Rafaella 22/01/2014
" Ela vivia para aventuras. E quando me encontrava com ela, eu também. Com Hope, escapava dos tormentos e tumultos de minha casa, de minha vidam e me tornava sua parceira. Éramos espiãs, detetives, amazonas em busca da verdade, piratas ou saqueadoras do espaço. Éramos corajosas e honestas, intrépidas e impetuosas." Página 17
Em 2012 eu já havia feito uma postagem sobre este livro e o filme baseado na obra. Na postagem incluí a minha opinião e alguns trechos do livro, mas na semana passada estava procurando vídeos e acabei me deparando com um de Tormentos (nome da adaptação para as telonas) e fiquei morrendo de vontade de reler Lua de Sangue. Esta foi a minha segunda releitura do livro, que está de longe como a minha obra favorita. Conheci o livro (e a autora) por meio do filme, pois estava passando na HBO há muito tempo e me atraiu. Perdi as contas de quantas vezes já assisti a produção e logo trarei também uma postagem sobre ela, mas agora vou me ater ao livro.
Victoria Bodeen é uma menina que sofre na pele com as loucuras de seu pai. A garota tem visões do passado e presente e o homem acredita que é o demônio se manifestando, então quando Tory dá sinais de que sabe mais do que deveria - ou Hannibal simplesmente quer castigá-la - ele a espanca, o que é aceito por sua mãe, Sarabeth, que não faz nada para protegê-la dos abusos de seu pai. A única pessoa que conhece o segredo, além de sua própria família, é Hope Lavelle. A dupla é inseparável, o que desagrada as duas famílias e, principalmente, Faith, a irmã gêmea de Hope. O pântano é o local favorito das garotas, mas em um dia tudo pode mudar. Hope e Tory haviam combinado de se encontrar, mas Tory foi espancada por seu pai e não conseguiu ir ao encontro. Hope, sozinha no local, é brutalmente assassinada e Tory assistiu tudo em uma de suas visões.
Anos depois, Tory volta a Progress em busca de um novo lar e qual é o melhor lugar para encontrá-lo? A jovem acredita que voltar ao local em que tudo começou é a melhor saída. Longe dos abusos familiares, Tory acredita que está forte suficiente para voltar às suas origens. Em Progress, ainda moram Wade e seus pais - tios da jovem -, mas também a cidade pequena ainda é lar da família Lavelle. Margaret, mãe de Hope, não aceita bem a vinda de Tory para a cidade, assim como Faith que a culpa pela morte de sua irmã. O único que parece feliz com a volta da jovem é Kincade Lavelle, irmão mais velho das gêmeas, e o rapaz está interessado em bem mais do que a simples amizade.
"- Pode-se mudar qualquer coisa que se queira mudar.
- Fui criada para ser decorativa e inútil. - Faith inclinou a cabeça para trás. Esticou-se como uma gata. - E sou boa nisso.
- Você me irrita, Faith.
- Também sou boa nisso. - Achando graça, ela cutucou a perna de Cade com o pé descalço. - Não fique assim, Cade. Discutir vai estragar meu paladar para este vinho. Já tive uma discussão com a mamãe hoje.
- Não passa um dia que você não discuta com a mamãe." Página 71
Aos poucos, Cade consegue ir quebrando os muros que Tory ergueu e faz com que ela comece a desejá-lo também. Em um dos momentos em que estão juntos, Tory tem uma visão parecida a que teve quando Hope morria e então percebe que o assassino de sua melhor amiga continua matando. Matando garotas iguais a Hope, com as idades que ela teria no ano do assassinato - caso estivesse viva -. Quando uma jovem é assassinada em Progress, Victoria e Cade decidem deter o assassino e proteger a candidata ideal para o próximo crime, Faith.
Como vocês já devem ter percebido, a leitura não é fácil, mas Nora Roberts consegue fazer com que os leitores riam, se apaixonem, sofram e acompanhem a vida de todos os personagens da trama. E, quando parece que tudo está resolvido, Tory descobre que este é apenas o começo. O livro é dividido em capítulos não muito longos e dentro destes há a interação dos personagens em divisões distintas, por exemplo, há a narração em terceira pessoa de cenas que envolvem em dois locais diferentes com personagens diferentes, mas ao contrário do que você deve estar pensando, isto torna a leitura mais fluida e leve porque em uma das cenas o conteúdo é mais descontraído, o que não torna a obra monótona ou forte demais para que o leitor não aguente o drama.
Já falei e repito, Lua de Sangue é o meu livro favorito, poderia ficar por horas descrevendo o quanto amo a leitura e os personagens (principalmente Cade e Faith, que me fazem chorar de rir com suas brigas), mas acho que não iria adiantar e vocês parariam de ler a resenha logo no início. O livro foi adaptado para as telas e o filme chama-se Tormentos, comecei a assistir porque vi que a Claire Forlani (uma das minhas atrizes favoritas) fazia a personagem Tory e não me aguentei enquanto não li a obra ( o que na época custou metade do meu salário, pois paguei 70 reais no livro), não me arrependo em nenhum momento por ter feito isso, pois a leitura é maravilhosa e compensou cada centavo investido.
" Não dava para comemorar, pensou Tory, depois de registrar, arrumar tudo e trancar a loja. Se mal conseguia pensar, muito menos comemorar. Conseguira sobreviver ao dia. Mais do que isso, disse a si mesma, enquanto seguia em seu carro para casa, meio atordoada. Provara que tinha voltado para valer, para ficar, deixar sua marca." Página 269
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