O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Helena 05/01/2015

"A vida inteira que podia ter sido e que não foi"
que sensação estranha esse livro dá.. uma tristeza grande, impossível não entender os anseios e as dores de Giovanni, tão humanas! Esse livro é uma alegoria da vida, dos desejos frustrados, dos sonhos abafados pela mediocridade, pela rotina e o ritmo alienante das exigências do mundo e a ação de um tempo que não para, mas paradoxalmente também não passa, por estar estagnado em adição infinita de zeros. nada se soma verdadeiramente. uma vida relativamente sem sofrimento, mas também sem criação, sem propósito. até mesmo sem relações afetivas profundas. tudo no meio-termo.
Impossível não lembrar da frase linda de Antonio Cândido citada por Maria Rita Kehl: "Tempo não é dinheiro. O tempo é o tecido de nossas vidas". E o que nós fazemos com nosso tempo? Com nosso tecido de vida?
Vida humana é roteiro (exemplificada no livro pela inóspita burocracia militar)? tempo de serviço? busca de aposentadoria, finais de semanas, férias livres de trabalhos frustrantes e obrigatórios? vida é o tempo que gastamos indo ao trabalho, imaginando chegar mais cedo em casa, pra dormir mais cedo, acordar mais cedo, ir trabalhar mais cedo, morrer mais cedo?
Certamente são questões dignas de reflexão que ficaram em mim após ler esse livro.
Hélio Rosa 11/07/2018minha estante
Li há bastante tempo, motivado por um ensaio do Antonio Candido. Mas não sabia que essa expressão que você colheu na Maria Rita Kehl era dele... Vou procurar, agradeço.


Pedróviz 19/02/2019minha estante
Seu comentário me impressionou muito! Fiquei interessado nesse livro...




arthur966 17/08/2022

que triste engano, pensou drogo, talvez tudo seja assim; acreditamos que ao redor haja criaturas semelhantes a nós e, ao contrário, só há gelo, pedras que falam uma língua estrangeira; preparamo-nos para cumprimentar o amigo, mas o braço recai inerte, o sorriso se apaga, porque percebemos que estamos completamente sós.
Michelly 18/08/2022minha estante
Adoro esse livro


arthur966 18/08/2022minha estante
bom demais a escrita do buzzati é a coisa mais linda




Mariana. 13/06/2011

"Se fosse um homem comum, a quem por direito não cabe senão um destino medíocre?"

Alegoria do existencialismo, provando que não apenas falta qualquer sentido à existência, como sobram cinismo e ironia na vida.

Leitura obrigatória.
Arsenio Meira 08/02/2013minha estante
Com a devida licença, perfeito o seu comentário-resenha.
Apenas uma frase é capaz de definir um livro para sempre. Esse poder de síntese não é fácil.


George 10/07/2020minha estante
Difícil resenhar esse livro, mas realmente descreve como muitas vezes a nossa vida se torna banal e supérflua. Cabe a nós seguirmos o exemplo do tenente Dino e lutarmos sem cessar por um lugar ao sol!!




Lista de Livros 22/02/2021

Lista de Livros: O Deserto Dos Tártaros, de Dino Buzzati
“Talvez a questão esteja toda nisso. Talvez nós pretendamos demasiado. Cabe-nos sempre o que merecemos, realmente.”
*
“Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/12/o-deserto-dos-tartaros-de-dino-buzzati.html
Adriana 28/01/2022minha estante
Achei essa passagem muito bonita e real: a dor ou qualquer outro sentimento é de quem está na situação, por mais solidários que os outros sejam.


Adriana 28/01/2022minha estante
Achei essa passagem muito bonita e real: a dor ou qualquer outro sentimento é de quem está na situação, por mais solidários que os outros sejam.




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Tobias 25/12/2017minha estante
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Tobias 25/12/2017minha estante
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Gabrielli 25/09/2022

Que leitura!
Um livro incrível sobre vida, morte, tempo e sentido. Escrita fluida, final e capítulos impactantes, a receita para uma leitura favoritada! Só faltou 0,5 para as 5 estrelas porque algumas descrições são um tantos confusas, mas vale MUITO a leitura.
Andressa Menezes 25/09/2022minha estante
Fico feliz que tenha gostado, Gabi! Amo esse livro.?




30/08/2020

Poderia ser um conto de 20 páginas.
Concordo com a crítica de que o livro traz uma reflexão incrível sobre zona de conforto, expectativas frustradas, etc, mas na minha humilde opinião tudo isso poderia ser tratado em poucas páginas. O livro se arrasta de forma monótona e repetitiva. Foi uma luta conseguir terminar.
Meline 30/08/2020minha estante
Perfeita descrição! É uma ótima lição, porém poderia ser mais rápida kkk




Clarissa 19/08/2020

Profundo e Reflexivo
O livro nos traz a reflexão sobre a passagem da vida. Quanto tempo sentimos ter quando mais novos, quantas coisas ainda podem esperar por "termos tempo" e, em um piscar de olhos, tudo passou e o que de fato fizemos com o nosso tempo? Sim, falar do tempo parece repetitivo, mas leia e entenderá.
Se você está em um momento de decisões na vida, este livro causará um impacto.
Douglas 14/09/2020minha estante
Excelente, Clarissa ! Estou nesse momento e comecei a ler em paralelo com O mito de Sisifo, de Albert Camus. Considero complementares.




Carla Verçoza 22/06/2020

Que livro lindo!
Sobre como esperamos algo da vida e sua falta de sentido, a solidão em que nos encontramos. A vida não perde a oportunidade de ser muito irônica.

"(...) talvez tudo seja assim; acreditamos que ao redor haja criaturas semelhantes a nós e, ao contrário, só há gelo, (...) preparamo-nos para cumprimentar o amigo, mas o braço recai inerte, o sorriso se apaga, porque percebemos que estamos completamente sós."
Sid Dantas 11/07/2020minha estante
Linda resenha Carla. Também li e gostei bastante.




Ana Bruno 12/09/2020

Incrível
O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati.
Não é um livro óbvio. Mas é um livro incrível!! Me deixou muitas reflexões.
Aqui temos uma escrita poética e sensível sobre o tempo, expectativas e arrependimentos. O que fazemos de nossas vidas? Estamos sempre esperando o melhor que virá... e nos acomodamos nessa espera. Esse livro nos põe a pensar. E o carregamos por um tempo ao terminarmos de ler.
E tem um dos finais de livro mais lindos que já li!!!
Douglas 14/09/2020minha estante
Às vezes não chega a nós, nem o melhor, nem o pior. Essa inércia também gera muito sofrimento.




Henrique Fendrich 12/03/2011

Guerra contra a mediocridade
Não, "O Deserto dos Tártaros" é bem mais do que uma crítica a "inutilidade do poder", como sugere a sua orelha. Trata-se, essencialmente, da terrível batalha que o ser humano trava consigo mesmo para vencer a mediocridade e assim transcender. Parece inaceitável que o tempo passe e a vida se gaste sem que nada de realmente importamente ou mesmo heróico aconteça ao homem. Nessa esperança ele se fia, mas de forma passiva: espera que esse "algo", que ele não sabe precisar, aconteça naturalmente, sem a sua ação.

Mas os anos passam, a inércia permanece e, por isso, cada vez mais a esperança se esvai. Giovanni Drogo é tenente de um forte, um inútil forte, em que todos esperam ansiosamente pelo dia em que virá a guerra, porque aí sim os anos que desperdiçaram lá, e as suas próprias vidas, poderão ser recompensados. O desejo é tamanho que os militares se acostumam a viver no forte, e temem sair de lá e perder o grande momento. E, além do mais, vão ter muitos anos ainda para passar no meio da cidade, como pessoas normais.

A cidade, aliás, nem é tão atrativa assim. Os capítulos em que Giovanni deixa o forte e volta para a cidade são pungentes, lindos, dilacerantes. Nela, ele se dá conta que o tempo passou, levando consigo todos os desejos, todas as afeições de outrora, o mundo todo passou a ser uma outra coisa, não restando nada senão estranhamento, e o desejo de voltar: voltar para a nossa boa esperança, e certos de que a cidade sempre poderá esperar. Somos tão jovens, afinal!

Mas há um momento em que as coisas envelhecem, e até mesmo os sonhos. Giovanni tem o seu, mas ele parece absurdo, e por isso sofre. Ele percebe, como um verdadeiro Ivan Ilitch, que o seu sofrimento não diz respeito às outras pessoas. Em Giovanni, há ainda uma reflexão ausente no personagem de Tolstói: não é sequer o amor que irá garantir que o seu sofrimento seja compartilhado pelos outros. Ainda que lhe devotem grande afeição e estima, Giovanni se desconsola ao perceber que a dor continuará sendo sentida e sofrida apenas dentro dele.

E no meio disso tudo, o absurdo kafkaniano, as situações ocorrendo de forma improvável, mas sempre tendo como resultado a opressão de Giovanni, preso em circustâncias das quais não tem controle, e contra as quais não parece haver nada a ser feito. Resta então se conformar com as injustiças, e tentar travar uma luta ainda mais difícil e de resultado definido, contra o tempo e contra a própria morte.
Nilva 28/07/2014minha estante
Você sabe, Henrique, este foi o livro que eu mais tive dificuldade em ler? Talvez por me ver refletida no Giovanni Drogo. Esta certeza de ter entrado numa batalha perdida contra a finitude. Queria, como John Donne, sentir a verdade dos versos:

"Um breve sono a vida eterna traz,
E, vai-se a morte.
Morte, morrerás."




Zé Pedro 15/10/2010

Acabei o livro e me senti um pouco o Drogo. Creio que todos se sentem um pouco o Drogo nesta vida, aguardando que aconteça algo que nunca virá, algo que nos dará sentido a vida e nos fortificará...Prá descobrirmos que no fim, bem, no fim...A vida é quem se encarregará de tudo. Me lembrou, mesmo, "Montanha mágica" do Thomas Mann. Variações sobre o mesma tema: o vazio, a impotência diante de tudo, a inexorabilidade do tempo.
Ana 17/06/2011minha estante
sim, impossível não se identificar com o Drogo! (talvez alguns afortunados - que imagino sejam poucos - escapem dessa sina!). O atual estado da nossa vida é resultado das nossas escolhas, e é inevitável não pensar que um pequeno desvio teria feito tudo ser diferente ...




Cris 19/02/2023

19.02.2023
Conta a história de Giovanni Drogo, militar que acabou de ser designado a tenente e é enviado a um forte que fica em uma região árida, longe do povoado, onde nada acontece, mas os oficiais sempre estão à espera de uma invasão dos tártaros. Lembra a obra A montanha mágica, de Thomas Mann, onde o comodismo do personagem faz refletirmos sobre a passagem do tempo que quando vemos, já passou. Nesse livro, o personagem mal chega no forte e já quer ir embora, pois nada acontece e percebe que a expectativa que tinha sobre promoção, prestígio, não vai acontecer. Mas vai ficando, se acomodando e quando percebe, está lá há mais de 30 anos. Ao olhar para trás, vê que já não há mais tempo de voltar para a cidade, pois na casa em que vivia, não há mais ninguém. Não conhece mais as pessoas e não criou vínculo com ninguém. Muito reflexivo e triste.
Janaina Edwiges 20/02/2023minha estante
Ótima resenha! Quero muito conhecer esta história, parece trazer reflexões importantes para a vida.




Gab 11/03/2022

À Espera do Acontecimento Redentor
O Deserto dos Tártaros não é simplesmente um livro sobre a "vida militar", é muito mais que isso. Ele entrega a pergunta: será que sua aposta foi a certa?

Sempre estamos buscando um momento que nos justifique perante o mundo que nos cerca, algo que vai justificar a nossa existência, um acontecimento que vai mostrar o nosso máximo, a glória. Nós apostamos tudo em algo, esperamos o grande acontecimento chegar... E esperamos... Esperamos... E esperamos... Mas... Ele não vem.

Os anos passaram como raios, achamos que tínhamos muito tempo, "ora, sou muito jovem ainda", mas o relógio voa diante de nossas cabeças, ele é brutal, ele não tem misericórdia. No fim, percebemos que apostamos na coisa errada, a nossa grande "golden age" não vai chegar.

Agora já é tarde demais para voltarmos atrás. Mas quem sabe, num último momento, o grande sinal chega? Mas num momento em que não estamos mais tão preparados, num momento onde somos postos de lado, e percebemos que talvez exista uma luta mais brava e nobre, mais difícil também, que nos espera no futuro, uma luta contra uma sombra que nos cerca cada vez que atravessamos a rua.

Será que estou no caminho certo? Não sei, mas espero ter tempo de remediar minhas escolhas passadas caso essas escolhas não levem à apoteose de meu destino.
faulknerpynchon 12/03/2022minha estante
A luta contra o absurdo e a falta de sentido, luta extremamente nobre. Lembrou-me um pouco o Albert Camus e o Kafka. É interessante como o século 20 e sua Literatura sempre trata dessa grande questão do nosso significado no mundo.




Elisangela0 10/11/2022

Não faça como o Drogo, não deixe a sua vida passar esperando grandes acontecimentos...
O jovem tenente Giovanni Drogo é designado para servir no forte fronteiriço Bastiani, onde todos esperam uma invasão do inimigo, o "exercito dos Tártaros". Passam-se os anos e a invasão nunca acontece e Drogo vê sua juventude e sua solitária vida passar a espera de "grandes batalhas" ou eventos que nunca acontece.
Andrea Garcia 14/11/2022minha estante
Um dos melhores títulos lidos este ano. Passei dias após o término da leitura, com um aperto no coração, tentando absorver a densidade da narrativa de Dino Bussati que soube explorar, de maneira tão sutil, mas intensa, a vida de Giovanni. Certamente, irei reler esse clássico.




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