Leila de Carvalho e Gonçalves 16/07/2018
Primeiro Caso
A partir de abril de 2014, a Companhia das Letras, iniciou a reedição da obra de Georges Simenon (1903-1989) para a satisfação de seus admiradores que vinham encontrando dificuldades para conseguir seus livros, restritos a alguns sebos.
A princípio, foram lançados os três títulos: "Pietr, o Letao", "O Cavalariço de Providence" e "O Enforcado de Saint-Pholien", todos de 1931. Curiosamente, não há nenhuma informação sobre qual deles foi o primeiro a ser escrito, contudo, em virtude da minuciosa descrição do Comissário Maigret, as suspeitas recaem neste livro.
A propósito, esqueça Sherlock Holmes ou Hercule Poirot, Jules, é esse seu primeiro nome, não é um detetive fora de série, capaz de deduções espantosas, muito menos assemelha-se ao típico policial durão e violento que frequenta os filmes de Hollywood. Mais humano que seus colegas, ele surge como um profissional dedicado, perseguindo sem trégua um perigoso chantagista, mesmo após sofrer um atentado a bala.
Seu oponente é um estoniano, Pietr, e sem qualquer foto, ele só pode ser reconhecido através de uma descrição fornecida pela Interpol. Maigret, alertado de sua iminente chegada a Paris, além de tentar encontrá-lo, terá que obter provas suficientes para incriminá-lo.
Trata-se de um caso curioso que desafia a inteligência do leitor e exige atenção aos detalhes. A trama bem desenvolvida exibe personagens esculpidos com precisão, apontando para outros tempos, quando os recursos investigativos não possuíam a menor semelhança com a tecnologia de hoje em dia.
Enfim, desembarque na França de oitenta anos atrás e divirta-se!