O jornalista e o assassino

O jornalista e o assassino Janet Malcolm




Resenhas - O Jornalista e o Assassino


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Leticia 14/11/2023

Eu sempre fico impressionada a escrita dessa mulher!

Tenho a sensação de uma discussão filosófica (realmente uma boa reflexão) mesclada com uma historia deliciosa e ácida com pessoas reais.
Acho esse formato ainda mais curioso pelo tema desse livro especifico, que trata da relação jornalista - personagem trazendo personagens realmente interessantes e detestáveis.

Eu não concordo em absoluto com a posição que a autora toma nesse livro (e em outros também), mas acho que ela realmente consegue trazer uma reflexão muito importante ao mesmo tempo que monta muito bem um enredo.
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Amani.Cruz 28/09/2023

Quanto vale uma confissão
No livro o jornalista está envolvido em um processo judicial por conta de um livro que escreveu baseado em entrevistas com uma fonte.

O enredo discute a ética que o profissional tem, ou não, quando deseja arrancar informações de suas fontes e fala também sobre como as fontes se sentem ao lerem os produtos (neste caso um livro) e descobrirem que nem tudo que foi publicado agrada ao seu coração.
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Paulo 17/09/2022

Esse é um livro que mostra que as fake news e falta de ética não são uma novidade da internet. Desde que o mundo é mundo pessoas buscam ganhar corações e mentes através de narrativas fantasiosas e ou enviesadas. Chega a ser assustador saber como foi o julgamento do Jeffrey MacDonald e como o tal livro que Jeff achava que seria sua salvação, foi sua perdição.
Também faz refletir sobre o papel do jornalista não de apresentar uma verdade absoluta -- nem o espelho mostra uma imagem 100% verdadeira --mas a importância de ser ético até mesmo quando se duvida de um entrevistado. O Cabrini falou em seu livro sobre o jogo de "xadrez" com Fernandinho Beira-Mar. Se Joe McGinniss, o escritor, mais preparado isso não teria acontecido.
O jornalista e o assassino não busca dar uma resposta se Jeff foi culpado, mas analisa se as pessoas que investigaram o caso foram imparciais.
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deniferreira 10/08/2022

Bem interessante para quem gosta de saber dos bastidores do trabalho jornalístico e do sistema judiciário.
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Biblioteca Álvaro Guerra 10/02/2022

A clássica reportagem de Janet Malcolm sobre a ética jornalística inaugura a série Jornalismo Literário de Bolso, mais econômica. Posfácio de Otavio Frias Filho. Janet Malcolm, uma das mais importantes jornalistas americanas do século XX, escreveu oito livros, baseados em labirínticas reportagens publicadas na revista The New Yorker . Seu assunto pode ser o legado de escritores como Anton Tchekhov, Gertrude Stein e Sylvia Plath, a disputa pelo acesso aos arquivos de Freud ou processos judiciais que causaram comoção nos Estados Unidos, como em O jornalista e o assassino , em que narra a história de um médico, Jeffrey MacDonald, que, condenado pelo assassinato da esposa e das duas filhas, moveu um processo inaudito contra um jornalista que escrevera um livro sobre ele com base em entrevistas feitas durante o julgamento e na prisão.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535918342
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ggabs 22/01/2022

Depois de um crime ocorrer é sempre uma grande oportunidade para escritores mostrarem seus conhecimentos jornalísticos e apresentarem a versão que condiz com a verdade. Nessa história a verdade simplesmente não existe, os dois lados tem falhas em apresentar seus argumentos, o que torna difícil tomar um lado. A questão da ética abordada no livro me fez pensar em quantas vezes isso pode ter acontecido ao nosso redor, como já diz um dos personagens, é comum jornalistas concordarem com coisas que não acreditam para manter o entrevistado falando e eles conseguirem a matéria que irá render mais palco. Para mim esse livro foi muito interessante já que a autora conseguiu juntar as informações para que cada leitor tire sua própria conclusão do caso e mostrou como a ética pode valer de nada em casos em que a pessoa tem um ego inflado e quer simplesmente ser a sensação do momento.
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madalorian 10/08/2021

eu fui obrigada a ler esse livro, então foi muito surpreendente quando eu comecei a ~gostar dele de verdade
Alê | @alexandrejjr 31/10/2021minha estante
Faculdade?


NathDuda 15/05/2023minha estante
Ai, mulher! Vou começar ele essa semana (pelo mesmo motivo que o seu) e estou só na esperança de gostar mesmo kkkk




Hono 11/06/2021

Sabe como um jornalista se mata?
Ele sobe em cima de seu ego e salta...

Este livro fala sobre ego, mentiras e confiança. Não há certos ou errados. Um caso de assassinato triplo logo se transforma em uma discussão ética do fazer jornalístico, da narração histórica dos fato versus a narração criativa dos fatos.

Afinal, mais vale dois quilos de verdade ou cinco gramas de fantasia?
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Jadechemale 25/08/2020

Impactante.
A leitura é muito envolvente e por vezes custei a tirar os olhos, mesmo para olhar o número da página.
Trata-se de um caso não-ficccional.
Macdonald (não é o Ronald ok?) foi condenado, em um julgamento cheio de furos, pela assassinato da esposa e das duas filhas. Um jornalista chamado Joe McGuinniss, que correspondeu por anos McDonald na cadeia e alimentou nele falsas esperanças de que escreveria uma biografia que o tornaria livre, publica o livro Fatal Vision. Tal LIVRO condena McDonald e o descreve como monstro sem alma.
um debate muito interessante sobre ética jornalística
Em nenhum momento a autora que escreve sobre o julgamento guinniss vs donald nos pede pra tomar um lado.
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Alê | @alexandrejjr 01/07/2020

O caso, a dúvida e a mea culpa

A estadunidense Janet Macolm é quase uma completa desconhecida do público sul-americano. Felizmente para nós, brasileiros, a Companhia das Letras resolveu publicá-la, permitindo acesso à produção de uma das maiores ensaístas sobre cultura e comportamento da atualidade, relevância essa que pode ser comprovada com este excelente "O jornalista e o assassino".

Mas antes preciso salientar um porém. Este livro é, infelizmente, um olhar para o próprio umbigo, destinado a um público muito delimitado por tratar quase que integralmente da ética jornalística. Mesmo com essa barreira temática, temos aqui uma joia rara. Apesar de não estar formado, atuo na minha área desde 2015 e ler esse livro foi um deleite. Mais do que isso, exerceu um impacto considerável na minha conduta profissional. Janet Malcolm mostra que jornalismo sério é um terreno arenoso e que são poucos os profissionais dignos de nota.

Bom, o livro em si não é nenhum mistério. Os leitores serão apresentados a mais um daqueles casos chocantes que os Estados Unidos produz em massa. No entanto, a autora quer que você tenha acesso a muito mais do que uma história macabra, cercada de dúvidas. Malcolm compartilha conosco as suas incertezas em relação aos seus pares e até a respeito da sua própria conduta. Além disso, mostra a sua surpresa ao descobrir os possíveis usos espúrios da relação peculiar existente entre jornalista e fonte. Para a autora, o mundo é muito mais cinza do que ela própria imaginava.

O livro é essencial para simpatizantes, estudantes, professores e profissionais do jornalismo. Porém, caso você esteja fora dessa bolha, basta gostar de discutir um pouco de ética, comportamento humano e sessões de tribunal para que o livro seja interessante.
Felps / @felpssevero 01/07/2020minha estante
Ótima resenha. É um livro-reportagem sobre ética jornalística, mas que pode muito bem ser lido como um thriller de suspense. Leitura incrível.


Alê | @alexandrejjr 01/07/2020minha estante
Exatamente, Felipe. Eu me arriscaria dizer até que ele pode ser encarado como um thriller psicológico de suspense, porque são poucas as "ações" do livro.


Michele 19/05/2021minha estante
Bom olhar, Alexandre. Gosto da escrita e organização de Janet, mas devo dizer que ao retratar Sylvia Plath em "A Mulher Calada", a autora se perde em dar sua opinião e trabalhar com a história. Quando você diz "um olhar para o próprio umbigo" pode também ser aplicado em muitos momentos ao falar de Sylvia. Será que todos os livros de Janet são assim?!


Alê | @alexandrejjr 19/05/2021minha estante
Obrigado pelo elogio e pelo comentário, Michele. Então... esse foi o único livro da Janet Malcolm que li até o momento, apesar de saber que ela é uma jornalista com opiniões fortes - o que particularmente me agrada. Mas eu espero que não, que não seja assim em todos os livros dela, sinceramente. Creio que tudo depende da proposta do livro. No caso da Sylvia Plath, talvez cause um incômodo essa intromissão dela no texto. Mas o livro não pretende ser uma biografia, certo? Talvez a liberdade se justifique nesse ponto. Sobre a questão do "um olhar para o próprio umbigo" no meu texto é mais em relação à classe jornalística, que nesse caso em particular torna o texto mais interessante, visto que o livro é uma espécie de análise da prática do jornalismo e ela, como jornalista, disseca as atitudes de si mesma e de seus pares.




Mara Vanessa Torres 24/04/2020

Livro-reportagem de Janet Malcolm esmiúça a relação nem sempre amistosa e sincera entre biógrafo e biografado
Em 1970, o médico militar Jeffrey MacDonald estava no auge do vigor físico e profissional. Integrante das forças armadas norte-americanas, MacDonald era bem-apessoado, promissor, casado e pai de duas meninas – em pouco tempo, seria pai de mais uma criança. No início do ano, em uma madrugada silenciosa na base militar de Fort Bragg, alguém invadiu a casa dos MacDonalds e desferiu golpes de faca e picador de gelo contra Collete, de 26 anos, Kimberley, de 5 anos e Kristen de 2, esposa e filhas de Jeffrey MacDonald, respectivamente. A violência das mortes chocou a sociedade norte-americana e o mundo. Além de esfaqueadas inúmeras vezes, as vítimas foram espancadas e golpeadas. Jeffrey MacDonald sofreu apenas ferimentos leves.

Antes de supostamente perder a consciência, o médico ligou para o serviço de emergência e disse que sua casa havia sido invadida por lunáticos pertencentes a uma seita. Forneceu descrições precisas e descreveu a situação em que se encontrava a casa no momento do ataque. A história contada por MacDonald começou a ser questionada pelos investigadores, que não localizaram provas concretas da suposta invasão.

Depois de ser detido pela polícia do exército, o médico atravessou extensa investigação e uma longa audiência preparatória de corte marcial. Foi inocentado. Não demorou muito para que concedesse uma entrevista para um programa de grande audiência nacional onde se queixou do tratamento injusto que recebeu durante seu encarceramento sem, no entanto, mencionar a família brutalmente assassinada.

A partir desse ponto, diversas reviravoltas ganharam força no caso. O sogro de MacDonald tornou-se seu incansável perseguidor e as investigações foram reabertas. Em 1979, Jeffrey MacDonald foi condenado à três penas consecutivas de prisão perpétua. Antes do julgamento, o médico permitiu que o jornalista Joe McGinniss tivesse acesso irrestrito a todos os documentos e passos do processo.

MacDonald e McGinniss se tornaram amigos inseparáveis, no melhor estilo Damão e Pítias, trocando confidências e encarando a vida como dois playboys de trinta anos, com amor a esportes e o retroalimentado fascínio por mulheres jovens e bonitas. Joe McGinniss foi contratado pelo médico para escrever sua biografia e ajudar a torná-lo a vítima que ele tanto clamava ser. O jornalista, que trazia na sacola livros como “The Selling of the President” (1969), uma narrativa sobre os bastidores da campanha presidencial de Richard Nixon em 1968, aceitou a incumbência.

O que Joe McGinniss esqueceu de avisar ao crédulo (será?) amigo Jeffrey MacDonald é que ele não estava para brincadeira. Sem qualquer escrúpulo, o jornalista usou de toda a sua influência sobre o acusado para escrever “Fatal Vision” (1983), um relato inclemente que descreve Jeffrey MacDonald como um sádico, psicopata, narcisista e indubitavelmente homicida qualificado, responsável pelo assassinato da esposa grávida e das duas filhinhas. Estarrecido e traído, MacDonald processou o ex-amigo jornalista. Para evitar maiores gastos, McGinniss e sua seguradora chegaram a um acordo e pagaram uma polpuda indenização ao médico.

Esse é o cenário que a jornalista veterana Janet Malcolm disseca. Uma das mais importantes profissionais do ramo, Malcolm tem longas reportagens veiculadas na The New Yorker, vários livros publicados, inúmeros prêmios e menções honrosas. Nascido de uma reportagem, “O jornalista e o assassino” (2011) é uma narrativa argumentativa essencial para profissionais da área e estudiosos da imprensa.

Logo na introdução do livro, Janet Malcolm dispara: “Qualquer jornalista que não seja demasiado obtuso ou cheio de si para perceber o que não está acontecendo sabe que o que ele faz é moralmente indefensável. Ele é uma espécie de confidente, que se nutre da vaidade, da ignorância ou da solidão das pessoas”.

O petardo certeiro não está ali por acaso: durante as quase duzentas páginas da edição publicada pela Companhia de Bolso, selo da editora Companhia das Letras, Malcolm drena as nuances da relação entre o jornalista Joe McGinniss e o médico condenado por assassinato Jeffrey MacDonald, ressaltando a arapuca desenvolvida por McGinniss para conseguir criar um romance. A jornalista deixa claro que no jogo entre entrevistador e entrevistado não há inocentes e, se houver, certamente não é o profissional bem treinado para fisgar fatos, manipular falas e deduzir pensamentos, inserindo-os nos textos como afirmações.

Por meio da pena analítica de Janet Malcolm, acompanhamos os depoimentos de quem esteve nos bastidores do caso MacDonald X McGinniss: advogados, especialistas, repórteres e outro batalhão de envolvidos. Descobrimos também um McGinniss receoso em conceder entrevistas, titubeante em suas afirmações e hesitante, a qualquer custo, em reconhecer em si mesmo um manipulador.

Adjetivo este que não gaguejou ao se referir ao ex-melhor amigo MacDonald. O médico condenado, por sua vez, parece não aprender nunca com os erros e tenta persuadir até mesmo Janet Malcolm a tomar seu partido na história toda. Narcisista e bom ouvinte, o condenado revela duas faces de sua personalidade sem, no entanto, ser conclusivo.

Até hoje, quase cinquenta anos depois, o caso gera polêmica e reacende os ânimos – sentimento de natureza similar provocado por Janet Malcolm no meio jornalístico. Muitos profissionais da área apontam o dedo para as acusações e o ceticismo da colega que, em suas conclusões, diz que o grande erro de Joe McGinniss foi ter agido ardilosamente, iludindo e enganando da forma mais pérfida possível seu entrevistado.

Entre idas e vindas reflexivas, Janet Malcolm questiona o papel da ética jornalística de maneira lúcida e direta, o que torna esse trabalho leitura fundamental nas faculdades de comunicação e nos espaços de debate sobre a atuação da imprensa.

Se, enquanto profissionais da área, recorrermos às nossas paixões e a nós mesmos para solucionarmos enigmas que não nos pertencem, o que será da tentativa de objetividade, zelo, apuro, moral e ética do trabalho realizado como produtores de notícia? No cenário brasileiro, basta lembrarmos do desastroso caso da Escola Base, ocorrido na cidade de São Paulo, em 1994.

Acusados de abusar sexualmente de crianças, os proprietários da instituição e mais seis funcionários tiveram suas vidas devassadas pela opinião pública e pela imprensa. Sem provas ou qualquer materialidade que os apontassem como culpados, os donos da escola morreram com a fumaça desse erro policial, jornalístico e social pairando sob suas cabeças.

Ainda surfando na crítica de Janet Malcolm, fica a reflexão honesta para entrevistadores e entrevistados: “As pessoas contam as suas histórias aos jornalistas do mesmo modo que os personagens dos sonhos transmitem as suas mensagens elípticas: sem aviso, sem contexto, sem levar em conta o quão estranhas elas vão parecer quando o que sonha acordar e repeti-las”.

site: https://biblioo.cartacapital.com.br/o-jornalista-e-o-assassino-coloca-contra-a-parede-a-simbiose-existente-entre-jornalista-e-romancista/
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Paulo 16/02/2020

Livro curto e reflexivo
Tomei conhecimento desta obra em um vídeo do YouTube em que Pondé entrevista Pedro Bial, e lá pelas tantas este cita o primeiro parágrafo do livro e o título da obra. Me interessei já por aí.

O livro trata de um assunto que cabe muita discussão e que provavelmente já é tratado em diversos outras obras de que eu ainda não tenho conhecimento. O assunto: a relação escritor-personagem. A ver no seguinte trecho: "Ao contrário de outras relações que têm um propósito além de sí mesmas, e que são claramente delineadas como tais (dentista-paciente, advogado-cliente, professor-aluno), o relacionamento escritor-personagem depende, para subsistir, de uma certa imprecisão e obscuridade de propósito, senão de toral ocultamento" (pag. 154). Neste caso, trata-se do cerne de todo o livro, ou seja, de um jornalista escrevendo sobre um personagem não-fictício, um condenado por assassinatos. Daí o título O Jornalista e o Assassino.

A autora Janet Malcolm consegue escrever de maneira resumida e cativante a história que se desenrola e os seus efeitos. O condenado por assassinato (MacDonald) move um processo contra o jornalista (McGuinniss) a quem confiou importantes informações de sua vida para a escrita de um livro. O jornalista teria ludibriado o condenado, se fazendo passar por alguém que acreditava em sua inocência e se fazia de sua amizade, mas que no fundo estava escrevendo um livro expondo tudo, de maneira a crer que MacDonald era de fato o assassino impiedoso e narcisista. O que o jornalista fez e reprovável? É de se pensar.

O livro de Janet não para nesses fatos, mas é a partir deles que importantes questões são levantadas. Além da questão escritor-personagem, temos também a questão de tribunal do júri, liberdade de imprensa e de expressão, e a nuance de escritor de ficção e não-ficção. Eu gostei particularmente dessa última, como no trecho do posfácio: "o escritor de ficção tem direito a mais privilégios. Ele é dono de sua própria casa e pode fazer nela o que quiser [...]. Mas o escritor de não ficção é apenas um inquilino" (pag. 163), ou seja, o romancista seria dono se sua própria história, criando do zero, e o jornalista seria aquele que cria histórias com base no que já existe. Não concordo plenamente, mas entendo o que ela quis dizer. Contudo, esse não é o tema central do livro.

Teria mais coisas a dizer mas paro por aqui. A resenha deve ser curta.
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Simone.GAndrade 06/08/2018

Ética jornalística
O livro trata de um assunto polêmico: Ética jornalística. Personagens principais: Jeffrey MacDonald, acusado de assassinar sua família em 1970 x Joe McGinnis escritor que se passa por amigo deste para escrever um livro sobre o caso. Após a publicação do livro MacDonald processa o McGinnis por difamação e abusar de sua boa-fé. A questão é bem mais complexa, a escritora Janet Malcolm faz uma crítica aos métodos utilizados para se chegar a uma "verdade", a publicação de um livro, será que é certo o uso de meios escusos, embuste, ludibriar uma pessoa, afirmando que acredita em sua inocência para se ter acesso total a sua vida, enquanto pelas costas, escreve um material totalmente contraditório, um retrato de um monstro, segundo suas suposições? Uma boa reflexão!
"Não acredito na ética situacional e certamente não acredito que os jornalistas devam mentir e deturpar para obter a colaboração de alguém. Acho também que essa duplicidade lança sérias dúvidas sobre o que está escrito. Para mim, se a liberdade de imprensa depende do direito a mentir, então é uma liberdade que não deveria ser protegida".
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Humberto Abdo 03/08/2015

Tão bom quanto um manual
O jornalista e o assassino faz mais do que levantar discussões sobre a ética jornalística. Ele acaba se transformando em algo muito próximo de um manual e faz muito bem esse papel. Mas em um caso tão discutido e esmiuçado como o de McGinnis e MacDonald, as chances de acertar com mais um livro seria bem pequena. Isso se fosse só "mais um livro": Janet Malcom se debruçou em uma história que incorpora com a devida atenção boa parte das questões sobre a ética do jornalista e acertou em cheio nesse quesito.

É desnecessário dizer como essa obra se apresenta essencial para todo profissional de comunicação. O que mais me conquistou foram as dicas que podemos capturar ao longo de toda a narrativa. Não me contive e marquei algumas delas:


"Os jornalistas ganham o pão e os entrevistados entregam-se ao masoquismo."

"A hipocrisia é o lubrificante que mantém a sociedade funcionando de modo satisfatório."

"O jornalista está no mesmo nível que o filantropo, como alguém que possui algo de extremo valor para dar (a moeda dele é a substância estranhamente intoxicante chamada publicidade) [...]"

"O jornalista tem que limitar os seus protagonistas a um pequeno grupo de pessoas de uma certa natureza rara, exibicionista e autofabuladora [...]"

"Não se deve sair por aí anunciando os próprios sentimentos. Isso é jornalismo diário." - palavras de Bob Keeler

"A transcrição não é uma versão terminada, mas uma espécie de rascunho da expressão."
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Egídio Pizarro 11/10/2012

A reflexão presente no livro é bem importante e a tomada de posição da autoria, julgo, é correta. Há um limite aceitável para o jornalista trabalhar a fim de descrever um personagem, mas Joe McGinniss ultrapassou, em muito, esse limite. Isso, logicamente, não exime Jeff MacDonald, tampouco o faz um "coitadinho".
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