O Rei de Amarelo

O Rei de Amarelo Robert W. Chambers
Tiago P. Zanetic
Airton Marinho
Raphael Salimena




Resenhas - O Rei de Amarelo


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Café & Espadas 08/04/2015

Resenha O Rei de Amarelo
Poucos são os autores que conseguem estabelecer um conjunto de obra sólido, com vários títulos consagrados. Robert W. Chambers não era um desses autores.

Poucas são as obras que, devido a sua relevância, riqueza de elaboração, originalidade e envolvência tomam para si o título de atemporais e se consagram como clássicos. O Rei de Amarelo deve ser considerada uma dessas obras.

Antes de mais nada, devo mencionar alguns detalhes importantes referentes a edição feita pela Editora Intrínseca, que com certeza irão ajudar o leitor durante a leitura.

Se você ainda está em dúvida se foi uma boa ideia ou não adquirir um exemplar da grande obra de Chambers recomendo a leitura da introdução da edição, feita pelo jornalista e escritor Carlos Orsi. Nela ele irá explicar um pouco mais profundamente toda a natureza misteriosa desta coletânea, sua ligação com as grandes escolas literárias francesas, as principais influências e também explana um pouco sobre a vida do autor.

Esse texto inicial merece o seu destaque próprio pois ele abre o apetite para o que vem a seguir, e auxiliado pelas inúmeras notas de rodapé espalhadas em cada conto, ajudam o leitor incauto a compreender que essa obra não é igual a nenhuma das outras obras de terror com as quais ele teve contato.

Há muito o que se falar sobre esse marco do terror cósmico. Esta coletânea de contos – que subdivide-se intuitivamente – se materializa em torno de uma obra fictícia que leva o mesmo nome do livro, O Rei de Amarelo. Esse escrito trata-se de uma peça teatral sobre a qual não vemos muitos detalhes, nada além do nome de alguns personagens e lugares fantasiosos e mórbidos. O texto, aparentemente macabro e de uma beleza ímpar, amaldiçoa quem ousa lê-lo, fazendo com que a insanidade se aposse do corpo e da mente do leitor – ou vítima.

Os quatro primeiros contos (O Reparador de Reputações, A Máscara, No Pátio do Dragão e O Emblema Amarelo) são totalmente ligados a figura da peça amaldiçoada. Nada de mais profundo e detalhado é falado sobre o conteúdo do roteiro, mesmo que alguns personagens e locais fantasiosos sejam usados várias vezes. Todos eles compõem a chamada mitologia amarela, um cânone pequeno e denso que atrai diversas teorias literárias.

Alguns acreditam que esses primeiros contos se passam em um universo de fantasia compartilhado, que é acessado por meios não convencionais – muito similar a Dreamland de Lovecraft - e quando lemos atentamente, podemos perceber algumas ligações sutis, como nome de personagens secundários, lugares comuns, recursos linguísticos e metalinguagens utilizados pelo autor e a linha cronológica dos eventos. Outros críticos dão um status de “obra autobiográfica” para O Rei de Amarelo, pois a maioria dos protagonistas são artistas americanos que viveram em Paris, assim como Chambers.

Esses contos canônicos da mitologia amarela, assim como os demais, possuem finais instigantes e não muito conclusivos, podendo levar o leitor para mais questionamentos do que respostas. Porém suas qualidades de escrita e elaboração são magistrais. Nada nas histórias é jogado ao léu, tudo se encaixa mesmo que de forma muito opaca, e a insanidade iminente, que surge inesperadamente em todas as narrativas, dão o tom do terror psicológico imersivo (como em O Reparador de Reputações e O Emblema Amarelo) que desconstrói toda e qualquer crença humana de proteção divina, de intocabilidade (como em No Pátio do Dragão), essências do cosmicismo.

Os demais contos têm o pé calcado na realidade, mas sem perder as características da escrita rebuscada e a estrutura complexa e elegante de Chambers.

Indo de um amor que cruza o véu do tempo até os terrores do cerco parisiense por tropas prussianas durante a guerra de 1870, esta segunda parte da coletânea rende belas histórias como A Demoiselle d’Ys e algumas mais maçantes como A Rua da Primeira Bomba. Vale salientar que estes contos fazem referências aos quatro iniciais, ou seja, mesmo estes últimos não sendo tão fantasiosos a conexão com a mitologia amarela é mantida, e é uma sólida evidência de o quanto o autor bebeu da fonte das escolas literárias francesas para construir sua visão de mundo decadente.

Acima de tudo, O Rei de Amarelo é um marco não só no gênero de terror, mas na literatura mundial. A lista dos grandes autores influenciados pelos horrores que vivem sob a máscara pálida é extensa e engloba nomes como Lovecraft, Stephen King e E. Raymond Chandler.

Essa leitura não é uma das mais fáceis, o terror descrito nas páginas não é sanguinolento ou visceral, mas quando entendido em sua matéria prima, é um dos mais perturbadores e enigmáticos já escritos. Robert W. Chambers se mostra muito dinâmico e versátil ao transitar nas temáticas de cada conto, criando uma aura envolvente de mistério, caos e rompimento com a realidade.
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Bruna 02/02/2020

Aqueles que entraram em contato com este livro perderam a sua sanidade
Faz um bom tempo que este livro estava em minha estante, só olhando para mim, eu olhando para ele e...tive a coragem de abri-lo (haha) e adentrar neste universo fantasioso e assombroso do Chambers e o seu Rei de Amarelo.
Se houve algum arrependimento, este foi por não te-lo lido antes...sim, eu amei os contos de "horror" e mais ainda os demais contos que esta edição apresenta.
Inclusive, tive a boa surpresa de ler um do Edgar Allan Poe =)
Mas voltando aos contos do rei de amarelo, cada um vai se complementar de alguma forma, mesmo que passem em tempos/espaços diferentes, mas você vai pegando fragmentos nas histórias e construindo o quebra cabeça, já que a história em si que todos falam do Rei, não temos a oportunidade de conhece-la.
Os demais contos de Chambers só nos mostram o quanto este autor era talentoso e versátil, porque seus contos vão do terror ao romance e em nenhum deles, se há perda de qualidade.

5 estrelas fácil!
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Paulo 01/12/2021

O Rei de Amarelo é considerado até hoje como um dos livros mais misteriosos da literatura mundial. Robert W. Chambers foi um homem à frente de seu tempo e seu livro consegue no entregar várias doses de um terror repetido somente por H.P. Lovecraft anos mais tarde. Em uma mescla de terror decadentista com pitadas de referências cósmicas, Chambers cria uma peça de teatro misteriosa capaz de levar os homens à loucura dado seu conteúdo. Curiosamente, uma peça de teatro nunca reproduzida pelo próprio Chambers, mas sempre mencionada em suas histórias. Uma espécie de alegoria macabra que funciona como catalisador para todo tipo de situação sobrenatural como um homem que se imagina parte de uma revolução fantasiosa em um EUA militarista utópico até sonhos compartilhados que revelam o horror em seus universos oníricos. Uma pena que Chambers tenha tido uma carreira tão curta naquilo que ele realmente sabia fazer (terror e suspense) e precisou escrever uma série de romances água com açúcar que fariam os fãs dos livros da Harlequin ficarem envergonhados.

O livro é uma espécie de coletânea de histórias curtas com romance fix-up. Muito cuidado que existem várias versões dessa coletânea com contos a mais ou a menos ou até contos diferentes. Segundo Carlos Orsi que é o prefaciador e o responsável pelas notas nos contos, esta edição é a mais próxima do que Chambers pretendia. Então temos os quatro primeiros contos que fazem parte de uma pegada mais sobrenatural e até distópica pelo autor, dois contos que fazem a transição entre esse fantasioso e algo mais realista e quatro contos de uma narrativa claramente policial/de mistério. Algumas versões desse livro substituem os três contos finais por outros contos de terror do autor. Mas, segundo Orsi, estes três contos são importantes porque fazem parte do cânone do Rei de Amarelo e tem sentido se colocado juntos com os outros seis. Aliás, fica o convite a todos para lerem o prefácio de Orsi que ajuda bastante a entender o autor, o contexto da publicação do livro e as reverberações que a mitologia criada por ele teve em outras mídias. Nesta resenha vou me concentrar apenas em falar um pouco sobre os cinco primeiros contos que estão mais no campo do terror e do suspense. Deixo as histórias policiais como um convite aos leitores para entrarem nessa obra tão fascinante.

O conto O Reparador de Reputações é o mais importante deste ciclo sobrenatural e é o que tem mais conexões com os outros contos. Nele somos colocados em uma espécie de EUA distópico que mudou após uma guerra contra a Alemanha. Tendo adotado uma postura militarista e bastante xenofóbica, vemos que se trata de uma nação decadente em que as pessoas sequer desejam viver nesta sociedade. O governo havia proibido os suicídios, prendendo os suspeitos de tal prática até que crias as Câmaras Letais. Nelas os indivíduos podem ir se suicidar de forma legal. Nosso protagonista é o sr. Castaigne, um homem possuidor de uma boa situação financeira e que se acidentou caindo de cavalo e batendo a cabeça. Seu estado de saúde ficou tão deteriorado que ele foi internado em um sanatório por alguns anos e foi liberado sob a alegação de que teria se curado. Mas, ele começa a ter contato com um homem chamado sr. Wilde que tem a reputação de ser uma espécie de reparador do status social das pessoas, fazendo indicações que parecem ser quase premonições. O primo de Castaigne, Louis se apaixonou por uma mulher chamada Constance, filha de um ferreiro que tem sua loja embaixo da casa de Wilde. Todos os dias, quando está sozinho em sua sala, Castaigne abre um estranho cofre e coloca uma coroa em sua cabeça e se olha no espelho imaginando ser um futuro rei. Só que as coisas começam a tomar um rumo sombrio quando Louis pede Constance em casamento.

"Uma a uma, estudei as páginas gastas, gastas apenas por meu manuseio, e, apesar de saber tudo de cor, desde o começo, "Quando de Carcosa, das Híades, Hastur e Aldebarã" até "Castaigne, Louis de Calvados, nascido em 19 de dezembro de 1877". Eu o lia com uma atenção ávida e arrebatada, parando para repetir algumas partes em voz alta e dando especial atenção a "Hildred de Calvados, filho único de Hildred Castaigne e Edythe Landes Castaigne, primeiro na sucessão" etc etc etc."

Essa é uma história perturbadora em que Chambers brinca com a nossa percepção da narrativa. Castaigne é uma narrador completamente não-confiável ao nos colocar em um mundo ora real, ora imaginário. Sua condição fez com que ele criasse uma espécie de imaginário ilusório para o mundo que o cerca que o faz sair repentinamente de um diálogo real para citar situações que existem apenas em sua mente. As situações que vão acontecendo uma após a outra no livro borram o que entendemos como real ou não. Isso porque a narrativa é contada em primeira pessoa, por Castaigne para o leitor. Há ainda uma segunda interpretação possível que é a de que todo o cenário onde ele vive é uma mentira e Castaigne se coloca contra essa coletividade cujas paredes se fecham ao seu redor. É uma história satírica, disruptiva e no qual não somos capazes de acreditar naquele que nos apresenta sua narrativa e seu mundo. E isso nos deixa sem chão no qual pisarmos.

A segunda história se chama A Máscara e nos coloca no meio de um triângulo amoroso entre o protagonista, seu melhor amigo e sua amada. Alec sempre amou Genevieve e se declarou a ela, mas esta o recusou dizendo estar mais apaixonada por Boris com quem se uniu. O trio desenvolve uma amizade tênue e enquanto Alec se dedica à sua arte como pintor, Boris descobre uma estranha substância capaz de transformar objetos e criaturas em peças de mármore acinzentado. O que parece ser uma incrível descoberta logo se transformará em um terrível pesadelo quando um dia Genevieve fica adoentada e diz coisas desconcertantes para Alec na presença de Boris. Será que isso irá abalar a amizade dos dois?

Essa história remete bastante ao clima decadentista das narrativas do século XIX como O Morro dos Ventos Uivantes, O Retrato de Dorian Grey entre outros. Percebemos aquele amarelado pálido das descrições com os personagens assumindo aquele comportamento ultrarromântico onde qualquer rejeição ou palavra mal direcionada pode provocar a doença e a ruína. Essa é uma clara história de amor com toques estranhos e vai nos fazer pensar acerca das escolhas que fazemos na vida. E na capacidade que uma pessoa tem de perseverar e aceitar as situações que lhes são impostas. Talvez nesta história Chambers tenha mais assumido o quanto era inspirado por Oscar Wilde e seja uma homenagem ao autor. Só achei o final mais bonitinho do que imaginava que seria.

Se podemos dizer que o autor tem uma verve no terror e no suspense esta se encontra em No Pátio do Dragão, a terceira história desse primeiro quarteto. Nela, um homem que gosta de assistir a missa na Igreja de São Barnabé se depara com um corista bizarro que toca acordes malévolos no órgão que tanto o encantou em tempos passados. Uma música maravilhosa que se tornou um convite ao estranho e ele se sente incomodado porque no meio de todo um coro de fiéis somente ele percebeu essa estranha mudança na música sagrada. Depois do incômodo inicial, nosso personagem sai da Igreja para retornar para a casa quando percebe estar sendo seguido pelo tal corista que faz ele ficar apavorado e tentar fugir a todo custo de sua influência maligna. Poderá ele fugir desse homem estranho ou estará ele fadado a ser levado para as costas de Carcosa?

"Eu estava atrasado após três noites de sofrimento físico e perturbações mentais: a última havia sido a pior, e foram um corpo exausto e uma mente entorpecida, apesar de extremamente sensível, que levei à minha igreja favorita para curar. Pois eu tinha lido O Rei de Amarelo."

Uma história de perseguição onde o terror é sutil e está na percepção que um homem tem de que aquele que se aproxima dele pode levá-lo à perdição. Além desse sentimento incômodo no início da história, não existe nenhum outro indício de que seu perseguidor tenha qualquer intenção maligna. É a conclusão que o protagonista chega baseado em instintos primitivos. Novamente temos uma narrativa contada em primeira pessoa da qual não há qualquer comprovação de que o narrador seja confiável. Chambers gosta de deixar o leitor perturbado com suas histórias e não nos fornecer qualquer base que sustente a crença de que é possível ser guiado pelo protagonista. Ele brinca também com esse sentimento primitivo que temos de estarmos sendo ameaçados por algo que não somos capazes de definir ou compreender.

Para H.P. Lovecraft, o conto O Emblema Dourado é considerado o melhor produzido durante a carreira de Chambers. É nele que vemos como funciona a ideia do amor/maldição nos contos do autor. Não importa se este é virtuoso ou pecaminoso, se é consumado ou platônico, a verdade é que a maldição sempre acompanha a revelação do amor. Nesta história temos um pintor, o sr. Scott e sua modelo Tessie que possuem uma curiosa relação quase paternal um com o outro. Mas, as visões de um estranho porteiro que possui um olhar diabólico vão ser compartilhados por ambos em sonhos assustadores. Tanto Tessie quanto o pintor sonham com uma estranha carreata fúnebre guiada por este porteiro macabro que passa na frente da casa de Tessie. Dentro do cocho está um caixão aberto com o corpo ainda vivo do sr. Scott dentro enquanto a jovem observa a tudo com lágrimas nos olhos. Um sonho perturbador que vai aproximar mais pintor e modelo até que um amor inesperado nasce daí. E será um pequeno objeto dourado o responsável por transformar sonhos em realidade.

" - Você acha que eu esqueceria aquele rosto? - murmurou ela. - Vi a carroça passar três vezes embaixo da minha janela, e toda vez o cocheiro se virava e olhava para mim. Ah, seu rosto era tão branco e... e flácido? Ele parecia morto... parecia que estava morto fazia muito tempo."

Esta é uma história que vai apelar aos instintos de temor e ilusão compartilhados pelos dois amantes insensatos. O protagonista diz o tempo todo não ser merecedor do amor de sua modelo, pois tem um passado com uma mulher Sylvia que o torna indigno. Na sua narração, novamente em primeira pessoa, percebemos o afeto que ele tem por Tessie enquanto luta para entender como corresponder aos seus sentimentos. Quanto ao porteiro macabro podemos usar várias interpretações possíveis: ele pode ser realmente uma força sobrenatural primitiva que se alimenta daqueles que estão de posse do emblema dourado; ou ele pode até ser o inconsciente de Scott dizendo a ele para se afastar de qualquer jeito de se relacionar com Tessie porque poderia levá-la à ruína. Temos todo o clima tétrico criado também pela leitura da peça O Rei de Amarelo que sempre encontra uma forma de estar onde o desastre se encontra. Seus horrores também são compartilhados pelo casal.

Para fechar esta resenha tenho que mencionar o Demoiselle D'Ys, que já pode ser considerado um conto mais realista, apesar de se passar em uma atmosfera quase onírica. Ele estabelece relações sutis com outras histórias da primeira parte desta coletânea. Nele, temos um caçador chamado Phillip que se perde em uma charneca enquanto realizava seu esporte. Ele não seguiu os conselhos daqueles que lhe falaram para levar um guia e foi salvo graças a uma bela falcoeira chamada Jeanne. Depois de discutir com ela, Phillip aceita ser abrigado por ela e seus companheiros falcoeiros enquanto arruma uma forma de retornar para sua casa. Mas, os dias passam e ele fica cativado pelos encantos da jovem donzela. Esta história tem um ar enevoado e borrado que se situa nos limites da realidade e da fantasia. Ao mesmo tempo em que observamos o cortejo de Phillip, percebemos que alguma coisa está errada, não se encaixa naquela atmosfera estranha e paradisíaca. Claro que, como em toda história sobre o Paraíso, sempre tem uma cobra esperando.

O Rei de Amarelo é um livro instigante, e que traz ao leitor uma forma diferente de assustar, de causar medo. Estamos acostumados com uma abordagem mais chocante do terror e nos esquecemos que para uma sociedade como a do século XIX e do início do XX, perder a virtuosidade era algo temerário. Ser tentado por forças demoníacas ou sobrenaturais podia ser através de um livro proibido, uma estranha noite em que coisas bizarras acontecem ou até mulheres misteriosas afetando nossa percepção sobre o certo ou o errado. O terror de Chambers fica em nossa mente, o quanto somos capazes de imaginar o inimaginável. O quanto conseguimos dar forma a esses medos mais primitivos. E ele faz isso através de um recurso narrativo que nunca se torna concreto e é amedrontador justamente por que tememos que seu conteúdo seja revelado. Só nesse ponto, Chambers foi revolucionário e inovador. Sem falar em sua prosa que flerta com a poesia.


site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Valério 03/07/2015

Instigante
Uitlizando-se do realismo fantástico, Chambers traz um livro de contos de mistério onde os personagens se vêem em situações inusitadas, sempre aparecendo o amarelo, simbolicamente. A leitura é rápida, interessante e agradável.
O Rei de Amarelo trata-se, na verdade, de uma peça. E, todos aqueles que a Lêem tem sua vida modificada profundamente.
Semelhante ao filme "O chamado", onde todos que assistem a uma determinada fita cassete passam a ser amaldiçoados.
Afinal, grande parte da literatura de terror posterior a Chambers se baseou nele.
Autor aclamado, especificamente por esta obra, tanto que suas obras posteriores ficaram abaixo da crítica.
Em suma, se quer ler Chambers, leia ESTE livro.
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Bre Baiak 25/04/2022

? Um turbilhão amarelo de bagunça, confusão e decepção.
Demorei muito até terminar as histórias dessa HQ. Acabei por finalizá-la na força do ódio.

As ilustrações são magníficas, mas as histórias, confusas e iam embora tão rápido quanto começavam.

Achei, de início, que as histórias eram conceituadas, tão cultas que eu não estava pegando a referência.

Porém, dei o livro para outras pessoas lerem e o feedback foi o mesmo: confuso e decepcionante.

Mirei numa obra prima macabra e acertei em um turbilhão amarelo de bagunça.
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Lucas 16/07/2022

Não era bem o que eu esperava..
Quando eu adquiri o Rei Amarelo pensei que seria o livro Rei Amarelo em si e na versade é uma coleção de contos ilustrados aqui no Brasil mesmo com essa obra como pano de fundo,mesmo não sendo o esperado,gostei muito dos contos, das ilustrações, é um bom quadrinho se vc é fã de horror cosmico, e graças a esse quero ler ambos os outros dois dessa coleção.
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Davyd 14/02/2021

Ótimos contos
O livro divide-se em duas partes, a dos contos fantásticos e a dos contos realistas, e ambas são ótimas. Os contos são muito bem escritos e muito bem ambientados, proporcionando uma imersão dificilmente alcançada pela maioria dos escritores do gênero. É um livro que eu estava bastante ansioso para ler e não me decepcionou em nenhum momento.
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Pedro Sanches 20/03/2020

O Rei de Amarelo é uma coletânea de contos publicada em 1895, que pode ser dividida em duas partes. A primeira parte é composta por contos de horror e suspense, que giram em torno de uma peça chamada “O Rei de Amarelo” cujo texto mergulha seus leitores na loucura. Com exceção de alguns pequenos trechos, o conteúdo da peça jamais é revelado ao longo do livro, deixando a tarefa a cargo da imaginação.

Os contos são independentes, mas compartilham personagens, cenários, e diversos outros elementos que dialogam entre si, incluindo algumas suposições e teorias que ficam abertas à interpretação do leitor.

Já os seis contos que formam a segunda parte do livro possuem um estilo mais realista e romântico, bastante distinto do encontrado no início. Estes últimos contos não possuem características sinistras ou sobrenaturais e apresentam pouca ou nenhuma menção ao Rei de Amarelo. Chambers foi um escritor muito prolífico e ganhou dinheiro escrevendo literatura realista e romântica que em poucas décadas acabaria esquecida; foram os poucos contos sobre O Rei de Amarelo e os mistérios que o cercam que deram margem para a criação de algo chamado de Mitologia Amarela, envolvendo os mistérios de Carcosa, o Emblema Amarelo, o lago de Hali, e mais. A Mitologia Amarela influenciou obras como a primeira temporada da série True Detective, responsável por ter despertado meu interesse no livro.

Particularmente, achei os contos da primeira parte muito mais interessantes que os seguintes – opinião praticamente unânime em todos os leitores. A ideia de um livro que torna os personagens que o leem em loucos e que não tem seu conteúdo revelado me parece original e interessante para época. Minha interpretação é de que o estado de loucura causado pelo Rei de Amarelo é um estado coletivo, compartilhado simultaneamente por todos aqueles que leram a peça.

Em relação à segunda metade, todos os contos são completamente dispensáveis – com a discutível exceção de “A Demoiselle d’Ys” – e não entendo o motivo de Chambers ter optado por inserir estilos tão distintos em uma coletânea de contos que funcionaria muito bem se contivesse apenas histórias de horror que girassem em torno do Rei de Amarelo.

A edição da Intrínseca merece elogios tanto visualmente quanto em seu conteúdo. A introdução de Carlos Orse cumpre seu papel ao inserir o leitor no contexto histórico-literário do lançamento da obra e abordar brevemente a carreira de Chambers e a sua suposta influência na escrita de Lovecraft. As notas de rodapé são essenciais para a compreensão das referências do Autor ao longo da obra.

Recomendo apenas os quatro primeiros contos aos que se interessam pela literatura de horror e suspense além de Poe e Lovecraft; o restante é dispensável.

Resenha disponível no Instagram @oquevoceandalendo.
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Metalfj 17/08/2023

Interessante mas pedante
Obra muito boa, mas difícil de se ler devido ao vocabulário extremamente difícil e algumas vezes erudito. Muitas expressões em francês (o livro se passa lá) acabam por tornar o livro arrastado.
É um livro que demanda força de vontade e paciência, confesso que cheguei a ter vontade de desistir, mas os deuses me fizeram continuar...

Falando em continuar, o livro é dividido em 3 partes sendo elas:
- primeiros contos: "terror" e fantasia (envolvendo diretamente a peça O Rei de Amarelo)
- contos de transição: se passam no mesmo local mas em épocas totalmente diferentes e as histórias pouco tem a ver com o universo. Pelo menos foi isso que entendi desse trecho intermediário
- últimos contos: são mais dramáticos e "factuais", a única tangente com os demais contos são os locais e os personagens que aparecem aqui

Mas enfim, se deseja algo pra ler sem dificuldade acredito não ser boa recomendação. Como disse, quase desisto... não é um livro pra se devorar, mas se "deliciar" aos poucos nessas páginas amargas e de difícil compreensão.

ps: cheguei a pensar que sou burro!
Gabriela 26/09/2023minha estante
Me identifiquei muito com tua resenha! É bem isso mesmo, livro lento mas interessante!




Videl 07/04/2023

Terror mandou lembranças...
Em 10 contos, nada de terror. Nada, absolutamente nada... talvez a sombra do terror tenha passado em O Emblema Amarelo, mas bem de leve. Terminei na força do ódio, com 2 contos de romances extremamente chatos e enfadonhos. Por favor, parem de dizer que isso é terror.
Liddy 22/08/2023minha estante
É um alívio saber que meu "medidor de terror" não está quebrado. Tentei por tudo encontrar terror e o máximo que achei foi o toque de loucura do primeiro conto, depois disso, necas




Ray 19/02/2020

"A máscara do autoengano não era mais uma máscara: fazia parte de mim. À noite a retirava, desnudando a verdade sufocada por baixo. Mas sob ela, havia apenas eu mesmo para ver, e, quando o dia raiava, a máscara voltava ao lugar por conta própria."
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yomaeli 06/07/2021

As artes são boas, as histórias possuem criatividade e um elemento comum: o livro que enlouquece todo mundo. Mas no geral é mediano, parece não executar bem o desenvolvimento dos contos. Vou ler a obra original pra ver se continuo com o mesmo julgamento.
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Gui 07/06/2021

A insanidade em sua mais bela forma
Bem, é um livro ótimo, tirando o racismo. Certamente é incrível como uma cor pode mudar de significado com a época, e Hastur já mudou minha ideia sobre amarelo = feliz.

Finalizando, é bom pra quem gosta de lovecraft = )
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Marques 18/02/2016

Admito que comecei a ler 'O Rei de Amarelo' depois das referências da icônica figura real na série televisa 'True Detective' da HBO.

Fui pego de surpresa, pois esperava algo que estivesse mais relacionado com o universo apresentado pela série. Mas foi algo muito maior!

A forma romântica e ultra-romântica da escrita de Robert W Chambers é desesperadora. No bom sentido. As experiências únicas que cada conto revela são profundas, intimista e desafiadora para nossa imaginação.
Devo dizer, também, que a forma com a Editora Intrínseca decidiu dividir os contos: quatro primeiros mais relacionados ao Rei de Amarelo e os últimos podendo ou não fazer parte de tal universo foi uma escolha muito bem acertada.

Recomendo àqueles que, assim como eu, ficaram intrigados com a insanidade mostrada na série e/ou querem conhecer o autor que influenciou bastante as obras de H.P. Lovecraft e Stephen King.
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Erudito Principiante 29/07/2019

Não correspondeu às minhas expectativas
Antes de ler este livro busquei informações sobre ele em diversas fontes. Descobri que Chambers foi inspiração para autores como Lovecraft e Stephen King entre outros, e que a mitologia amarela permeia diversas obras do gênero. Ou seja, é uma referência! Comprei o livro com grandes expectativas, mas... Percebi que os contos oscilam muito entre o ótimo e o mediano. Não esclareceu quase nada sobre a mitologia amarela ou o próprio Rei de Amarelo. Compreendo que é salutar um certo ar de mistério nesse tipo de obra, mas algumas coisas precisam ficar claras. Como obra de horror e sobrenatural, achei inferior à Edgar Allan Poe e Bram Stocker. Mas ainda assim recomendo como obra de referência. Boa leitura!
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