Rio:Zona de Guerra

Rio:Zona de Guerra Newton Rocha




Resenhas - Rio: Zona de Guerra


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Luana Menezes 21/06/2014

Rio 2054, versão piorada
Achei estranho logo que encontrei esse livro na internet. O governo perde o controle da cidade, que passa a ser dominada por corporações? Gangues de motoqueiros se digladiando por poder? Um muro que separa os dois lados da cidade? Crítica social em vibe cyberpunk?

Bem, eu estava mais do que certa. "Rio: Zona de Guerra" parece uma versão piorada de Rio "Rio 2054: Os Filhos da Revolução". Além de usar conceitos praticamente idênticos, o livro de Léo Lopes é fraco e deixa bastante a desejar.

Se Rio 2054 é uma aventura distópica com vibe meio épica e Jogos Vorazes, Zona de Guerra vai mais para o lado policial. Não sei se foi intencional, mas a obra lembra muito os clássicos policiais, como Falcão Maltês. O detetive meio sacana e de moral duvidosa escolhido para solucionar um caso misterioso é um clichê que pode até cair bem, mas aqui parece deliberadamente sem imaginação.

Freitas, personagem principal do livro, tenta resolver o assassinato de uma prostituta. Sem muitos spoilers, o livro é repleto de personagens bidimensionais. Você tem um monstro que é CEO de uma multinacional, gangues de motoqueiros que agem como verdadeiros retardados e uma revolução na reta final que parece exageradamente artificial e com muito pouco sentido.

O livro parece mais uma montanha-russa que tenta mostrar o máximo possível de um Rio de Janeiro distópico do que uma uma história só bem imaginada.

O lado bom disso tudo? É bem curtinho. Pelo menos os diálogos são fluídos, apesar de inverossímeis demais em alguns pontos.

Se for para ler uma verdadeira distopia brasileira, acho que o melhor é ficar com Rio 2054 ou com Ilha dos Dissidentes.
Jéssica R. 12/09/2014minha estante
Estou lendo e adorando Rio 2054...achei que seria bem parecido.


livrosepixels 11/07/2016minha estante
Apesar de ser super parecido, concordo, o livro já existia na Amazon há pelo menos uns 5 anos.
Então é mais provável que o outro tenha sido inspirado nesse, ou que tenha sido uma mera coincidência (vide Jogos Vorazes, Divergente e Maze Runner, que possuem temática semelhante mas falam de assuntos diferentes).
Sobre esse livro, sim, ele tem uma pegada distópica cyberpunk, mas o foco é policial. Se olhar na ficha de catalogação, lá diz "ficção policial".
Sobre distopias brasileiras, recomendo ler A Torre Acima do Véu, muito bom também *-*

Abraços.




Brega 21/06/2014

Um Bom Noir Futurista
Rio: Zona de Guerra é um livro de Leo Lopes, e que aborda, em um romance noir, a temática cyberpunk.

Em alguns aspectos o livro me lembra "Silicone XXI", a que Alfredo Sirkis insistia em chamar de "Noir Futurista".

Me parece que o livro de Lopes é algo entre o cyberpunk e o noir, então, o que me alegra, pois entendo que ambas as temáticas casam-se entre si de forma bastante interessante.

Quando "O Movimento" (isto é, o grupo de escritores que depois foram batizados poor um editor de "cyberpunkers")se iniciou, eles se davam vários nomes, o mais conhecido é o de "Neuromancistas".

A estética urbana, os conflitos sociais, a economia, a radicalização nas diferenças entre extremos da sociedade, uma discussão sobre o que era o corpo e a mente, a fragilização dos poderes e a alta tecnologia eram os enfoques principais desses primeiros livros e contos. O noir, desde muito cedo, com personagens detetivescos, como em Blade Runner, foram bastante utilizados e só gradualmente a cibern´etica dos "cybers" passou a ser mais envolvida nas narrativas.

Nem preciso dizer que é um livro que qualquer bom leitor de cyberpunk tende a gostar. Sobretudo os falantes de lingua portuguesa que tem menos opções no gênero do que seria desejavel.

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Marcia Saito 25/06/2014

Um Policial alucinante com tempero futurista
Em um futuro distante, opressor e de separações sociais que dividem a sociedade carioca, um crime bárbaro ocorre em uma área considerada privilegiada. As decisões e vidas são controladas por corporações que mandam e desmandam aos que são obrigados a sobreviver nesse regime de opressão.
Um detetive contratado por uma prostituta, é obrigado a enfrentar todo o esquema de controle corporativo, valendo-se de recursos alternativos e criativos, para obter a verdade por trás de um crime que esconde mais que aparenta.
O detalhamento técnico de ambientação e de certos elementos inseridos faz com que a história em si demora para desengrenar. A partir do momento em que o leitor se insere no contexto da história, o desenvolvimento do enredo desenrola como uma aventura alucinante, apimentada de desdobramentos de ação e desfile de personagens típicos na cultura carioca. A ambientação futurista traz um clima de opressão e desesperança, que seriam típicos de uma obra distópica.
Pela preocupação em detalhamento técnico para dar o ar futurista desanuviam a compreensão da trama real do livro. Os desdobramentos investigativos por sua vez, que é a proposta de ser um romance policial, desenvolve-se dentro do esperado, com os típicos elementos e clichês comuns do gênero.
O ponto positivo do livro é o modo criativo em se elaborar uma trama investigativa em um ambiente futurista distópico, onde o fluxo de leitura não deixa pausa para maiores reflexões filosóficas, com sequência de narrativa em ritmo alucinante, fato que não entendia em momento algum.
A conjunção de todos os elementos fazem deste livro uma leitura fora do comum do gênero policial, resultando em uma história de aventura energética recheada de elementos nacionais, prometendo momentos de desapego da rotina usual, um divertimento literário garantido.

site: http://torrenteliteraria.wordpress.com www.aveceditora.com.br
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Cesario 08/07/2014

Distopia fora do tom
Me esforcei bastante para gostar de Rio: Zona de Guerra, mas não consegui. Depois de caçar livros de literatura nacional com ambientação cyberpunk, acabei achando o livro na loja da Amazon e, apesar de ver algumas ideias bem legais, confesso que vi a história derrapar demais para levá-la a sério. Vamos às minhas impressões.

- Trama

Achei todo o desenvolvimento da trama muito pouco orgânico. O que mais me fascina em livros policiais, vide Dragão Vermelho ou até os clássicos de Simenon, é a maneira encadeada como a trama se desenvolve. As revelações das investigações devem ser orgânicas dentro de enredo, fruto de um raciocínio que o leitor deve conseguir acompanhar. Não é iss que vemos aqui.

Na história de Zona de Guerra, tudo parece muito artificial ou abrupto. A maneira como o detetive Freitas conduz o caso e seu desenrolar parecem completamente desconexos. A grande reviravolta do final, a traição que ele vai enfrentar ao longo do livro - tudo parece meio sem sentido. É como se alguém tivesse várias ideiais e tentasse forçá-las juntas dentro da mesma história.

O final, então, nem se fala. A maneira como várias revolução começam a eclodir pelo mundo deveria parecer empolgante de alguma forma, mas soa apenas extremamente artificial e insossa. Ao invés de optar por um final mais digno de um noir policial, o autor, que já não domina muito bem o gênero, decidiu se enveredar no meio de uma revolução que não faz sentido algum - e que fica muito pouco clara. Acho que faltou bastante maturidade à escrita.

- Desenvolvimento

Boa parte do que falei acima é bastante influenciado pelo desenvolvimento ralo da trama. Por ser um livro muito curto, Zona de Guerra tenta criar vínculos fortes com os personagens rápido demais, o que não dá exatamente certo. Em determinada cena do livro, o personagem principal é admirado como um herói por sua vizinhança, que se prontifica a salvá-lo. Mas essa devoção soa extremamente mal colocada na obra. Ela não é construída. Um detetive que trabalha apenas e exclusivamente por dinheiro se torna um herói da vizinhança sem que nós, leitores, vejamos qualquer gesto de heroísmo ali.

Outra coisa que não entendo bem é como funciona esse mundo de Zona de Guerra. O autor teve pouca atenção para explicá-lo e a revelação de que há várias "zonas de guerra" espalhadas pelo mundo soa muito simplista. Como elas se formaram? Por que todo o mundo segue o mesmo padrão? Será que não vimos que, no capitalismo de hoje, o que mais agrada às grandes empresas é incluir os pobres no seu rol de consumidores, e não isolá-los atrás de uma muralha? Se fosse uma ou duas cidades assim, é aceitável. Mas o mundo inteiro? Muito ruim.

- Os personagens

Se o personagem principal consegue ser um pouco melhor construído, os outros não extremamente bidimensionais. Você não vê muitas sombras entre bem e mal em Zona de Guerra, elemento até bem comum nos romances noir. Sem contar que são extremamente estereotipados.

A prostituta ruiva gostosa a procura de respostas para um assassinato. O hacker excêntrico que invadiu os sistemas de uma grande empresa e acabou contratado por ela. A (parca e extremamente estúpida) inteligência artificial que se auto-procalma o próximo passo da evolução.

Sem contar o machismo exacerbado da trama, que só tem duas personagens femininas - e ambas gravitam invariavelmente em torno do personagem principal. Uma é uma prostituta gostosa e a outra é uma mulher irracional e completamente fora de controle que decide fazer maldades por se sentir traída. Sério? Acho que o autor merece umas aulinhas sobre como balancear personagens femininos em seu próximo livro.

- Conclusão

Rio: Zona de Guerra vale a pena? Se você não for um ENORME fã de ficção científica, mais especificamente cyberpunk, definitivamente NÃO. Agora se você amar MUITO cyberpunk e quiser ver o que está rolando entre nossas produções nacionais, talvez valha a pena.

Continuo em busca de um livro de ficção científica nacional minimamente aceitável. Aceito recomendações.
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Café & Espadas 08/07/2014

Resenha Rio: Zona de Guerra
E esse ano está realmente com agradáveis surpresas literárias!

Quando vi na timeline do meu perfil no facebook e também na página do blog o anúncio do lançamento desse livro fiquei um pouco intrigado e receoso.

Pela sinopse da história, deu para perceber que se tratava de uma ficção científica mesclada com uma abordagem de desigualdade social que extrapola todos os limites, em um mundo tecnologicamente avançado onde parte da sociedade é extremamente decadente, e com pouco ou quase nenhum acesso a todo esse desenvolvimento. E isso faz a história criada por Leo Lopes se encaixar dentro do subgênero cyberpunk.

O mais interessante é que temos tudo isso se desenrolando aqui no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Mais precisamente ainda, na Barra da Tijuca, uma das “áreas nobres” do que restou do Brasil, onde as megacorporações que controlam tudo e (quase) todos, dita as regras e monta uma segurança reforçada para garantir a segurança dos “cidadãos de bem”.

E nessa distopia temos o detetive Freitas. Um homem que mesmo possuindo um passe de permanência absoluta para residir dentro da área confortável e segura, decidiu morar na zona de guerra. Todos os moradores e até mesmo as criminosas gangues e seus líderes o respeitam por isso. Mas um assassinato envolto em perguntas e suposições irá mudar a vida do nosso protagonista, levando até uma bela prostituta que quer os talentos investigativos de Freitas para solucionar o caso.

Logo, o detetive percebe que a rede que integra todos os possíveis envolvidos é bem maior do que ele pensa. O perigo mina todos os seus planos e a traição pode vir, como sempre, de onde menos se espera.

A narrativa desenvolvida pelo autor flui de uma forma que cativa o leitor logo nos primeiros momentos da leitura. A linguagem da obra é de fácil assimilação e os diálogos são simples em sua base, carregados de uma linguagem pesada e por vezes sensual, mas que abrem o leque de pontos de vista referenciados a situação da sociedade excluída e seu estado de anarquia absoluta.

Rio: Zona de Guerra não é só um suspense policial, uma trama investigativa sobre um assassinato de uma prostituta na elite carioca. É uma história sobre a densa desigualdade social que cobre e devasta nosso país já nos dias de hoje, e desde sempre. O autor transfigura esse cotidiano de nossa sociedade com um ambiente dividido entre o progresso e a ruína, com tecnologia transbordando por todos os lados.

Os tipos humanos se misturam de forma homogênea. Freitas vai além do admirável morador de zona de guerra, mostrando uma capacidade de liderança e influência muito abrangente, e o ideal de derrubar o sistema e mostrar que ainda há algo bom que pode ser resgatado do meio de todo o caos que permeia as primícias de todas as suas ações.

O que lemos nesta obra não é sobre o futuro, ou o rumo que as coisas podem tomar. Vemos tudo que está descrito no nosso cotidiano sem necessidade de análises mais profundas. As grandes muralhas sociais existem. A desigualdade, independentemente de sua origem, é um dos catalisadores para a violência generalizada e banal como vemos no livro, onde a morte chega a ser algo inquietantemente corriqueiro.



Sobre a edição: a AVEC Editora, que já é uma das nossas parceiras, nos proporciona uma leitura agradável com uma edição caprichada em todos os quesitos. Pouquíssimos erros de revisão, papel de qualidade (um pouco amarelado e que não deixa a sombra das letras da página transparecerem na que está sendo lida) e de boa gramatura, fonte aprazível e uma capa com orelhas e ilustrada por Diego Cunha.

O que posso dizer sobre Rio Zona de Guerra é que ele realmente superou minhas expectativas. Sempre fico muito apreensivo quando vou ler qualquer obra de ficção científica ou de qualquer um de seus subgêneros, pois sei como é fácil o autor se perder na linha de sua trama e acabar corrompendo completamente a proposta do livro.

Porém isso não ocorre na obra de Leo Lopes. Muito pelo contrário. Em toda a sua simplicidade, ele consegue simultaneamente manter o ritmo da narrativa com perfeição e manter o suspense permeando todo o desenrolar da trama. E o final (que diga-se de passagem: dá um bom gancho para uma continuação...) fecha a história dentro de seu próprio ato, trazendo o que a maioria dos leitores apreciam: um final sem interrogações.

site: http://cafeeespadas.blogspot.com.br/2014/07/resenha-rio-zona-de-guerra.html
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@paty_bookaholic 14/07/2014

Rio – Zona de Guerra, Resenha, @AVEC_EDITORA
Num futuro muito caótico, podemos encontrar o detetive Freitas. Em uma sociedade muito dividida entre os que estão dentro e fora das fronteiras da Barra da Tijuca, o detetive Freitas tem um passe livre para entrar e sair de lá quando quiser, uma coisa que grande parte da população adoraria, mas por algum motivo que ninguém sabe qual é ele prefere morar na Zona de Guerra.

“As ruas estavam desertas àquela hora. Todos sabiam que era suicídio andar sozinho pela Zona de Guerra depois das oito horas da noite. Freitas não se preocupava com isso. Eele conhecia o Méier como a palma de sua mão e o Méier o conhecia também. Não seria incomodado. Em todo caso, sua Princesa estava ali para protegê-lo.”

Ele é contratado por uma mulher, para investigar o assassinato de sua amiga, mas o que ele não esperava era encontrar algo muito maior que um simples assassinato.

“- Desculpe a invasão, detetive, mas o senhor estava demorando a voltar e eu realmente precisava me refrescar. Meu nome é Vivian Ballesta e quero contratar os seus serviços – disse a mulher, enquanto alcançava a cadeira ao lado do visitante. Ela sentou e cruzou as pernas, mostrando mais pele do que seria aconselhável na Zona de Guerra. Tanto Freitas quanto o homem de terno olharam para suas coxas.”

Ele se envolve com toda uma trama envolvendo as grandes corporações que “cuidam” da cidade dentro da barreira. Ele sofre tentativas de assassinato e é arrastado para uma intriga atras da outra. Descobre que pode contar com a população da zona de guerra de um modo que nunca imaginou. Grandes revelações, suspense e muita ação isso é o que você encontrar ao ler este livro. A muito tempo eu não encontro um romance policial que me agrade, isto é uma realidade, mas Zona de Guerra me prendeu do inicio ao fim, li em poucas horas, e espero que tenhamos mais alguma novidade ou continuação desta incrível história, que na minha opinião tem muito a render.

O livro é incrivelmente lindo, a arte da capa e a diagramação são perfeitas, e a leitura é muito agradável.
Espero que tenham gostado da minha resenha, espero a sua opinião.
Beijinhos da Paty ;)

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/rio-zona-de-guerra-resenha-avec_editora
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Noris 28/07/2014

Recomendo!
Com um romance policial cyberpunk, tanto o autor Leo Lopes quanto a editora AVEC dão seu primeiro passo no mercado editorial. E como dizem, "começaram com o pé direito"!

Em RIO: Zona de Guerra, Leo Lopes nos apresenta o Rio de Janeiro num futuro próximo, onde a sociedade vive dividida por uma Fronteira física, onde pobres e marginais são jogados de um lado e os ricos ficam em outro, protegidos por polícias corporativas, já que o Estado deixou de conseguir oferecer segurança e manter a ordem.

Enquanto muitos sonham em viver na Barra da Tijuca, acompanhamos o detetive Carlos Freitas, que decide abandonar sua carreira lá e viver na Zona de Guerra, para o horror de seus colegas. Seis anos se passam e Freitas se adapta bem ao lugar, é respeitado e querido por vários moradores, mas a investigação da morte de uma prostituta o leva de volta para o lado de dentro da Fronteira.

Eu não sou fã do gênero policial, mas ao descobrir o lançamento de uma obra que retrata o Brasil como um cenário distópico, precisei devorar a obra o quanto antes. Curto muito quando nossos autores se debruçam em imaginar o nosso país, com passados alternativos ou possíveis futuros.

Talvez por Leo Lopes ter formação em Direito, ele consegue envolver facilmente o leitor nas situações investigativas e no uso da retórica para manipular personagens e confundir os sistemas de segurança da história. E como a história se desenrola numa época não tão distante, é fácil para a gente suspender a realidade e se envolver.

A escrita do autor tem bastante ação e os cenários são bem descritos, o que me fez sentir em partes vendo um filme. Seus personagens são em sua grande maioria clichês, mas a história não. Inclusive, quanto mais a trama se desenrola, mais inovadora ela fica, e as características de ficção científica vão ficando cada vez mais fortes.

Embora a história não necessite de uma continuação, é difícil não terminar o livro com vontade de ler mais sobre esse universo, ver o que virá depois e depois. As 200 páginas parecem pouco para um mundo tão rico e com tantas tramas possíveis. Embora a editora não tenha anunciado, fico no aguardo de um RIO: A Fronteira ou algo assim :-)

site: http://www.coisashorrorosas.com.br/2014/07/resenha-rio-zona-de-guerra.html
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Kbeça 29/07/2014

Muito bom.
A narrativa descritiva me fez caminhar pelas ruas do Méier e da Barra da Tijuca facilmente. Cada cena é bem descrita ficando fácil ver como o livro seria bem adaptado aos cinemas.

Os diálogos são fluidos e bem humorados.

Os mistérios da história são bem construidos e se mantém até o momento da conclusão.

E o final do livro me deu vontade de ler uma continuação.

Recomendo fortemente a leitura para fãs e não fãs de ficção científica. Mas, acima de tudo para apaixonados por literatura.

site: http://aveceditora.com.br/e-books/e-books-ficcao/rio-zona-de-guerra/
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Gerson Filho 04/08/2014

Ainda precisa evoluir
Vi Zona de Guerra à venda na livraria Cultura, no Centro do Rio, e confesso que comprei a ideia pela capa. Um rio pós-apocalíptico? Um noir policial? Cyberpunk?

Acho que me decepcionei um pouco. Nenhum dos lados do livro se cumpre muito bem. Não é um bom livro policial porque, diferente das boas obras do gênero, não te dá uma trilha lógica até o "assassino". Apesar de se dizer cyberpunk, a maneira meio simplória e passageira como o autor aborda o impacto do futuro sobre a sociedade deixa várias boas ideias jogadas no lixo. O livro é muito curto e, com personagens muito estereotipados, não consegue prender em nenhum deles. Acho que só dei duas estrelas porque o protagonista vive no mesmo bairro que eu, o Méier.

Zona de Guerra parece um conjunto de boas ideias má executadas ou feitas às pressas por algum com pouca experiência literária. Entre as distopias brasileiras que li recentemente, foi a mais fraca.

Recomendo Supernova, Rio 2054 e Reis do Rio.
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Telma 12/08/2014

Rio de Janeiro em guerra civil (dá pra imaginar, não é?).
A Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes é cercada por uma muralha que serve de fronteira para dois “mundos” completamente distintos.

Do lado de dentro, o pessoal da elite, com grana, belíssimas moradias, comida e facilidades (amei os carros que aqui são chamados “flutuadores”... imaginam o porquê do nome?); do outro lado os famintos, o tráfico, os desabrigados.

O que define quem vive de cada lado?

As mesmas definições na nossa sociedade atual: a politicagem, a “ditadura enrustida”, a opressão... enfim, uma sociedade muito parecida e muito diferente da nossa (ao menos por enquanto)... veja o quote abaixo:

O Estado não tinha mais como arcar com custos de segurança. Não era mais possível garantir o bem estar dos” cidadãos de bem” que ficavam dentro da Fronteira, protege-los contra as hordas imundas de gangues e de desafortunados que não tinham créditos para comprar suas passagens para fora da Zona de Guerra. Toda a segurança dentro da Barra da Tijuca, inclusive a patrulha de inúmeros quilômetros de muralhas da Fronteira, ficava dividida entre as polícias das centenas de mergacorporações multinacionais com escritórios no Rio de Janeiro. Nada de cadeias ou prisões. Os criminosos simplesmente eram jogados do lado de fora da muralha, para sobreviverem de Guerra, ou executados durante as investigações.” (p.19)

O grifo em negrito é meu... mas... dá pra imaginar? Além dos criminosos, quem vivia do lado de fora era quem não tinha créditos para pagar a vida dentro (crédito = moeda vigente), ou seja, pessoas como você e como eu.

São 3 os personagens que mais chamam a atenção:

Carlos Freitas: o detetive, cheio de falhas... que poderia viver dentro da Fronteira mas prefere ajudar os injustiçados do lado de fora (perdeu muito na vida com isso, mas ganhou meu respeito). Veja uma das falas que mostram muito do seu caráter:

- Se não fosse a Fronteira – Freitas interrompeu, alterando um pouco o tom de voz -, essas pessoas não estariam entregues à própria sorte, sem a menor infraestrutura e condições de vida. O que esses corporativos filhos da puta achavam que ia acontecer? Que o crime ia diminuir do outro lado? Não faz sentido, Rocha. Nunca fez. (p.33)

Vivian Ballesta: prostituta que trabalhava dentro da Fronteira... vou deixar você com a descrição original dela:

A mulher era alta, ruiva e tinha olhos naturalmente verdes. Freitas sabia disso porque odiava o efeito falso que as manipulações genéticas de íris, tão na moda atualmente, causavam. Não tinha no rosto nenhuma maquiagem, a não ser o batom extremamente vermelho, e, mesmo assim, sua pele era completamente lisa e limpa. (p.18)

Renata Braga, advogada que trabalha dentro da Fronteira. A vida por lá lhe deu muita grana. Já tinha tido um envolvimento com Freitas (que você vai saber qual, quando ler o livro ;) ). Também deixo você com a descrição dela:

Renata era uma mulher bonita com um pouco mais de trinta e cinco anos. Tinha cabelos escuros muitos lisos, cortados na altura do ombro e usava um tailleur bem ajustado ao corpo. A saia, que se estendia até logo acima dos joelhos, revelava pernas de alguém que estava em forma e que certamente se preocupava com a aparência.

O que essas pessoas têm em comum neste momento da história do livro?

Envolveram-se, cada uma à sua maneira, para descobrir sobre o suicídio (que Vivian cria ser assassinato) de uma prostituta amiga de Vivian. (Uma amizade coloridíssima, você vai comprovar).

Vou relatar abaixo a cena do suicídio que está no primeiro capítulo do livro:

Imerso em seus pensamentos, Sebastião foi pego de surpresa pelo estrondo e estilhaços de plastvidro que atingiram a parte de trás de seu corpo. (...). Uma mulher jazia sobre o que restava do teto do elegante flutuador último tipo. Ela estava afundada sobre o teto, algumas partes do corpo tão mescladas à superfície lustrosa do veículo que pareciam ter sido fabricadas junto com ele.

O que mais chocou Sebastião não foi a nudez da mulher, nem o sangue que escorria de sua boca e empoçava sobre o material plástico deformado, nem o fato de estar calçando sapatos de salto altíssimo, nem a posição em que seu corpo ficou, com as pernas viradas para um lado e o tronco para o outro. O que mais chocou o porteiro foi ela estar de olhos abertos, e o azul profundo daqueles olhos ainda parecer emanar vida, mesmo que ele tivesse certeza de que ela estava morta.


Por que colocou tantos quotes, Telma?

Porque, além de ambientar, eu também queria que vocês visse um pouquinho da qualidade da escrita de Leo, além do excelente trabalho de revisão e diagramação do livro.

Não há erros de Português!

A Avec é uma Editora que acaba de se lançar no mercado mas percebo claramente que ela preza pela qualidade, ao invés da quantidade. Já peguei livros de Editoras grandes com erros tipográficos e gramaticais! Isso me dá dor de estômago...rs* Sério! Fico mal...rs

Também sei que os quotes que coloquei não contém spoilers, então, por que não dar essa “canja” pra vocês? Né? É!

A trama é intensa, veloz e fica-se querendo demais saber o que vai acontecer a seguir. Torci muito por Freitas! Torci também para descobrirem a verdade sobre o assassinato disfarçado de suicídio. Mas não posso contar mais nada... ou me colocarei pra fora da Fronteira por soltar spoilers, ou mesmo me executarei myself! Hsuahsauhsuahsuhasuhaushuahsua

Ok... é isso!

Último lance: eu havia lido em uma resenha, no Skoob, que esse livro que era uma cópia piorada de Rio 2054, que também li e também achei fenomenal, mas creiam: são livros com elemento em comum, mas com contextos e história completamente diferentes. Os focos são diferentes também.

Ademais quem disse que foi uma cópia, ignora que Rio, Zona de Guerra foi escrito primeiro.

Achei injusta a acusação e como sou tal qual Freitas, deixo esse erro retificado nessa resenha.

PS.: é possível que essa resenha contenha erros ortográficos ou gramaticais. Ainda será revista. Acaba de sair do forno direto procês!

site: http://surtosliterarios.blogspot.com.br/
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Artur 29/09/2014minha estante
Valeu pelo Spoiler!!!!


Rodrigo Ruas 02/10/2014minha estante
Vdd! Vou marcar como spoiler!




Marcos Pinto 04/10/2014

Um bom cyberpunk nacional
Os leitores frequentes aqui do blog sabem que eu adoro uma distopia; hoje, estou trazendo para vocês um livro deste gênero com carimbo nacional e uma alta qualidade. Vamos conferir um pouco mais dessa obra?

As diferenças culturais e sociais se tornaram tão grandes que já não era mais possível a convivência entre as altas classes com o povão. O resultado foi a divisão do estado do Rio de Janeiro. De um lado a Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeiras dominados pelo luxo, glamour e alta tecnologia; do outro, o resto do RJ: a chamada Zona de Guerra.

Toda a Zona de Guerra carioca é dominada por diversas gangues que causam terror na população já pobre e desprovida. Todos que vivem daquele lado tem uma vida sofrida e, muitas vezes, curta. Na Barra, porém, apesar do luxo, há uma ditadura velada, comandada pelas grandes corporações. Só é possível saber e pensar o que essas megacorporações permitem.

As ruas estavam desertas àquela hora. Todos sabiam que era suicídio andar sozinho pela Zona de Guerra depois das oito horas da noite. Freitas não se preocupava com isso. Ele conhecia o Méier como a palma de sua mão e o Méier o conhecia também. Não seria incomodado (p. 11).

Porém, apesar dessa forte divisão, na Zona de Guerra vive um detetive diferente: Carlos Freitas. Ele mora na Zona porque quer e faz isso com um sorriso no rosto. Porém, um estranho assassinato ocorre dentro da Barra e ele é chamado para investigar. Contudo, Freitas nem imagina que esse único crime poderá mudar sua vida e também a Barra da Tijuca.

Como vocês devem ter percebido, o livro é uma mistura de distopia com um romance policial cyberpunk. Dentro desse cenário distópico e policial, o autor conseguiu criar personagens interessantes, um detetive inteligente e uma história bem original. Pelo enredo se passar no Rio de Janeiro, ainda é conferida ao leitor brasileiro uma espécie de familiaridade com a obra.

Carlos Freitas, sem dúvida, é o grande personagem do livro. O autor conseguiu trabalhá-lo bem, tanto fisicamente como psicologicamente. Embora o livro seja em terceira pessoa, conseguimos entender o pensamento e o modo de agir do protagonista, criando ainda mais verossimilhança.

É por essas e outras que eu saí dessa merda, Rocha. Aquelas pessoas não são piores que ninguém aqui dentro da Barra da Tijuca. Tem gente boa lá, gente que devia ter seus direitos protegidos, e não ser exilada para um lugar sem lei (p. 33).

Os demais personagens também são bons e muitos deles, apesar da pouca participação, são cativantes, como Branquinho, um contrabandista que está sempre com um sorriso no rosto Por outro lado, acredito que o autor poderia ter dado um papel maior e mais desenvolvido para Vivian. Ela foi importantíssima para o desenrolar da trama, mas obteve poucos holofotes.

A narração do autor é muito ágil, fluída e cheia de ação. A investigação não é totalmente detalhada, mas isso não prejudica o desenvolvimento da obra, pois o autor acaba compensando com uma narrativa de tirar o fôlego. E, exatamente essa narração alucinante que deixa um gostinho de quero mais e gera uma expectativa para que haja outras obras.

Restaram algumas pontas soltas na obra, mas acredito que tenha sido proposital para que haja outros livros. Uma delas, por exemplo, é a criação das Zonas de Guerras que não foi explicada. Afinal, se o capitalismo prega uma suposta inclusão, dando ao trabalhador um salário pequeno, mas suficiente para sobreviver e consumir, por que criar zonas de guerras através do mundo e excluir essa grande massa consumidora?

O holovisor era velho e muito usado, além de não ter as lentes limpas há muito tempo. O resultado era que a projeção tridimensional formada era falha, com pontos onde somente o vapor podia ser visto. Parecia que a imagem tinha sido atingida por uma saraivada de balas e eu a fumaça ainda saía dos projéteis incandescentes incrustados na coluna de luz (p. 76).

Em Rio: Zona de Guerra, Leo Lopes mostra que possui um grande talento e está em processo de evolução. Ele ainda não pode ser comparado aos grandes gênios do gênero, como Philip K. Dick, mas acredito que ele tem tudo para chegar longe no mercado editorial. Ele é, sem dúvidas, um dos melhores autores brasileiros deste gênero.

Certamente a obra é indicadíssima, tanto para quem gosta de distopias misturadas com romances policiais cyberpunks como para quem é iniciante no gênero. Não deixe de ler, você vai adorar.

site: http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/10/resenha-rio-zona-de-guerra.html
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Leitor Sagaz 16/10/2014

Um thriller policial futurista
Resenha publicada no blog Leitor Sagaz.

Recebi este livro em parceria com a editora Avec, o trabalho gráfico foi a primeira coisa que me chamou a atenção, a diagramação também ficou excelente e nos proporciona uma leitura fluida e dinâmica.

Mas vamos entender o cenário do livro, em um futuro (não tão distante) as cidades foram tomadas por rebeliões e crimes, em contra partida grandes corporações foram formadas e se protegeram nos grandes centros. Nestes centros foram erguidos enormes muros, separando os mais ricos da ralé, dentro da fronteira praticamente todos trabalham para as corporações e a policia é denominada de policia corporativa.


Enquanto isso do lado de fora na Zona de Guerra o domínio fica por conta das gangues, o povo vive na miséria e com medo, não existe governo para protegê-los, e é nesse mundo esquecido que vive o nosso personagem principal: o detetive Freitas, ex-policial corporativo, e que decidiu morar e trabalhar na Zona de Guerra por livre e espontânea vontade.

Freitas trabalha como detetive particular e sempre ajuda seus vizinhos, é respeitado até mesmo por membros de gangues. Ele abandonou o mundo corporativo por não concordar com o que era feito por lá, a segregação e o preconceito reinam dentro dos muros das cidades, onde seus moradores ostentam riquezas e soberba!

Um crime pode abalar a cidade, uma prostituta supostamente cometeu suicídio se atirado do alto de um prédio de luxo! Mas sua amiga Vivian não acreditou nessa versão, ela foi procurar por Freitas e não importaria quantos créditos custasse, mas ela iria saber a verdade sobre essa morte.

Vocês já entenderam que se trata de um livro policial, o cenário é um futuro apocalíptico bem interessante, a tecnologia armamentista proposta também é muito legal. Todo o enredo proposto no livro é muito interessante.

Freitas é um cara meio gordinho que você não daria nada por ele, mas ao contrário do que vocês possam imaginar ele é bem ágil e muito dedicado em suas causas, vai fazer de tudo para resolver o mistério sobre essa morte.

As questões sociais propostas no livro, não são algo tão absurdo assim, afinal vivemos em um mundo capitalista onde apenas os de poder aquisitivo elevado são beneficiados com tudo de bom que o governo pode oferecer.

No geral as investigações, os personagens e a ambientação são ótimos. O problema fica pela ficção científica que poderia ter sido mais explorada, os detalhes sobre os carros (flutuadores), as novas tecnologias e o sistema de defesa deveriam aparecer um pouco mais no enredo. Não concordei com a forma que foi proposto o final, tudo aconteceu muito abruptamente e nos pega de surpresa.

Claro que os pontos negativos não desqualificam de maneira alguma a obra, mesmo assim é uma obra muito boa e que eu recomendo totalmente. O Freitas é um detetive bem perspicaz e nos faz torcer por ele.

Acho que o Leo Lopes poderia trabalhar numa continuação e abordar mais os pontos que faltaram neste livro, tenho certeza que uma nova história do detetive Freitas iria fazer sucesso.

Fico por aqui e espero que vocês tenham gostado da resenha e que leiam o livro futuramente, um abraço e até a próxima.

Abraços,
Diego de França

site: http://www.leitorsagaz.com.br/2014/10/resenha-rio-zona-de-guerra-leo-lopes.html
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LeandroBurla 09/12/2014

Cyberpunk na veia
Conheci o livro por indicação de um podcast o qual seu ouvinte assíduo - o Melhores do Mundo (MDM). O tema me chamou atenção, somado com a boa avaliação pelos podcasters.
A expectativa não foi desfeita. Demorei um pouco a me adaptar com o estilo de narração do autor, arrastado de início, mas que tem como mérito abordar o assunto sci-fi de forma simples, sem exigir grande base de conhecimento sobre o tema. Não usou descabidamente termos de tecnologia, o que poderia assustar um público mais amplo. A trama é simples e envolvente. Os personagens são críveis (alguns são até carismáticos) e a ambientação é bem elaborada. Tive a impressão de que a solução do mistério não teve muita conexão com a investigação em si, apesar de fazer sentido, sem apelação de um "Deus Ex machina". O final é bem interessante.
Recomendo a leitura e fico feliz por constatar que temos mais exemplos de bom conteúdo nacional.
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