skuser02844 29/01/2015
A Pátria De Chuteiras
Não sei quais palavras eu devo usar para descrever a inteligência de Nelson Rodrigues. Sinceramente, só tinha ouvido falar dele há muito tempo, mais ou menos quando eu tinha 15 anos e assistia o BBB (da série, “meu passado me condena”), nessa época lembro-me do Pedro Bial vez por outra fazendo uma citação dele durante os discursos de eliminação. Pensava eu: - “Hum... Esse Nelson Rodrigues era um espécime brasileiro muito inteligente.” No entanto, como a maioria das pessoas, a minha curiosidade não passava disso. Eu permanecia na minha zona de contorno e nunca pesquisei sobre o cara. O tempo passou.
Final de 2014. Criei o hábito ou vício de procurar livros para download nas madrugadas em que estou sem sono. Numa dessas noites enquanto acessava o site lelivros.club, cliquei na aba das crônicas e entre os primeiros livros estava A Pátria De Chuteiras. Como sou amante do futebol, resolvi dar uma clicada para ler a sinopse. No momento seguinte descubro que a obra era de um tal Nelson Rodrigues. Ah... Nelson. Rodrigues? Nelson Rodrigues! Sim, aquele citado pelo Pedro Bial! Bateu uma vertigem em mim quando me toquei sobre a minha falta de interesse em pesquisar o espécime. Que vacilo camaradas!
Olhem, isso foi um vacilo tão vaciloso da minha parte, que desde o momento no qual comecei a ler esse livro, não parei de me perguntar como pude chamar tanto cronista de bom sem antes ter conhecido o Nelson. Ele simplesmente era alguém à frente de seu tempo.
A Pátria De Chuteiras é uma reunião das suas crônicas escritas entre 1950 e 1970. Foi lançado no finalzinho de 2013, mas a propaganda forte mesmo veio em 2014. Ano sugestivo, pois o cronista defendia com unhas e dentes o patriotismo caloroso para com a seleção canarinha. Com seus argumentos, ele leva o mais cético torcedor a confiar cegamente no *escrete (aprendi essa palavra no livro haha). Aproveitando que 2014 era o ano da Copa do Mundo, Aldo Rebelo então Ministro do Esporte, esteve em alguns eventos pelo Brasil lançando a obra. Penso que se o Nelson, morto em 1980, ainda estivesse vivo e assistisse aos 7 x 1 da Alemanha sobre o nosso escrete (olha a palavrinha nova aí de novo), ele teria infartado na hora. Sério, o cara era muito fanático por futebol e principalmente pela Seleção.
Deixo como indicação o livro para os amigos que gostam de futebol. Principalmente aqueles que conhecem um pouco da história da seleção, pois durante as crônicas, Nelson Rodrigues cita diversos jogadores das antigas mesmo. Rsrs. O clima da sociedade brasileira da época também é outro ponto bacana abordado. Faz que nem eu não, demorei 8 anos para conhecer a herança do Nelson. Vai agora no Google e joga o nome dele. Brevemente, irei adquirir A Vida Como Ela É. Fiquem ligados. Virei fã de carteirinha!
site: eaijl.blogspot.com.br