Nay C 08/07/2020
Tudo levou a este momento
Fainne é tanto neta de Sorcha quanto de Lady Oonagh, a feiticeira que jogou a maldição nos filhos de Sevenwaters no primeiro livro. A menina foi criada por Ciarán, seu pai, feiticeiro e druida, isolados do restante do mundo, ele ensinando tudo o que sabe à filha, que demonstra grande potencial e avidez por se mostrar forte e capaz.
Um dia Lady Oonagh visita Fainne a fim de que a neta vá a Sevenwaters se vingar por ela, pelo desprezo que a família sente com os feiticeiros, e impedir que a profecia de recuperação das ilhas sagradas se concretize. Sob ameaças, Fainne participa do plano de sua avó, porém ao mesmo tempo se deixa cativar pela família, e fica entre a cruz e a espada. Será que a família é tão desprezível quanto sua avó diz? O que é essa profecia? A menina não sabia de muitas coisas sobre Sevenwaters, seu pai a criou praticamente no escuro quanto a isso. Fainne não é a mais cativante das protagonistas, não é como Sorcha ou Liadan, sua criação foi outra. É manipulável, insegura, indecisa, em alguns momentos é dramática, se acha muito esperta, mas é muito ingênua. Quer enfrentar a avó e seguir um caminho da luz, por mais que acredite que não é possível, mas deixa se levar pelas ameaças dela, contradizendo os ensinamentos de seu pai. Mas uma coisa é certa: ela tem dentro de si um grande poder e deseja fazer o que é certo.
Para mim o que sustenta a narrativa é o contexto da história, a vontade de ver a profecia cumprida, a presença de personagens maravilhosos dos livros anteriores (Liadan, Bran, Connor...), e novos personagens cativantes (Johnny, Sibeal...). Eles não são os protagonistas, mas são parte extremamente importante da história, sendo que alguns trazem um sentimento de nostalgia. É legal ver como tudo o que aconteceu na família de Sevenwaters culminou nestes novos eventos, como a história poderia ser diferente se escolhas diferentes tivessem sido tomadas anteriormente. É interessante também ver as reações de Fainne ao descobrir a história de sua família pouco a pouco, quando nós leitores já temos conhecimento dela.
A narrativa de Fainne é um pouco repetitiva, vários momentos ela fala de seus temores, de sua avó, do seu pai, a saudade de casa, de como queria estar sozinha e até de seu único amigo Darragh. Mas dá para dar um desconto, ela estava vivendo um grande dilema. Acho que é sobre isso que se trata o livro, ter coragem para enfrentar o que te oprime, pensar por si próprio e fazer o que é certo. Um desfecho satisfatório para uma das minhas séries favoritas da vida.