Bruna 18/10/2014lindo demais!!! Filha da Profecia é continuação de Filha da Floresta (resenha) e Filho das Sombras (resenha), dá sequência a história do povo de Sevenwaters, acontecendo aproximadamente 17 anos após o final do segundo livro, ou seja, duas gerações após o final do primeiro livro. Em Filha da Floresta tivemos a incrível e altruísta Socha, uma da melhores protagonistas que já vi. Filho das Sombras traz a história da geração seguinte, com os filhos de Sorcha, e agora, em Filha da Profecia, temos a saga de seus neto. Após acompanhar três gerações dessa família incrível, finalmente temos o encerramento da luta entre irlandeses e bretões pelas ilhas místicas, uma guerra que durou várias gerações e tirou várias vidas de ambos os lados.
Novamente temos uma protagonista feminina, que narra e conduz a história, a jovem Fainne. Porém, diferente das protagonistas anteriores, Fainne não foi criada em Sevenwaters, cercada pela floresta e seus seres mágicos. A jovem cresceu em uma gruta em Kerry, um povoado litorâneo, isolada e tendo como companhia o pai, que lhe ensinou a arte da feitiçaria, mas também o conhecimento dos druidas. Sua vida só não foi absolutamente solitária porque, ainda criança, ela fez amizade com Darragh, um menino dois anos mais velho, que fazia parte de um grupo de viajantes nômades que passavam os verões em Kerry.
Eu era a filha de um feiticeiro. E a filha de um feiticeiro não podia ter amigos ou sentimentos. Não podia se dar a esse luxo. Bastava ver meu pai. Até tentou ter uma vida diferente, e tudo que conseguiu foi dor e desgraça. Era melhor eu me concentrar na prática da magia e deixar o resto de lado.
Pág. 50
Quando estava com aproximadamente 15/16 anos, seu pai decide que é hora dela se unir a sua família em Sevenwaters, o que a irrita muito, pois ela cresceu acreditando que estes foram os responsáveis pela ruína e infelicidade de seus pais, e não tem vontade de conhecer ou se aproximar destes parentes. Nesse momento sua avó paterna, a temida e poderosa feiticeira Lady Onnagh, entra no meio, e não lhe dá outra opção. A feiticeira toma como missão aperfeiçoar os poderes da neta, e usa de ameaças conta o próprio filho, e subterfúdios para obrigar a menina a realizar seus planos maléficos.
() tudo que eu tinha, tudo que era era, devia a meu pai. E para salvá-lo precisava estar disposta a fazer o impensável. Já tinha demonstrado minha força. Mas não suportaria que alguém viesse me fazer perguntas a respeito.
Pág. 77
Assim, para proteger seu pai de sua avó odiosa, Fainne segue em direção a Sevenwaters, sabendo que sua chegada só levará dor e destruição para aquela família.
Fainne é uma protagonista diferente das anteriores, talvez porque suas antecessoras tenham sido sempre muito fortes e determinadas ao seguirem o caminho do bem, enquanto Fainne se deixa manipular pela avó e acaba sendo responsável por muita coisa ruim. Mas foi legal observar o amadurecimento da personagem. Ela cresceu acreditando que nunca poderia ser boa e trilhar o caminho da luz, por ter sangue de feiticeiros, um sangue amaldiçoado, e por isso se mostrou muito fraca em vários momentos. Mas ela evolui e amadurece, ao mesmo tempo que vai conhececendo sua família materna em Sevenwaters, e conhecendo a si mesma. E talvez por isso Fainne seja uma personagem muito mais real e humana.
Eu não era uma filha de Sevenwaters. Qualquer caminho que eu escolhesse acabaria por destruir tudo que eles haviam lutado tanto para manter.
Pág. 368
Filha da Profecia é um livro lindo e emocionante. Assim como nos anteriores, o caminho trilhado pela protagonista é sofrido e doloroso. O romance não teve muito destaque aqui, embora estivesse presente todo o tempo. Achei o relacionamento entre Fainne e seu amado, lindo, pois foi algo inocecente e puro, que foi desenvolvido sem que eles próprios percebessem.
Vários personagens dos livros anterores estão presentes, novos nos são apresentados. E o final foi emocionante e um fechamento digno de uma série tão linda e emocionante. Todas as perguntas foram respondidas, e não ficou pontas soltas.
As maiores armas eram as do coração: ódio, dor, medo e amor. Esta, então, era a arma mais poderosa.
O trabalho da Editora Butterfly está, mais uma vez, impecável. O papel é amarelado e a letra grande. Há detalhes no início de todos os capítulos, e a capa é maravilhosa! Não percebi erros de tradução ou revisão, porém teve um coisa nesse sentido que me incomodou. A tradução de uma palavra, uma única palavra, serviu como um enorme spoiler, e acabou revelando demais sobre o desfecho da história. Fiquem tranquilos que não vou falar que palavra é essa ou onde ela está, porém acredito que qualquer um que esteja lendo o livro vá pegar ou pelo menos desconfiar do spoiler muito rápido.
Apesar do encerramento da trilogia, o livro não é o fim da história do povo de Sevenwaters. A autora escreveu outros livros sobre esse povo incrível. Porém ainda não sei se a Editora Butterfly irá publicá-los.
Recomendo demais essa série, é simplesmente maravilhosa! E não tenham preguiça dos livros serem muito grossos (todos tem mais de 600 páginas), porque a leitura compensa e vale muito a pena.
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