O deserto dos tártaros

O deserto dos tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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@isabellajanis 24/03/2024

Lento como a própria vida do autor, porém reflexivo
?Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.?

Não foi uma leitura rápida, fluída e simples. Exigiu paciência, tempo e persistência. Contudo, isso não quer dizer que não tenha valido a pena.

É uma história de ficção qualquer, este livro faz você refletir sobre a sua vida, sobre o seu tempo e suas escolhas. Faz você se questionar sobre os lugares que ocupa na sociedade e sobre a sua inércia.
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Rickson.Ramos 19/03/2024

Gigi
Giovanni Drogo ? após anos de abdicação e estudo ? finalmente alcança o cargo de seus sonhos: o de oficial, e irá assumir seu posto em um forte que resguarda a fronteira de seu país, o que o promete benesses e vantagens em sua promissora carreira militar.

O primeiro choque veio quando Drogo pela primeira vez vê o forte, este parece mais velho e menos imponente do que imaginava, seu equipamento mais puído e antiquado e seus funcionários banais, divididos entre os que se contentaram com suas atividades meramente burocráticas e os que tentavam imprimir nos atos rotineiros maior gravidade e importância. Porém, entremeado a isso tudo havia algo maior, que se sobrepunha às relações e operava como força motriz do mecanismo do forte: A sempre iminente invasão dos tártaros.

As expectativas do protagonista constantemente são frustradas e substituídas por novas, as quais receberão o mesmo destino. Drogo não foi capaz de sentir a felicidade esperada quando nomeado oficial; o forte não tinha a importância que achou que teria; não conquistou prestígio, dinheiro nem belas mulheres. Sua vida foi desperdiçada, seus prazeres e vontades negligenciados em prol de um futuro idealizado e incerto.

O forte e as pessoas que o habitam são materializações desse estado de espírito. Os personagens fazem esforços hercúleos para que suas vidas e, principalmente, seu trabalho tenham algum significado além do de patrulhar uma fronteira inutilizada e irrelevante aguardando a suposta invasão do Norte. Há sempre um porvir grandioso que dará significado a tanta renúncia e trabalho alienado. Com esse fim, lançam mão de ideologias deturpadas e de um código da guarda extremamente rigoroso.

Há um enaltecimento da antítese do memento mori: Drogo se recusa a ?lembrar do momento de sua morte?, não é capaz de viver o presente em sua completude. Vive no ciclo vicioso do desconforto da espera e tédio da conquista.

Os anos passam, e com eles a juventude e suas promessas. Drogo se vê completamente desconectado de suas antigas relações com amigos, familiares e amores, os quais cresceram em prestígio e tomaram rumos completamente distintos dos seus. Os tártaros não vieram. Apesar disso tudo, é incapaz de abandonar o serviço do forte. Sente como se os dias gloriosos ainda estivessem por vir, afinal, foram vistas no deserto dos tártaros luzes suspeitas.

Não foi uma leitura tão prazerosa, e em muitos momentos se mostrou repetitiva e maçante, mas sua reflexão conversou bastante comigo, o que sustentou grande parte da obra para mim.

Afinal, estamos de fato vivendo ou apenas aguardando a ?invasão dos tártaros??
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Rodolfo Mondoni 14/03/2024

Esperando Godot e O Processo
Um livro lento, monótono, mas ainda assim excelente. E esse ritmo da escrita com muitos detalhes combina com o lugar, onde os dias se arrastam, onde há pouca coisa para se fazer, a não ser esperar um inimigo que nunca chega. Essa espera me lembrou da peça de Becket, Esperando Godot.
E nesse forte isolado e silencioso, parado no tempo, há regras e burocracias que me lembraram O Processo do Kafka. Depois li que o autor foi mesmo influenciado pelo escritor alemão e seu surrealismo. Se você gosta de livro rápido, com muita emoção, esse não é um livro para você.
Mas eu amei essa lentidão, quando eu li me sentia desacelerando, contemplando a beleza perpétua das montanhas e o vazio do deserto.
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Ricardo 12/03/2024

O deserto dos tártaros, Dino Buzzati
Um livro sobre o que fazemos com o nosso tempo, sobre as expectativas que criamos, os acontecimentos grandiosos que esperamos.

Nos faz refletir sobre as ilusões que alimentamos, nossas atitudes - ou a falta delas - para alcançar nossos objetivos, sobre encontrar sentido e realmente viver de acordo com ele, todos os dias.

O fundamental é o hoje, o amanhã não existe. Afinal, talvez os tártaros nunca cheguem. Se os tártaros não chegarem, como terá sido a sua vida? Uma vida de espera ou de realizações?
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Marcelo Augusto 08/03/2024

Como perdemos parte de nossas vida sonhando, invés de vivendo.
Caminhando em direção ao que seriam apenas alguns meses de guarda em um forte distante da sociedade, Giovanni Drogo não imagina como os encantamentos de uma velho posto militar e sua monotonia irão mudar sua forma de pensar e viver ao longo dos anos.
Esse livro não trata apenas de como somos facilmente limitados por nós mesmo em sonhos que nos deixam estagnados em lugares que não permitem a boa continuidade de diversos outros aspectos da nossa vida. O livro incomoda, e traz a reflexão se a lutas que travamos hoje realmente valem a pena e serão recompensadoras, ou se nos isolamos em um forte imaginário de conforto onde pensamentos de uma futura glória deixa-nos iludidos e parados.
É um livro lento, melancólico, e perfeito.
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Rafaela1780 20/02/2024

Sensacional
A obra O Deserto dos Tártaros, gera reflexões intrínsecas ao viver humano, “o que é a verdade?”; “o que é o tempo?”; "como nossas vidas podem ser manipuladas e influenciadas por falsas verdades e perspectivas desvirtuadas".

O personagem principal é um jovem militar, Giovanni Drogo, designado para servir numa região desértica e montanhosa, esquecida e isolada (Forte Bastiani). Lá os militares eram destacados para proteger as fronteiras do país contra uma possível invasão dos tártaros, assim, todos os que ali se encontravam precisavam estar preparados para o dia da chegada desses invasores. *No entanto, toda essa expectativa fora criada e manipulada pelo sistema para garantir a presença dos militares numa fortaleza que não tinha uma real função.*

É basicamente a imutabilidade escolhida pelo ser humano. Tal como a frase de Sartre, “o homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo”.

Ótima leitura, só faltou um pouco de descrições mais certeiras (menos confusas kk), mas gostei muito.
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Raissa733 05/02/2024

Amei!!!
Uma leitura que, inicialmente, é um pouco maçante devido a riqueza de detalhes que parecem irrelevantes, mas ao longo da história vai fazendo muito sentido!
A história é comovente e no final eu simplesmente me acabei de chorar hahaha fiquei com vontade enorme de abraçar o personagem principal?
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Henry.Davy 30/01/2024

Uma vida perdida?
?Mas nada é mais difícil do que morrer num lugar estranho e desconhecido, no leito comum de uma estalagem, velho e desconfigurado, sem deixar ninguém no mundo?.


A premissa do livro mostra ser algo bem simples no conceito, mas bastante profundo no que tange ao seu desenvolvimento. O livro tem como enredo uma transferência de um jovem da cidade para um forte bastante distante da sociedade, a história se prende as visões desse jovem sobre o forte, sobre o futuro brilhante que o aguarda e as grandes coisas da carreira militar, e como tudo isso muda quando a realidade é encarada de cara 


 Um ponto principal no livro para mim e o seu protagonista, Giovanni Drogo, o protagonista sofre uma série de alterações em sua personalidade, o que ele pensa sobre o futuro e muito mais, isso vemos ao decorrer dos capítulos, um jovem receoso, mas de certa forma esperançoso que se torna um homem cansado sem perspectiva de futuro e completamente dependente do forte Bastiani. Ver esse homem correndo, não no quesito de índole, mas em sua própria vida até, acompanhar isso é algo catastrófico. Você acompanha um homem perdendo sua vida e chegando ao final de toda sua história e vendo que o que ele mais amava, o forte, não precisar mais dele.


O forte também é uma figura importantíssima, é nela que surge a esperança de algo acontecer e nela também em que morrer toda a esperança um dia cogitada, mas o forte, símbolo de amargura, é realmente o problema?, ou problema é toda a expectativa que se põe em algo que não tem de cumprir as suas exigências? Os soldados que estão no forte estão iludidos com algo que. Eles mesmo criaram, e drogo e o ápice de tudo isso, pois pela forte ilusão que o afeta, ele não consegue ver mais uma vida fora do forte, fora de suas ilusões


Falando agora da escrita do livro, ela me traz uma sensação de dúvida, pois como tema geral da obra podemos dizer que ela retrata sobre expectativas, ilusões e uma falsa sensação de estar fazendo o que deveria ser feito com a sua vida, e a escrita reflete isso perfeitamente, quando notei isso não pude não achar o autor simplesmente genial, a narrativa vai crescendo conforme a expectativa que o protagonista vai pondo em sua vida. Não acho que conseguirei descrever de maneira plena, mas tentarei. Em certo ponto da história o protagonista tem uma missão em outro forte, e nele, o outro forte, e posto altas expectativas e a descrição desta parte é simplesmente grandiosa, tudo e descrito nos mínimos detalhes de forma majestosa e bela, mas quando ao chegar no novo forte, o protagonista vê que não era aquilo que imaginava, uma grande batalha e ele saindo como um herói, e só um forte normal, como outro. Com essa decepção a escrita também começa a ser um pouco rasa e perder o seu ar de grandeza, então nós leitores recebemos uma dupla decepção, por assim dizer, pois ficamos decepcionados com o decorrer da história e também pela escrita que nos instiga a acreditar em toda aquela ilusão do protagonista. Isto para mim é incrível, o problema é que isso se repete por todo o livro, e chega uma hora que você não aguenta mais toda falsa esperança que nos é posto o tempo todo. Agora, um tempo depois da leitura, eu vejo isso como algo majoritariamente positivo, mas não posso esquecer também, de como teve uma no livro em que eu não tinha mais saco para ler.
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alemesquitaneto 30/01/2024

A história analisa a passagem do tempo e a nossa determinação em fazer grandes coisas, esperando eternamente, mesmo que esteja claro que elas não vão acontecer. Arrependimentos; insistência em fazer tudo sempre da mesma maneira, mesmo sem saber o porquê; seguir regras que não fazem sentido porque sempre foi assim. Leitura recomendada.
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Josi 16/01/2024

Favorito da vida, esse livro mexeu no fundo da alma, me fez refletir e chorar diversas vezes. Trás reflexões poderosas. Amei demais !
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Silvia Schiefler 15/01/2024

Uma excelente reflexão!
O Deserto dos Tártaros, do italiano Dino Buzzati, é um  livro interessante, considerado a obra prima do autor e um clássico da literatura italiana. A história  nos mostra como pessoas podem se acomodar em sua zona de conforto com o passar dos anos. Se não bastasse isso, a ingratidão se mostra com toda força no fim da vida do protagonista. Um livro que deixa muito para refletir sobre a vida e nossas escolhas; sobre mudar os caminhos com novas oportunidades e nunca se acomodar. A monotonia e uma vida entregue à espera de um sentido para a vida nos reflete o interior da mente humana que se isola do mundo se imergindo na rotina repetida onde os dias se tornam meses que se tornam anos. Um final que me deixou reflexiva pelo falo de saber que de alguma forma a história conta um pouco de cada um de nós. Até quando esperaremos pela nossa grande batalha, somente nós podemos responder. Excelente reflexão! Recomendo! #leituras2024 #3/2024
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Eduardo1550 13/01/2024

Um verdadeiro clássico
O livro apresenta analogias sobre a passagem do tempo e a forma como o utilizamos na busca por nossos objetivos, onde passamos uma vida inteira muitas vezes cegos, correndo atrás da realização nossos objetivos profissionais, deixando literalmente de viver a vida. O livro nos apresenta uma lição importante principalmente para os tempos atuais, onde as pessoas estão cada vez mais imersas na rotina de trabalho, estudos e redes sociais. Gostei bastante da leitura, aprendi que devemos dosar bem nosso tempo, que nem sempre vale a pena abrir mão de tudo para ser bem sucedido profissionalmente, recomendo muito a leitura.
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beaacmps 08/01/2024

O Deserto dos Tártaros
Um bom livro que faz o leitor refletir acerca da passagem do tempo e da vida, de aceitar as coisas como são e mesmo assim ansiar por algo grandioso, de modo hipócrita, ao meu ver. Acredito que também evidencia bastante o comodismo e a conformidade com uma rotina, que mesmo sendo monótona, acaba sendo mais "agradável".(mais fácil, na verdade) do que sair da sua zona de conforto.
Gostei, mas achei a narrativa um pouco parada demais, apesar de ser essa intenção do autor. De qualquer modo, a leitura não é, de maneira alguma, pouco reflexiva.
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