Gabrihel0 09/12/2018ENTREMUNDOS | RESENHAAlguns autores possuem o dom de escrever grandes maravilhas por anos seguidos e é capaz de fazer um leitor se interessar por um livro, apenas por ter o seu nome exposto na capa deste mesmo livro. A imaginação não tem limites e para Neil Gaiman sempre foi assim. O autor é capaz de despertar em seus leitores diversas reações, com os seus mais diversos livros e quadrinhos. Seja onde ele se aventure é certeza de uma boa história.
EntreMundos, é um projeto de Neil Gaiman em parceria com Michael Reaves inicialmente para a TV, no auge dos anos 2000, quando as emissoras buscavam por algo inovador, Neil Gaiman viu uma oportunidade em escrever um roteiro para apresentar aos executivos das TVs americanas, mas o que acabou não acontecendo para o livro. O projeto foi arquivado e posteriormente em 2007 resolve publicar nos Estados Unidos. Uma história que passeia por alguns dos melhores gêneros da literatura, a ficção científica, aliada à um mundo distópico.
Ao longo de 248 páginas é possível captar a real intenção dos autores, apresentarem uma leitura despretensiosa, sem grande conhecimento de mundos distópicos ou sem que você seja, um grande fã da ficção científica clássica, com livros cheios de conceitos e conspirações, e mundos e personagens criados envoltos a enigmas indecifráveis, em muitas das vezes.
Sobre a história do livro, somos apresentados a Joey Harker, um adolescente como muitos que conhecemos. Cheios de problemas que precisa lidar na Escola, como ser chacota dos valentões ou ficar na ‘friendzone’. EntreMundos retrata uma sociedade totalmente diferente do que estamos acostumados. Apesar de mostrar problemas cotidianos que enfrentamos, o livro aborda o normal com o excêntrico.
A jornada de Joey Harker é narrada por ele mesmo em grande parte do livro, isso causa uma aproximação entre leitor e narrador. Você sente-se parte da história e a medida que o protagonista evolui como pessoa, você passa a torcer ainda mais por ele e todos a sua volta.
Utilizando-se de conceitos de Multiversos, onde é sustentado por uma teoria que diz existir infindáveis universos, que coexistem entre sí, sem qualquer interação uns com os outros. Joey terá que abdicar de muita coisa para se tornar o Andarilho que garantem que ele é. Mesmo sem acreditar em sí mesmo, os autores abordam de forma simples, essa busca pelo autoconhecimento que o protagonista é colocado desde a primeira página.
Mesmo que seja uma leitura focada no público juvenil, Neil Gaiman e Michael Reaves souberam com maestria contar esta história, que de forma simples apresenta o melhor da ficção científica.
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