E as revelações que ela faz a cada nova carta são de enternecer o coração.
Eu não estava preparada para o que encontrei ao longo dessas 216 páginas. Em um dado momento fechei o livro, respirei fundo e fui espairecer. A dor, a tristeza e a solidão pela qual Georgia passa é algo tão forte que muitas vezes me senti como se aquilo que ela estava sentindo fosse algo meu. É algo intenso, palpável, que me arrebatou logo de início e que foi me deixando sem palavras durante toda a leitura. Não é uma leitura triste ou angustiante, mas é algo que realmente nos faz refletir.
A autora escreve sobre um tema delicado como a perda de entes queridos com uma suavidade e sensibilidade incrível. Eu simplesmente me vi envolvida por cada uma das suas descrições impressionantes e pela forma que ela conduziu a história. Por várias vezes fechei o livro com os olhos marejados, sem saber o que pensar ou como reagir. Duda tirou o meu chão em diversas passagens e fez com que as lágrimas rolassem com uma facilidade assustadora.
Confesso que achei Georgia um pouco chata no início da trama, em alguns momentos não suportava ouvi-la falando sem fazer nada, apenas querendo algo que ela se privava. Mas com o tempo, com a leitura mais encaminhada comecei a vê-la com outros olhos. Ela já tinha seus problemas e a perda daquele que ela amava acima de qualquer coisa foi um choque que jamais esperava. Me coloquei em seu lugar e percebi que também me sentiria devastada.
Fiquei feliz em perceber o amadurecimento da personagem no decorrer das páginas. É algo gradativo, que acontece no tempo certo e que nos faz sentir um alívio a cada novo avanço que ela demonstra. Georgia pode não ter sido uma das personagens que mais me cativaram ao longo dessa minha extensa vida literária, mas com certeza me proporcionou uma reflexão com seus pensamentos muitas vezes tumultuados.
A leitura é rápida e bem fluída, mas se você for do tipo chorona (que nem eu) leia com um pouco mais de calma para ir digerindo cada pedacinho da melhor forma possível. Se eu recomendo a leitura? Com toda certeza! Um prato cheio para os amantes de uma boa leitura e para aqueles que, assim como eu, amam conhecer novos talentos da nossa literatura.
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Ani 01/02/2016

Cartas para você é o romance de estreia de Duda Razzera. Nele conhecemos Geogia Castro, uma jovem de 22 anos, estudante de Economia que perde seu pai – e melhor amigo – para o câncer.
A jovem fica devastada e não consegue aceitar isso. Mesmo com sua mãe e sua irmã, ela sente muito a falta de seu pai, já que ele era seu melhor amigo e para tentar superar ela começa escrever cartas para a Aceitação, como uma forma de expor seus sentimentos, e é através delas que a obra é narrada.
Quando a autora entrou em contato comigo, eu já conhecia a obra por resenhas mas não sabia da profundidade da obra. Como citei ela é narrada em forma de cartas onde a personagem central expõe tudo o que pensa e sente nessa fase tão difícil que é o luto.




Confesso que fiquei um pouco dividida em relação a obra, em momentos eu queria chacoalhar a personagem e pedir por favor para seguir em frente, tentar ver o lado bom das coisas. Tentar lembrar do pai e dos momentos bons sem ser uma pessoa triste ou amarga, mas em outros momentos eu tentava imaginar o que ela estava sentindo. Meu pai é tudo para mim, não consigo me ver sem ele, sem os conselhos, brincadeiras e etc, então eu imagino a dor que ela sentiu. Na verdade, não imagino, porque só quem perde alguém que ama, sabe como é ruim e doloroso. Foi nesse misto de sentimento que terminei rapidamente a obra.




Duda tem uma escrita fácil e envolvente que não nos deixa parar a leitura por nenhum momento, os capítulos curtos também facilita na hora da leitura. A parte gráfica da obra é simples e bonita, a capa está uma graça, as folhas são amareladas e a fonte agradável.
Em suma, aconselho a leitura para quem está a procura de um livro com uma temática densa, mas tratada de uma forma mais sensível.

"Como meu pai sempre disse: Fazer sempre a mesma coisa e achar que algo vai mudar é burrice."

site: http://www.entrechocolatesemusicas.com/2016/02/cartas-para-voce-duda-razzera.html
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Keth | Parabatai Books 29/01/2017

Poderia ser melhor esse final...
Resenha:

Georgia é jovem e após a perda do pai ela vê uma barreira enorme em seu caminho que é a aceitação.

Para ela sua vida se acaba a partir do momento em que ele parte...

A vida de seus pais foi sofrida, sempre tiveram problemas familiares e financeiros mas ainda sim existia amor naquela união que para ela sempre foi um grande exemplo.

Tempos se passaram e ela ainda não consegue seguir com sua vida, sempre olhando para trás esperando que isso não seja verdade Georgia deixa de viver. Ela para de sair, não namora, não encontra animo nem para trabalhar. Suas noites são de lágrimas, dor e tristeza.

Após ir a procura de uma terapeuta ela passa um pouco do seu dia escrevendo para a 'Aceitação' sobre os acontecimento recentes, suas dificuldades em voltar a ser e feliz e aceitar tudo que aconteceu em sua vida.





"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraça-la".

-Clarice Lispector

P.S.: Emocionante!
Achei a leitura bem tranquila e envolvente.
A história da Georgia é muito emocionante, são tantos acontecimentos que me deixou bem 'chocada'.
O livro é pequeno o que o torna fácil de ser devorado rs
Esperava um pouco mais do final, gostaria de ver a protagonista tomando mais atitudes, ela esta sempre triste e reclamando da vida sem o pai e quando ela diz 'tchau' para aceitação esperava que ela contasse algo mais sobre não precisar mais disso (escrever para a aceitação).
Sem dúvidas se obra tivesse uma continuação iria ficar louca para ler e ver a evolução da Georgia.
Acho que apenas ficou faltando uma conclusão para tudo isso uma atitude dela que me disse que de fato ela cresceu no decorrer da história e percebeu que pode ser feliz.



site: https://parbataibooks.blogspot.com.br/2016/03/resenha-cartas-para-voce.html
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cotonho72 10/03/2017

Bom!
Nesse livro vamos conhecer a história de Georgia Castro, uma jovem de 22 anos, bonita, inteligente, determinada, um pouco vaidosa, que adora séries e filmes e que gosta muito de literatura. Ela é uma garota muito divertida e feliz, mas não tem sorte nos seus relacionamentos e seus namoros lhe causaram muita dor e tristeza. Georgia é super apegada ao seu pai, que é mais do que um pai, é um amigo e confidente, agora o que ela menos esperava era perdê-lo, sendo a dor desse evento incomparável e a deixou completamente sem rumo.
Para piorar ainda mais, seu tio que tinha um empresa junto com o seu pai, após o falecimento, deixou todos com uma mão na frente e outra atrás, sendo que o pai de Georgia que reergueu a empresa dele, mas resolveu retribuir desta triste maneira. Assim Georgia começa a escrever, recomendada pela sua psicóloga, para poder lidar com o luto, com as dificuldade, os relacionamentos familiares e amorosos e o pior a depressão, mas principalmente para aceitar a perda do pai.
O livro é escrito em forma de cartas, seus capítulos são curtos e todos direcionados a aceitação a qual questiona constantemente por tudo o que está passando, não é uma leitura fácil e em certos momentos chega a ser cansativa, mas tudo que transmiti no decorrer de sua páginas é muito válido.
A autora Duda Razzera aborda muitos assuntos importantes, a importância da família, da fé e amizade, nem a alegria e a tristeza duram para sempre, a adversidade sempre virá nas nossas vidas para nos ensinar e fortalecer e cada um lida com a perda de uma maneira diferente e no fim vamos ver como Deus trabalha na nossa vida.
O livro não possui só momentos de tristeza, pois algumas situações de Georgia são hilárias e conseguem deixar em certas partes a leitura mais leve, assim como a personagem, a autora perdeu o pai, então sabemos que o livro é praticamente biográfico, outro assunto muito válido citado no livro foi a era virtual em que a autora nasceu onde se conclui que a internet não é má, mas você não pode ficar presa a ela, pois tudo é bonito on-line.
“ A verdade é que ninguém pode dizer que conhece alguém só porque conversa com ela todo dia no Facebook e sabe tudo o que ela faz e deixou de fazer nesse meio-tempo.” página 159.

O livro tem uma capa bem legal e criativa, também está cheio de citações que sãos mencionadas no decorrer da história, não é um livro de autoajuda, mas nos leva a refletir bastante.

“Agradeço por meus amigos não me dizerem “ Eu sei como você se sente”, “ Já passei por algo parecido”, porque isso me deixaria louca. Não, vocês não entendem. E, não, não vão passar por nada que se compare ao que eu estou sentindo.
Primeiro: porque a dor é minha. Segundo: porque, de todos os meus amigos, nenhum pai foi como o meu. Nenhum pai vestiu de verdade a camisa como o meu. Terceiro: nenhum deles teve o meu pai.” páginas 24 e 25.

site: http://devoradordeletras.blogspot.com.br
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Ceci (@umcantinhosomeu) 15/12/2018

Ensinamento
Quais são as 5 fases do luto? Negação, Raiva, Barganha, Depressão e Aceitação, mas e quando você consegui atingir todas as fases menos a última. E isso que vamos descobrir com nossa protagonista.
 Georgia é uma jovem de 22 anos que acaba de perder o pai. Mas ele não era simplesmente um pai, era seu melhor amigo, companheiro, o único que a compreendia. Como seguir em frente após esse tipo de perda? E o que ela também se pergunta. Nesse livro meio diário/cartas acompanhamos a luta diária dela para conseguir superar não só a morte do pai, como também todas as consequências que vieram junto com essa perda. Crise financeira, brigas em família, o sentimento de abandono, tudo demonstrado de uma forma bem transparente. Mas ainda bem que a vida não é só tragedia e ela descobrirá um novo meio de se reencontrar e descobrir que ainda à pessoas maravilhosas a sua volta que nem mesmo ela desconfiava.

A leitura desse livro para mim foi bem impactante.  Como qualquer outra pessoa já sofri perdas em minha vida também,  tive sim meus momentos sombrios, mas consegui sair deles, e vendo a luta dessa personagem me fez ter mais empatia pelo meu próximo. Me vez ver que cada pessoa vai sofre de uma maneira, não que eu já não soubesse, mas me mostrou o que há por trás muitas vezes de um sorriso forçado ou de uma lágrima que teima em cair. Eu pude conhecer a autora, mesmo que virtualmente, então sei como esse livro e especial para ela, e posso dizer sem dúvidas que ela é uma guerreira.
Essa foi a primeira experiência da dudarazzera como autora, e como tal tem suas falhas, em alguns momentos a leitura parece um tanto repetitiva, sem tanta clareza de onde ela quer chegar. Apesar de que isso não chega a ser um empecilho para você apreciar a leitura. Eu super recomendo a leitura desse e de seus outros trabalhos.
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