Land Souza 26/09/2023
Minha experiência com 'O Deserto dos Tártaros', de Dino Buzzati, foi profundamente marcante. A obra me impressionou pela maneira incrivelmente sutil com que aborda a analogia entre a brevidade da vida humana e a espera incessante por algo melhor no horizonte.
O autor habilmente ilustra como nossas ações, ou a falta delas, podem transformar nossa existência em algo penoso, ou até mesmo inútil. O protagonista, Giovanni Drogo, representa aqueles que passam a vida em uma espera ansiosa, sempre acreditando que o ápice está prestes a chegar, e nesse processo, esquecem de viver o presente com a intensidade que ele merece.
A fortaleza distante e fria, onde se desenrola a história torna-se uma metáfora poderosa para as armadilhas da procrastinação e da espera. O local é um símbolo da espera interminável e, ao mesmo tempo, da prisão que criamos para nós mesmos quando adiamos ações significativas.
A narrativa me fez refletir profundamente sobre a importância de equilibrar sonhos e realidade. Às vezes, é vital abandonar um ideal ilusório e abraçar a realidade, enxergando-a em toda a sua complexidade. Isso me levou a pensar que devemos viver o momento presente com a atenção que ele merece, ao invés de ficar presos à ilusão do amanhã perfeito.
Por fim, 'O Deserto dos Tártaros' é uma obra incrível que nos convida a questionar nossas próprias esperas intermináveis e nos lembra da importância de viver plenamente o hoje, encontrando significado e propósito em nossa realidade presente. Está entre os meus top 10 livros mais incríveis que já li, estou impressionada, não consigo parar de pensar na profundidade dessa história.