O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Rosangela Max 14/10/2022

Um clássico da literatura italiana.
Faz uma analogia a passagem do tempo e ao envelhecimento, vivendo na ilusão de que iremos realizar coisas grandiosas na vida. E, no fim, ficamos presos em determinadas situações durante anos, seguindo no modo automático. As vezes somos manipulados a nos manter nessas situações, mas a decisão de permanecer nelas ou não é nossa. De repente, nos damos conta que perdermos oportunidades de experienciar várias coisas por conta do comodismo, e aí já é tarde demais e não podemos recuperar o tempo perdido.
A escrita do autor é fantástica!
Recomendo a leitura.
Lore 14/10/2022minha estante
Nossa, deu uma vontade de lê-lo.


Rosangela Max 14/10/2022minha estante
??


samuca 15/10/2022minha estante
Tá na minha lista. Quero ler ainda esse ano


Alisson 21/01/2023minha estante
Que contraditório. Até a página 40 está tedioso e massante, mas estou na esperança de surgir algo relevante e empolgante.


Paulo 09/07/2023minha estante
Excelente resenha ! Terminei hoje o livro é preciso rever minha vida




Lista de Livros 22/02/2021

Lista de Livros: O Deserto Dos Tártaros, de Dino Buzzati
“Talvez a questão esteja toda nisso. Talvez nós pretendamos demasiado. Cabe-nos sempre o que merecemos, realmente.”
*
“Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida.”
*
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site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/12/o-deserto-dos-tartaros-de-dino-buzzati.html
Adriana 28/01/2022minha estante
Achei essa passagem muito bonita e real: a dor ou qualquer outro sentimento é de quem está na situação, por mais solidários que os outros sejam.


Adriana 28/01/2022minha estante
Achei essa passagem muito bonita e real: a dor ou qualquer outro sentimento é de quem está na situação, por mais solidários que os outros sejam.




Mariana. 13/06/2011

"Se fosse um homem comum, a quem por direito não cabe senão um destino medíocre?"

Alegoria do existencialismo, provando que não apenas falta qualquer sentido à existência, como sobram cinismo e ironia na vida.

Leitura obrigatória.
Arsenio Meira 08/02/2013minha estante
Com a devida licença, perfeito o seu comentário-resenha.
Apenas uma frase é capaz de definir um livro para sempre. Esse poder de síntese não é fácil.


George 10/07/2020minha estante
Difícil resenhar esse livro, mas realmente descreve como muitas vezes a nossa vida se torna banal e supérflua. Cabe a nós seguirmos o exemplo do tenente Dino e lutarmos sem cessar por um lugar ao sol!!




Rafa 18/08/2021

A vida é oq acontece enquanto vc tá ocupado c/ outros planos
(Frase editada acima de Allen Saunders)

O Deserto dos Tártaros destaca um tema recorrente: Qual é o sentido da vida?
Contudo, a mensagem mais importante é de que, independente da resposta, vivemos um dia após o outro. Assim, devemos nos atentar ao transcurso do tempo, o drama do conformismo e as oportunidades perdidas.
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Nado 10/02/2022

Livro considerado coma a obra prima desse autor italiano, consagrando-o na literatura mundial e sendo considerada uma das melhores obras do século XX.
A trama central de ?O Deserto dos Tártaros? narra a história de Giovanni Drogo, militar recém-formado que tem como missão passar uma temporada no forte Bastiani, o que ele considera ser o início de uma gloriosa carreira na academia.
O leitor acompanhará a saga deste jovem sonhador até a sua chegada em um local desconhecido por ele e que muitas pessoas no caminho jamais ouviram falar. Após uma jornada de muita perseverança, Drogo finalmente chega ao seu destino e fica encantando com a grandiosidade desse forte.
Giovanni acreditava ficar pouco tempo nessa missão e que ela não passaria de poucos meses. O que não imaginava é que, uma rotina que cai na mesmice todos os dias, poderia lhe enganar e que ele não se daria conta de que os anos estão passando bem na sua frente e mais rápido do que parece.
Outro ponto importante dessa história é que o forte foi construído para deter o temido exército de Tártaros que já destruiu a região no passado. Porém, esses oficiais se tornam até algo místico nesse forte envolto a névoas, mistérios e uma monotonia que Drogo nunca pensou viver. A espera por esse inimigo que nunca chega se torna uma renúncia da própria vida. E é aí que está a lição deste livro, que o leitor descobrirá nos capítulos finais.
Muitas passagens dessa obra podem ser levadas para a nossa história. Ficar a espera de algo grandioso, que nunca chega e que nos deixa plantados no mesmo lugar, sem se dar conta de o tempo passar. Ou ainda, por se sentir em uma ?zona de conforto?, na qual algo certo está acontecendo, mas que nunca melhora, nos obrigam a renunciar a algo pelo simples medo de arriscar ou de acreditar em nós mesmos. A maior lição que essa obra dá, e que pode até parecer piegas, é: não há nada mais implacável que o tempo. Ele pode ser usado ao nosso favor, mas se não souber usá-lo, se tornará nosso maior inimigo.
Andre234 10/02/2022minha estante
linda resenha! vou colocar na minha lista já


Talles 10/02/2022minha estante
Comecei a ler recentemente. Leitura deliciosa.




Jardim de histórias 28/06/2023

A relatividade do tempo!!!!
Até quando, algo notável deverá impulsionar nossos desejos, para podermos saciar aquilo que idealizamos? Seria um singelo sinal da procrastinação?
Com essas perguntas, iniciamos a resenha deste livro maravilhoso "O deserto dos tártaros" de Dino Buzzati.
Um livro que vai propor uma reflexão filosófica sobre o tempo e o que fazemos ou como vivemos com o passar do tempo. Às vezes, projetamos ou idealizamos alguns objetivos, metas para servir de estímulo, e é se direcionando para essas conquistas, que vivemos e depositamos o sentido que atribuímos a nossa vida. Só que ignoramos a construção desta história, desprezando os momentos que compõem esses pilares. Por exemplo: o que pensaria uma pessoa que passou pela vida, e no fim, ao encarar a morte, fosse questionado sobre vossa existência? Pensaria talvez, com êxito ou lamúria sobre os objetivos alcançados. Mas será que lembrará dos obstáculos que marcaram sua história? Historias que foram compostas de escolhas, consequências, dor, alegria, frustração, sofrimento, dúvida, dívidas. Ou seja, todos os ingredientes e instrumentos para compor uma existência humana, que moldará o que conhecemos por vida, ou resultado da vida.
O tempo passa, e temos a sensação de que acontecimentos desta passagem, são totalmente subjetivos, o que é objetivo, é a passagem do tempo.
Assim, faço essa breve resenha sobre esse livro que me arrebatou, com uma história curta, densa, filosófica e muito sensível, que nos fará pensar muito, criando não só uma viagem imaginária no clima árido do deserto, no convívio no forte Bastiani, ao lado desses personagens inesquecíveis e suas passagens descritas na obra, mas também, somos arremessados para dentro de nós mesmos, presos em profundas e prazerosas reflexões.
Este livro, me trouxe muito de "A montanha mágica" de Thomas Mann, mas ressalvo a distinção das obras. É um livro para ler e reler, não pela complexidade da história, e sim pelas nuances poéticas que dão um contorno belíssimo, tornando-o essencial. Mas, é importante lembrar que, este livro, funcionou muito bem comigo, o que não necessariamente possa acontecer com você.
Sobre o tempo, ele passa, passa tão rápido e estamos tão presos aos grilhões desse tempo, que ele, o tempo, não perdoa. Só percebemos, quando os profundos sulcos que habitam nossa face, sussurram a nossa consciência, despertando-nos. Talvez, no contexto do tempo, ainda consigamos contemplar o canto dos pássaros, a fragrância do orvalho, nossos sonhos e quem sabe, viver intensamente o nosso agora. O tempo passa, assim como o rio, segue o seu fluxo, sem retroceder, uns mais lentamente, outros com todo o vigor, mostrando-nos, objetivamente, que o tempo e suas artérias passam nos permitindo protagonizar nossa história.

Incrível!?
Jardim de histórias 28/06/2023minha estante
"Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida".
Sêneca


Vanessa.Castilhos 29/06/2023minha estante
Resenha belíssima e profunda!!


Jardim de histórias 29/06/2023minha estante
Vanessa, obrigado pelo retorno. Acho que a leitura me impactou! Refleti muito durante e após a leitura. Um livro curto, mas com uma densidade profunda. Mais uma vez, muito obrigado!


Paulo 09/07/2023minha estante
Excelente resenha!


Jardim de histórias 09/07/2023minha estante
Obrigado Paulo! Muito obrigado!




Ingrid_mayara 04/03/2019

O que você está fazendo da sua vida?
O deserto dos tártaros faz pensar no quanto a gente espera que um dia aconteça algo que nos recompense pelas nossas atitudes. Estamos aproveitando a vida ou apenas aguardamos nosso melhor momento? Quantas vezes nos deparamos com grandes dúvidas que começam com “e se…”?

Recomendo a leitura a pessoas que gostam de livros com enredo simples e narrativa existencialista. Embora a obra seja de fácil entendimento, é provável que seu sentido seja melhor aproveitado ou proporcione maior identificação na idade adulta.


site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
Dan 05/03/2019minha estante
livro magnífico!




Leila de Carvalho e Gonçalves 27/02/2020

Obra-Prima
Lançado em 1940 na Italia, Il deserto dei Tartari ou O Deserto dos Tártaros só foi publicado no Brasil 44 anos depois, um hiato que surpreende em virtude do sucesso que alcançou o livro ao redor do mundo, sendo considerado a obra-prima de Dino Buzzati.

Advogado de formação e jornalista de profissão, o escritor trabalhou 40 anos no Corriere de la Sera onde se aposentou como redator-chefe e foi na redação desse jornal, enquanto cumpria o entediante período notirno, que lhe ocorreu a ideia do livro. Atiçamento, sua história revela o temor de Buzzati em permanecer na obscuridade, isto é, ter seus livros conhecidos por um reduzido número de admiradores, algo que já ocorrera com os dois anteriores.

Apresentando um clima misterioso e angustiante, o romance gira ao redor de Giovanni Drogo, um militar de carreira, designado para servir no remoto Forte Bastiani. Localizado numa região montanhosa e defronte a um deserto, o local já foi uma importante defesa contra os tártaros, mas atualmente sua única função é aguardar a volta do inimigo. O protagonista passa os dias vasculhando o horizonte de cima das muralhas, ansiando por uma batalha que poderá justificar sua vida e torná-lo um herói, mas sem maiores novidades, tudo que lhe resta é uma rotina insossa, marcada pela rígida disciplina e obstinação.

Em linhas gerais, o livro trata da acomodação gerada pelo ramerrão diário e de como ela molda as expectativas, desconsiderando a passagem do tempo e a própria finitude da vida. De caráter existencialista e surreal, a narrativa, saturada de humor negro, não se restringe à vida militar. A bem da verdade, é mais apropriado considerá-la uma alegoria sobre a nossa existência e relevar esse aspecto é apequenar as questões morais e o conteúdo filosófico que ela abarca.

Finalmente, recomendo o filme homônimo (1976), dirigido por Valerio Zurlini , e o ensaio de Antonio Cândido sobre o romance. Ele pode ser encontrado no livro ?O Discurso e a Cidade?, mas também está disponível na internet, porém, devido aos spoilers, deixe para ler após o desfecho da obra.

Nota: Com boa tradução e breve Apresentação de Ugo Georgetti, o e-book atendeu minhas exigências.
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Alan Martins 07/05/2022

Pequeno, mas profundo
Há livros que conseguem, com poucas palavras, dizer aquilo que vários calhamaços não são capazes. Um belo exemplo é "O estrangeiro", de Albert Camus. "O deserto dos tártaros" encontra-se nessa mesma seleta prateleira.

Certos clichês são válidos, condizem com a realidade. Os melhores perfumes estão nos menores frascos, assim como os venenos mais perigosos. Um imenso aprendizado está contido nas breves páginas dessa obra de arte do italiano Dino Buzzati.

ESPERANDO O QUE NUNCA VEM
Giovanni Drogo, um jovem na casa dos vinte anos, foi recentemente promovido a tenente. É, então, designado ao forte Bastiani, um edifício militar localizado numa região isolada e fronteiriça, próxima a um deserto. O autor não especifica a localização do cenário, o que torna o romance ainda mais universal, já que a ação pode se passar em qualquer lugar.

A fortaleza é rodeada por uma suposta história gloriosa, pois funcionou, ao longo da história, como um escudo, protegendo seu país contra invasões de povos estrangeiros. Em um primeiro momento, o lendário passado histórico impressiona o novo tenente.

Todavia, chegando ao local, se depara com um cenário bem menos ilustre, afinal a guerra deixou de ser uma ameaça há muito tempo. Drogo, desanimado, deseja sair dali o mais rápido possível e pede um atestado a um médico, que lhe dá quatro meses para uma realocação.

O tempo passa, muita coisa acontece, e Giovanni continua no forte Bastiani. Ele não consegue deixar a fortificação, algo o impossibilita. O que será esse algo que nos impede?

A VIDA É TREM BALA
O protagonista e seus companheiros de profissão estão trancafiados no Bastiani. Claro, se quisessem, poderiam ir para outro lugar. Entretanto, metaforicamente, cada um deles está enclausurado em seu forte pessoal.

Todo militar que chega ao lendário forte encontra dificuldade em seguir adiante, em realizar seus desejos e ambições. Jovens tornam-se velhos frustrados. O deserto promete uma invasão tártara, e todos aguardam a hora de entrar em cena, a razão de suas existências.

Quantas pessoas não vivem nesse marasmo, aguardando algo de melhor que está por vir? O que a maioria faz para alcançar a terra prometida? Quantos têm a coragem e a capacidade de dar o passo decisivo? Ora, essa também não é a lógica da sociedade capitalista? "Trabalhe duro, um dia a recompensa virá". Nesse meio-tempo, os ponteiros giraram loucamente, e o tempo é algo que não volta.

Nosso tenente Drogo passou uma vida toda servindo ao exército, até conseguiu uma promoção. Em seu íntimo, porém, sabe que não foi sincero consigo mesmo, que se entregou à monotonia, àquilo que parecia mais fácil e confortável. Dino Buzzati, por sorte, lhe dá uma redenção. Na hora em que seu tão aguardado momento dá as caras, recebe a visita do ceifeiro. Nesse instante de adversidade, encontra coragem e encara o desconhecido com bravura.

SOBRE A EDIÇÃO
Como todos os volumes da coleção Clássicos de Ouro, a edição de "O deserto dos tártaros" é em capa dura, seu miolo é em papel amarelado e a diagramação, agradável.

Tradução de Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade, muito boa por sinal. O texto, dividido em capítulos curtos, é simples e fácil de ser lido.

Li em meu Kindle. A respeito do e-book, está ótimo, bem formatado e funcionando em perfeitas condições.

A coleção teve tiragem limitada, por isso as edições em capa dura encontram-se esgotada. A editora Nova Fronteira repaginou a coleção, mas desta vez os livros são em brochura. O preço parece bom e o que importa de verdade é o conteúdo da obra, não sua estética visual.

CONCLUSÃO
Poucos livros conseguem tocar o leitor de maneira tão pessoal e universal. Todos nós sentimos receio em relação a novidades; o novo assusta! Devemos agir como Giovanni Drogo, acomodados, deitados eternamente em berço esplendido, ou devemos encarar os obstáculos com pulso firme? Seguir nossos sonhos, ou desistir na primeira oportunidade?

Eu vivo em meu próprio forte Bastiani, e você também. A decisão de deixá-lo cabe a nós mesmos. Do contrário, passaremos a vida inteira aguardando algo que, no fim das contas, não pode ser conquistado se ficarmos apenas parados.

Em certos momentos a leitura fica um tanto quanto monótona e tediosa, refletindo o cotidiano dos personagens militares. Esse é o trunfo desse pequeno romance: dialogar com o leitor, pondo-o em reflexão a respeito de sua vida e escolhas.

Minha nota (de 0 a 5): 4,5 ⭐

site: https://anatomiadapalavra.com/2022/05/07/resenha-livro-o-deserto-dos-tartaros/
Vicente 07/05/2022minha estante
Sou apaixonado por esse livro.


Alan Martins 07/05/2022minha estante
É muito bom mesmo!




Pedróviz 08/02/2020

O deserto de cada um
O Deserto dos Tártaros é um livro que mexe com a imaginação e com a alma. Com a imaginação porque é difícil não despertar a curiosidade um livro com esse título. Com a alma porque o enredo criou mesmo alguma identificação com este leitor. Quantos leitores não defrontam seus próprios desertos, esperando que algo saia deles?
***
O protagonista, um oficial de um exército, escolhe por engano um forte retirado para se apresentar, acaba se acomodando e desiste de uma vida inteira em função de um sonho de glória ante a remota possibilidade da invasão naquela remota fronteira do seu país com o país tártaro. Seus colegas optaram por uma vida plena nos quartéis nas cidades. O tempo passa inexorável diante das montanhas impassíveis. Um dia eles chegam, ele é um oficial graduado, porém adoeceu seriamente naqueles anos todos. Seus colegas, contudo, chegam saudáveis da cidade para assumir o controle da situação que por tanto tempo ele aguardou. No final das contas, o protagonista, que passou toda a vida na função de aguardar o inimigo, está doente e é dispensado quando ele chega. Os colegas que não esperaram anos na solidão é que terão a glória de enfrentar os tártaros.
Disso tudo eu concluo: A vida não deve ter um propósito único. Os propósitos não devem ter caráter obsessivo. Não se deve desesperar quando o propósito se perde.
Para o protagonista a vida perdeu o sentido quando seu propósito é frustrado.
Cinco estrelas e entra para a galeria dos preferidos, dos inesquecíveis, dos que mexeram com a alma do leitor.
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Helena 05/01/2015

"A vida inteira que podia ter sido e que não foi"
que sensação estranha esse livro dá.. uma tristeza grande, impossível não entender os anseios e as dores de Giovanni, tão humanas! Esse livro é uma alegoria da vida, dos desejos frustrados, dos sonhos abafados pela mediocridade, pela rotina e o ritmo alienante das exigências do mundo e a ação de um tempo que não para, mas paradoxalmente também não passa, por estar estagnado em adição infinita de zeros. nada se soma verdadeiramente. uma vida relativamente sem sofrimento, mas também sem criação, sem propósito. até mesmo sem relações afetivas profundas. tudo no meio-termo.
Impossível não lembrar da frase linda de Antonio Cândido citada por Maria Rita Kehl: "Tempo não é dinheiro. O tempo é o tecido de nossas vidas". E o que nós fazemos com nosso tempo? Com nosso tecido de vida?
Vida humana é roteiro (exemplificada no livro pela inóspita burocracia militar)? tempo de serviço? busca de aposentadoria, finais de semanas, férias livres de trabalhos frustrantes e obrigatórios? vida é o tempo que gastamos indo ao trabalho, imaginando chegar mais cedo em casa, pra dormir mais cedo, acordar mais cedo, ir trabalhar mais cedo, morrer mais cedo?
Certamente são questões dignas de reflexão que ficaram em mim após ler esse livro.
Hélio Rosa 11/07/2018minha estante
Li há bastante tempo, motivado por um ensaio do Antonio Candido. Mas não sabia que essa expressão que você colheu na Maria Rita Kehl era dele... Vou procurar, agradeço.


Pedróviz 19/02/2019minha estante
Seu comentário me impressionou muito! Fiquei interessado nesse livro...




FalaLud 18/12/2023

Esse livro pode mudar a sua vida
Admiro demais o autor que tem a capacidade de ser tão preciso, cirúrgico, sucinto e ao mesmo tempo conseguir contar uma história de tanto impacto e despertar tantas emoções.

Dino Buzzati faz mágica em menos de duzentas páginas: num enredo em que não acontece quase nada, assim como o personagem, estamos sempre guardando a esperança de que algo grandioso está para acontecer.

Não tem como ler O Deserto dos Tártaros e ficar ileso de refletir sobre a própria vida. Obra prima, recomendadíssimo! ??
Craotchky 18/12/2023minha estante
Não pretendo demorar para ler esse e suas palavras foram muito motivacionais nesse sentido


FalaLud 18/12/2023minha estante
Fico feliz! Não vai se arrepender :)




bardo 20/05/2023

Engana-se quem subestima o relativamente curto romance O Deserto Dos Tártaros de Dino Buzzati, a despeito do número de páginas, a densidade e o peso da obra impressionam. O enredo aparentemente simples; as aventuras de um oficial aos poucos vai adquirindo contornos claustrofóbicos e angustiantes.
Pode-se dizer que quase assume contornos fantásticos ao mesmo tempo em que é dolorosamente factível e similar as experiências dos mais variados leitores. É o tipo de livro que bem pode criar uma crise existencial ou agravar a já existente.
Nosso protagonista lança-se a um ideal, a primeira vista seu objetivo nos parece tolo, fútil, insignificante, o autor todavia concede ao seu personagem tanta verdade, que aos poucos somos contaminados por sua angústia e espera desesperadas. A espera na narrativa adquire características quase que místicas, meio que uma profissão de fé. Tal sensação é confirmada quando um personagem esclarece ao protagonista os fatos que se sucederam à sua chegada ao Forte.
O autor escolhe o microcosmo de um forte e da vida militar, mas o que é tratado claramente pode ser extrapolado para outros contextos. Aliás a narrativa torna-se ainda mais atual em nosso mundo massificado, onde os rituais perdem significado, o próprio tempo torna-se fugidio e a existência tem seu sentido fragilizado.
Quando o leitor já está destroçado, em dado ponto pensa que o autor poderia parar por ali, não, a narrativa avança e o autor faz algo que torna tudo ainda mais doloroso e devastador. Curiosamente o final em si, não é totalmente melancólico, num certo sentido vai reforçar a discussão sobre propósito presente no livro. Em resumo é um livrinho para ser lido e provavelmente relido, tem muito para se pensar aqui.
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