Khadji-Murát

Khadji-Murát Leon Tolstói




Resenhas - Khadji-Murát


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Valerya insta @leslivres_ 25/04/2023

Tártaro
Escrito entre 1896 e 1904, atraves do herói tartaro Kadji-Murát, Leão Tolstói nos transporta para a Rússia dos czares narrando de forma majestosa os valores da época.
Um livro, como não poderia deixar de ser, reflexivo, poético e cruel ao mesmo tempo e que nos leva apenas a uma conclusao: de lá para cá o homem não mudou nada.......
Leitura obrigatória para os fãs do nosso amado Tolstoi.
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Everaldo Rodrigues - Estante Etérea 11/05/2022

Resenha: "Khadji-Murat", de Liev Tolstói
Essa estranha e atípica novela conta a história do guerreiro Khadji-Murat, um rebelde islâmico nos conflitos contra os russos no Cáucaso, lá pela metade do século XIX. Disputas de poder levam Murat a mudar para o lado dos russos, o que levanta desconfiança e pode pesar em algum lado da balança da guerra. Mas qual lado?

Último livro de Tolstói, a novela impressiona por seu tom concentrado mas, ao mesmo tempo, expansivo. Se quisesse, o autor teria feito mais um de seus épicos romances a partir dessa história baseada em fatos. Guerra, tradição, hegemonia cultural, pobreza, indiferença, poder, vazio existencial, religião, futilidade, morte: todos os grandes temas que o autor russo trabalhou piscam aqui e ali ao longo da novela. A construção de personagens, outro grande talento de Tolstói, é realizada com êxito. Ainda que alguns personagens sejam mais priorizados que outros, todos destacam alguma linha daquele insano tecido cultural e social que era a Rússia czarista.

Ainda que de ritmo lento, a novela compensa aos nos entregar um dos finais mais intensos e de ação mais belamente escrita da história da literatura. As últimas páginas explodem em palavras gravadas com pólvora no coração e na mente do leitor. O escritor que deseja escrever ação tem de ler esse livro. Violento e cínico, "Khadji-Murát" é uma obra-prima!
Recomendo!
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Andre.Santana 08/04/2022

A história começa quando um narrador sem nome estava voltando para a casa em pleno verão, atravessando os campos enquanto contemplava a natureza e se lembrava dos camponeses que se preparavam para ceifar o centeio. Foi em meio aos devaneios e reflexões que ele lembrou de uma antiga história caucasiana, a qual, inclusive, vivenciou parte dela e que completou por meio do depoimento de testemunhas oculares, que falava sobre um lendário guerreiro rebelde tchetcheno chamado Khadji-Murát.
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Sérgio 21/12/2021

Até o presente momento (18/06/21), não consegui escrever uma resenha sobre este livro.

Ao mesmo tempo que me pareceu muito bem escrito, de leitura agradável, conciso e profundo no que se propõe, me pareceu vazio? de um grande vazio, como a vida, essa imensidão desértica a ser atravessada, só e mirando ilusões, oásis que de quando em quando nos incentivam a mais uns passos. A mais um dia que se converte em semanas e se passam anos.

Nada como um objetivo mesmo que vazio, uma miragem de objeto perdido para continuar caminhando ou não.
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Ricardo Rocha 03/05/2017

creio de todo o meu coração que a frase perfeita dos grandes escritores não é subjetiva. não é algo que você gosta e eu não, por conta da opnião que não se discute. até se discute e é o que fazemos a maior parte da vida. mas nesse caso é algo quase científico cujo segredo está na pontuação. poderia ter descoberto isso lendo o monólogo final de ulisses mas foi com "todos os belos cavalos". é o segredo do texto limpo de cormac: retira travessões e vírgulas e as frases devem belas e compreensíveis. para mim foi particularmente difícil porque fui um bom aluno de português e o ensino nada deve a um corretor ortográfico/gramatical tipo "antes de mas use vírgulas" ou "não se separa sujeito e verbo". esse ensino. ao contrário porém, não há "não" ou "assim" que norteiem o bom autor. há a (não subjetiva) beleza.
Um texto qualquer. De "A estrada". "Deixaram o carrinho numa vala coberto com a lona e avançaram encosta acima em meio aos tocos negros das árvores que ainda se encontravam de pé até o local onde ele tinha visto um trecho de rocha proeminente e se sentaram sob a saliência da rocha e ficaram observando os lençóis cinzentos de chuva
estendendo-se através do vale
oi, Papai, ele disse.
estou bem aqui.
qualquer pessoa encontrará lugares aqui em que colocar vírgulas e travessões mas no texto não há. aliás, é um dos livros mais amados do skoob, portanto deve ser bem compreensível. Passeio ao farol. "Assim, com todas as luzes apagadas, a lua escondida e uma fina chuva tamborilando no telhado, desabou um temporal de infinita escuridão. Parecia que nada sobreviveria a essa enchente, a essa profusa escuridão que, insinuándose pelas fendas e fechaduras, esgueirando-se pelas venezianas, entrava nos quartos, e engolia aqui uma bacia e um cântaro, adiante um vaso de dálias vermelhas e amarelas ou as quinas retas e a massa sólida de uma cômoda. Mas a densa penumbra não atingira apenas a mobília. Quase nada restava de corpo ou de espírito que permitisse afirmar: "É ele" ou "é ela". Por vezes, alguém erguia a mão para agarrar algo ou afastar algum empecilho do caminho, ou resmungava, ou ria alto — como se compartilhasse um dito engraçado com o vazio. Ao contrário de Joyce e Cormac, Virginia adorava uma virgula e aspas e parentesis e ponto e virgula. Tudo bem porque seu texto era perfeito, independente da pontuação, que no caso, sim, é questão de gosto. Mas o texto em si tem um ritmo próprio, reconhecível quando lemos e sobretudo quando lemos em voz alta. Pedro Páramo, essa perfeição entre perfeição. "VIM A COMALA porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo. Minha mãe me disse. E eu prometi que viria vê-lo assim que ela morresse. Apertei suas mãos em sinal de que faria isso; pois ela estava morrendo, e eu decidido a prometer tudo.
“Não deixe de ir visitá-lo”, recomendou ela. “O nome dele é assim e assado. Tenho certeza
que ele vai gostar de conhecer você.” Então não tive outro jeito a não ser dizer a ela que faria isso, e de tanto dizer continuei dizendo mesmo depois que minhas mãos tiveram trabalho para se safarem de suas mãos mortas.
Antes ainda, ela tinha me dito: — Não peça nada a ele. Exige o que é nosso. O que ele tinha de ter me dado e não me deu nunca... O esquecimento em que nos deixou, filho, você deve cobrar caro. — Vou fazer isso, mãe. Mas não pensei em cumprir minha promessa. Até que agora comecei a me encher de sonhos e a soltar as ilusões. E assim foi se formando em mim um mundo ao redor da esperança que era aquele senhor chamado Pedro Páramo, o marido da minha mãe. Por isso vim a Comala." Agora no original o trecho " y de tanto decírselo se lo seguí diciendo". Uma virgulazinha depois de decirselo, talvez? =) pois é. Ulisses. Oh e o mar carmim às vezes como fogo e os poentes gloriosos e as figueiras nos jardins da Alameda sim todas as estranhas vielas e casas rosa e azul e laranja e os rosais e os jasmins e os gerânios e os cáctus e Gibraltar quando eu era jovem uma Flor da montanha sim quando eu pus a rosa em meus cabelos como as moças andaluzas ou de certo uma vermelha sim e como ele me beijou sob o muro mourisco e eu pensei bem tanto faz ele como outro e então convidei-o com os olhos a perguntar-me de novo sim ele perguntou-me se eu queria sim dizer sim minha flor da montanha e primeiro enlacei-o com meus braços sim e puxei-o para mim para que pudesse sentir meus seios só perfume sim e seu coração disparando como louco. falando em música, bob dylan: surrender your crown on this blood-stained ground, take off your mask He sees your deeds, He knows your needs even before you ask How long can you falsify and deny what is real? aquela virgula depois de ground é desnecessária - e tirá-la igualmente... (= mais? O compromisso. "major Albu pega minha mão nas pontas dos dedos e aperta tanto minhas unhas que quase solto um grito. Beija meus dedos com o lábio inferior o superior fica livre para poder falar. Sempre beija minha mão do mesmo jeito mas ao falar, cada vez diz uma coisa diferente." eu tirei a pontuação. não dá pra notar, dá? faulkner: "Sim senhor. Não há quem engane uma mulher. Pois sabe o que penso? Penso que ela queria apenas viajar. Não acredito que tivesse intenção de fazê-lo conquanto não o tivesse dito ainda ao homem que a acompanhava. Julgo que era a primeira vez na sua vida que saía de casa
indo tão longe que não pudesse voltar antes de anoitecer". Balzac: "Insensivelmente iniciaram-se as confidências e o pintor confessou seu amor." Em Fitzgerald há o desdobramento desse conceito, se posso chamar assim: Virgula e travessão ficam apenas quando NÂO DÀ mesmo pra tirar: "Quando eu era mais jovem e mais vulnerável, meu pai me deu um conselho que muitas vezes volta à minha mente. – Sempre que tiver vontade de criticar alguém – recomendou-me –, lembre primeiro que nem todas as pessoas do mundo tiveram as vantagens que você teve." Katherine Mansfield:
VERY early morning. The sun was not yet risen, and the whole of Crescent Bay was
hidden under a white seaYou
could not see where they ended and the paddocks and bungalows be
road was gone and the paddocks and bungalows the other side of it; there were no white
dunes covered with reddish grass beyond them; there was nothing to mark which was
beach and where was the sea. A heavy dew had fallen. The grass was blue.
hung on the bushes and just did not fall; the silvery, fluffy toi
stalks, and all the marigolds and the pinks in the bungalow gardens were bowed to the
earth with wetness. Drenched were the cold fuchsias, round pearls of
nasturtium leaves. It looked as though the sea had beaten up softly in the darkness, as
though one immense wave had come rippling, rippling
waked up in the middle of the night you might have seen a big fish
window and gone again. . ."
E assim por diante. E assim por diante...

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Hudson 11/05/2016

Temos aqui um Tolstoi bem diferente do que se conhece de início, ou seja, em seu último escrito deixado pronto antes de morrer, temos uma crônica do oriente e de certa forma se pode associar um pouco com o também quisto de minha parte, Abril despedaçado de Ismail Kadaré, onde também é uma crônica sobre montanheses, que embora situada em lugares diferentes se assemelham muito, foi uma grata surpresa por isso.

Ademais, é um livro diferente dos outros de Tolstoi, onde se encontra um orientalista que procura descrever certa época de sua juventude e as vicissitudes políticas da Rússia, de sua época é uma novela variação entre romance conto, ou também pode ser considerado um romance breve, mas que agrada pela sua escrita e pela história tão pouco conhecida destes povos que viveram sempre ao seu modo, todavia tentando sempre ser captados pelos Russos, vale sem dúvidas a leitura.
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Rafaela 03/01/2015

O livro conta a história real de Hadji Murat que vivia na região do Caucásio e lutou contra a incorporação dessa região a Rússia. Originalmente o romance de Tolstoi era para ter mais de 2 mil páginas que foi condensada em duzentas e poucas páginas, talvez por isso senti falta de algo mais na história.

O livro começa com Murat se entregando aos russos depois de ter sua morte decretada por Chamil que seria como o líder de Murat, alias apesar de culturas diferentes Tolstoi narra de forma similar a forma como o czar Nicolau I e Chamil tomam suas decisões e como tentam convencer a si mesmo que são justas e de acordo com a sua religiosidade, fora o luxo dos lideres em contraste com a pobreza dos seus soldados e do seu povo.

A linguagem do livro não é tao difícil como eu esperava, chega a ser poética e toda a história infelizmente ainda se repete atualmente.
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Isotilia 15/12/2013

Um livro muito triste!
Já li vários livros do Tolstói, estou familiarizada com o estilo prolixo e as descrições longas do autor. Estava mais acostumada às histórias cheias de religiosidade e esperança. Este livro difere totalmente, pois narra a história do rebelde tchetchênio Murát. É uma história devastadora com um final terrivelmente trágico; a história de todos os levantes populares do mundo e uma crítica severa ao regime político da época.
Juca 11/06/2018minha estante
Tolstói prolixo? Nunca!!!!! O maior escritor de todos os tempos, com uma técnica impecável!!!!!!




GIPA_RJ 28/03/2010

Cativante
Nunca havia lido Tólstoi , e comecei muito bem.
Este foi seu último romance , impecável.
A tradução para o português feita por Bóris Shneiderman foi excelente.
Um personagem interessantíssimo , intenso.
Recomendo.
Árvore De 27/03/2013minha estante
O tal livro cuja capa é a que está aqui exibida foi traduzido por Bóris Shneiderman? Grata.


GIPA_RJ 15/04/2013minha estante
Não... o que foi ele traduziu é o da Ed. Kossak Naifi.




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