El Tiburón 23/07/2016
X-Man + Star Trek Insurrection + Carrie, a Estranha
Adquiri este livro de sci-fi com muita expectativa, todavia, sua leitura foi uma extrema decepção, não cumpriu em nada as recomendações que me deram, incluindo as da presente página no Skoob.
Mas ninguém precisa ler o texto que se segue para entender porque achei este livro muito chato. Basta dizer que o mesmo é uma história “chupinhada” de três outras histórias muito famosas: o grupo de mutantes X-Man da Marvel, Star Trek Insurrection e Carrie, a Estranha.
O livro começa com um personagem chamado Ravi recrutando pessoas com dotes especiais telecinéticos para um programa misterioso, ficando evidente que tal personagem exerce o mesmo papel do Professor Xavier do grupo de mutantes X-Man.
Pelo menos um terço do livro, então, nada mais é do que uma descrição dos “mutantes” recrutados pelo “Professor X”. Nesse ínterim, algumas cenas desconexas vão intercalando a descrição de cada mutante, fatos que são apresentados com diferentes datas, ou seja, se passam em diferentes momentos do tempo. Achei péssima essa abordagem, pois quem presta atenção em datas? Fica-se totalmente perdido no tempo sem entender nada. Tudo bem, pois se espera que no final da história as coisas passem a fazer sentido.
Quando finalmente Ravi termina de recrutar seus “mutantes” e eles enfim se mudam para a “escola do Professor X”, no caso, uma instalação que se acredita ser no meio da floresta amazônica, mas, ao invés da história avançar, recomeça uma nova descrição de cada personagem com mais profundidade e nada acontece. Inclusive, a própria construção das personagens e a relação entre os mesmos é um tanto quanto apelativa, como se o autor quisesse criar uma história para adultos com cenas de sexo e bullying entre sua interminável descrição dos personagens e que pouco ou nada agregam ao que se espera de um livro classificado como ficção-científica. Tão longa que é difícil memorizar, tomando dois terços da obra sem que nada aconteça que não sejam os fatos desconexos embaralhados conforme dissemos. Ainda assim, o leitor que chega até aqui, como eu, prossegue na leitura crente que algo sensacional irá acontecer e finalmente todos os fatos desconexos vão ser costurados no final.
Pra resumir, quando finalmente algo acontece, se descobre que a tal escola de mutantes do professor Xavier não é na Terra, e sim em outro planeta. Foram todos abduzidos e levados para outro mundo sem que soubessem. Ora, essa nada mais é que a mesma ideia de abdução vista no filme “Star Trek: Insurrection”, nesse instante um dos “mutantes” perde o controle e destrói tudo e a todos exatamente como acontece com a personagem Carrie do famoso livro de Stephen King. Além desse final banal e clichê, muitos daqueles fatos desconexos, e até alguns personagens, narrados ao longo da obra ficam assim, sem conexão com o final da trama. Uma decepção.
Realmente, não dá para entender como as pessoas elogiam esse livro como se fosse uma obra prima. Ou até dá, basta um pouco de perspicácia para perceber de onde e de quem partem tais elogios. Talvez seja essa a mensagem subliminar contida nesse livro, que, se de uma estrela bem distante virá uma realidade virtual capaz de nos abduzir sem nos darmos conta, aqui na Terra hoje se abduz o público com dinheiro e publicidade. Pague para dizerem ao povo que algo é bom e ele acreditará.
Uma história bem medíocre que, por isso mesmo, agrada um público bem mediano.