Marcos Nandi 10/08/2022
A história se passa numa Califórnia do Sul, racista e por volta de 1973, o livro não diz, mas se passa durante a guerra do Vietnã e na presidência de Nixon. Então, deduzi essa data.
As duas protagonista, Jean (12 anos) e Liz(15 anos), viviam com uma mãe tresloucada (muito insuportável) que tinha uma carreira precária como cantora, compositora e atriz. Uma profissional fracassada com um ego enorme que vivia com um resto de herança.
De uma hora pra outra, a mãe doida resolve "fugir" deixando as filhas, menores de idade, abandonadas.
As duas crianças e sua tartaruga, Fido, foram atrás do único parente que se sabia vivo, o irmão de seu mãe. Um velho sovina, que vive no passado dos tempos áureos quando sua família tinha dinheiro e importância.
Um dos pontos da história é a questão do racismo e a ideia de integração de crianças brancas e negras na mesma escola. Achei tratado de uma forma rasa, mas achei ok.
Sempre me incomoda em literatura a independência de crianças. E elas são independentes ao ponto de pegar um ônibus para ir a Virgina (que hoje, tem umas 6 horas de distância). Me incomoda também a mãe das crianças que é insuportável hahaah. Gosto de mães problemáticas no estilo que a Elena Ferrante cria, mas a Charlotte, é só irresponsável mesmo, não há nenhuma questão relevante quanto a maternidade.
Outros pontos podiam ser tratados com mais profundidade como o luto do tio das crianças, mas como é narrado por uma adolescente, relevei.
Não acontece muitas coisas ao longo do livro, mas do meio pro final acontece um crime, e o machismo achei bem retratado. O final achei simbólico, daria uma boa cena de filme. Porém, a resolução de um determinado problema achei apressada.