duda ð 12/12/2022
Neste livro Augusto Cury procura transmitir principalmente aos pais e depois aos educadores que precisamos ensinar aos nossos filhos que eles pensem e ajam como sucessores de nosso legado e de uma sociedade mais justa, contrapondo o seu ponto de vista em relação ao conceito de herdeiro.
Para tanto divide o livro em 10 capítulos aonde apresenta suas teorias educacionais. Destaco os primeiros três capítulos, que abordam justamente o fator relevante da educação tanto por parte dos pais como de professores para a formação da base e daquilo que o autor define como filhos sucessores ou herdeiros. O primeiro lida com as emoções e trabalha elas a seu favor, aprende tanto com o sucesso assim como o fracasso, compreende suas responsabilidades frente as suas atitudes em relação ao outro e a sociedade que o cerca, Já os herdeiros são definidos como dependentes, mimados, egoístas e desprovidos de compaixão, tendem a serem conformistas e pensam somente no seu próprio bem estar.
No capítulo três Augusto Cury apresenta a sua Teoria da Inteligência Multifocal, cuja premissa é reconhecer e trabalhar as janelas emocionais e da memória que o indivíduo desenvolve e armazena durante a sua vida, principalmente durante os primeiros anos de seu desenvolvimento. Fala de Janelas da Memória que subdivide em neutras, killer e ligth, cada qual possui sua breve explicação no decorrer do capítulo.
Do capítulo quatro ao nono, Cury desenvolve o assunto do livro propriamente dito discorrendo sobre herdeiros e sucessores e finalmente no último capítulo faz um resumo do conteúdo e propõe dez ferramentas para que pais e educadores inteligentes formem sucessores.
Minha opinião:
A despeito do sucesso do autor Augusto Cury, nunca havia lido de fato uma obra dele. Como pai e empresário, achei interessante o tema, já que nas empresas fala-se muito em sucessão. A impressão que tive é que o livro foi escrito para uma geração que não tem muito tempo para ler (tem pressa em fazê-lo) ou que não dispõe de recursos cognitivos para absorver uma obra mais densa.
O livro possui cerca de cento e quarenta páginas mas ele facilmente poderia ser compilado em cinquenta. Neste sentido percebi que o autor foi didático, pois conhecendo o processo de armazenamento de informações pela mente, procurou depois de trabalhar cada elemento principal, enriquecer o texto com exemplos e repetições da idéia principal no decorrer do texto. Assim, fixa-se melhor o conteúdo.
Quando lidamos com educação sempre haverá a possibilidade de novos caminhos e experiências, posto que o ser humano não é uma máquina, mas sim resultado de uma série de fatores que determinam o seu comportamento. Sabendo disto, mesmo com as orientações que o livro trás, sempre fica o alerta. Formar sucessores dentro da lógica que o autor propõe é o ideal, mas isso denota esforço e persistência, sem as garantias de que o ensino trará os resultados esperados. Pelo menos é uma tentativa plausível para sairmos da zona de conforto e procurarmos formar sucessores, não herdeiros.
Do livro, eu diria que o capítulo três e o capítulo dez são de leitura obrigatória, pois no primeiro somos apresentados a Teoria Multifocal e no último é um apanhado resumido de todas as técnicas apresentadas pelo autor. Os demais capítulos, são apenas reforço destes ensinamentos.
Há de se reconhecer que Augusto Cury tem conhecimento de causa, pois sua teoria da Inteligência Multifocal é muito interessante e nela há uma certa evidência de ciência por trás de seus escritos. Talvez seja esse o seu mérito, procurar transmitir um conteúdo acadêmico de forma acessível ao leitor que não está familiarizado com os termos científicos e assim fazer com que este possa aplicar tais ensinamentos em sua vida diária.
Augusto Cury é tratado como um autor motivacional e de auto-ajuda, particularmente não tive essa impressão ao ler este livro especificamente. Teria que ler mais do mesmo por assim dizer. Por outro lado, o que percebi foi a intenção do autor em transmitir o que sabe de forma simples para alcançar o maior número de pessoas possíveis.