SahRosa 17/11/2016
Resenha Exclusiva do Blog Da Imaginação à Escrita
Ainda hoje, sentada enfrente ao PC, eu queria mesmo começar dizendo o quanto esse livro me cativou, mas nem sempre uma leitura será positiva e mesmo que esta tenha uma boa proposta, as vezes não era o momento, você não era o leitor certo para um tipo de livro e é isto que sinto em relação a O Voo da Fênix. Este é o terceiro livro da autora Raquel Pagno que eu leio e chegou por intermédio do Book Tour, realizado pelo blogue Relíquias, da minha amiga Aline e quero agradecer pela oportunidade e também a autora, por ter sido escolhida para tal, mas diferente de O Legado de Sangue e Senhores dos Sonhos, esta não foi uma leitura que me envolveu.
Apesar do tema interessante e que de fato eu gosto e tenho curiosidade, O Voo da Fênix não supriu minhas expectativas e peca em uma narrativa pouco atraente, mecânica e até um pouco forçada eu diria, afinal, não senti naturalidade nas ações dos personagens, era como se estivessem encenando a trama e não vivendo aquela história. Não consegui sentir empatia por Natália, Andrew ou o Piloto, pois não senti convicção em seus propósitos ou sentimentos, porque nada parecia natural e de fato, a obra não envolveu, senti falta daquela pegada mágica e fluida de Senhores dos Sonhos, do encantamento que senti ao ler O Legado de Sangue, que até hoje é um dos meus livros prediletos.
Como mencionei no início da resenha, O Voo da Fênix é o terceiro livro da Raquel que eu leio e fico sentida por não ter sido cativada pela história, por não ter sido atingida por suas palavras e por mais que fosse um livro pequeno, demorei muito mais tempo que o planejado para finaliza-lo, afinal, não tive interesse em voltar para a narrativa e por pouco, quase abandonei de vez a leitura. Logo de inicio, a narrativa, que se dá tanto em primeira, quanto em terceira pessoa (o livro é divido entre a história principal em terceira pessoa e as cartas de Natália, nos narrando as emoções e sentimentos que ao final, compreendemos o motivo por detrás das cartas) e é pouco atraente, não fluía e junto com voltas que muitas vezes acontecia na trama, fizeram com que a leitura ficasse mais cansativa, senti falta da ousadia, da surpresa, da emoção que encontrei em O Legado de Sangue e em Senhores dos Sonhos, há alguma coisa faltando em O Voo da Fênix e acredito que a falta de naturalidade foi um fator que pesou bastante em minha experiência com o livro.
Por mais que Natália seja uma personagem em uma condição peculiar e que podemos até entender suas atitudes, ela carece de personalidade, de simpatia, chegando muitas vezes a soar egoísta, negativa e mesmo quando lutava, bastasse que algo saísse de seu controle, que ela voltava a ser aquele espírito derrotado, sem pretensão. Outro ponto em relação a protagonista que me incomodou e sinceramente, não me convenceu, foi seu súbito amor pelo Piloto, entendo que ambos estão ligados e destinados, mas soou tão obsessivo por parte da Natália e tão instantâneo por parte do Piloto, que não consegui ver seus sentimentos como amor, como um romance, não me convenceu e talvez um aprofundamento nessa relação, fosse o mais indicado para que o leitor suspirasse e torcesse por eles. Só que apesar disto, Andrew acaba sendo um alívio ao enredo, um personagem que se destaca mais que os protagonistas, mas ainda sim não foi o suficiente para que o enredo me prendesse.
No entanto, mesmo com as ressalvas descritas acima, a obra apresenta pontos bons, o tema central, vidas passadas, é ótimo e até pouco abordado na ficção (sem contar os livros espiritas) e foi sim um ponto que é interessante e fora isto, O Voo da Fênix ainda nos traz lições boas, como a de não desistir apesar das circunstâncias e a fé na amizade verdadeira, foram pontos que tirei da leitura e me agradou bastante.
Para finalizar a resenha, quero comentar a respeito do trabalho editorial, que infelizmente pecou em vários aspectos e foi muito prejudicial na leitura. Na diagramação interna, no final de cada página, há um desenho floral, que ficou aparente demais e por estar atrás do texto, ficou difícil de ler, muitas vezes precisei voltar várias vezes o mesmo trecho por conta disto, este tipo de detalhe, por mais que dê um charme, não deve ser colocado no texto, pois nossos olhos consequentemente irão focar no desenho e por ter ficado tão visível, foi prejudicial. A diagramação em livros, precisa ser mais simples, afinal, acaba ficando uma composição que não combina entre si, que não conversa, e também foi o caso da capa e das fontes escolhidas, o trabalho gráfico como um todo não ficou legal e merece uma atenção maior. Quanto a revisão, não encontrei nenhum erro aparente e minha ressalva, fica apenas na diagramação e capa.
Sem mais, O Voo da Fênix é uma leitura que recomendo cada leitor a tirar suas próprias conclusões, afinal, como descrito no início, talvez eu não fosse o tipo de leitora para este livro e nem mesmo fosse o tempo de ler um romance tão denso, por isso mesmo, aconselho que leiam e tenham sua própria opinião, pois o que não me agradou hoje, pode te agradar amanhã e vice e versa.
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